Reminiscências: Memórias de Um quase Anjo. escrita por Asuka


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Disclaimer:
Sakura Card Captors e seus respectivos personagens não me pertencem. Fanfic feita apenas para diversão dos fãs, sem fins lucrativos o/



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Ohayou o/

Bom, esta é a minha nova fanfic. (sério?... u.u)
Nunca escrevi uma fic de Sakura antes, então peço que tenham paciência comigo xx
Espero que gostem o/


Sobre a fic:
UA, Sem magia. As personalidades de todos os personagens vão sofrer alterações. Algumas pequenas outras maiores.
Disclaimer:
Sakura Card Captors e seus respectivos personagens não me pertencem. Fanfic feita apenas para diversão dos fãs, sem fins lucrativos o/

Reminiscências: Memórias de um quase Anjo.


Uma hora e vinte minutos. Este era o tempo necessário para o coche cruzar a cidade e chegar até o seu destino.
Enquanto iam avançando pelas ruas esburacadas, Sakura forçava a vista para ver algo através da janela. Mas desistiu em seguida ao constatar que só conseguiria ver a cidade durante o dia.

Acomodou-se no confortável banco e passou a encarar as próprias mãos. Estavam magras, resultados de dias de doença. Em seguida alisou o vestido negro e dobrou um pouco as mangas deste, fazendo com que ficasse mais confortável.
Depois de ficar realmente a vontade recostou a cabeça sobre o banco e fitou o banco do outro lado. Estava indo em busca de alguém que não via há muito tempo, e o pior, e uma cidade totalmente desconhecida.
Sempre ouvira falar dela, Tokyo era a cidade dos sonhos de qualquer jovem que morasse nas áreas mais afastadas de tudo, assim como ela. Mas, com as crises pelas quais o governo passava, falavam que a cidade enchera de ladrões e outros tipos de pessoas que tentam ganhar dinheiro de maneira ilícita.

Porém, vendo-a a esta hora, parecia calma. Todos dormiam, ou pelo menos era o que achava. Nas ruas só se podia ver alguns pontos de luz. E nenhum som era ouvido.

A garota estava tão distraída com seus pensamentos que nem percebeu quando começaram a parar.

‘Chegamos, senhorita’ – uma voz masculina ecoou por dentro do pequeno veículo, o que fez a jovem se sobressaltar.

‘Ah... obrigada.’ – respondeu enquanto descia e entregava ao homem o dinheiro pela viagem.

Assim que a bagagem foi retirada, o coche partiu, deixando Sakura cara a cara com a sua nova moradia.

Ela estava ansiosa, e muito. Mas também tinha medo, medo de não ser recebida e não ter como voltar. Medo do que poderia ver de agora em diante. Ela e sua pequena mala estavam paradas no meio da rua, encarando o nada, até que a menina resolveu avançar.
O chão coberto de neve dificultava qualquer tentativa de sair do lugar, porém alguns passos foram suficientes para alcançar a fachada da pensão.
Olhou ao redor mais uma vez, e então começou a procurar por algo pelas paredes. Até que seus olhos pararam em uma plaquinha em cima da porta onde podia-se ler: “Aka Tsuki”. Conferiu com o papel que estava em suas mãos e constatou, com alivio, que era aquele mesmo lugar.
Após confirmar isto, guardou o papel no pequeno bolso lateral do vestido e passou a encarar agora a única coisa que a impedia de entrar no local, a porta.
Uma pesada porta de madeira a separava do interior do lugar, e uma musica animada seguida de risadas podia ser ouvida. Talvez foi por causa desse barulho que Sakura precisou bater várias vezes na porta até ser ouvida.

‘Mas quem que está incomodando há essa hora?’ – uma mulher de cabelos vermelhos surgiu à porta e começou a procurar por algo, em seguida encarou Sakura assustada, como se esperasse algum bêbado ou algo do gênero.

