Quinn Fabray era uma Cheerio egocêntrica e maldosa e tinha todo um corpo estudantil apavorado em sua presença para provar, mas o que poucos sabiam era que Quinn era uma escritora, que era apaixonada por ficções e conspirações mundiais. Que amava mais do que tudo um bom romance policial e que tinha somente um local onde ela poderia ser ela mesma, aonde unicórnios existiam, o que faziam Brittany estar certa, afinal a magia estava mesmo em todo lugar. Tudo bem, tudo bem, não existiam exatamente unicórnios, mas um grupo de pessoas que se denominavam assim, isso porque toda a magia de um unicórnio se concentra em seu chifre, sua coisa única que os diferencia e quando eles o perdem, bom, eles viram outro cavalo qualquer. Era entre esse grupo de pessoas que Quinn se sentia segura e aceita, ela podia conversar com eles e postar sobre tudo que rondava a sua mente, pois o que acontece no Tumblr fica no Tumblr. E foi la que aconteceu a maior das coincidências na vida de Quinn. Navegando por um Tumblr qualquer ela leu um texto, e meu Deus foi como se alguém tivesse lido a alma de Quinn e colocado ela em um papel, curiosa e confusa sobre como algo assim poderia tocá-la tanto ela vai atrás desta autora e quando a descobre ela não é bem o que Quinn esperava. Ela se chamava Rachel, tinha quinze anos e morava em Lima Ohio, a e uma breve nota sobre Rachel, ela era o maior alvo de Slushies diários a mando da pro pia Quinn. Qualquer outra Cheerio fecharia o Tumblr daquela perdedora na hora, ou melhor, imprimiria seus textos e os usaria como mais um meio de tortura e humilhação, mas não aquela Cheerio, não quando algo que Rachel Berry tinha escrito a havia tocado de uma maneira tão única e especial, e Quinn não pode evitar ler cada um dos textos de Rachel e se sentir ainda mais conectada com a garota. Mas isso não mudou a atitude de Quinn, Rachel continuou sofrendo no colégio e Quinn continuou sendo seu carrasco, mas agora a loira tinha outro motivo de estar sempre perto de Rachel,  ela a fascinava, ela sentia uma necessidade de entende-la como a menina que nem sabia havia feito com ela, mas Quinn temia esse sentimento e temia o que poderia vir com ele, por isso ela o guardou, ela o manteve a sete chaves e foi uma vadia com Rachel no colégio, mas era só chegar em casa para Quinn abrir a pagina da judia, aondevivemasestrelas.tumblr.com, estava salvo nos favoritos de Quinn, e as vezes no meio da noite quando a insônia batia e Quinn não conseguia tirar Rachel de sua mente ela abria a pagina da pequena e admirava sua foto, e em silencio chorava, por que Deus sabe que Rachel havia se tornado parte de Quinn sem nem mesmo saber, e porque Deus também sabia o quanto a capitã odiava tudo que fazia a menina. Mas ela era uma Fabray e não deveria se sentir assim por ninguém, muito menos por uma mulher, muito menos por uma mulher com dois pais gays e um ego maior do que o seu nariz judeu. Então Quinn continuou, Quinn engravidou e foi expulsa de casa, Quinn deu seu bebe, voltou a Cheerios e voltou para Finn, e durante a sua gravidez foi quando o site de Rachel e suas palavras, que pareciam ser destinadas a ela, mudaram a vida de Quinn, foram as palavras de Rachel que a ajudaram a crescer e a enfrentar seus medos, e quando Beth nasceu tudo que Quinn queria eram mais palavras de Rachel Berry, mas desta vez elas queriam estas palavras saindo da boca da mesma, e quando Quinn percebeu que nunca as teria, nem Beth e nem Rachel, Quinn viu o quão fudida ela era, e foi quando o coração de Quinn literalmente congelou. Mas ela era Quinn Fabray e ninguém além dela precisava saber o que acontecia dentro de si, mas alguém sabia, Rachel Berry de alguma forma sabia e a compreendia, e Quinn ainda tinha suas palavras e enquanto ela a tivessem ela estaria bem.

O que Quinn não contava era que um dia Rachel decidisse que não tinha mais tempo para as palavras, pois afinal do que importam as palavras que não são cantadas por Rachel Berry? E ela excluiu seu site, e Quinn sentiu como se ela a estivessem a excluindo de sua vida, e bom, então ela já não podia mais suportar. E durante aquele verão antes de seu ultimo ano Quinn passou todos os dias lendo os textos de Rachel, lendo e os relendo e tendo a certeza que nunca mais leria algo novo, que a pequena judia não a entendia mais ou tinha percebido o quão perdida Quinn estava e havia desistido dela, e foi por isso que nas volta as aulas Quinn não ocupou nenhuma cadeira no Glee Club, e ao contrario do que Quinn pensava Rachel não havia desistido dela, e foi por isso que a morena foi atrás de Quinn, por que ela sempre soube que Quinn ouvia suas palavras muito mais do que sua musica, e quem sabe se as usasse uma ultima vez Quinn veria o quanto ela era importante para Rachel, e então Rachel simplesmente falou, por que era o que lhe restava a fazer:

-Eu te amo Quinn, não como amei Finn ou Puck ou Jessie, eu te amo como se ama um dia de sol, ou como se ama o canto dos pássaros, eu te amo como se ama aquilo que está perdido, eu te amo como uma criança ama seu cobertor. Eu te amo com pura e sincera devoção e eu poderia passar horas falar sobre esse sentimento, afinal eu passei três anos escrevendo sobre ele. Eu te amo como se ama aquele que não pode amar, eu te amo Quinn, e acho que eu sempre vou amar.

Então não existia mais nada a não ser os lábios e a pele de Rachel Berry, não existia mais nada a não ser aquele corpo pequeno em suas mãos e o cheiro do xampu da pequena diva entrando e se instalando em Quinn. E não importava se Quinn não havia dito nada, por que não era necessário a loira as palavras, Rachel Berry as tinha de sobra.