Teatro De Fantoches escrita por Spaild


Capítulo 1
Ato 1: Retornando ao Jogo




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“(...) você sempre faz de mim o que bem quer
Se ao teu lado sei tão pouco de você
É pelos outros que eu sei quem você é.”

Ato 1: Retornando ao Jogo

Os seus mecanismos olfativos detectavam o cheiro ambiente como contendo 20% éter, 15% antibióticos variados, 12% álcool, 7% material de limpeza, 17% flores campestres e 29% sândalo. Estava afinal dentro de um hospital. Os bips insistentes não o incomodavam, eram máquinas necessárias para manter os convalescentes com suas funções básicas vitais operantes. Eram as máquinas que permitiam que aquele corpo exalasse a suave essência de sândalo. Moveu-se para frente e analisou o sobe e desce dos batimentos cardíacos em seguida fechando os olhos e prestando atenção o Tum-tum de um coração. Voltou a sua posição inicial e registrou em sua memória interna que as informações colhidas coincidiam.

Girou a cabeça e seus globos oculares para fixar sua visão no corpo sobre a cama. O lençol subia e descia ritmicamente, sabia que ela estava bem, já tinha feito os cálculos com as informações oferecidas pelos muitos aparelhos ligados a seu corpo. Mas ainda assim algo dentro de si o incomodava, talvez precisasse de alguma revisão.

Observou o cabelo loiro acomodado sobre o travesseiro, parecia algo irreal, como se aquela cor tivesse sido virtualmente inserida nos chips de sua senhora. Mas aquilo era idiotice, afinal ela era uma humana, por este motivo estava em repouso sob medicação há quatro semanas. E sentia-se um fracassado, não fora capaz de prever aquele ataque que a acometera horas depois do perigo contra sua vida ter sido erradicado. Baixara a guarda durante alguns segundos e a vira verter sangue de seus lábios e perder a consciência sobre a própria mesa.

As pestanas louras tremularam e os olhos incrivelmente azuis se abriram, encarando primeiramente o teto para em seguida fixarem nos seus próprios. E ela lhe sorriu fracamente, parecia muito cansada.

- Informe relatório de danos Duquesa de Milão.

- Tres... – uma onda de tosse a acometeu e ele gentilmente depositou sua mão sempre firme em suas costas, dando apoio. – Obrigada.

Olhou ao redor e entendeu o que acontecera, tinha estado enfraquecida e foi necessário que a medicassem. Certamente Ics Tres tinha passado todo o tempo ao seu lado. Ele era um bom vassalo. Fechou os olhos e suspirou profundamente, segundos depois os abriu e a imagem do padre Tres tão próximo de si a desconcertou de tal forma a por cor em sua face.

- Chamarei os responsáveis para a senhora, Duquesa de Milão, seus batimentos cardíacos aumentaram consideravelmente e...

- Tres, - disse mantendo o braço dele dentro de sua mão. – está tudo bem, apenas me assustastes.

- Peço desculpas então.

Ela riu e o som daquele riso leve e despreocupado fez alguns de seus circuitos apitarem, gravou aquele som em sua memória, assim como gravara o rosto de aparência tão leve e bela e também aquela conversa que tiveram há muito tempo. Toda informação colhida a respeito de Cardeal Sforza lhe era de suma importância. Defendia aquelas informações com uma criptografia forte, não queria correr o risco de serem deletadas de seu sistema.

- Como estão todos?

- Irmã Esther Blanchett e Padre Abel Nightroad não informaram relatório de danos até o presente momento, sumo pontífice encontra-se bem e visita-a com regularidade...

- Alex...

- ... Cardeal Médici entrou em contato e estima melhoras. Fim de relatório.

Levou a mão ao rosto e apoiou o queixo sobre os dedos. Percebeu então os olhos de Tres fixos em suas feições, relaxou um pouco, sabia que ele estava extremamente preocupado com seu estado, não daria a ele motivos para mais se preocupar. Lembrou-se então da ultima conversa que tivera com Padre Tres, eles começavam a discutir sobre o destino de Monica Argento antes do seu desmaio.

