Eldrwin E O Pergaminho Mágico De Orion escrita por KyuHumi


Capítulo 29
Plano malígno




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—DIGA POR QUE NOS TRAIU? – Gritou Eldrwin alto e furioso apertando ainda mais o cabo da espada – Por que está do lado deles? E se está do lado deles por que nos ajudou aquele dia?

—Vocês são um bando de tolos! – Disse Amis friamente – Acham que eu quero passar o resto dos meus dias circulando por entre prateleiras de pergaminhos velhos? Acham mesmo que quero morrer como um súdito inútil do rei Gallic? Acham mesmo isto?

—Então... Por que fez tudo aquilo que fez? Por que nos falou sobre o pergaminho de Orion? – Perguntou Kairou com a voz inconstante, como se estivesse presa.

—Por que aquilo tudo era necessário! Quando falaram comigo sobre o pergaminho de Orion as suspeitas se confirmaram. No inicio da primavera eu estava voltando desta caverna em direção ao reino quando vi vocês dois passarem pelo bosque seguindo em direção ás montanhas de Razoe.

Disse Amis olhando para Eldrwin e Kairou que ainda permaneciam imóveis e sem reação alguma.

—Naquela manhã eu estava de posse do amuleto de Horus, aquela pedra brilhante nas mãos de Hasef tem o poder de localizar talismãs místicos e eu sei muito bem que no reino de Orion existe apenas um talismã místico. O pergaminho de Orion! Observei vocês dois e logo á tarde quando voltaram pedi ao filho de Uros o ferreiro para confirmar se realmente quem eu havia visto eram vocês e ele confirmou. Deduzi que o pergaminho estaria com um de vocês e organizei o ataque, mas com um milagre... Vocês conseguiram escapar! Houve mais um ataque, mas naquela noite, Jedah estava por perto e ele teve de ser cancelado! Eu sabia perfeitamente que se informasse á vocês sobre o pergaminho de Orion ficariam atiçados em saber onde poderiam acha-lo. Então aquela tarde quando nos encontramos, o amuleto que estava em minhas mãos brilhou e tive plena certeza de que não existiria ninguém no reino que poderia estar com o pergaminho além de um de vocês. Depois do terceiro ataque então percebi que seria mais fácil tirá-los do reino e trazê-los bem aqui! E vejam só onde vocês estão!

Eldrwin, Kairou e Anya ainda permaneciam com as pernas travadas no lugar com os olhos bem abertos ouvindo tudo aquilo e ligando todos os fatos, mas ainda não conseguiam acreditar que foram enganados por alguém que até então era de confiança.

—Mas o que tem de tão especial neste pergaminho? Por que querem nos matar para tê-lo? – Disse Eldrwin olhando á toda hora para a entrada do salão em pânico sentindo o rosto frio e suado. Suas mãos estavam tremulas. Seu coração batia forte. Ele estava com medo e não sabia o que fazer para escapar daquela situação.

—Simplesmente garoto inútil – Disse Dmitri olhando ferozmente para Eldrwin com os dentes cerrados – O pergaminho abre o portal para o mundo dos mortos e existe alguém que nos interessa muito que volte para continuar aquilo que começou á tempos atrás! Aquele que é o único que merece o trono do reino! O guerreiro das sombras mais poderoso de todos os tempos! AHZZARAFH!

Eldrwin sentiu um choque forte por dentro do peito. Tudo começou á fazer sentido e ele começou á perceber que realmente a procura pelo pergaminho de Orion era algo que traria novamente uma guerra sem precedentes, tal como houve á tempos atrás.

—Mas dissemos! O pergaminho não está com nenhum de nós! - Protestou Eldrwin novamente em voz alta. O nervosismo circulando por todo o seu corpo. Nunca imaginara que estaria diante de uma situação igual aquela que estava. Olhou para Anya e começou á imaginar o que fizera. O sangue de ninguém menos que a princesa do reino seria derramado por culpa dele. Foi ele quem havia dado a ideia. Foi ele que havia incentivado á todos á continuar e agora estavam prestes á serem mortos e nenhuma pessoa sequer no reino iria ficar sabendo. Pensou que nada poderia ficar pior. Mas se enganou terrivelmente.

—Vejamos então até quando irão negar este fato! – Disse Dmitri seco.

Seus dois braços começaram á se erguer lentamente. A temperatura no salão de súbito começou á diminuir. Uma atmosfera de medo começou á pairar por cada canto do local que ia ficando cada vez mais frio, mais tenebroso, mais mortal. As mãos de Dmitri agora estavam á altura do tronco e algo começou á acontecer. Sombras muito negras surgiram no chão e foram se erguendo, e tomando forma. Dois olhos brancos e brilhantes surgiram no alto delas. A luz da lua diminuiu de intensidade drasticamente mesmo com o céu inteiramente limpo. E eis que espalhados pelas paredes de pedra surgiram doze guerreiros negros.

