Original escrita por Caroline Tarquinio


Capítulo 3
Uma amiga inesperada.




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                                         NATHAN

Então, basicamente minha vida era uma droga agora, eu não tinha namorada, minha família e eu não nos falávamos e era minha culpa e de bônus eu tinha ganhado uma esposa. Era só o que me faltava ser casado, especialmente com uma estranha. A verdade nua e crua era que eu odiava minha vida. Não por estar casado apesar de que isso não era um fator contribuinte pra que eu amasse viver mas já era um lixo há muito tempo mesmo com a fama. As pessoas acham que a vida de famoso era maravilhosa e realmente era se você é um robô. Eu era bonito, lindo na verdade, rico e todas as pessoas me amavam, mas esse amor incondicional de fã é uma piada. Elas acham que me conhecem de verdade e fariam qualquer coisa por mim e que qualquer namorada minha só estava comigo por dinheiro, e eu começava a duvidar de que fosse verdade. Se tornar uma pessoa famosa pra mim é o equivalente a ficar louco, de verdade. Você simplesmente não sabe no que acreditar e até começa a duvidar de todas as verdades que existem ou existiam na sua vida mesmo antes da fama, não sei se as pessoas normais sentem isso também mas eu não acreditava em mais nada que ninguém dizia, nem mesmo no que eu dizia. Então tombei com essa menina e toda a minha vida tinha mudado de um segundo pro outro e eu não pude acreditar no quão azarado eu era. Ela era com certeza estranha por que quis trabalhar e isso não é algo normal. Então quando ela explodiu e disse todas aquelas coisas horríveis pra mim foi estranho porque eu sabia que ela não estava mentindo ou falando pra me magoar apesar de ter magoado. Ela falou porque era verdade, tudo o que ela disse era verdade e foi estranho ouvir porque nada era verdadeiro na minha vida nem eu. Não entendam errado, eu ainda a odiava, bom, eu não odiaaaava de verdade mas ela ainda me irritava um pouco e ela nem era tão bonita. Qual a graça de ser casado se sua esposa nem é linda? Não que ela fosse feia, ela tinha o cabelo comprido e ruivo daqueles que você sabe que é natural e meio ondulado apesar de às vezes estar um horror e todo bagunçado, eu particularmente achava engraçadinho. Ela tinha um rosto normal, não era feia mas também não era exatamente um Jessica Alba, tenho a impressão de que pra qualquer cara normal ela seria considerada bonita, até mesmo pra os padrões Hollywoodianos, mas eu era acostumado a namorar modelos e cantoras e essa garota parecia a mocinha de um filme vintage, e ela se vestia de modo estranho, com combinações malucas e claro, meio fofas mas não era muito comum. Mas talvez ela seja legal, decidi que talvez fossemos amigos, afinal  eu não poderia evitá-la o resto da vida não importa o quanto tentasse.

-- Bom dia – eu disse tentando soar amigável mas “amigável” não era bem minha praia.

-- Bom dia! – Ela disse sorrindo e me perguntei como alguém poderia estar sorrindo essa hora da manhã de uma sexta-feira especialmente se essa pessoa está usando um uniforme ridículo a caminha do seu medíocre emprego no Mc Donald’s.

-- Então... ahn, mais tarde eu vou dar uma festa aqui em casa se você quiser vir – Mas que idiota eu era, obvio que ela viria, ela MORAVA aqui.

-- Ahn, festas não são muito a minha praia então... Não valeu, mas obrigada por me convidar.

Não sei se consegui falar nada além de fazer uma cara esquisita porque ela me olhou estranho. Ela era mais estranha do que pensei.

-- Ahn, onde você vai ficar então? – perguntei curioso.

-- No meu quarto, tudo bem? – ela perguntou toda simpática.

-- Tudo. Mas se quiser descer você será bem vinda.

-- Tá bom, obrigada, talvez eu desça pra comer algo, contanto que não sejam hambúrgueres.

-- E porque eu serviria hambúrgueres na minha festa? – eu perguntei incrédulo de que alguém soubesse tão pouco sobre festas.

-- Era uma piada... porque eu trabalho no Mc Donald’s então não aguento mais ver hambúrgueres... Meu Deus, você tem o senso de humor de uma escova de dentes usada.

E ri e ela riu também, foi legal, me senti estranhamente alegre. Ela olhou no relógio e arregalou os olhos.

-- Ai meu Deus, to atrasada, vou perder o metrô.

Ela começou a pular em um pé só em uma tentativa de calçar o sapato e colocar o cabelo despenteado no boné ao mesmo tempo.

-- Droga, vou levar uma advertência – ela murmurou mais pra si mesma do que pra mim.

-- Se quiser te dou uma carona – disse quase que sem querer. Eu nunca ofereceria uma carona a ninguém com quem eu não quisesse ficar. Talvez eu realmente estivesse me transformando em uma pessoa melhor.

Ela olhou pra mim agradecida.

-- Eu normalmente não aceitaria mas eu realmente estou atrasada.

-- Só vou pegar o meu casaco, vai entrando no carro se quiser.

-- Tá bom, te espero lá.

Peguei o casaco e quando saí de casa e a vi esperando no carro puxando os fones de ouvido eu sorri.

Droga! – pensei – acho que acabei de fazer uma amiga. Espero que pare por aí.  


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