- Já tomaram providencias com a Irmã Monica?

- Não, eu repassei ordens suas Duquesa de Milão, de que ninguém mais se encarregaria da Irmã Monica além de vossa Eminência. No momento ela se encontra presa e sob custódia.

- Repasse ordens diretas de que Irmã Monica deverá ser escoltada até Londinium e liberada em seguida. – Caterina pensou um pouco antes de liberar Tres. – Preciso que entregue uma carta a ela, arranje-me Tres, papel e caneta para que possa escrever-lhe.

Tres levantou-se e com uma reverencia deixou o quarto da Cardeal Sforza. Poucos minutos depois, porém ele retornou com uma resma de papel contendo o emblema eclesiástico, duas canetas e o sinete pessoal da Duquesa. Entregou-a e afastou-se do leito permitindo assim a privacidade que ela necessitaria para redigir a carta.

- Tres.

O Padre virou-se com precisão para a mulher sobre a cama e aceitou de suas mãos estendias a carta com a caligrafia fina e rebuscada.

- Em 720 segundos estarei de volta.

Sforza deitou-se novamente fechando firmemente os olhos e suspirando entre os dentes. Detestava o jogo no qual se envolvera, mas para salvar a todos que bem queria precisava manter-se firme em cada uma de suas decisões. E naquele jogo ardiloso ela tinha uma boa mão e não se importava em blefar.

- Tempos difíceis exigem medidas difíceis...

A porta se abriu e Tres retornava com o seu rosto sempre sério. Ocorreu então algo que em dado momento intrigou Caterina, observou Ics Tres sentar-se novamente ao lado de sua cama e por os olhos na parede oposta.

- Porque mentiu para Abel a fim de me cobrir? – a pergunta veio seca, sem rodeios.

- Meu dever é proteger a Duquesa de Milão. – os olhos dele estavam sem nenhuma expressão. – Naquele momento calculei uma probabilidade de Padre Abel Nightroad se rebelar contra vossa Eminência. A melhor tática a ser utilizada era encobrir os reais fatos.

- Não podemos nos dar o luxo de perder ninguém...

- Confirma.

Caterina sorriu e levantou seu tronco em direção ao Padre Tres. Envolvendo o rosto dele com suas mãos nuas ela beijou a face da unidade IIIX. Sussurrando em seguida um leve ‘obrigada’.

Ics Tres ao sentir os dedos quentes sobre seus receptores de calor piscou inconscientemente e fechou os olhos aproveitando do pequeno momento. O que ele não conseguia explicar era o modo automático que assumia, cada vez que algo o envolvendo e a Cardeal Sforza, o levava a reagir de formas nunca antes computadas por seu sistema. Ics não corava, não possuía configuração para esta reação, mas acabara por involuntariamente retribuir o beijo. Porém sua falta de jeito com coisas tão delicadas o levou a beijar o canto dos lábios de Sforza.

O que ele jamais entenderia foi a forma que a mulher reagiu, ela se afastou como se ele tivesse dado-a algum choque. E testou todos as suas terminações para saber se algum resquício de energia passara para a mulher, porém, todas as analises concluíram que ele estava em perfeito estado de funcionamento. E a Cardeal puxara o lençol que cobria parte de seu corpo até o queixo, afundando na cama e fechando os olhos. Tres mudou sua configuração e levou os dedos para sentir a temperatura da Duquesa, ela estava muito vermelha e respirava com dificuldade, e os olhos azuis dela abertos em sua direção fizeram-no tirar os dedos da fronte dela antes de concluir o teste.

- Inconclusivo. – disse e voltou para sua posição de costume.

+Trinity-Blood+

Passado uma semana Cardeal Sforza recebera alta do hospital com um Tres como sua escolta pessoal. Ele assegurara ao médico responsável que cuidaria para que as restrições fossem devidamente cumpridas. E não havia um único passo seu que não era monitorado pelo Gunslinger. Designou sob os olhos atentos de Tres uma escolta treinada para cuidar da segurança da Irmã Esther.

