Amy

No carro eu insisti em dirigir, Edward fez cara feia, mas com um pouquinho de carinho ele cedia as minhas vontades, eu dirigia devagar desta vez a chuva ainda continuava forte, eu liguei o aquecedor para nos secarmos, e coloquei numa estação de rádio local.

–Até onde eu me lembro, você gostava das músicas dos anos cinquenta. –eu disse quebrando o silencio que não era desagradável, mas eu queria saber mais desses anos em que eu estive... Longe.

–E continuo assim, a música não evoluiu muito, a não ser por algumas exceções. –ele disse sorrindo, como da ultima vez estávamos de mãos dadas, ele sorria, só que no lugar do sol brilhante havia uma chuva torrencial. –E você do que gosta? –ele perguntou educadamente.

–Hum... Tudo varia de acordo com meu humor, sou bem eclética, só que ao contrario de você eu amo as músicas dos anos oitenta e noventa. –eu sorri para ele que retribuiu largamente.

Dirigi ouvindo músicas desconhecidas, quando sabíamos a letra cantarolávamos, eu apreciava a voz dele, que era limpa e aveludada, ele dizia que eu tinha uma linda voz, e eu envergonhada disse que estava na hora de ele lavar as orelhas.

Enfim estacionamos em frente da minha casa, a luz lá dentro está acesa, eu olho no radio-relógio e vejo que ainda não passam das cinco da tarde, minha mãe não estava em casa ainda, olho curiosa para Edward sabendo que ele escuta quem está dentro da casa.

–Oh não! É a minha família, todos saíram para te procurar e eu não os avisei que você está bem. –ele disse preocupado, mas eu suspeitei que por esse pequeno discurso a família dele já sabia.

Edward abriu a porta e me pegou em seus braços, no segundo seguinte eu já estava na varanda de casa, a porta já estava aberta, eu entrei abraçada a Edward. A primeira coisa que ouvi foi um grito agudo que inicialmente eu pensei ser de Alice, mas quando foquei era Emmett que pulava e gritava como uma adolescentezinha.

–Viram! Eu não disse? Eles achavam que eu a assustei Amy, mas na verdade fui eu quem concertei as coisas! Eu disse Rose, eu sou o cupido da família. –Emmett disse alegremente e eu gargalhei.

–Claro que você é o cupido Em! –eu disse fazendo com que seu sorriso se alargasse ainda mais.

–Então estamos resolvidos? –Angel perguntou receosa, eu sorri largamente para minha amiga, me desvencilhei do abraço de Edward e pulei em cima dela.

–Gnoma, estamos mais que resolvidos. –eu disse e plantei lhe um beijo na bochecha e recebi felicitações e abraços de todo o clã Cullen, ou de quase todo ele, Nessie estava arredia num canto da sala.

–O que está acontecendo Nessie? –eu perguntei depois de abraços e soltar algumas lagrimas com Jacob.

–O que você sente por mim Amy? –ela perguntou, e eu parei tentando encontrar palavras para explica-la.

–Renesmee... Tão linda. –eu murmurei as ultimas palavras que me lembrava da minha antiga vida, vi os olhinhos chocolates de Nessie se encherem de lagrimas, ela me olhou com seus olhos dançantes como se esperasse alguma reação minha, eu abri meus braços e ela correu para me abraçar, choramos juntos dizendo coisas sem nexo e rindo de nossa própria infantilidade.

–Mãe! Eu senti tanto sua falta! Tanto! –ela disse ainda em lagrimas quando nos separamos.

–Eu posso dizer o mesmo Nessie, eu não os conhecia, mas sentia falta desse sentimento... Esse sentimento de estar completa. E isso é muito bom! –eu disse em meio à lagrimas e aos sorrisos, estava chorando e rindo ao mesmo tempo, mas do que o normal. Uma música Indie abafada começou a tocar, eu olhei questionando a Angel.

–É a mãe do Matt, devo atender? –ela me perguntou, o mundo real me bateu, eu ainda tinha um melhor amigo em crise existencial.

–Atenda. –eu suspirei. Edward me abraçou vendo como eu tencionei na menção do nome de Matt, ele beijou minha testa fazendo com que eu relaxasse imediatamente. Angel falava calmamente com a mãe do meu amigo, até que ela se despediu e virou-se para mim.

–A tia Lory disse que o Matt não está andando em boas companhias, que ele está chegando em casa na madrugada, muito arredio e agressivo. O que pode ser? –Angel mordeu o lábio inferior.

–Pelos sinais que você deu é provável que Matt esteja envolvido com drogas, os sinais são bem claros.- Eu gemi apertando meus olhos.

–Isso não pode estar acontecendo, Matt não seria tão idiota a ponto de... –mas fui interrompida com o gira da maçaneta da porta da frente. Minha mãe entrou e se surpreendeu com todo mundo na sala.

–Hum... Olá. –ela disse entre uma risada.

–Oi mãe. –eu disse por todo mundo;

–Uau... É uma festa? –ela disse rindo colocando o casaco no cabide, ela estava toda de branco, o cabelo preso torto e ainda usava os óculos de leitura.

–Ah... Eu estou namorando mãe.-eu disse olhando, ela congelou por um segundo e depois gritou feito Emmett.

–Não acredito querida! Isso é... Incrível, eu já sabia desde a primeira vez que vi vocês dois juntos.

–Obrigada senhora Marley. –Edward disse formalmente.

–Bem eu acho que isso merece um jantar de comemoração, eu só vou me trocar... Podemos sair para comer ou cozinhar nós mesmos, aqui em casa. –minha mãe pospôs alegre, Esme sorriu de orelha a orelha, pelo que percebi ela gostava de eventos domésticos.

–Podemos fazer algo nós mesmos, do que você vai precisar, Carlisle e eu vamos comprar. –ela disse alegremente, então percebi o quanto havia sentido falta dela.

–Hum... Vou precisar de tomilho, cebolas, e um quilo de tomates o resto eu tenho aqui. –minha mãe disse, ela insistiu em dar o dinheiro para pagar os ingredientes e Esme negou carinhosamente dizendo que ela havia levado um batalhão para comer ali, então ela arcaria as contas.

Carlisle e Esme saíram para comprar os ingredientes, minha mãe foi tomar banho, e o resto de nós ficamos na sala conversando sobre coisas aleatórias. Edward me abraçava forte e as vezes beijava-me como se quisesse acreditar que eu estava ali. Eu sorri para esse pensamento, eu estava ali, bem no meu lugar. O lugar de onde eu nunca iria sair.

Eu não sabia o quão errada eu estava.