‘Com licença...’ – Sakura começou a falar, porém foi interrompida pela barulheira que vinha lá de dentro, e que agora com a porta aberta podia ser ouvida nitidamente.

Sem dizer mais nenhuma palavra a jovem mulher segurou a visitante pelo braço e a puxou para dentro.
Bastou um olhar rápido pelo interior do lugar para detectar a origem da algazarra: Dois jovens cantavam animadamente em cima de uma mesa, usando garrafas como microfone, enquanto algumas pessoas sentadas riam e cantavam junto. Outras dançavam em um canto mais afastado da grande sala.

‘Não precisa se assustar é assim toda noite.’ – a mulher lançou um olhar compreensivo para a jovenzinha que estava sendo arrastada por ela e olhava para tudo com um certo medo.

Sakura assentiu e seguiu a ruiva, que agora saia da sala e entrava em um cômodo menor, que logo pode identificar como sendo a cozinha.
Mesmo sendo menos espaçoso que o outro cômodo, este também era grande. Uma mesa de madeira ocupava o centro, e nas laterais haviam objetos típicos de cozinha, assim como dois grandes armários, que deveriam ser usados para guardar panelas e coisas do gênero. Duas grandes janelas ocupavam as paredes, e tinham vista para algo que lembrava um jardim.

‘Então, como é seu nome?’ – Sakura foi pega de surpresa pela pergunta, pois ainda estava ocupada analisando a cozinha.

‘Sakura... Sakura Kinomoto’

A jovem ruiva sorriu perante a timidez da menina a sua frente.

‘Pode me chamar de Akane’ – falou enquanto estendia a mão. ‘Sou a dona desta pensão.’

Esta ultima frase deixou Sakura sem saber o que dizer. A mulher que estava a sua frente era incrivelmente jovem, e mesmo assim já era dona de uma pensão. E também, na imaginação de Sakura, donas de pensões deveriam além de ter mais idade, usarem seus cabelos presos em coque, e terem no mínimo um rolo de macarrão na mão, objeto típico para se ameaçar alguém com pagamento atrasado.
Mas, na sua frente não estava uma mulher mal-humorada. E sim uma jovem sorridente, de estatura média e magra. Os olhos dela eram verdes vivos assim como de Sakura, o que contrastava perfeitamente com os longos e ondulados fios vermelhos.

‘Vai querer um quarto?’

‘Na verdade, eu vim à procura de alguém.’

‘Hóspede?’

Sakura assentiu, e a moça franziu a testa por um momento, mas logo voltou a sorrir.

‘Qual o nome dele?’

‘Syaoran Li’

Akane havia pegado o livro de registros, mas fechou em seguida ao ouvir o nome.

‘E você é parente ou algo assim?’

‘De certa forma’

A jovem visitante ia começar a explicar quando viu a expressão incrédula de Akane, mas não foi necessário, uma vez que ela já havia saído da cozinha e estava gritando o nome de alguém.

‘Hiroshi! Vá ajudar a nossa visitante, ela está na cozinha’

Poucos segundos depois de ouvir os berros da ruiva, um rapaz entrou na cozinha. Ele deu uma rápida olhada ao redor e então pousou os olhos em Sakura.

‘Você é a visitante?’ – ele perguntou enquanto ia em direção a ela.

‘Pode me chamar de Sakura.’ – ela sorriu enquanto lembrava de Akane dizendo isso.

‘Prazer, Hiroshi. Hiroshi Tsukishiro.’ – essa foi à vez dele sorrir. E deixar Sakura encabulada perante a presença do lindo rapaz.

‘Vamos?’ – Hiroshi puxou o braço dela delicadamente conduzindo-a de volta a sala. ‘Você veio atrás de alguém?’

‘Sim, o nome dele é Syaoran Li.’

‘A sim, o senhor Li. Bom, vou buscar sua mala, já venho.’

