Life Is Not Easy escrita por MrsFancyCar


Capítulo 9
Terapia contra pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Estou muito ocupada esses dias, e me desculpem se a fic está piorando.

Pretendo postar um capítulo por semana, pois tenho que administrar duas histórias nesse site. Assim como essa, um capítulo por semana será postado na fanfic "Depois da Morte". E ficarei muito feliz se puderem ler.

:)



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- A gente não volta mais lá Rose!

- Mas a gente tem que ir. – dei ênfase na palavra “tem”.

- Não! Nós não voltamos mais lá! E ponto final.

- Por que? O que você viu? Aposto que não é pior do que EU vi!

- Você quer mesmo saber? Tudo bem. Eu vi...

- Não preciso saber. A gente vai voltar lá amanhã. Ou até hoje.

- Rose! Me escuta. A gente não volta mais lá. – ele disse a última frase pausadamente, num tom explicativo.

Eu não queria discutir com ele naquele momento, sabia que depois ele ia acabar cedendo e voltando praquela casa junto comigo.

Pensando bem minha vida não estava tão ruim.

Mas com a minha irmã era diferente.

- Rose, você tá tão preocupada com a mamãe que se esquece de mim.

- Por que está falando isso? – me agachei na sua frente, pra poder ficar quase do seu tamanho.

- Parece que com a mamãe sequestrada, eu que sumi. Não ela. Você não é mais a mesma irmã. E pensa comigo, você não sairia de novo e me deixaria aqui sozinha como fez das outras vezes se pensasse bem. Você não está raciocinando direito, Rose.

Ela tinha razão. Eu estava tão conectada nisso da casa, do assassino e tal, que me esqueci da Alice. Ela poderia ter sido sequestrada também, ou pior, poderia ter sido morta.

- Me desculpe Alice. Você está certa. Eu... eu sou assim. Quando fico ligada demais numa coisa, me esqueço completamente das outras. E olha só, esqueci da minha própria irmã! Prometo que vou mudar. Mas você sabe que eu ainda vou ter que voltar naquela casa, não é?

- Sim.

- Vou te deixar sozinha de novo...

- Não vai não. Dessa vez você me leva.

Ela havia falado aquilo com uma normalidade e calma na voz. Como se estivesse pedindo um café numa padaria.

- Alice... Você ainda é uma criança...

- Mas a minha mente não é mais de criança! Eu pesquisei sobre esse tal assassino. Ele se chama Mark, nasceu aqui em Londres, e desde então mora com seus pais. Bom... – ela abaixou a cabeça. – pelo menos morava. Os pais dele morreram em outubro de 1987.

O mesmo mês em que assassinou Andrew Smith, pensei. Sim, era o mesmo mês, e o ano. Eu havia decorado o conteúdo das cartas desde que resolvi ir pra casa dele.

- Vários jornais publicaram sobre a vida dele – ela continuou – e quantas pessoas já assassinou. E, em apenas um dos jornais, diz que ele mesmo matou seus pais. Na época tinha sido comprovado que ele tinha distúrbios mentais. Mas depois de alguns anos, afirmaram que foi por causa da morte de sua filha que cometeu tantos assassinatos.

Não ouvi mais nada a partir daí. Sim, eu estava certa. Ele tem uma filha morta. E sofreu muito por isso.

Alice percebeu que estava falando sozinha, e me cutucou.

- Rose! Estou falando com você!

- Ahn, me desculpe. É... não precisa mais de nada, já me ajudou muito. Vou subir e... e tomar um banho. – dei um beijo em sua testa e subi. Mas não fui tomar banho como havia dito.

Fiquei vários minutos pensando nesse fato de “Mark”, que segundo Alice era o nome do homem, ter uma filha, e mais, morta. O porquê de ela estar morta. Se ela ficou doente, ou mataram-na. Existiam várias explicações, mas não consegui pensar em nenhuma. Apenas que o vocabulário da minha irmã mudou muito. Ela estava mais inteligente.

Resolvi tomar um banho finalmente. Tinha que pensar nessas coisas depois. Eram muitas possibilidades na minha mente.

Peguei uma toalha, e fui em direção ao banheiro.

Na mesma hora em que iria abrir a porta, Edward saiu de lá. Ele estava sem camisa, apenas com uma calça, e atrás dele só se via vapor.

Ele esbarrou em mim. E ficamos na mesma posição, colados, por mais ou menos um minuto constrangedor. Até que resolvi quebrar o silêncio.

- Desculpa Edward. Eu ia...

- Não. Eu que peço desculpas Rose. Eu... tomei um banho aqui, se é que não se importa. – ele estava todo enrolado com as palavras. Tentava se explicar com as mãos coçando a cabeça.

- Claro que não. Eu... eu também vou tomar... tomar um banho. – admito que também me enrolei.

