Eldrwin E O Pergaminho Mágico De Orion escrita por KyuHumi


Capítulo 18
O inimigo comum.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/317573/chapter/18

Anya estava impaciente. Por horas permaneceu ali naquela mesma sala olhando e re-olhando vários e vários pergaminhos e mesmo que já estivesse com os olhos ardendo, não conseguia encontrar absolutamente nada sobre aquilo que estava querendo encontrar. Já era noite e o tempo pareceu passar tão rápido como um raio. O salão de pergaminhos do castelo era uma sala grande e suntuosa com o chão coberto de pedras de mármore em formado quadrático, bem branco e bem polido. As paredes da sala eram, assim como no templo de pergaminhos, tomadas de prateleiras que iam do teto até o chão onde continham uma grande quantidade de pergaminhos antigos. Ao centro, mesas redondas preenchiam o espaço em meio á oito colunas de mármore negro distribuídas em duas fileiras de quatro e que se encontravam afastadas umas das outras á uma distancia de sete passos. Dois guardas se encontravam á porta inibindo qualquer tipo de presença indesejada que poderia fazer algum mal á princesa.

—Não há absolutamente nada! - reclamou a princesa em alta voz e bastante chateada. Na mesa onde estava sentada, pergaminhos estavam espalhados. Uns abertos pela metade e outros fechados. - Afinal de contas, o que aconteceu durante a ultima guerra mistica?

A princesa não havia encontrado nenhum indicio ou fato que explicava o motivo principal para a ultima guerra mistica que havia colocado os cinco reinos lado á lado. O que ela, Eldrwin e Kairou leram durante á tarde era algo que realmente causava estranheza já que nunca haviam ouvindo falar de algum inimigo comum aos cinco reinos de Alezia. Alguns instantes depois, uma senhora de meia idade com os cabelos presos á um pano que lhe cobria a cabeça chegou á porta do salão. Ela era roliça e possuía uma grande gentileza no olhar. Usava um vestido bem simples e seu andar era lento. Os guardas deram espaço e a senhora passou pela entrada e de lá mesmo falou se dirigindo á Anya.

—Princesa! Já está na hora do jantar! O rei está se aprontando para o banquete e vossa majestade ainda está aqui! Já lhe procuramos por todo o castelo. Afinal, o que está procurando?

Anya mantinha os olhos fixos no pergaminho que se encontrava á sua frente. A leitura parecia colocá-la em uma especie de transe, mas mesmo assim respondeu á senhora.

—Ah sim! É algo bastante importante e ainda não consegui encontrar absolutamente nada sobre. Acredito que você deva saber de algo e pode me ajudar!

A senhora se aproximou gentilmente em passos lentos e perguntou com a voz mansa á Anya.

—Bom. Não sei o que alguém como eu tenho á oferecer á vossa majestade. Mas o que quer saber?

Anya encarou a senhora com bastante seriedade como se estivesse tentando entrar dentro de sua mente. Depois de alguns instantes, perguntou com a voz baixa como se estivesse falando algo muito grave e que ninguém poderia ficar sabendo.

—O que você sabe sobre a ultima guerra mistica? Sei que você era jovem quando ela ocorreu.

A pele da senhora ficou pálida. Ela engoliu um nó. Imediatamente desviou o olhar de Anya e olhou para o chão ficando completamente muda. Não sabia o que dizer e a princesa novamente perguntou.

—Vamos pode dizer! O que aconteceu durante a ultima guerra mistica?

—Sinto muito majestade - Disse a senhora em voz de lamento - Mas não posso ajudá-la. É algo no qual não sei o suficiente para lhe passar as informações corretas. Preciso ir para os serviços mas só posso voltar com vossa majestade comigo.

Anya se colocou de pé com uma raiva intensa no olhar. Parecia que iria explodir e indagou dizendo.

—Pois se não me falar absolutamente nada não irei! E é certo que meu pai não irá gostar ao perceber que veio e não conseguiu me convencer á ir! Não irá querer que o rei saia do salão real e venha andando até o templo de pergaminhos para buscar a filha não é?