Sakura ficou parada no meio da sala, enquanto olhava ele ir até a porta. Hiroshi lhe lembrava alguém, mas não sabia dizer quem. O cabelo negro e liso até o pescoço, combinava perfeitamente com a cor escura dos olhos. E, também dava um contraste bonito com a pele clara.
Mas o que mais lhe chamou a atenção no garoto, foi a sensação boa que sentiu quando estava conversando com ele. Ele de fato, seria um bom amigo para ela.

‘Pronto.’

‘Obrigada. Eu posso levar’ – ela estendeu a mão para alcançar a mala, porém Hiroshi apenas desviou dela e foi até uma pequena escada no canto direito da sala.

‘Se prepara que o quarto do Li é no ultimo andar.’

Os dois subiram o primeiro lance de escadas, em seguida o segundo, e só quando estavam no terceiro que Sakura entendeu o porque do aviso dele. A pensão possuía três andares de quartos e mais os demais cômodos embaixo. Mas, os andares de quartos eram mais estreitos, e o tamanho dos quartos variava bastante.

‘Chegamos.’

‘Tem certeza?’

Ele olhou para a jovem e riu com gosto da cara de Sakura após subir todos aqueles andares. Ela, por sua vez, apenas se arrastou pelo corrimão e chegou no ultimo andar. Estava fora de forma, e isso era fato. Havia treinado muito nos últimos anos, mas nos meses antes de vir para a pensão esteve doente e acabou ficando de cama vários dias. Sem contar, que o lugar que morava antes era bem arborizado, diferente do local onde estava agora. Já podia sentir suas crises respiratórias aprovando o novo ambiente.

‘O quarto dele é o 301 se não me engano, eu vou lá com você.’ – falando isso puxou a garota antes que ela rolasse escada abaixo e a arrastou junto com a bagagem até a porta que possuía a placa “301”.

Um silêncio incomodo tomava conta daquele andar. Todos os quartos estavam fechados, e nenhum barulho era ouvido, até Hiroshi começar a bater com persistência na pequena porta.

Passaram-se alguns minutos, e nada de darem as caras. Essa foi a vez de Sakura ficar estressada e dar um chute bem calculado na pequena porta, fazendo com que se ouvisse um murmuro lá de dentro, seguidos por passos e pelo barulho da porta abrindo.

‘O que foi?’ – um homem abriu a porta com um tom um tanto irritado. Seus cabelos castanhos rebeldes e despenteados, e sua roupa amassada indicavam, o que ele estava fazendo até poucos segundos antes de ser incomodado. Dormindo.

‘O que vocês querem?’ – Repetiu ele, mas dessa vez percebendo que não era só um intruso, e sim dois. Um garoto que ele já havia visto perambulando pela pensão, e que via com freqüência naquele andar também. E uma garota que ele nunca havia visto na vida, ou pelo menos julgava assim. E, entre aqueles dois, algo que lhe assustou mais ainda. Uma mala.

‘Bom, eu só vim entrega-la.’ – Hiroshi disse na tentativa de acalmar o animo do recém acordado.

‘Entregá-la?’ – ele repetiu incrédulo, certo de que havia algum engano.

‘Esse é o senhor Li que você estava procurando, não é Sakura?’

‘É sim. Ou pelo menos eu acho que é.’ – a garota olhava duvidosa para aquele ser que estava a sua frente. Mas mesmo assim ainda havia esperança que ele fosse, de fato, Syaoran.

‘Eu te conheço?’

Sakura logo pode perceber que a educação não algo muito presente nele. Então, no lugar de argumentar apenas entregou a carta que o senhor Lee havia mandado para ele.

Ele pegou a carta desconfiado, encostou no batente da porta e começou a ler com calma.

”Querido Syaoran

Sinto muito por não lhe avisar com antecedência, mas aconteceram vários imprevistos, e a sua chegada a Tokyo foi a minha salvação.
Preciso que Sakura passe um tempo com você, até arranjar um lugar melhor para morar. Como você sabe, não posso abandonar minha casa, e você é a única pessoa em quem confio para guiar minha pequena Sakura...”