- Queria falar conosco Caterina-san? – Abel disse a porta enquanto Tres o impedia de entrar. – Qual foi Tres-kun? Porque não posso entrar?

- A Duquesa de Milão está neste exato momento trocando-se para o seu repouso vespertino. – Tres mantinha a mão firme travando a porta e seus olhos igualmente fechados. – Em 420 segundos a entrada será permitida.

Abel forçou um pouco mais a entrada, o que foi impedido desta vez por um puxão de orelha cedido por Esther. A ruiva ainda lhe passou um sermão sobre ser um padre pervertido e intrometido.

- Sou apenas um apreciador da beleza feminina Esther-san, e concorde comigo, Caterina é a mulher mais linda que conhecemos.

Não obteve, porém resposta alguma de Esther, e continuou sendo impedido por Tres a entrar enquanto Caterina trocava suas vestes eclesiásticas para vestes leves para relaxar. Após a liberação da entrada eles encontraram Caterina sentada em uma poltrona confortável com uma xícara de chá em suas mãos e o monóculo firmemente preso em seu olho direito. Os cabelos loiros tão bem cuidados eram penteados por uma das suas aias pessoais. Que segundos depois se curvou em respeito e deixou os aposentos.

- Como tem passado vossa reverendíssima? – Esther ainda temia olhar diretamente nos olhos azuis de Sforza.

- Estou terminando de me recuperar, obrigada por preocupar-se Irmã Esther, a propósito eu preciso informar-lhe que montei uma equipe de segurança exclusiva para você. Padre Abel, poderá retomar com seu trabalho na AX.

Esther abaixou a cabeça e rapidamente tornou a erguer o rosto sorrindo em agradecimento. Notou então que a Duquesa de Milão já não mais prestava atenção em sua pessoa, ela tinha os olhos fixos no Padre Abel. Sempre com aquela feição que sabia mais do que queria demonstrar e a viu sorrir para a interação de Tres e Abel. Era raro vê-la sorrindo, as únicas vezes que presenciara, a Cardeal estava próximo a Nightroad ou diretamente com ele conversando.

- Está cuidando bem de Caterina-san Tres? – Abel cutucava as costelas mecânicas do outro. – Acho que eu posso dar uma mãozinha de vez em quando não?

- Negativo.

- Ahhh, chato você hein? Fica com os melhores trabalhos sempre! Vamos trocar vai, você pode ativar o modo genocídio, sabemos o quanto gosta deste modo, e eu posso ajudar a Caterina-san com... – a fala foi interrompida por uma série de pequenas tosses.

Segundos depois ambos estavam aos joelhos de Caterina, procurando uma forma de ajudá-la. Esther sentiu uma pontada em seu peito quando a mão da mulher apossou-se da farda negra de Abel e em seguida dos fios prateados do padre. E notou então que ela não conhecia a textura dos cabelos do Padre. O que quer que a Cardeal tivesse querer ter dito morreu em sua garganta quando ela respirou fundo para novamente sorrir para Abel. A delicada mão abandonou os cabelos prateados e segurou nos braços firmes de Tres, trocando seu ângulo de visão para ficar rosto a rosto com o outro.

- Está dispensado Abel, leve Esther com você... – ela o tornou a olhar com certo pesar nos olhos. -... volte amanhã para receber suas novas ordens.

Dispensou Tres, mas o Agente ignorou aquela ordem e manteve-se ao seu lado, operando apenas suas funções de defesa. Era assim que ele a importunava, ficando ali sentado como fosse parte da mobília enquanto obrigava-a lembrar-se daquele leve toque dos lábios dele contra sua pele. Caterina tinha motivos de sobra para odiar-se, aquele desejo que sentia era apenas mais um deles.

