- Calma Cath! – ela arrancou o papel amassado de minha mão, o papel que Warrick me deu um fora, que há um mês o amassei e joguei num canto do quarto dele.

Eu me encontrava acabada e aos prantos. Eu não sabia mais o que fazer. Eu só pensava nele. Eu queria apenas ele. O trabalho não me importava mais.

- Esta vendo, foi simples. Ele se afastou primeiro de você. Agora é só esquecer e seguir em frente. Ser o que você sempre sonhou!

- Não quero! – gritei, franzindo a testa – Sara você não entende. Eu o amo! Amo de verdade.

- Mas ele não te ama. Ele te deixou pra ficar com a ex. Você que ainda não entendeu a situação. O que vocês tiveram foi um lance de férias! – agora ela falava sério comigo, como se fosse a minha mãe.

- Mas eu ainda o amo! Eu fiz tudo por ele.

- Não, não fez. – ela segurou minha mão – ele quer que você vá à entrevista, ele quer que você arrase que consiga o que sempre lutou pra conseguir. – seus olhos amendoados eram doces.

- Sara se você não quer me ajudar então vai embora e me deixe sozinha – puxei minha mão me afastando um pouco dela.

- Você precisa olhar pra você mesma Cath, precisa ver o quão mau esta, o quão acabada parece. E tudo isso a toa. – ela balançou a cabeça – Mas eu me importo com você, porque sou sua amiga!

- Para. – me aproximei dela, dando-lhe um abraço, ainda chorando – Desculpa. – repeti varias vezes até ela dizer que não se importava que eu apenas estava triste e revoltada – Ajude-me, por favor. Não quero ficar mais assim. – pedi aos prantos, enquanto ela me abraçava com toda a força. Uma força que só um amigo verdadeiro poderia ter.  

Eu estava com saudades dele, estava com saudades das nossas conversas mudas, estava com saudades do seu toque macio, do seu abraço, do seu beijo, mas ainda de seu olhar penetrante... De seu amor.

          Minhas lágrimas saíram com mais intensidade e Sara me abraçou mais enquanto eu me desmoronava.

         - Uma hora isso tudo acaba, chore, chore tudo que tem de chorar Cath. – Sara me guiou até minha cama onde me pôs deitada, ficou longos minutos sentada passando a mão em meu cabelo até que por fim ficou de pé.

        - Pra onde está indo? – perguntei passando as costas da mão em meu olho.

        - Eu estava de saída! – ela quase sussurrou.

        - Vai me deixar? – perguntei, minha voz saindo acabada.

        Sara olhou pra porta e soltou um suspiro longo e arrastado e pulou na cama deitando ao meu lado, passou seu braço por mim me abraçando.

        - Nunca lhe deixarei, a menos que me peça isso! – ela sussurrou em minha orelha antes de enfiar seu rosto em meus cabelos e peguei sua mão fechando os olhos, eu estava aconchegada daquele jeito, com ela ali sendo sempre o meu melhor remédio.