How To Love escrita por julia f


Capítulo 4
Stuck on Stupid


Notas iniciais do capítulo

Oizinho, vocês já sabem por que eu demorei e bla bla. Prometo ser mais rápida com o próximo capítulo. Ficou uma grande bosta, porque eu meio que pulei algumas partes, mas é porque tava meio confuso o que eu tinha conseguido escrever.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/317150/chapter/4

Abri os olhos com dificuldade, sentindo uma dor lancinante dominar minha cabeça, por conta da claridade que invadia o quarto, e as lágrimas da noite passada. Fechei-os novamente e me sentei na cama massageando minhas têmporas, tentando amenizar aquela dor. Ouvi algumas vozes baixas e pude notar a porta sendo aberta. Joguei meu tronco novamente na cama, e encarei James entrando sorrateiramente em meu quarto.

- Por que você está usando meus pijamas? – ri ao vê-lo com meu conjunto preto de bolinhas rosas.

- Estava experimentando pra uma festa... uma festa a fantasia. Eu não tenho nada então a Julie me mandou ir de pijamas.

- E por que o meu?- sentei-me na cama e senti outra pontada na cabeça, provavelmente porque eu não havia parado quieta desde que acordei.

- Porque eu não tenho nenhum. – ele falou como se fosse óbvio e eu assenti.

- Que horas são? – perguntei, procurando o celular no meio das cobertas, e encontrando apenas os controles da TV.

- Meio-dia – ele se aproximou e se agachou ao pé da cama, levantando logo em seguida com meu celular na mão – acho que você dormiu demais. Vem, vamos almoçar e escolher sua fantasia pra festa da Julie. – James me puxou pelo pulso, e as únicas coisas que me protegeram de não cair com a cara no chão foram meus pés.

- O que? Eu nem sei quem é Julie! – falei rindo da força que ele fazia pra me arrastar pela escada enquanto eu me segurava na grade que a cercava de um dos lados.

- É uma amiga – ele me deu um puxão, e eu simplesmente me rendi, deixando que ele me carregasse até a cozinha.

- Bom dia, flor do dia. – minha tia falou rindo e eu sorri me afastando de James e sentando-me a mesa.

Após o almoço, conversei com ele sobre a tal festa que aconteceria essa noite. Até que não era uma má ideia, eu realmente precisava me divertir e me distrair. A fantasia seria o problema, já que eu não tinha absolutamente nada. No final, decidi que eu passaria na casa de Madge para matar a saudade, e aproveitaria para pegar algo emprestado e tentar convencê-la de ir comigo àquela festa.

- Mel? – Madge gritou assim que abriu a porta e me viu parada na sua frente. Ri e abri meus braços.

- A própria – ela riu e pulou no meu colo, envolvendo as pernas em minha cintura.

- Eu não acredito. Isso é real? Eu estou sonhando? – Madge voltou a ficar de pé no chão e começou a me cutucar, como se estivesse se questionando sobre a minha existência.

- Você não está sonhando, deixa de ser idiota. – abracei-a novamente, sem conseguir conter meu sorriso – que saudade, meu Deus!

- Também estava! Vem, entra. – ela entrou em casa e me deu espaço para passar. Assim o fiz, tirando a sapatilha antes de segui-la.

Madge me levou até o seu quarto e me fez contar tudo o que havia acontecido em Nova Iorque para que em troca, ela me acompanhasse na festa da tal Julie.

Entramos no salão juntos, mas logo Madge e James me largaram e correram para a pista de dança. Eu já sabia que isso aconteceria desde a hora em que havia topado ir nessa festa.

Olhei minha roupa de novo, me perguntando se a fantasia de policial que Madge havia me emprestado não estava indecente. Na visão de Madge, nem tanto, já que as pessoas que se encontravam na festa também usavam vestidos colados e curtos, mas eu não era muito fã de roupas assim.

Ri fraco com meus pensamentos sobre estar vulgar, e fui me sentar em um dos bancos do bar.

