Um Jeito De Amar escrita por Mary


Capítulo 15
Atrasado


Notas iniciais do capítulo

Viu só? Ele toca, que lindo.



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P.O.V Zack

Quando acordei na manhã do dia seguinte, ouvi uns barulhos estranhos vindo da sala. Levantei-me e fui até lá. Encontrei meu avô na sala arrancando o plástico bolha do acento de uma banqueta. Para que uma banqueta, se nem havia...

– Um piano, vô? Não sabia que o senhor tocava!

Eu disse entusiasmado. O piano era imenso. Realmente, havia um piano. Ok. Tinha mais coisas sobre John que eu não sabia.

– Eu não toco nada Zack, esse aqui é pra você.

Ele disse sorrindo. Pulei por cima do sofá e sentei na banqueta, passei os dedos pelas teclas, eram incrivelmente lisas. O piano era perfeito, bem diferente do que eu tinha na outra casa, um simples piano de armário com acústica ruim.

– Obrigada mesmo vô. Ele é simplesmente incrível!

– Hey, ta esperando o que? Toca uma música pra estrear.

Meus dedos se moveram como se por vontade própria pelas teclas. Era bom voltar a tocar, na antiga escola ninguém sabia que eu tocava. Todos me conheciam como “o melhor jogador” da escola, alguém sem cérebro.

Nem percebi o tempo passar e muito menos quando John saiu pra me deixar sozinho aproveitando o momento. Quando dei por mim já estava atrasado pra escola.

–Serena!

Levantei da banqueta e corri pra vestir o uniforme, arrumei o cabelo, escovei os dentes, catei o material e sai correndo pro elevador. – Porra! Será que essa merda não vai mais rápido?

Mais alguns segundos se passaram até que chegou à portaria, passei correndo pelo corredor e fui pra rua. Corri o mais rápido possível, mais do que minhas pernas aguentavam. O sangue passava rápido pelas minhas veias, indo e vindo pelo meu coração, senti algumas pontadas. Quando virei à esquina pude respirar fundo. Ela ainda estava lá, claramente impaciente. Pelo menos não tinha ido embora sem mim.

–Senny!

Ela se virou e então sorriu.

– Desculpa o atraso.

Eu disse ofegante. Coloquei as mãos nos joelhos pra tentar voltar a respirar normalmente.

–Fiquei preocupada. Você esta bem?

Senny se abaixou e olhou no meu rosto.

–Você ta todo vermelho.

–To bem sim. Ainda da tempo da gente chegar na escola?

Ela olhou no relógio e balançou a cabeça negativamente.

–Nem que corrêssemos como loucos!

Então desatou a rir e endireitou o corpo voltando a ficar de pé.

–Você por acaso tem alguma coisa importante pra fazer lá hoje?

–Não, e você?

Respirei fundo mais algumas vezes e fiquei de pé. – Também não. Que tal uma volta no parque?

–Sim, só me deixa guardar minhas coisas. Quer que eu guarde a sua mochila também?

–Ah, sim.

Então ao invés dela ir pela porta da frente do prédio, ela entrou por uma viela ao lado e puxou uma escada de incêndio. Se equilibrando por um segundo ela subiu alguns degraus e estendeu a mão pra mim. Nem pensei direito e já estava subindo as escadas atrás dela. No ultimo andar ela abriu uma janela e entrou, quando eu olhei pela janela logo reconheci o cômodo.

–Seu quarto. Você faz isso sempre?

–Sempre. Mas principalmente quando certas pessoas se atrasam pra ir pra escola…

–Ok, irônica. Já entendi!

Senny riu e esticou as mãos pra pegar minha mochila. Entreguei-lhe e fiquei olhando enquanto ela colocava em cima de uma cadeira do outro lado do quarto. Ela alisou a saia e disse:

–Pronto. Vamos?

– Vamos.

Então me virei e comecei a descer as escadas. Mais ou menos no segundo andar escutei um baque, quando me virei Senny estava tentando se levantar, então voltei de dois em dois degraus e a levantei pelos cotovelos.

–Você não pode tomar mais cuidado aonde pisa?

–Desculpe, mas eu não tenho olhos nos pés!

Descemos o restante dos degraus em silêncio, até que eu disse:

– Olha, não quero ser chato, mas eu não quero mesmo que você se machuque.

Olhei bem em seus olhos e tive que me controlar para não avançar e beijá-la.

–Tudo bem. Acho que se você não estivesse ali eu teria caído até o ultimo degrau.

Então ela sorriu e isso derreteu meu coração…


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Notas finais do capítulo

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