Acordou com um dourado raio de sol sobre seu rosto e um aperto incaracterístico em seu peito. Lembrou-se de Alex e encarou as pontas dos dedos que ainda exibiam as pequenas cicatrizes de quando ela aventurara-se a descascar maçã para seu pequeno irmão. Riu-se da forma alegre como ele comera a fruta, adorava Alex e jamais o deixaria sofrer, era por ele que lutava contra todos no vaticano.

Piscou os olhos e levou estes pensamentos para longe, era ainda cedo para preocupar-se com aquele tipo de coisa. Procurou por Tres em toda a extensão de seus aposentos que seus olhos ainda nublados pelo sono conseguiu captar, nem sombra do Oficial Executor. Vestiu-se o melhor que pode com apenas uma aia para lhe ajudar. Queria despedir-se de Alex antes que ele voltasse para Roma e a deixasse ali em István com parte do covil.

Terminou de calçar as botas e levantou-se. Com a saia de seu vestido branco entre as mãos, andando para sua sala oficial onde encontrou o Padre Tres parado a alguns passos da porta a lhe oferecer o braço em uma meia reverencia. Sorriu.

- Não precisa se incomodar com isto Tres.

- Negativo, o acordado foi que eu estivesse sempre ao seu lado. E o próprio pontífice pediu para que fizesse sua escolta 24 horas por dia.

- Duvido que Alex tenha dado esta ordem. – disse ao depositar sua mão na curva do cotovelo de Tres.

- Positivo. – respondeu. – De fato não foi esta a ordem exata dada pelo sumo Pontífice, mas sim a minha interpretação de suas palavras.

+Trinity-Blood+

Ouviu o som da estática que antecedia o aparecimento da irmã Kate e a mulher lhe sorriu com aquela graça referente a ela.

- Boa Tarde Cardeal Sforza, Padre Tres.

- Boa tarde Kate.

- O que deu em Tres? – Kate virara-se em direção ao padre que permanecia parado de costas para a mesa de Sforza.

Sforza riu antes de responder, - Eu o ordenei que se abstivesse de palavras desnecessárias.

Fato era que Ics Tres estava a quase três meses em uma rotina que ele considerava inconsistente, portanto vinha convidando a Cardeal a treinar a pontaria no pátio de tiro ou qualquer outra coisa que ele julgasse interessante, mas Caterina tinha coisas mais importantes para se preocupar além do treinamento tático de guerra. Ela era uma diplomata, tratava de assuntos chatos enquanto deixava a ‘diversão’ para os “meninos” a AX. E quando ela liberara Tres para se retirar e ficar o tempo que ele julgasse necessário treinando, ele lhe respondeu algo incomum e desrespeitoso, mas ela não havia levado as palavras dele a sério e o ordenou silencio, somente por diversão afinal até ela a Duquesa de Milão gostava de pequenas diversões. Kate ria bastante dos relatos de Sforza causa do mau humor de Tres.

- O que queria tratar comigo Kate? – tornou Caterina desta vez com a voz séria que usava para negócios.

- Ah sim, recebi uma chamada na Iron Maiden da Irmã Monica pedindo para entrar em contato com a senhorita.

Tres moveu-se neste momento, apoiando as mãos sobre a mesa de Sforza e mantendo os olhos fixos nas reações da Duquesa de Milão. Era declarado o quanto aqueles dois se detestavam, mas eles faziam uma dupla imbatível e naquele momento Caterina não podia abrir mão de nenhuma fonte de poder. Precisava de seus ‘brinquedos’ sempre dispostos e a postos.

- Passe a ligação. – pediu, ignorando o rosto sério de Tres tão próximo de si, do mesmo modo que ignorava as batidas forte de seu coração.

Na tela lateral o rosto sardônico de Monica apareceu a lhe sorrir. Tres cruzou os braços se afastando da Duquesa e manteve sua postura de maquina assassina com licença para matar.

- Boa Tarde Irmã Monica Argento.