A expressão do homem ia ficando mais calma, e até simpática enquanto lia a carta, mas em seguida ficou dura e assustada.

”Por isso, peço que você hospede ela por algum tempo. Confio em você meu filho, e sei que fará o seu melhor e não irá me desapontar.
Em breve mandarei outra cartas, assim como o dinheiro para a estadia dela.

Atenciosamente:

Lee Hiiragizawa”

Syaoran não leu apenas uma, mas sim duas, três, quatro vezes. Estava certo de que era um nome muito parecido, mas o brasão estampado no envelope não permitia dúvidas. E, embora tentasse se convencer de que lera tudo corretamente, ainda voltava na parte do ”Por isso, peço que você hospede ela por algum tempo”, e tentava entender se ele queria que ela ficasse ali com ele.

‘Então... posso ficar aqui com você?’ – Sakura perguntou receosa, como se adivinhasse os pensamentos de Li.

Hiroshi ainda estava observando aquela curiosa situação, queria rir da cara de Li, mas se conteve.

‘Bom...’ – ele se manifestou pela primeira vez depois de ler a carta. ‘Vamos entrar, e resolver isso direito.’

Os dois concordaram e entraram no quarto. Primeiro Sakura, e depois Hiroshi, que estava carregando a mala dela.

Assim que entraram, Li indicou um pequeno móvel, que lembrava muito um sofá. Ele era amarelo, e ocupava a quina próxima a janela.
Logo ao lado do sofá estava a cama de Syaoran, com algumas cobertas mexidas por cima e um travesseiro caído no chão. Em frente a cama, no pequeno espaço entre ela e a parede havia uma televisão, e do lado desta um criado-mudo, com um abajur em cima.

A garota se acomodou no sofá, e ao lado dela sentou Hiroshi. Li puxou uma cadeira e se sentou em frente a eles, com a carta ainda em mãos.

‘Você é Sakura?’

‘Sim.’

‘Se me permite perguntar, da onde conhece o senhor Lee?’

Ah, isso foi demais para Sakura. Tudo bem que ele estava dormindo quando chegaram ali, mas isso não explica o fato de se fazer de esquecido e ainda ser mal-educado.

‘Creio que morei com ele durante 15 anos.’ – respondeu secamente.

Syaoran analisou-a. Na verdade não se lembrava de muita coisa de quando esteve no Japão, e a única Sakura que conhecia era uma garotinha de aproximadamente 13 anos. Meiga, inteligente e de cabelos curtos.

‘Sinto muito. Seu nome não me é estranho, mas a única pessoa que conheço que se chama assim, é baixinha, tem 13 anos e cabelo por aqui” – falou indicando o pescoço.

Esse comentário fez com que a garota começasse a rir alto, assustando os outros dois presentes na sala.
“Então ele ainda está dormindo mesmo.” – Sakura pensou enquanto olhava para o garoto a sua frente. Pensou em esperar até amanha para explicar com mais calma, mas se não fizesse isso agora, certamente não teria onde dormir e nem o que comer.

‘Bom Syaoran...’ – ele a encarou quando ela disse o seu nome. ‘As pessoas crescem.’ – ela disse simplesmente.

Isso foi mais do que suficiente para a ficha de Syaoran cair. Ele olhou a menina de cima a baixo, se perguntando como não havia percebido antes. Mas ele não podia se culpar, a antes pequena e fofa Sakura dera lugar a uma menina alta e muito bonita. Os cabelos que antes sequer chegavam até o pescoço agora ultrapassavam e muito o ombro, quase chegando no final das costas. E agora era dotada de atributos que não possuía antes.

Syaoran sentiu a face queimar ao pensar isso e tratou de encarar a única coisa que o entendia naquele momento, o chão.

Ao mesmo tempo em que ele encarava os detalhes do chão de madeira surrado, Sakura o olhava atentamente. Ele estava como há 7 anos atrás, porém mais alto e com o corpo mais definido. O cabelo estava pouca coisa maior, e os olhos cor de âmbar continuavam com o brilho habitual.

