Um Jeito De Amar escrita por Mary


Capítulo 36
Pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Eu nem imaginava que a história estava sendo tão bem aceita dessa forma! Uau. Mais um pra vocês.



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Por Zack Richter

Era um sonho. Tinha que ser um sonho. Eu sabia que não era real – ora, como seria possível ser verdade?

Eu estava sentado no chão em um farol, desses que guiam embarcações. Eu olhava o mar à minha frente – intenso e azul. Aquilo estava cada vez mais estranho. Onde eu estava? O que teria acontecido? Não consigo me lembrar...

Droga!

Levantei de onde estava sentado e me apoiei no parapeito do farol. Uma brisa marinha me atingiu. Foi então que ela apareceu.

Senny estava parada a uns dois metros distante de onde eu a olhava. Ela estava tão linda, de vestido branco e o cabelo comprido voando sobre o seu rosto. Ela sorriu daquele jeito que eu adorava. Dei um passo em sua direção. Então o céu escureceu e a brisa virou tempestade. Olhei-a novamente, mas agora ela estava diferente: o vestido que segundos antes era branco, se transformou em outro de um vermelho sangue, tão intenso quanto o sangue que pingava de seus pulsos e manchava o chão; e o seu cabelo, antes longo, estava curto e voava com a força do vendaval.

- Senny, o que aconteceu? Onde estamos?

Ela sorriu tristemente antes de responder:

- Por favor, Zack, sem perguntas difíceis. Perguntas difíceis nunca combinaram conosco.

Tentei correr até ela, mas como em todos os pesadelos, meus pés não se moviam o meu corpo não se movia, mal conseguia respirar. Para meu desespero, Senny de repente estava em pé sobre o parapeito do farol, o vento sacudindo o vestido para todos os lados.

Então ela caiu.

Não houve grito, pedidos de socorro, nem nada. De repente o temporal parou e o céu voltou à cor normal. Corri até onde ela estivera há poucos segundos, mas não a vi.

- SERENA!

 Então eu acordei, berrando por ela.

            - Se acalma querido!

Minhas vistas estavam embaçadas, não consegui mexer meu braço para me erguer, e berrar fez meu pulmão doer.

            - Quem é você?

            - Sou sua enfermeira, se acalma.

            - Onde ela esta?

Eu continuava tentando me levantar, mas era inútil. Minha visão começou a voltar aos poucos, então eu vi uma moça com uma roupa azul claro tentando me segurar, ela me olhava de cara feia. John estava do seu lado, com um olhar preocupado.

            - Serena! Onde ela está?

A moça olhou para John, ele não disse nada então ela me soltou. Tentei respirar, mas a dor era maior, então puxei o ar de maneira tensa e entrecortada.  Quando tive certeza de que conseguiria falar, olhei para John e perguntei:

            - O que aconteceu vô?

            - Filho, vocês sofreram um acidente.

            - Que acidente? Como assim?

Eu estava confuso, muito confuso. Que acidente era esse? Então o sonho teve mais significado do que eu pensava.

            - O que aconteceu? Ela esta bem?

Perguntei pela segunda vez. Olhei para a moça que preparava a dosagem de algum remédio numa seringa. John respondeu novamente:

            - Um caminhão bateu no táxi em que vocês estavam. Parece que você jogou o corpo na frente dela, por isso se machucou mais. Senny quebrou o tornozelo e teve alguns machucados no corpo, já você quebrou o braço esquerdo em três lugares, teve cinco costelas fraturadas e quinze pontos na cabeça.

            No momento que ele disse isso senti uma pontada na cabeça, tentei colocar a mão no local, mas eu não podia movê-la. Ótimo.

            - Walter e Tereza estão aqui. Vou chamar-lhes e dizer que você acordou.

            - Está bem. Vô, onde ela está?

John pareceu um pouco chateado, mas só balançou a cabeça uma vez e disse que iria chamá-la também.

Droga, John deve estar delirando agora. Argh! Eu gostaria de poder me sentar, essa posição não é nada agradável. Ele parecia aliviado de me ver, mas parecia que não dormia há dias. Quanto tempo eu estou dormindo?

            - Certo, hora do seu remédio.

Eu já tinha me esquecido da enfermeira. Ela se aproximou da cama e injetou o remédio no tudo preso ao meu braço.

            - Você só vai ficar acordado por no máximo dez minutos, trate de conversar rapidinho com seus avós.

Foi só ela dizer isso para a porta se abrir e Walter e Tereza entrarem no quarto. Vovó estava pálida, mas seus olhos brilhavam de felicidade. Vovô esta como sempre fora: a testa enrugada de preocupação, o braço sobre o ombro de vovó protetoramente. Eu queria chegar àquela idade com a mesma força que ele tem agora.

            - Oi querido, como se sente?

            - Um pouco tonto, vovó. Só ficarei acordado por mais dez minutos. Nove agora.

Vovô riu. – Não importa o que aconteça, o bom senso de humor sempre vem à tona não é Zachary?

            - É sim vô.

Não consegui reprimir um bocejo. Pisquei os olhos e por pouco não consigo abri-los novamente.

            - Você esta quase dormindo querido.  Acho que dez minutos não aplica a você!

Já sei de onde herdei o senso de humor... Com certeza foi de John. Mas não comentei isso, pois eles se orgulhavam de fazer as pessoas sorrirem, mesmo que estivesse achando aquilo pouco engraçado.

            - Obrigado por terem vindo.

            - É claro que viríamos Zack.

Depois disso apaguei. Completamente. E ela não apareceu. 


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Notas finais do capítulo

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