Flawless Curse Fwhg escrita por KayLee


Capítulo 6
Capítulo 6 - Amigos?


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a quem comentou e espero que, no próximo capítulo, vocês comentem bastante para que eu possa continuar postando :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/317568/chapter/6

A véspera de Natal sempre era uma correria na Toca. Enquanto a senhora Weasley corria de um lado ao outro da casa, arrumando e fazendo vários pratos diferentes, os filhos ficavam na volta tentando provar. Após seu grito estridente para que parassem, os garotos decidiram ir ao Beco Diagonal fazer as compras de última hora. Ginny, ofegante, batia desesperadamente na porta do banheiro gritando para que o irmão, Percy, saísse e a deixasse tomar banho. Hermione olhava a confusão e ria com a tonalidade vermelha que as bochechas da amiga adquiriram.


Depois do almoço, todos Weasley – exceto Molly e Arthur – seguiram em direção do Caldeirão Furado e, tocando os tijolos corretamente, entraram no Beco Diagonal. A decoração da rua, composta por pedras irregulares, era magicamente perfeita: anjos de gelo decoravam o centro e, na volta, as diversas lojas bruxas tinham diferentes enfeites que iam desde flocos de neve coloridos até sininhos e anjinhos. Hermione e Ginny passeavam pela rua encantadas com tanta beleza e criatividade. As duas resolveram comprar vestes novas, Gui foi a Gringotes verificar se estava tudo bem, os gêmeos foram até sua loja e Harry e Rony foram ver novas vassouras.


Ao entrarem na Madame Malkin, Trajes para Todas as Ocasiões, Ginny abriu a boca em um perfeito formato de “O” e, ao olhar o redor, percebeu que a amiga tinha razão em espantar-se. Os vestidos expostos eram curtos e longos de todos os feitios, cores, tamanhos e tecidos. Alguns, provavelmente os mais caros, eram incrustados de pedras delicadas. Não sei quanto tempo nos demoramos no local mas foi o suficiente para que Harry e Rony viessem até nós perguntando se estávamos bem. Decidi levar um vestido curto tomara que caia de saia rodada azul celeste, nada extraordinariamente luxuoso, entretanto, adequava-se para passar o Natal na casa dos meus amigos. Ginny, como sempre, escolheu um vestido um tanto quanto ousado: com um decote sinuoso, era curto e justo no corpo. Embora fosse dois anos mais nova que eu, tinha um corpo bem desenvolvido.


Estávamos saindo do Beco Diagonal quando tive uma ideia, modéstia parte, brilhante. Depois do Natal, ficaria mais uns dias na casa dos Weasley e quando faltasse uma semana para volta a Hogwarts, iria me hospedar no Caldeirão Furado. Diria a senhora Weasley que meus pais haviam retornado mais cedo e que ficaria o restante das férias em casa. Obviamente ninguém desconfiaria de mim uma vez que eu sou a pessoa que sempre repreende os outros quando mentem. Tal plano me deixaria fora do campo de visão de Ronald, ou seja, teria uma semana sem brigas ou mal humor e ainda poderia aproveitar o tempo para por meus pensamentos em ordem. Durante o fim da semana, o aprimoraria para que este não deixasse dúvidas. Harry notou que eu estava quieta e puxou meu braço, fazendo com que ficássemos atrás do restante.


- O que foi? – perguntei exasperada


- Mione, eu estive conversando com Rony e ele quer te pedir desculpas. – seus olhos tornaram-se suplicantes – Eu sei a mágoa que você tem dele e tem razão em tê-la mas, por favor, considere o que ele disser. Seja qual for a desculpa, nosso amigo está sentindo sua falta. Eu sei que você sabe o quanto ele é ruim com as garotas...ele é meio imaturo para isso. Não quero que você encare isso como uma obrigação de desculpar. – encerrou e passou o braço por meus ombros – Sentimos sua falta. – deixei meu braço em sua cintura e continuamos assim até chegarmos a Toca.


_______________________________________________________________________________________________



Estava no quarto arrumando meu vestido novo em um cabide para não amassar quando Ronald entrou cabisbaixo. Observei-o, curiosa, e ele pareceu perceber meu olhar. Sentou-se na cama e começou a afagar a coberta. Continuou calado, percebi que ele queria escolher as palavras certas e sorri, Ronald era mesmo um babaca imaturo.


- Mione, precisamos conversar. – ele disse com um tom sério que, particularmente, jamais esperei ouvir dele – Eu quero explicar tudo e eu quero que você me escute, tudo bem?