‘Você cresceu bastante, Sakura’ – ele tentou quebrar o silêncio, mas logo que ouviu o que tinha falado teve vontade de cavar um buraco e sumir por ele.

‘Você também.’ – ela sorriu docemente, enquanto o encarava com um olhar sereno.

“Os olhos continuam iguais.” – ele pensou aliviado. “As minhas esmeraldas...”

Hiroshi, que desde o momento em que havia pisado no quarto havia ficado mudo, resolveu se pronunciar, já que não era mais necessário ali.

‘Bom, se me permitem, vou indo. Já trouxe Sakura.’ – dizendo isso se levantou e começou a ir em direção a porta.

‘Espere’

Hiroshi virou e encarou Li.

‘Ela vai passar um tempo aqui. Então acho necessário uma cama. Será que poderia conseguir uma com a Akane?’

‘Vou ver isso então, já venho.’ – Hiroshi respondeu, dando uma olhada rápida no quarto e se perguntando como uma cama iria caber ali.

Depois que Tsukishiro saiu do quarto, um silêncio incomodo se instalou ali. Nem Sakura e nem Syaoran se pronunciavam. Ambos deviam estar relembrando de anos atrás, quando moravam juntos.

‘Acho que, temos muito o que conversar.’ – Syaoran tentou de alguma forma quebrar o silencio. ‘Mas, o que acha de um banho quente antes? Está bem frio.’

‘Acho que seria ótimo.’ – ela respondeu sorrindo. Finalmente o reencontrara, e tinha que admitir estava com saudades.

‘Olha..’ – falou encabulado. ‘o quarto é pequeno e sem quase nenhum luxo.’

‘Não tenho problemas com relação a isso.’

‘Estou falando porque até eu demorei para acostumar. Sempre morei em lugares maiores, mas esse foi o único quarto que consegui pagar com meu salário.’

‘Já falei que não tem problema’ – Sakura não estava incomodada com o tamanho do quarto, e tudo o que mais queria era um banho quente agora.

‘Se é assim.’ – ele disse mais calmo. ‘Deixa eu te apresentar a casa.’

Os dois riram, e então Syaoran a conduziu pela outra porta que havia na sala. Essa porta dava para um corredor com mais duas portas, uma era um pequeno quarto, com várias malas e tranqueiras, e outra era o tão esperado banheiro.

Sakura voltou a sala e pegou sua toalha e uma peça de roupa, e se dirigiu para onde Syaoran estava.

‘Bom, fique a vontade’ – dizendo isso saiu do banheiro e fechou a porta.

Finalmente estava na sua nova casa. Sakura sorriu feliz e começou a se despir. Passou os olhos pelo pequeno espelho do banheiro, e viu como estava magra e pálida. Na verdade estava mais magra antes, e daqui alguns dias seu corpo já retornaria a forma normal.

Entrou no banheiro, e com um pequeno grito recebeu a primeira leva de água fria, que foi esquentando aos poucos. Se lavou com cuidado para não molhar o cabelo, e assim que saiu do chuveiro tratou de se vestir.

Depois de colocar a longa camisola e um casaco grosso por cima se encarou no espelho.

‘Bem melhor.’ – disse satisfeita e saiu do banheiro.


Syaoran estava arrumando algumas coisas quando Sakura entrou no cômodo. Ela pode perceber que ele estivera ali desde que ela entrou no banho, pois o lugar estava bem mais arrumado.

Reparou que Hiroshi já havia trazido um pequeno colchão, que estava estendido no chão. Sentiu-se culpada por não ter agradecido por tudo, durante a manha certamente faria isso.

‘Está com uma aparência bem melhor.’ – comentou deixando-a encabulada. ‘Está com fome?’

