Garoto Rude escrita por Mellanie Vonturi


Capítulo 4
Sem Freios


Notas iniciais do capítulo

Oi, voltei! Como vão? Desta vez eu fui mais rápida, não fui? Obrigada a TODOS os reviews e MPs. Eu amo muito vocês. E desta vez o capítulo chegou rápido e grande. Boa leitura ;D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/317421/chapter/4

Era ela mesma quem eu estava vendo? O que ela veio fazer na minha casa? Com certeza não deve ser coisa boa.

- Primeiro: Não me chame de bebê. Segundo: Não te interessa. Terceiro: O que você veio fazer aqui? – Perguntei sem me preocupar em esconder minha indelicadeza

- Olha como fala comigo, fofa. Se você abrisse este portão eu ficaria muito grata.

- Sério? E o que eu ganho com isso?

- Abre logo esse portão garota. Eu quero conversar com você.

- Estúpida – sussurrei e ela acabou ouvindo

- O quê?

- Entra logo. – Eu mandei abrindo o portão

Ela passou pela porta e entrou. Andou para um lado e para outro, provavelmente reparando em minha casa. Aquele barulho irritante que seu salto alto produzia ecoava na minha cabeça me irritando cada vez mais.

- Sabe... Ouvir a conversa de outras pessoas escondida é uma coisa muito feia!

- Entrar reparando na casa dos outros também! – Eu respondi rapidamente

- Mas se você parasse de se achar coisa que não é tudo ficaria bem melhor e eu poderia conversar sobre o que quero.

- Fala logo! – Eu disse após revirar os olhos

- Bom, eu sei que você deve ter ouvido quase toda a nossa conversa. Eu só vim avisar para você ficar de boca fechada. Não contar um detalhe, sequer. Ou as consequências podem não ir somente para você, e sim para todos ao seu redor. Inclusive o meu Daniel. – Deu ênfase em “meu”.

- Se você ama tanto o Daniel, por que faria algum mal a ele?

- Você quer saber demais.

- Apesar de tudo eu tenho pena do seu “namorado”, que seja. Então quer dizer que vocês dois não são namorados de verdade? – Perguntei com sarcasmo na voz

- Cala a boca e me ouve sua estranha. Se você falar assim comigo mais uma vez, eu juro que eu enfio a minha mão na sua cara!

- Terminou de falar?

- Não. E se você falar sobre aquela e esta conversa para alguém, pode ter certeza que a coisa não vai ficar nada legal.

Ela se levantou e arrumou aquela mini saia rosa horrível que mal cobria sua calcinha. Passou por mim e foi até o portão. O abriu e saiu de minha vista, indo para o outro lado da rua.

- Vadia! – Gritei comigo mesma

Joguei-me no sofá e desta vez liguei a televisão, mas deixei o volume o mais baixo possível. Acomodei minha cabeça no braço do sofá e ficava pensando em mais e mais perguntas que vinham sem parar em minha mente.

Quem ela pensa que é para vir me ameaçar em minha casa? Ela tem algum problema? Por que ela se preocupa tanto com esse segredo? Será que é algo realmente muito importante? Ou será que Daniel está fazendo drama por alguma bobagem? O que ela faria se eu falasse sobre algo? E se eu fosse mais fundo?

Eu até ficaria tentando responder todas as minhas perguntas, se eu não tivesse pegado no sono e cochilado no sofá.

- Amanda, levanta deste sofá e venha me ajudar a guardar as compras! – Gritou Sarah me tirando de meu sono.

- Hãn? Ah tá, já vou mãe.

Levantei do sofá e arrumei o meu cabelo que estava todo embaraçado. Eu havia percebido que tinha dormido de all star. Como eu sou do contra, o tirei. Desde pequena tenho esta mania de ficar com o pé descalço, andando pela casa. E mesmo assim, nunca fico resfriada.

Fui até a mesa da cozinha, onde as sacolas estavam colocadas e fui guardando coisa por coisa. E então faltando apenas verduras para eu por na geladeira, Sarah quebra o silêncio daquela casa.

- Mandy me diga uma coisa. Quem era aquela garota do nariz empinado que você deixou entrar aqui em casa?

Ótimo, agora o que eu falaria dela? Que ela é uma vadia? Esta é a verdade, pena que eu não posso dizê-la.

- A namorada do meu colega de sala... Ela veio entregar um caderno que eu esqueci na casa dele.

- Mas você não havia ido à biblioteca? – Droga!

- E fui, mas... Eu passei na casa dele só para planejar o trabalho. Foi rápido.

- Ah, sei...