“Quando nos beijamos pela primeira vez, eu senti uma coisa que eu nunca senti antes. Quer dizer, você foi minha primeira garota e eu estava nervoso, ou melhor, eu sempre fico nervoso contigo por perto. Eu não sei explicar o que eu sinto por ti mas é intenso e forte e cada vez que eu te vejo, quero ficar perto e te proteger. Eu senti que a Lavender estava se aproximando cada vez mais e eu não fiz questão de afastar e foi isso que prejudicou nós. O ponto é que eu nunca tive atenção das garotas. Durante nosso quinto ano, todos debochavam de mim porque eu era ruim. No sexto não foi diferente. E agora que estamos no sétimo parece que todas pareceram perceber que eu existo e essa sensação é tão maravilhosa.”


Eu ri com sua honestidade e ele pareceu ficar tenso.


“Todos os dias, eu sentia que te perdia cada vez mais e ao contrário do que deveria, não tentei nos reaproximar. Confesso que esse foi o meu maior erro já que antes de namorados éramos melhores amigos. A situação começou a ficar mais difícil e eu não tinha coragem de pedir para terminar porque eu sentia que aquilo que eu sentia...”


Ele se atrapalhou e baixou a cabeça, tentando se concentrar no que deveria dizer.


“Não vou mentir para você, Mione. A situação começou a ficar difícil porque eu não queria terminar contigo mas eu sentia uma atração enorme pela Lav. Não é a mesma atração que eu sentia por ti, era uma coisa meio...sexual.”


Com um sussurro, ele proferiu as últimas palavras como se estivesse cometendo um pecado ao dizê-las.


“Ela falava umas coisas bem indecentes para mim e eu queria experimentar. Se eu me aproximasse de você, eu tenho certeza que iria querer te bolinar. Porque tem um poder que sai de ti e vem para mim que é tão forte. Cada vez que eu vejo suas pernas eu tenho um fraquejo.”


Ele falava tudo com assombro e eu apenas ri com sua sinceridade. Todas suas frases eram desconexas e sem sentido, era como se Rony estivesse debatendo-se com seu eu interior.


“Beijei a Lav porque não consegui resistir e ela me mostrou umas coisas bem interessantes. Eu percebi que havia te machucado e me senti o pior do mundo por isso. Só que você tem que entender: o que eu sinto por ela não é igual ao que eu sinto por você. Nunca teria coragem de te tocar dessa forma porque eu descobri que o que eu sinto por você é tão forte que é quase como irmão ou sei lá o que eu sinto porque eu nunca quis fazer essas coisas com minha irmã. Por favor, me perdoa. Eu não queria te magoar.”


Embora suas desculpas fossem horríveis e sem sentido, eu sentia sinceridade em cada palavra e em cada frase que ele repetia – talvez para enfatizar – e eu o abracei. Rony era mesmo um tosco, lindo e idiota e eu o amava por isso. Ficou decidido, então, que ele ficaria com a Lavender e compartilharia seu tempo conosco – eu e o Harry – também. Era óbvio que eu ainda continuaria o amando e sentindo sua falta, entrementes, o fato de tê-lo perto de mim era infinitamente melhor do que apenas observá-lo pelos cantos. Senti algo preso em minha garganta e a tão conhecida sensação de choro tentava apoderar-se de meu corpo. Antes que pudesse pedir sua retirada, Ronald virou-se e encarou-me, curioso.


- Você e o Krum já...? – ele perguntou me fitando


- Já...? – o incentivei embora soubesse o que ele queria dizer


- Tiveram um contato intenso assim. Do tipo...que remete a luxúria.


- Sim. – dei as costas para ele ao responder, um sorriso brincou em meus lábios ao perceber a forma que ele tentava se referir ao sexo.


Ouvi o som da porta bater e vários gritinhos de dor do outro lado da porta. “Morgana!” exclamei em pensamento. Como fui tola ao ponto de dizer isto? Como eu esquecera que naquela casa as paredes tinham orelhas extensíveis? Encarei a porta e três pares de olhos azuis e um de olhos verdes me encaravam um tanto chocados. Bati a porta e deitei na cama. Abafei os ouvidos com um travesseiro e em um gesto bem adolescente e marrento comecei a chorar. Estava imensamente feliz em voltar a falar com Rony e o ter como melhor amigo novamente, o problema era que meu coração não queria aceitar essa condição. Ele implorava por amor e a única pessoa que poderia retribuir deixara bem claro sua intenção comigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Flawless Curse Fwhg" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.