Sakura fez sinal negativo com a cabeça. Na verdade estava com um pouco, mas não queria incomodar ninguém àquela hora, e também estava com mais sono que fome.

‘Você vai dormir na cama, já arrumei para você’

‘E você?’

‘No colchão’ – ele se deitou rapidamente, fazendo com que ela não tivesse tempo de argumentar.

‘Não vou discutir com você hoje, porque estou cansada. Mas amanha você vai ver.’

‘A florzinha ficou nervosa...’ – Syaoran comentou, recebendo um travesseiro em cheio no rosto por ter mencionado o apelido infantil da garota.

Não demorou para revidar, enquanto ela o chamava de lobinho. Sakura pulou de sua cama para o colchão, e os dois começaram uma interminável guerra de travesseiros, que só parou quando os dois se encontravam esgotados.

‘Acho que preciso dormir...’ – ela disse enquanto se arrastava de volta para a cama.

‘Eu também’ – ele esticou as cobertas e se deitou encarando o teto.

Sakura se enfiou com gosto embaixo das cobertas quentinhas. Embora a pseudo guerra de travesseiros a tivesse deixado com um pouco de calor, agora já voltava a sentir a temperatura típica do inverno japonês.

‘Boa noite, florzinha.’ – Syaoran disse depois de se virar para a parede e apagar a luz.

‘Boa noite, lobinho’


O resto da noite havia sido bem tranqüilo. Os dois dormiram, e apenas Syaoran levantou uma vez para ir ao banheiro.
Sakura por sua vez, dormiu que nem uma pedra, como de costume. E só acordou porque Syaoran lhe tacou um travesseiro na cara. Já que as tentativas de acorda-la apenas chamando seu nome haviam falhado.

‘Bom... dia...’ – ela falou enquanto se espreguiçava e abria os olhos demoradamente.

‘Bom dia.’ – ele respondeu enquanto puxava a cortina e deixava os raios de sol iluminar o quarto. ‘É bom levantar logo antes que perca o café.’

Ao ouvir isso a garota pulou da cama. Seu estomago pedia por comida, e ela não via a hora de poder comer algo quente.

Embora estivesse sol, ainda estava frio. Então Sakura saiu da cama embolada nas cobertas e foi em direção a mala, procurar algo para vestir.

‘Como hoje é meu dia de folga, posso te acompanhar em um passeio pela cidade, você não deve conhecer nada.’

Sakura concordou com a cabeça e sorriu. Queria muito conhecer a cidade.

‘E também, aproveitaremos para procurar um emprego para você.’

Sakura simplesmente congelou ao ouvir isso. E o encarou com uma expressão de dúvida.

‘Ou você pretende depender do Senhor Lee para sempre?’

Algo no estomago de Sakura revirou. Emprego? Ela nunca havia trabalhado na vida. Mas depender de Lee pare sempre não era certo.

Ela sorriu e então foi até o banheiro se trocar. Escolheu um vestido verde claro, e um casaco longo verde escuro. Prendeu os cabelos em uma longa trança e se dirigiu até onde Syaoran estava.

‘Pronta?’ – Li perguntou admirando a bela garota que sua Sakura se tornara.

Ela assentiu, e os dois saíram em direção a cozinha. Descer era bem mais fácil que subir, constatou Sakura, enquanto se perguntava que surpresas o dia lhe reservava.


Continua.

N/A:

Bom espero que tenham gostado. Esse primeiro capítulo correu de uma forma incrivelmente lenta xD
Mas, prometo que os próximos terá um pouco mais de ação nn

Quanto aos sobrenomes, sim, eles tem ligação com os personagens do anime xD e não se preocupem, eu não os usei aleatoriamente.

Tomoyo, Eriol, Touya, Kaho, etc?
Aparecerão em breve o/
Estou pensando seriamente em colocar o Kero também xD mas em outro corpo, claro xDv

Dúvidas? Críticas? Sugestões?
Review o/

Mas, não sejam muito malvados comigo x.x ainda sou iniciante o/


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