Edward olhou pra baixo e consegui ver um sorriso tímido no seu rosto antes de ele sair apressado da minha frente.

Devo ter demorado uma hora no banho. Mas pelo menos relaxei um pouco.

- Você quer... dormir aqui? – perguntei a Edward, quando ele ia abrir a porta para sair. – É que não tem ninguém na sua casa... E acho que não seria muito confiável você ficar lá sozinho...

- Por mim tudo bem. Mas se eu não estiver incomodando, claro. – ele se corrigiu.

- Claro que não. Você é... quase um irmão. A casa é sua. – dei um sorriso meio tímido.

- Obrigado. – ele abaixou a cabeça, e retribuiu o mesmo tímido sorriso.

Alice já estava em sua cama, dormindo. O que me deu mais tempo livre para pensar no fato de deixá-la ir conosco à casa.

A não ser que Edward não quisesse ir. Então teríamos que ir sozinhas.

Mas eu não podia fazer aquilo. Era minha irmã. Minha irmã caçula. Não poderia expô-la a tanto perigo.

Porém existia o fato de ter que deixá-la sozinha. E garanto que isso era mais perigoso.

Deixei Edward dormir na minha cama, no mesmo quarto que Alice. Para caso acontecer alguma coisa com ela durante a noite.

Mas deixei de pensar “E se acontecer alguma coisa comigo?”.

Dormi no quarto da minha mãe. Pelo menos tentei dormir.

Estava tendo muitos pesadelos, e acordo quando percebo alguma coisa ao meu lado. Provavelmente sentando na cama.

É Alice, pensei.

Abri os olhos meio assustada, e me deparo com um cabelo curto e castanho, não comprido e loiro como o de Alice.

- Me... me desculpe Rose. Não queria te assustar. – Edward se desculpou.

- Não tem problema Ed. – eu disse, me sentando na cama e esfregando os olhos. – Você me livrou de um pesadelo horrível. – eu disse, e ele riu. Mas logo parou. – Então, o que você veio fazer aqui?

- Eu ouvi uns resmungos seus lá do quarto onde estava. Resolvi vir ver o que era. E... preciso falar um pouco com você.

- Bom... Tudo bem. – respondi.

- Não estou atrapalhando seu sono, estou? – ele perguntou. Edward odiava atrapalhar as pessoas.

- Claro que não. Pode falar.

- Eu... Não consegui dormir até agora. Estava pensando... Pensando em você. Em um certo beijo, pra ser mais exato.

Ele lembrou do beijo, coisa que eu já havia esquecido. Pelo menos agora de noite.

- Ahn... E o que você quer dizer com...

- É que... Eu não consigo esquecer os beijos daquele dia e...

- Edward, acho que a gente não deveria lembrar disso...

- Eu sei! É que... Eu não sei se fiz a coisa certa aquele dia. E... e se não fiz, peço desculpas. E...

- Ei – tampei a boca dele com uma das mãos. –, você fez a coisa certa. Pode ter certeza. - tirei a mão dele.

Ele riu. O riso que sempre dava quando estava com vergonha. Olhando pro chão.

- Acho que a gente tem que dormir agora. – eu disse. Edward fez que sim com a cabeça e se levantou pra sair do quarto. – Ei! – o chamei, e ele olhou. – É que... eu estou tendo alguns pesadelos e... queria saber se você pode ficar aqui comigo...

Ele me olhou surpreso. Aposto que depois de eu ter falado que era pra esquecermos os beijos, ele havia pensado que eu não olharia mais na cara dele ou pior.

- Por favor? – pedi.

- Tá. Eu...

- Vem aqui. – fiz um gesto para ele se deitar ao meu lado.

Ele meio que deitou na cama. E coloquei minha cabeça na sua barriga.

- Não tente nada! – o avisei. Ele riu, e concordou.

Ele havia começado a mexer em meus cabelos. O que me acalmava. E ele sabia muito bem disso.

- Me desculpe se estou tirando seu sono novamente... – ele disse. – Mas é que tem outra coisa que preciso te contar. E não posso...

Me levantei um pouco e encostei meus lábios nos dele. Dando-o um curto beijo.

Aquela era uma experiência diferente. Ele havia me beijado das outras vezes, e não era igual. Seus lábios, não preparados para o beijo, eram como se fossem... terapia para meus pesadelos. Assim como suas mãos nos meus cabelos, me acalmando, e me tirando desse lugar de terror.

Isso havia sido como eu tivesse dito “Me deixe dormir.”. E eu tinha certeza que ele havia entendido o recado. Pois concordou, riu e se deitou virado de frente pra mim, ainda mexendo nos meus cabelos até eu adormecer.

Sem pesadelos naquela noite.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

E não se esqueçam de dar uma olhadinha na minha outra história. E se se interessarem e acompanharem, ficarei muito feliz.

Desejo reviews. :)



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