Os raios de sol entravam pelas frestas de minha janela e chegavam até o meu rosto, me fazendo acordar. Infelizmente, já estava na hora de levantar, olhei para o relógio, já eram 12h30min. Levantei e sentei na cama, eu não havia conseguido dormir direito na noite passada, eu estava muito aflita, afinal, daqui a dois dias começam as aulas! Tenho que parar de pensar nisso, acho que estou ficando psicótica. Levantei e fui até o banheiro, quando olhei para o espelho tomei um susto. Claro, sou retardada mesmo, tomo susto comigo mesma. Começei a rir sozinha, nossa acho que sou maluca mesmo. Acho que um furacão passou pelo meu cabelo, eu estava com um pijama, ou era um baby doll? Sei lá, era roxo e era o meu favorito. Sério, eu estava parecendo uma drogada.

Depois de terminar de me arrumar no banheiro, troquei de roupa colocando um short jeans curto e uma camisa verde que deixava os ombros de fora e o meu boné roxo que sempre me acompanhava. Sim, meu gosto estranho de me vestir, não sou muito chegada a vestidos e saias, sinto muito. Eu faço mais o estilo da garota rebelde, mas por dentro eu sou de porcelana. Complicado não é? Sou mesma. Acho que sou uma moçinha rebelde, mas deixa quieto. Ah sim, esqueci de me descrever: Tenho cabelos castanhos claros grandes, olhos cor de mel, e meu corpo não era perfeito, mas também não era imperfeito.

Desci as escadas até a sala, em seguida fui até cozinha, lá estava Loly, mamãe e Tina. Mamãe já terminava de colocar o almoço na mesa. Descrevendo minha mãe: A pessoa mais doce do mundo, tem cabelo preto e curto, até o ombro, e olhos castanhos e um belo corpo. Chegueicperto dela, dei um beijo em sua bochecha e falei:

–--Bom dia mamãe!

–--Bom dia minha linda!---respondeu mamãe, ela era tão doce.

Depois fui ver minha irmãzinha linda, ela tinha treze anos. Como posso descrevê-la... Bem, ela tem cabelos castanhos escuros, tamanho médio, olhos castanhos claros. Bom, mais ou menos isso. Eu e Loly, além de irmãs, somos amigas, compartilhamos muitas coisas. Eu amo ela. Fui cumprimentá-la, dei um abraço e um beijo na minha irmã fofa:

–--Bom dia irmãzinha!---disse eu super fofa.

–--Bom dia Ivy! Depois tenho que falar com você umas coisinhas viu?---respondeu ela terminando o almoço.

–--Ta bom maninha---falei.

Sentei-me mesa e começei a almoçar, mamãe sentou e almoçou junto comigo, nós conversamos algumas besteiras de mãe e filha.

–--Ei mamis,---eu chamo ela assim, já virou mania---papis---eu chamo ele assim também--- está trabalhando? Saiu cedo.---perguntei.

–--Sim, ele conseguiu um novo emprego em uma empresa. Ah, esqueci, ele pediu para mandar um beijo para você e para a Loly. ---disse ela.

Terminei de tomar o café. Me levantei e falei:

–--Mamis, vou dar uma volta por aí, conhecer o lugar. Tudo bem?---perguntei

–--Claro, filha tome cuidado viu?---falou ela dando uma de mãe curuja.

–--Mamis, eu já estou grandinha o suficiente não acha?---falei rindo.

Ela riu também.

Bom, subi novamente para o meu quarto, peguei meu celular e meu fone de ouvido, vi no relógio que eram 13:30. Depois sai de casa e fui até a garagem pegar meu skate. Eu amo skate, ia dar uma volta por aí andando enquanto eu tinha um? Não mesmo. Fui para a rua, coloquei meus fones no ouvido, conectei-os no celular, coloquei na minha lista preferida de músicas e começei a passear com meu skate. Realmente estava um belo dia, o céu estava totalmente azul, sem nuvens. Enquanto eu andava, admirava a paisagem, era linda, as árvores, a harmonia do lugar, as pessoas. A brisa da manhã passeava pelos meus cabelos. Eu estava tão distraída que nem vi quando me esbarrei em uma garota sem querer. Foi tudo tão rápido, em segundos eu estava no chão e ela também, e não tenho a menor ideia onde meu skate foi parar.

–--Oh, me desculpe, sinto muito, eu não te vi, estava distraída, me desculpe---falei.

–--Está tudo bem! Foi culpa minha também. Ei, você é nova por aqui, certo? Como se chama?---perguntou ela.

–--Sou sim, me chamo Ivy, e você é...?---perguntei.

–--Sou Katy e pelo que vi, somos vizinhas!---respondeu ela.

–--Ei, as aulas já vão começar, em qual colégio você vai estudar? Tomará que seja o mesmo que o meu!---perguntou ela animada.

–--Vou estudar no Scollin...---fui interrompida por um grito, e sim, era da Katy.

–--Ah que legal! Eu também. Será que vamos ficar na mesma sala? Você vai fazer o segundo ano também certo?

–--Vou sim! Tomará mesmo! Ah... Será que podemos nos levantar do chão agora...?---falei rindo ao perceber que ainda nos encontravamos no chão, as pessoas passavam e nos olhavam com aquele olhar, tipo: tem duas malucas drogadas no chão.

