- Por que foi embora naquele dia? – ele me perguntou enquanto estávamos caminhando em uma praça próxima a nossa casa, sua mão estava grudada na minha, aquecendo-me.

- Que dia? – perguntei sem saber do que ele estava falando.

- No nosso primeiro jantar. – ele riu.

- Ainda não me sinto segura com você, quero estar próxima a você, mas... –reparo então que não estou lhe dando respostas, respirei fundo – Você sabe. – quase sussurrei e então ele parou soltando um suspiro lento, me guiou até um banco próximo onde me sentou e se sentou ao meu lado.

- Vou lhe contar toda a história. – ele sorriu sendo gentil em me explicar tudo – Não quero que fique insegura. – ele piscou.

- Ok, senhor Rick. – sorri.

- Você sabe do principal, que foi ela quem pediu o tempo.

- e não você. – o interrompi – O que me lembra de que, pelo modo como fala e como tudo ocorreu que você ainda gosta dela.

- Não! Ai que está. – ele sorriu – Depois que vim pra cá estava confuso em relação a ela. Como eu poderia me casar com uma mulher que nem sabe se sou realmente quem ela quer em sua vida? – ele franziu a testa – Eu estava confuso e deprimido até ver você. O seu jeito, sentir o seu calor – lembrei-me de seu toque na noite do jantar – Do seu beijo. – ele apertou minha mão com ternura – Agora eu sei que Rachel nunca me completou que ela não é o meu verdadeiro amor. Que...

O interrompi com um beijo, que o fez calar. Ele levou um susto, mas respondeu ao meu beijo. Nossos lábios se afastaram lentamente, acariciei sua bochecha enquanto olhava em seus olhos.

- Você não a ama mais? – perguntei num sussurro.

- Não como amo você. – seus lábios roçaram nos meus.

- Então a ama ainda. – suspirei – Como pode me amar assim em tão pouco tempo.

- Já nos conhecemos a tempo suficiente pra nos amarmos. – ele sussurrou de volta – Tempo suficiente pra você mostrar sem vergonha o que sente por mim também. – olhei seus olhos claros e leitosos me trazendo um conforto estranho.

- Estou com frio. – sorri dando-lhe um selinho rápido.

Ele riu e me abraçou aquecendo-me.

Ficamos horas ali sentados, aproveitando o nosso final de inverno que estava bem gelado. Seu corpo quente me aquecendo, às vezes seus lábios se encontrando com os meus. Éramos como um casal de adolescentes no começo de seu primeiro namoro, com os hormônios do amor explodindo.

- Opa! Estou atrapalhando os senhores? – olhei pra minha frente onde Sara estava me olhando abraçada com Greg e ao seu lado Nick. Franzi a testa sem entender.

- O que estão fazendo aqui? – perguntei pigarreando.

- A praça não é somente sua. – Greg sorriu dando uma olhada rápida em Warrick.

- Estávamos apenas passeando, quer ir com a gente no Antônio’s? A comida de lá é uma delicia e por Deus, vocês devem estar congelando ai, se isso consegue ficar de pé. – ela revirou os olhos – Vamos e aproveita pra apresentar seu namorado.

- Ele não é... – minha voz se perdeu quando Warrick começava a ficar de pé.

- Vamos! Seria uma satisfação conhecê-los. – ele sorriu pros três pestinhas que eu iria matar mais tarde.

Ao chegar no antônio’s pedimos uma comida italiana que sempre pedíamos e então começou o bate boca confuso, logo na frente de Warrick.

- você é uma gracinha. – Sara olhou pra Warrick me dando vontade de me enforcar no banheiro com qualquer coisa em mãos.

- Obrigada. – ele sorriu envergonhado.

- Sabia que Greg quer ser produtor de filme? – Sara mudou completamente de assunto. Droga.

- Serio? – Nick perguntou dando um gole em seu vinho. Revirei os olhos.

- Sim. – Greg confirmou todo presunçoso.

- E eu serei a principal do filme, um serial killer. – Sara sorriu – Não é amigo?

- É claro Sarinha. – Greg apertou sua bochecha – Nick acordará pela manhã, vai logo tomar café, cansado pela noite que teve com sua vadia Maribeth – ele piscou pra morena -, seu rosto está inchado pela insônia. Vai até o armário sujo e velho, com madeira estalando com seus cupins, pega uma caixa de serial onde tem a sua (Sara) imagem estampada nele. E adivinha qual é o nome da caixa de serial que aparece por alguns segundos no filme?

- Killer. – Rick respondeu sem ponderar e já caindo na gargalhada.

- Cara, seremos bons amigos. – Greg sorriu apertando a mão do homem negro ao meu lado que ainda ria.

- Você sabe fazer um texto. – Warrick o elogiou.

É, eles se dariam bem, por que eu tinha de ficar tão nervosa? Eram meus amigos e Rick deveria se acostumar com eles já que gostava tanto de mim. Deixei de lado minha insegurança em relação ao nosso vínculo. De todos na verdade e decidi entrar na brincadeira.

- Pelo menos ela vai aparecer no filme. – falei olhando pra morena que deu de ombros.

- Não serei isso. Retardado. – Ela deu um tapa na nuca de Greg que voltou a rir.

- Te amo linda. – ele beijou rapidamente seu pescoço, irritando Sara – Só deixo você ser a mulher do coronel se rolar um sentimento entre nós a noite. – Greg piscou pra mim falando bem próximo de Sara – Sabe, um beijo e mais outro e depois uma sacanagem.

- Se você não sair de cima de mim, juro. Juro mesmo que lhe enfio a mão na cara! – Sara o encarou – Diz Rick que falei bonito também.

- Opa! Claro que falou. – ele arregalou os olhos encenando – Não quero apanhar também. – ele piscou pra Greg.

E olha eles, já cheios de intimidades. Nick me olhou com um sorriso, um sorriso de conforto e alegria, um sorriso que me dizia somente uma coisa, “nós amamos você”.