A pobre senhora começou á tremer e á suar demasiadamente . Não sabia o que era pior. contar á princesa sobre algo que não poderia ser contado ou ter de ouvir o rei lhe dizer algumas coisas que não iria gostar de ouvir.

—Princesa Anya por favor! Eu imploro para que venha comigo para o jantar. Em nome de seu pai!

Mas Anya parecia não dar ouvidos. Cruzou os braços e novamente se sentou á mesa olhando para o lado esquerdo. Após alguns segundos em silencio, novamente perguntou á senhora que se encontrava á sua frente.

—Apenas diga o que sabe e irei com você logo depois. E não contarei absolutamente nada para meu pai se caso seu medo seja este. Mas se caso ele tiver de vim aqui perguntarei á ele próprio. O que seria pior ahn?

Após colocar as duas mão no rosto se sentindo completamente nervosa e amedrontada, A senhora respirou profundamente. Sem que pudesse prever, Anya percebeu que os olhos da senhora começaram á ficar úmidos e vermelhos. A princesa então se aproximou agora com o rosto em dúvidas. Estava completamente comovida com a cena ainda mais pelo fato de que não gostaria de causá-la deforma alguma já que quem estava á sua frente era sua principal cuidadora.

—Ora. Lanah por favor! Não chore. Perdoe-me por ter feito isto! Sei que passei um pouco dos limites lhe perguntando deste jeito, mas por favor não precisa chorar está bem? O que aconteceu de tão grave assim na ultima guerra mistica para que você esteja chorando?

Após alguns soluços, Lanah novamente suspirou, mas ainda não falava absolutamente nada á Anya que por fim declarou.

—Se caso não me disser absolutamente nada, vou saber que é algo que meu pai não quer que ninguém saiba. Lanah por favor. É uma pergunta simples com uma resposta simples.

Os olhos negros de Lanah encararam os azuis de Anya. A princesa á fitava com bastante atenção e foco. Apenas o vento que tocava a parede pelo lado de fora poda-se ouvir. Com a voz fraca, A senhora começou á falar.

—Perdi alguém muito importante para mim nesta guerra majestade. Ainda sonho com ele passeando comigo pelos campos verdes ao redor de Orion. Mas ele tinha suas obrigações. Fazia parte da antiga guarda real e quando a guerra chegou ele foi convocado para lutar, assim como todos os outros que faziam parte. Encarou com bravura os inimigos durante muito tempo em batalha. Porém não suportou até o fim. Ele não era místico, mas muitos diziam que seu poder de luta vinha de sua coragem. Na ultima noite da batalha, os exércitos de Ahzzarafh estavam um pouco enfraquecidos e quando a luta acabou, o reino estava quase todo destruído. Eu vi seu corpo perfurado por uma espada negra. Morreu protegendo alguém que seria atacado sem chances para se defender. Foi uma dor indescritível princesa. Algo no qual nem sequer imagino como pude suportar. Não gosto de falar sobre isto majestade por que não há um só dia que não me lembro de meu querido Rhazes.

Os olhos da senhora estavam encharcados de lágrimas. Anya então lhe deu um abraço apertado de conforto e então disse em seguida.

—Tudo bem Lanah. Não quero mais saber sobre absolutamente nada por hoje. Eu irei acompanha-lá neste mesmo instante está bem?

Lanah assentiu com a cabeça e a princesa tomou á dianteira se dirigindo até a saída. As duas então saíram do salão de pergaminhos indo para o jardim da parte interna do castelo. Andaram alguns momentos então para a direita e adentraram em um longo túnel iluminado por lamparinas. Elas caminhavam em silencio, mas na mente de Anya um nome ressoava constantemente. Era um nome que não havia á agradado nenhum pouco e possivelmente tomada pela emoção, Lanah sequer havia percebido que havia o falado.

—Afinal de contas... quem é Ahzzarafh? - Anya se perguntava em silencio repetidamente sem sessar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eldrwin E O Pergaminho Mágico De Orion" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.