A Floresta escrita por Camila Marcelaa


Capítulo 1
A Fuga


Notas iniciais do capítulo

Tá, é a primeira vez que escrevo algo amsi 'sobrenatural' então me deem um desconto, ok?
Eu imagino ela assim:
A garota: pele pálida, cabelos negros, lisos. Olhos escuros. Uns 15 anos.
1864 - jovem com um vestido branco, bem dessa época mesmo. Correndo numa floresta escura, á noite.



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Annelliz Cromwell podia sentir cada galho de árvore se chocando contra seu rosto e corpo. Não que ela não se importasse, ela apenas não tinha tempo para se importar. No momento, a única coisa que a preocupava era expandir seus limites. Correr mais do que suas torneadas pernas conseguiam. Voar. E ela voou, literalmente. Voou por uma fração de segundo e então sentiu a terra batida em seu rosto. Os olhos ardiam, o sangue de seu lábio se misturava com o solo. Annelliz tentou ficar em silêncio, mas sua respiração pesada não permitia. Olhou para os lados, tentando identificar qualquer resquício de barulho. Um galho se partindo, galopes... Qualquer coisa que lhe indicasse de onde manter distância. Mas não havia nada.

Berrou, completamente aterrorizada, ao ouvir o uivo de um lobo. Droga, ela havia se entregado. Com muito esforço, levantou-se e olhou para trás. A floresta escura, meramente iluminada pela Lua cheia, de repente pareceu mais escura ainda. Annelliz não via nada, mas ela sentia. E os uivos voltaram. Mais fortes, mais próximos que o anterior. Mas não era dos lobos que ela temia, era do que eles traziam.

A garota começou a recuar devagar, até encostar em algo sólido. Pensou ser uma árvore, lerdo engano. Virou-se, preparando-se para voltar a correr e deparou-se com seu perseguidor.

Não conseguiu gritar, simplesmente não conseguiu. Seu desespero aumentou consideravelmente e, pela primeira vez desde a infância, rezou. Rezou para um Deus no qual nem acreditava. De repente, o sorriso do homem começou a desmanchar-se. Os caninos brilhantes esconderam-se novamente dentro da boca e ele retirou o capaz. A Lua voltou a brilhar e iluminou os olhos vermelho-sangue daquela coisa. Sua expressão, que era de confusão, começou a transformar-se em raiva.

–É a gêmea errada. –urrou.

E cravou seus afiados caninos no pescoço da jovem. Desta vez ela gritou, alto o suficiente para fazer todos os pássaros da floresta voarem para longe de seus ninhos, assustados. Mas é muito pouco provável que um humano a tenha ouvido, tão longe da cidade.

O corpo foi encontrado no entardecer do quinto dia após o desaparecimento da jovem. Para a medicina pouco avançada da época, a única explicação para as misteriosas marcas no pescoço era picada a de uma cobra, mesmo não sendo conhecida uma espécie que drene o sangue da vítima e muito menos sem deixar marcas de estrangulamento.

Curiosamente, uma semana depois do funeral, a irmã gêmea de Annelliz, Annabel Cromwell, fugiu de casa e nunca mais retornou, levando consigo apenas a roupa do corpo, uma égua e uma rara e cobiçada jóia da família, conhecida como Coração de Sangue.


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