- Boa Tarde Cardeal Sforza. – e ela gargalhou. – Com tem passado o tempo extra com seu cãozinho?

- As ordens de restrição...

- Relaxa Tres, eu ainda estou em Londinium onde a nossa dona mandou que eu ficasse. – e apontou para o colar em seu pescoço. – Ainda estou com a coleirinha.

Riu com gosto de sua piada para em seguida olhar novamente séria para a Cardeal. Pensou por um longo momento e depois de alguns segundos ela voltou a falar.

- Esta é uma linha segura?

- Completamente. Peço que vá direto ao ponto Irmã Monica, pois meu tempo...

- Sim, eu sei Sforza, sei o quanto o seu tempo é precioso. As coisas aqui em Londinium estão podres, há boatos que o sacerdote real detém posse de alguns documentos confidenciais que foram roubados dos arquivos oficiais.

- E o que ele pretende?

- Não sei, não é esta a minha missão, na verdade Sforza, você apenas me ordenou ficar caladinha na minha por algum tempo e depois seguir para qualquer outro lugar longe de você. – Monica aproximou mais seu rosto da tela. – É o seguinte, esta é a retribuição por ter me mantido viva. E como bônus posso dizer que tem gente aqui interessada em genocídio, agora não espere nenhum tipo de gratidão... Boa sorte com esta raposa loira Tres!

Ela sumiu após uma breve piscadela deixando na tela apenas estática. Irmã Kate voltou a aparecer segundos depois, respondendo algumas perguntas da Duquesa e outras de Tres. Mais tarde quando novamente sozinha, exceto pela companhia de Tres, mas ela já o excluía das contagens afinal ele andava atrás de si como uma sombra e em momentos oportunos gostava de fingir que ele assim o era, mandou que chamassem o Padre Abel. Precisava que ele investigasse este caso de perto, queria saber quais os documentos que haviam sido roubados e qual fim o suposto sacerdote pretendia dar neles. E com ligeira urgência o Agente Executor da AX Abel Nightroad, codinome Kresnik foi mandado a Londinium na capital de Albion para proceder à investigação e a eventual prisão do infrator.

- Perdoe minha insubordinação Duquesa de Milão.

Ao ouvir a voz de Tres o coração de Caterina deu um salto no peito, virou-se e o encontrou prostrado aos seus pés, com a mão direita no que referia ao seu coração. Fez um breve gesto de mão ordenando que ele se levantasse, tocou o ombro sempre rígido e lhe olhou com doçura.

- As coisas vão ficar mais difíceis Tres, não irá me decepcionar se decidir ir.

- Minhas ordens são claras, mas se me ordenares...

- Tres, eu não estou lhe dando nenhuma ordem. – ela tocou-o no queixo. – Estou lhe dando escolha. Pode pensar a respeito.

Caterina virou-se para se afastar do Padre, porque não aguentava ver aquele rosto confuso dele, e naquele momento ela precisava pensar tanto quanto achava que ele também. Era demasiado doloroso ver os rostos que lhe sorriam ou confiavam cegamente em si e saber que breve eles a olhariam com desaponto e quem sabe até mesmo ódio. Sentiu então, antes de poder se afastar os dedos de Tres segurarem seu cotovelo e a curva de sua cintura, estremeceu ao toque firme.

- Não me resta duvidas, minha escolha será sempre permanecer ao seu lado Duquesa de Milão. – respondeu com sua voz mecânica muito próximo ao ouvido delicado da Cardeal.

Recostou-se apoiando sua cabeça na curva do pescoço de Tres, respirando com dificuldade enquanto seu coração apertava-se em seu peito. Era tão errado, tão irreal, mas ela seria hipócrita em negar que tanto prezava quanto necessitava da presença de Tres. Era quase doloroso, uma afronta, porém era algo que tinha acontecido sem que ela pudesse fazer coisa contra. E no momento em que se encontrava, podia apenas suspirar a se apoiar nele com qualquer desculpa barata.

- Obrigada.


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