Gostei da Katy, era a primeira amiga aqui. Ela é meio doida como eu, mas pelo que vi, temos estilos um pouquinho diferentes... Ta, muito diferentes. Ela tem cabelos grandes e loiros, tem olhos azuis, ela estava de vestido branco com estampa florida e um cintinho rosa, estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo e com uma passadera rosa. Nossa, ela tem um estilo muito... Patricinha? Mas tudo bem, apesar de tudo isso, acho que vamos nos dar, ela é meio doida e eu também. Eu levantei e dei a mão ajudando-a a se levantar.

–--Obrigada!---falou Katy---Ei, vamos dar uma volta? Posso te mostrar a praça, é muito legal lá.---disse.

–--Seria ótimo. Ei, viu onde foi parar meu skate?---perguntei.

–--Aquela prancha meio cinza? Está ali!---falou ela apontando.

Eu me acabei de rir. Uma prancha cinza? Essa foi ótima. Peguei o skate, e nós começamos a andar, levei o skate na mão mesmo. Nós ficamos conversando sobre nossas famílias. Ela me falou que mora com a mãe, Rose, e o irmão mais velho, Karl. Ela tinha também um cachorro chamado Bugy, eu ri quando ela falou o nome do cachorro, toda vez que ela pronunciava o nome do cachorro eu ria feito uma louca, sério eu devo ter problemas. Ela não aguentou e começou a rir também, e do nada, ela deu um grito:

–--AAAAIII!

–--O que foi?---perguntei quase caindo no chão de susto.

–--Quebrei minha unha.---falou começando a fazer cara de choro.

–--Sua vida não vai acabar por causa disso não é? Vamos!---falei.

Chegamos na praça, era linda! Parecia um parque, por falar nisso, tinha um parquinho nela. Nós rodamos pela praça toda, falamos de todos os assuntos possíveis. Parecia que a gente já se conhecia há muito tempo. Mas, começou a escurecer e tivemos de voltar. Passamos primeiro pela casa dela.

–--Ah que pena, queria poder ficar mais tempo, mas minha mãe é muito pilhada---falou fazendo cara de medo.

–--Tudo bem, eu entendo, foi muito legal te conhecer! Sério mesmo.---falei sorrindo.

–--Eu também, acho que seremos ótimas amigas!---disse ela.

–--Bom, até amanhã então. Boa noite!---falei e ela veio me abraçar.

–--Para você também! Amanhã vou te contar dos gatinhos lá da escola, tenho certeza que você vai babar---Katy falou divertida.

–--Se existir algum que me queira lá né...---falei, sério, eu era um fracasso quando o assunto era garotos, sou muito timída, mas quem sabe as coisas não mudem...

–--Que besteira, vamos dar um jeito nisso, bom tenho realmente que ir, até mais.---ela se despediu entrando em casa.

Em seguida fui até a minha casa, abri a porta e entrei, econtrei Loly assistindo televisão na sala, olhei no relógio, eram 20h00min. Já? Nossa a tarde passou voando. Eu já havia guardado meu skate na garagem, fui até o sofá e sentei do lado de Loly.

–--Ei maninha, você disse que queria falar comigo, certo? Cadê mamis?---perguntei.

–--Mamis saiu, foi se encontrar com o papis, acho que vão ter mais um daqueles jantares românticos, saiu daqui linda!---falou ela---Ah sim, quero mesmo, é que eu to nervosa mana, as aulas são daqui a dois dias, estou com...---ela parou de falar.

–--Medo? Eu também estou Loly. Mas, vai dar tudo certo, tenho certeza, é só pensar positivo, as pessoas com certeza vão gostar de você, tenho certeza que irá se enturmar fácil.---falei.

–--Acha mesmo Ivy? Talvez sim. Mas e se não gostarem de mim?---Loly perguntou.

–--Acho sim---sorri--- vão gostar de você maninha, quem não gosta de você?---falei rindo.

–--Bom, espero que sim.---falou ela.

–--Ei, viu a Tina?---perguntei.

–--Acho que ela tá no seu quarto.---disse Loly.

–--Ta bom, vou ver aquela gatinha, beijos.---falei.

–--Beijos maninha.---respondeu ela voltando a assistir televisão.

Subi as escadas até o meu quarto. Sim, ele estava uma bagunça. Não, não foi culpa de Tina. Sim, foi culpa de Ivy, eu mesma. Tina estava deitada na minha cama, fui até ela, me sentei na cama e a carreguei para o meu colo, dei-lhe um abraço apertado. Ela ronronou. Eu sorri. Já descrevi a Tina? Acho que não. Bem, ela é uma espécie de gato dálmata, pelo menos para mim. Ela é branca com manchas pretas e tem olhos azuis. Sim, eu não sei raças de gato.

–--Tina, irei tomar banho viu? Já volto---falei para a gata.

Peguei um short e uma camiseta branca com uma estampa dizendo: “Amo pandas” e com uma figura de um panda embaixo. Sou ecológica.

Acabei meu banho, me vesti e fui me deitar. Voltei para a cama, Tina ainda estava lá. Liguei a TV do meu quarto, estava passando um filme de romance. Aff. Assisti um pouco, até que meus olhos começaram a se fechar aos poucos. Sim, eu estava com sono, desliguei a TV e me deitei, até que estava cedo, mas eu precisava recuperar o sono da noite passada. Nem quis vestir o pijama de tão cansada que estava e assim, me cobri. Tina dormiu comigo na cama. Depois de um tempo fazendo carinho nela, acabei pegando no sono e sonhando com o maldito filme romântico que estava passando na televisão...