Eldrwin então pôde ter certeza de que iriam morrer. Pensamentos e mais pensamentos indo á sua mente como uma grande tempestade. Pensou.

—“Poderíamos ter desistido naquele dia! Poderiamos ter parado de procurar. Eu... Fui tudo culpa minha. Tudo isso é culpa minha!”

Fitou Kairou olhando ao redor completamente atordoado com os olhos mais abertos do que costumavam estar e as mãos muito tremulas. Anya estava com lágrimas nos olhos completamente em pânico. Os olhos ziguezagueando entre os guerreiros negros e Amis que permanecia ali de pé com uma expressão nada amigável de satisfação.

—Este é o máximo que consigo invocar, mas é mais do que o suficiente. Agora... Passe o pergaminho – Disse Dmitri num tom gentil nada agradável ainda olhando para Eldrwin.

—N... Não estamos c... – Tentou dizer Eldrwin, mas fora interrompido pela voz alta e cheia de ira que saiu da boca de Dmitri

—PASSE O PERGAMINHO OU TODOS IRÃO MORRER! INCLUINDO VOCÊ!

O garoto engoliu em seco sem chance nenhuma de argumentar. Olhava para Dmitri com a mesma expressão de pânico que a de seus amigos sem nenhuma opção. Ele não sabia onde estava o pergaminho e não sabia o que fazer para escapar. Correu os olhos em volta observando os guerreiros negros já com as espadas desembainhadas avançando lentamente. Dmitri então novamente disse fria e secamente.

—Pois em bem então... Iremos fatiar vocês em pedaços e logo após procuraremos o pergaminho em qualquer parte do que sobrar. – Olhou para os guerreiros negros e disse frio e calmo. – Matem!

Os guerreiros ergueram as espadas e seguiram em direção aos três que permaneciam imóveis no centro do salão ainda com os olhos abertos esperando apenas serem mortos. Não havia chances de escaparem dali com vida e nem de lutar contra todos ali de uma vez.

—E... Eu não quero morrer! – Disse Anya com a voz de choro correndo os olhos para todos os lugares possíveis enquanto dirigia as mãos para as sais penduradas na cintura.

—EU NÃO VOU MORRER AQUI! – Declarou Kairou com a voz também chorosa e após erguer a espada acima da cabeça, um fogo intenso muito forte surgiu da ponta da lâmina da espada e subiu alto. O som intenso das chamas ecoando por todo o lugar – Morro lutando, mas não irei morrer sem fazer nada!

Eldrwin levantou lentamente sua espada que já havia se apagado por causa do medo intenso que sentia e começou á dizer.

—O meu pai morreu lutando durante a ultima batalha mística. Ele era o chefe da guarda real do reino de Orion... E MORREU POR CAUSA DE AHZZARAFH! – Os lábios trêmulos assim como as mãos. Continuou – NÃO ME IMPORTO QUE NÃO ACREDITE NO QUE ESTOU DIZENDO, MAS NÃO VOU MORRER SEM LUTAR!

Eldrwin sentiu a espada ficar mais pesada como se estivesse viva. Quando se deu conta, um brilho ainda mais forte á envolveu e foi se espalhando por seu braço, por seu peito, pelo seu rosto e á seguir por todo o seu corpo. Anya e Kairou fecharam os olhos e o brilho continuava á se expandir mais e mais até um ponto no qual não podia se ver absolutamente nada. Eldriwin sentiu-se incrivelmente leve como se estivesse fora do chão. Uma sensação agradável, indescritível que parecia que duraria para sempre percorria cada fibra do seu corpo.

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO? – Gritou Dmitri em desespero com os olhos fechados. Até que a luz se esvaiu rápido. Ainda na réstia que permanecia no ar, Dmitri percebeu que passos vinham de um dos túneis que ficava á direita do salão. Os guerreiros negros ao redor haviam se tornado cinzas.

—Não acabou! ISTO AINDA NÃO ACABOU! - Hasef e Amis permaneciam atordoados tentando recuperar a visão piscando e esfregando os olhos repetidas vezes. Mas pareciam até que estavam cegos. Dmitri soltou a capa negra da armadura que caiu no chão de pedra, pegou o amuleto amarelo que estava no chão logo aos pés de Hasef e se dirigiu para o túnel de onde vinha o som de vários passos e em seguida desembainhou a longa espada fazendo um tilintar agudo ecoar pelas paredes.


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