E o silêncio reinou novamente. Eu já havia acabado de terminar de guardar tudo e antes que eu pudesse ir para o meu quarto, Sarah o quebrou novamente.

- Elizabeth me disse que você a xingou após ela ir.

- Elizabeth está ficando velha...

Sarah não respondeu, apenas soltou uma risada baixa. Então eu fui para o meu quarto. Estava procurando o que fazer. Nem livro, nem computador, nem televisão. Feriados para mim já foram bem mais divertidos. Fui até a janela de meu quarto e observei duas meninas com aparência de 11 anos andando com suas bicicletas coloridas. E aquilo acabou me lembrando de que até os meus 12 anos, eu amava andar de bicicleta por todo o bairro. Às vezes eu até arriscava a andar pela cidade. E Sarah sempre apoiou. Ela queria sua filha feliz, alegre, saudável. E naquele tempo eu não era como sou hoje. Parei de andar de bicicleta porque lembro como se fosse ontem que eu havia ganhado minha nova bicicleta. – Naquele tempo era nova. – Então, eu teria que a estrear. Tudo bem, nada de errado aí, mas naquele tempo eu não era acostumada a usar freios. Um dia depois de tê-la ganhado, fui andar novamente. Eu estava muito animada e comecei a correr freneticamente. Acabei pegando velocidade e quando fui desviar de um cachorro, acabo caindo e a bicicleta cai encima de mim. Eu havia ficado cheia de feridas e me ralado. Depois daquele dia eu nunca mais andei de bicicleta, talvez tenha sido por medo.  E até hoje a minha bicicleta continua guardada na garagem. Coberta de poeira.

E dessas lembranças que resolvi que iria andar de bicicleta. Já se passaram quatro anos. Não tenho mais medo. Uma garota de 16 anos como eu não pode ter medo de andar de bicicleta. Ou pode?

Abri o meu guarda-roupa à procura de uma boa roupa. Confortável e que eu me sinta bem. Achei uma blusa cinza sem mangas, um short preto e na sapateira escolhi um all star azul escuro. Coloquei meus óculos e eu estava pronta. Fui até a cozinha e peguei uma maçã. Na sala eu encontrei Sarah assistindo um romance que passava na televisão.

- Mãe você sabe onde está a minha bicicleta?

- Na garagem por quê?

- Quero usá-la.

- Pensei que você tivesse medo.

- Não tenho mais. – ela sorriu

- Toma, aqui está o controle do portão. Tome cuidado. – Se esticou em cima do sofá e pegou um controle que estava na estante, o dando para mim.

Fui até a garagem e acendi a luz, pois estava tudo escuro. No canto estava a bicicleta, abandonada e coberta por uma capa. Fui até lá e tirei a capa. Para a minha surpresa a bicicleta estava limpa, brilhando. Sarah devia ter limpado, não sei por qual motivo.

Tirei o cadeado e levei a bicicleta até a calçada. Deixei-a lá e voltei para fechar o portão. Voltei novamente e sentei no banco. Comecei a andar e em poucos segundos eu já estava do outro lado da rua. Fiquei feliz por ver que ninguém estava olhando para mim.

Comecei a pedalar mais e mais rápido. Em pouco tempo eu já estava correndo feito uma louca.

Eu realmente estava me divertindo. Estava andando por todas as ruas próximas. E numa velocidade incrível. Eu já estava perto de uma praça, que nunca havia ido. Provavelmente estou perdida. Eu estava há 100 metros da praça e para o meu azar, em uma ladeira. Então eu percebo que a bicicleta não tem freios. Ótimo, vou bater com a cara em uma árvore e ser esmagada pela bicicleta.

A velocidade só aumentava por causa da descida, a praça estava se aproximando. As pessoas olhavam para mim como se eu fosse uma doente da cabeça.

E então eu estava há 10 metros. A descida havia acabado há uns 10 metros atrás, mas a bicicleta continuava correndo. Tentei desviar, ou eu acertaria alguém. Mas não deu muito certo. A calçada era mais alta que o asfalto, então a bicicleta ficou e eu acabei sendo jogada na grama. E como doeu. Nunca queira sentir. A minha sorte é que ao menos teve a grama para amortecer.

Deu para perceber que pessoas em poucos segundos já estavam começando a sussurrar algo como “É a filha da Sarah Parker” ou “Ela é maluca?”. Ouço passos se aproximando e então consigo me levantar com a ajuda desta pessoa. Um homem. Não, um garoto. Eu ainda não havia visto seu rosto, mas sua voz era familiar.

- Ei, você está bem?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Essa Melissa é uma cobra, quem quer bater nela? õ/ Eu
Amanda nem é desastrada, imagina -.-
Quem será que a ajudou? Reviews? :*