- Me dá qualquer coisa fraca – falei para o barman que me encarava encostado na parede.

- E você é maior de idade? – apoiou os braços no balcão.

- Te garanto que noventa por cento das pessoas que estão aqui não são, incluindo a aniversariante. – imitei seu gesto, apoiando os braços no balcão e encarando-o com um ar de superioridade.

- Só vou liberar se você me der um beijo – aproximou o rosto do meu, e eu pude sentir seu hálito de Jack Daniels e whisky.

- Tudo bem – sorri maliciosa, enquanto por dentro desejava gargalhar. Levei minha boca até seu ouvido e sussurrei – eu quero uma água.

Assim que me afastei, o homem saiu do balcão e se misturou com os outros. Aproveitei para olhar as pessoas a minha volta. Aqueles que não estavam caídos pelos cantos do salão, dançavam empolgados na pista.

- Aqui está a sua água – uma voz sussurrou no meu ouvido, e eu me virei, observando o copo na mão do rapaz.

- Muito obrigada – sorri falsamente e arranquei o copo de sua mão, dando uma golada. Senti minha garganta queimar, e assim que recuperei o fôlego, sorri novamente para o barman, que respondeu com uma piscada.

Fiquei incontáveis minutos observando a pista de dança, até que vi dois homens me olhando, enquanto conversavam. Levantei-me, arrastando a mão pelo vestido com a intenção de abaixá-lo e caminhei até perto deles. Dei um sorriso fraco, e assim que um deles retribuiu, alarguei o meu. Senti duas mãos em meu ombro e logo fui virada. Madge.

- Amiga, você não vai acreditar em quem está de volta! A Mel! – ela gritou, rindo. Bufei e me soltei de suas mãos.

- Pela primeira vez na vida... - ela me interrompeu gritando a letra da música que havia começado, e se afastou rebolando.

Virei-me, e vi que o menino loiro ainda me fitava dos pés à cabeça. Caminhei até perto dele e comecei a me movimentar no ritmo da música. Rapidamente, suas mãos foram parar em minha cintura, enquanto ele também dançava animado. Levantei o braço, passando a mão pelos cabelos de sua nuca e ele me virou com calma, desacelerando os movimentos, me permitindo ver a cor de seus olhos castanhos, graças as nossas testas coladas.

- Eu tenho que saber pelo menos o seu nome – falei ofegante, louca para beijá-lo, mas desconfortável com o fato de nunca ter ficado com alguém desconhecido.

- Jack, – ele colou nossos lábios em um beijo rápido, e puxou minha cintura para mais perto de si, fazendo Newton estar completamente errado sobre dois corpos não ocuparem o mesmo espaço – não precisa me falar o seu porque eu já sei – falou descolando sua boca da minha, mas voltou a uni-los rapidamente.

Assenti, me perguntando se eu o conhecia ou não, mas logo sua língua invadiu minha boca, monopolizando todos os meus pensamentos e misturando o gosto dele ao meu. Suas mãos, ainda agitadas, eram incapazes de se decidir entre minha cintura e minhas coxas, e sem conseguir escolher, foram direto para meus quadris. Baguncei seu cabelo macio, sentindo um calor invadir meu corpo, especialmente entre minhas pernas, onde a sua se encontrava. Eu pressionava meu tronco contra o dele com mais desejo, sentindo-o reagir da mesma forma. Quando meus lábios já estavam doloridos pela pressão contra os lábios dele, descolei-os com dificuldade, desejando colá-los novamente.

Durante alguns minutos, continuei dançando junto a ele, mas a vontade de ir ao banheiro não me deixou continuar ali. Andei com cuidado pelo piso molhado de bebidas e cheio de cigarros, até chegar ao banheiro e entrar rapidamente. Assim que fechei a porta e me virei, dei de cara com Madge chorando, sentada na pia. Corri até ela, tentando imaginar que merda havia acontecido, mas não consegui pensar em nada quando vi seu rosto vermelho, como se ela tivesse levado um tapa ou alguma coisa do tipo.

