Safe And Sound escrita por Amanda Albuquerque


Capítulo 3
Capítulo 3




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Katniss acordou, desesperada, pensando em como seria estar na arena ao lado de Peeta. Peeta abraçou Katniss com força, e disse:
–Está tudo bem, Katniss. Se acalme. -com aquele tom de voz que só ele tinha.
–Mas.. Mas.. e os Jogos? -Katniss tentou falar em meio aos soluços.
–Foi só um pesadelo. Eu estou aqui. E nós não vamos voltar para arena. Os jogos já acabaram. Está vendo aquelas duas meninas e aquele menino ali fora? São nossas filhas e nosso filho. E os Jogos acabaram. Porque você foi o tordo. Está tudo bem, Katniss. Estamos bem.
Katniss olhou para as meninas, uma delas se chamava Jamie. Tinha o cabelo em um tom de cor parecido com o seu, preso em duas tranças.Tinha o rosto em um formato perfeito. "Que não puxara a mim, claro" pensou Katniss. Os olhos eram iguais aos de Prim. E as emoções tomaram conta de Katniss. Lembrou de Prim, e de Rue. E a forma como assistiu as duas morrendo sem poder fazer nada. A outra menina se chamava Annabeth. Tinha o cabelo de Peeta. Brilhava à luz do sol. Aquele cabelo encantava Katniss de uma maneira que ninguém conseguiria explicar. Annabeth tinha os olhos de seu pai também. Aqueles olhos com profundidade, que davam confiança para Katniss. O menino se chamava Nathaniel. Tinha o cabelo em um tom que parecia mistura do cabelo de Katniss com o de Peeta, que deixava do mesmo jeito que Peeta deixava. Era o mais velho, batia um pouco abaixo do peito de Peeta. Tinha os olhos verdes. A pele dos três eram no tom da pele de Peeta.
Katniss se lembrava dos filhos. Mas ali, depois de acordar de seu pesadelo horrível, gostava de ficar na janela observando as caracteristicas que cada uma das crianças puxaram dos pais. E descrevia os filhos para ela mesma. Sabendo que eles estavam bem. Que eles não teriam de passar pelo que ela passou. Nathaniel foi o primeiro a ver a mãe na janela, e saiu correndo para abraçá-la. Abraçou, e viu as lágrimas nos olhos de sua mãe, e perguntou:
–O que foi, mamãe?
–Nada, filho. Está tudo bem.
–Não, mamãe, tem alguma coisa errada.
–Não há nada, filho. Mamãe teve um sonho ruim, só isso. Mas está tudo bem. Estamos bem.
–Eu te amo, mamãe. -o filho saiu correndo para brincar com as irmãs.
Aquelas palavras faziam tudo faler a pena. Katniss pensava em como teria sido para sua mãe aguentar tantos anos sem ouvir essas palavras. Se culpou. A culpa era dela. Apesar de tudo, deveria ter aceitado a depressão de sua mãe depois de ter perdido seu marido. Assim como Sra. Eveerden aceitou quando Katniss entrou em uma depressão também. Quando Prim morreu. Quando Finnick morreu. E quando seu melhor amigo e sua melhor amiga foram morar em outro distrito. Gale. Johanna.
Peeta estava na cozinha, mas estranhara o silêncio no resto da casa. Era estranho o silêncio que se encontrava naquele ambiente com três crianças. Peeta foi até a sala para tentar entender o silêncio. As crianças estavam no quintal. Com o filho e a filha de Effie. O que mais gostava da ideia de juntar todos era Nathaniel. Já que era o único menino entre as crianças de seus pais, gostava quando Rob ia junto com Effie visitar Katniss. Peeta viu Katniss deitada, olhando para a janela, com lágrimas nos olhos. Não sabe como, mas Katniss não percebera sua presença. Peeta sentou no cantinho do sofá onde Katniss estava deitada, então ela percebeu que tinha mais alguém na sala. Peeta perguntou:
–Katniss, o que está acontecendo? Você está bem?
–Não sei. Sinto falta, Peeta. Sinto falta de Prim, de Rue, de Finnick, de Gale, de Johanna. Sinto falta de minha mãe. Eu só queria alguém para me abraçar e aceitar meu silêncio. Sem perguntar nada. Ou apenas tentar me fazer rir, e quando percebesse que não daria certo, parasse. Eu te amo, Peeta. Eu te escolhi. Mas eu sinto falta do meu melhor amigo. E sinto falta de Finnick.
–Katniss, não vou te falar que estão em um lugar melhor. Eles não tinham razão para morrer. Prim teria um grande futuro como médica. Mas morreu com aquelas bombas. Rue tinha que morrer. Se restasse apenas vocês duas, não conseguiriam matar uma a outra. Finnick ajudou a proteger vocês. Até a ME proteger. Você pode visitar Gale e Johanna, não vou te impedir de falar com seus melhores amigos. Quero te ver feliz. E eu estou aqui para aceitar seu silêncio. Mas me preocupo com você, e sempre vou querer ajudar. Eu te amo, Katniss. E sei que nunca serei Gale, ou Finnick. Mas não quero ser apenas seu marido. Quero ser seu melhor amigo. Quero que você se sinta segura em meus braços, como eu me sinto nos seus, Katniss. -quando acabou de falar estava com lágrimas nos olhos.
–Você já é, Peeta. E eu já me sinto segura em seus braços. Eu sou sua, Peeta. E você é meu. -disse Katniss antes de abraçá-lo. Ela pediu para que ele deitasse com ela, e ficasse ali, um ouvindo o silêncio do outro. Apenas abraçados. Porque ali estavam seguros. Um nos braços do outro.Katniss sabia que tinha feito a escolha certa. Não conseguiria sobreviver sem os braços fortes de Peeta para protegê-la dos pesadelos. Eles brigavam. E brigavam muito. Muitas das brigas eram por causa de Gale. Peeta continuava achando que Katniss ainda encontrava Gale na floresta. Mas ambos se completavam. Um não vivia sem o outro. E momentos como aqueles, faziam tudo valer a pena. Porque Peeta percebera a importância que tinha para Katniss. Finalmente sentiu que Katniss o amava da mesma maneira que ele sempre a amou. Desde crianças, quando ela ia para escola com um vestido laranja, não laranja chamativo, aquele laranja pôr-do-sol que Peeta sempre amou. E com duas tranças, naquele cabelo que era mais claro do que é hoje. Que quando a luz do sol batia, deixava Peeta perplexo. E a única coisa que o garoto com o pão conseguia pensar era que amava aquela garota incondicionalmente. E que isso nunca mudaria. A Capital não mudou. Os Jogos não conseguiram mudar. O tempo não mudou. E nada mudaria. Porque Katniss é, e sempre seria a sua garota. Desde quando nem ela mesma sabia. Até quando os dois estavam casados. 


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