Seu toque é tão bom, sua caricia, seus beijos, seus abraços...

- Warrick. – sussurrei seu nome bem baixo, enquanto ele me abraçava e acariciava meu braço.

- Fale. – ele enfiou o rosto em meus cabelos.

Fiquei em silêncio por um longo minuto. Até que ouvi ele suspirar e quebrar o silêncio.

- Espero que não tenha dormido. – sua foz era um sussurro rouco.

- Não! – me encolhi pra mais próximo dele, mas de novo não prossegui. Ele então se afastou um pouco de mim e ficou de pé me deixando sozinha deitada em seu sofá. Saiu dali e só voltou então depois de longos minutos, com dois copos de limonada. Fiquei então sentada e peguei um copo, baixando o olhar, mas sem querer beber nada.

Ele parecia estar nervoso também, porque se abaixou a minha frente, deixando seu copo em cima da mesinha de centro e me olhando, aqueles olhos convidativos e leitosos.

- Cath! – ele pegou minha mão livre dando-me um beijo úmido e delicado – Eu sei que não é o melhor momento, ou talvez seja, sei também que não tem nem um ano que estamos juntos, mas você sabe o quanto te amo. – ele disse rapidamente. Fiz que sim com a cabeça entendendo tudo e gostando de seu toque, me fazendo esquecer-se de contar tal novidade a ele – Acho que deveríamos nos casar, não agora, esperar até o ano que vem até a primavera e...

Essas palavras agora eu não havia formulado bem, essas palavras agora se embolaram e me fizeram engasgar, tossir e tremer, quase derramando o copo com o suco. Ele parou de falar, vendo como agi. Então se encolheu.

- Desculpa. Meu Deus. – fiquei de pé, já com lágrimas nos olhos – Desculpa. – o olhei colocando o copo na mesa de centro – Warrick, não posso me casar. – pigarreei – Desculpa, não é você, sou eu! Eu, jamais poderia me casar, meu Deus. – as lágrimas desceram – Casamento na minha família não dá sorte. Eu venho de uma linhagem de pessoas que se separam depois do casamento. Meus pais se separaram, minha vó se separou, minha tia avó se separou...

- Calma Cath. – ele me segurou pelos ombros me interrompendo – Isso não significa que vamos nos separar. – ele estava calmo como sempre estava.

- Meu Deus! – mais uma vez falei, já soluçando – Preciso te contar algo, muito importante. – comecei a tremer.

- Pode falar.

- Uma empresa de jornalismo, umas das mais importantes... – mordi o lábio inferior – Isso não importa. Eles me querem.

- Ótimo. – ele sorriu com a notícia.

- Você não entende. Vou me mudar pra Flórida e depois que meu treinamento terminar terei que viajar por todo o mundo buscando notícias e tudo o mais. Isso sempre foi meu sonho e depois de anos tentando consegui e... e... – comecei a gaguejar então.

- Me conheceu! – ele me soltou, sua face alegre se desmanchando pra uma triste.

- Desculpa! – coloquei a mão sobre a boca – Eu te amo. – falei as três palavras mais verdadeiras. Eu o amava – Vem comigo.- pedi.

- Catherine você sabe que eu jamais iria. Não posso ir atrás de você por todo o mundo. Nunca em um lugar fixo, jamais tendo amigos ou vizinhos. Já pensou que nem filhos poderíamos ter? – ele me olhou indignado.

- Isso não seria para sempre. Um dia eu subiria de cargo.

- Que dia? – ele perguntou.

- Não sei, talvez depois de uns sete anos, depende de muitas coisas. Talvez mais cedo ou mais tarde. Então eu pararia, ficaria em apenas um lugar, apresentando um jornal na TV.

- Eu não poderia esperar por tantos anos. – ele se afastou um pouco de mim – Seria muito tempo. Uma hora nosso relacionamento iria se definhar e...

- Não fale isso. – o abracei com toda a força.

- Fique comigo. – ele pediu.

- Eu já disse pra eles que sim. – comecei a chorar então – Mesmo que eu desista, é meu sonho. Não terei outra oportunidade.

- Desculpe-me por ser tão egoísta. – ele então me abraçou e senti que ele chorava também – Vai realizar o seu sonho.

- Prometa me esperar então! – sussurrei aos prantos.

- Desculpe-me de novo. Mas não posso lhe prometer isso. – suas palavras foram como uma facada em meu peito. Fazendo minhas pernas perderam as forças, fazendo com que eu me sentisse triste, acabada e infeliz.