- O que aconteceu? – perguntei penteando seu cabelo para trás, prendendo-o em um coque mal feito.

- Ele me – ela soluçou entre as palavras, mas logo voltou a falar – ele me bateu só porque eu não quis... – deixou a frase no ar, soluçando novamente, e eu já conseguia imaginar o que havia acontecido.

- Quem? Ele quem? – falei calma, para não assustá-la mais ainda – quem foi o babaca que fez isso no seu rosto? – acariciei sua bochecha, levemente inchada.

- Justin – Madge falou após me olhar com receio, e eu não consegui falar ou fazer nada, além de engolir seco.

- O Justin? Justin Justin?

Ela assentiu e eu soltei seu rosto, chamando-a com a cabeça. Madge desceu da pia, e me acompanhou até o estacionamento, onde o carro de James estava.

- Você vai esperar aqui e eu vou lá dentro pedir a chave ao James, entendeu?

Madge assentiu uma vez, abaixando a cabeça e encostando-se ao carro.

- Ok, eu já volto. – novamente entrei no salão, apressada e irritada, me perguntando pela milésima vez que tipo de pessoa Justin havia se tornado.

Procurei James em todos os cantos, mas não o encontrei em lugar nenhum. Quando fui ao bar, para tentar ter uma visão privilegiada da pista de dança, me deparei com Justin bebendo algo verde, da cor de sua camiseta.

- Seu idiota! – gritei, me aproximando dele e arrancando o copo de sua mão. – Quem você pensa que é pra encostar um dedo na Madge? Você é maluco? Qual é o seu problema, seu imbecil? – gritei, atraindo olhares de algumas pessoas que estavam por perto. Não liguei, a raiva me consumia e eu não conseguia pensar em mais nada.

Justin riu com sarcasmo, segurando em meus quadris. Dei um tapa em sua mão, fazendo-o franzir as sobrancelhas.

- Escuta o que eu estou falando, Justin. É melhor você não se meter com ela, ou eu entro no seu quarto escondida e arranco a única coisa útil que você tem.

- Ótimo, mas entra só de lingerie pra eu não ter o trabalho de tirar a sua roupa. – ele olhou para minhas pernas como se eu fosse um objeto de museu.

- Idiota. Eu não brincaria com coisas assim, você não sabe do que eu sou capaz. – bufei e virei de costas, mas quando fui dar o primeiro passo, Justin segurou meu cotovelo e puxou-me, fazendo com que nossos corpos se colassem.

- Mas você sabe do que eu sou capaz, – sorriu malicioso e lambeu os lábios, trazendo-me um calor cabuloso - e também sabe que eu não tenho medo de você, não é?

- Digo o mesmo – falei e sorri, embora tivesse consciência do medo que Justin havia me dado quando me expulsou de sua casa, no dia anterior.

- Olha... Eu não me importaria de ir preso com uma policial dessas. – ele riu e voltou a olhar para meu corpo.

- Você merece pena de morte pelo o que fez com Madge.

Virei de costas e saí dali. A música alta e agitada era como uma trilha sonora para meus pensamentos, que gritavam em minha mente o quanto Justin havia mudado.

Após andar alguns minutos, encontrei James e ele me deu a chave de seu carro, dizendo que não sabia se voltaria para casa. Não liguei, saí de lá e fui direto para o carro, enfiando Madge - que estava quase dormindo em pé - no banco de traz.

- Liga pra sua mãe e avisa que vai dormir na minha casa. – falei e não tive resposta – Madge! – me virei e ri ao vê-la deitada no banco, ferrada no sono.

- Que saudade... – falei baixo, pegando o celular em sua bolsa e ligando para Ana, avisando que Madge dormiria em minha casa, mas que de manhã ela já estaria de volta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "How To Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.