My Guardian Angel escrita por Boo


Capítulo 1
In the arms of my angel


Notas iniciais do capítulo

Apenas uma one de um dos meus casais favoritos de ANE

~Enjoy~



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"Não há nada que esteja só; nada pode estar em completa solidão: o que existe necessita de outro para ser."

Leopoldo Schfer

A jovem suspirou. Uma menina ao seu lado, de cabelos castanhos e curtos, sorriu.

–Pensando em alguém, Izumo?

–Eh? Do que você está falando, Paku? Não invente histórias bestas como essa. - arrancou um risinho de Paku.

–Se você diz.

–Hunf! Não tenha pensamentos idiotas. Você está andando com pessoas esquisitas outra vez?

–Mas a esquisita aqui é você, Izumo. - segurou a risada, ao ver a coloração do rosto da amiga mudar para vermelho vivo.

–D-d-do q-qu-que v-você es... está f-falando, P-Paku?!

–Mude sua fala, sua esquisita. - Paku já estava apertando a barriga e com lágrimas nos olhos de tanto rir.

–Quem é você e o que fez com a minha melhor amiga?! - Izumo perguntou, ainda rubra.

–A Paku, e não fiz nada, Izumo-chan.

–Eu estou de olhos nas suas amizades. - cruzou os braços, fazendo um bico, emburrada.

–Não precisa se preocupar.

A Paku calma estava de volta, com um sorriso tímido. Sabia que a garota queria exclusividade, mas andavam pouco juntas, já que Kamiki vivia com o grupo de exorcistas.

O pensamento da jovem exorcista voltou ao foco anterior. Seu salvador. Não queria admitir, mas ainda estava em débito com Rin por ele ter salvado sua vida. Queria vê-lo, para poder pagá-lo. Queria vê-lo a todo momento, para perder sua dívida. Queria vê-lo a cada minuto, para poder andar ao seu lado sem problemas. Espera...!

Andar ao seu lado? No que estava pensando?

–Nee, Izumo-chan... Eu combinei de me encontrar com minhas amigas.

A garota de cabelos arroxeados descruzou os braços, deixando-os cair ao lado do corpo. Sua cabeça se virou lentamente para a castanha, que já esperava um olhar irritado e um “você sempre tem compromisso quando estamos juntas!”. Surpreendeu-se ao ver um pequeno – e no entanto, triste – sorriso na boca carnuda. Os olhos expressavam mágoa.

–Vai lá! Elas devem estar te esperando!

–Mas...

–Anda, Paku, não é você quem diz que é feio se atrasar? - empurrou a garota, a franja cobrindo totalmente seus olhos. Paku hesitou.

–Tudo bem. Então... Estou indo!

–Eu te ligo mais tarde! - acenou.

A garota se agachou ao ver a outra já ao longe, correndo. Que droga, que droga, que droga!, pensava. Logo poucas gotas frias caíram em sua face, em seus cabelos, em suas mãos. As poucas gotas aumentaram drasticamente em menos de meio minutos, ela já estava encharcada. Mas também já não se importava com nada.

–Mou... “Isso não é justo! A Paku é minha melhor amiga... Mas agora eu não posso ficar perto dela! Quando não estou com aqueles idiotas as novas amiguinhas dela resolvem tirá-la de mim. Eu estou tão sozinha. E com frio.” - Lágrimas mornas escorriam por seus olhos, o corpo dela tremia. - “Droga! Por que estou chorando? Francamente! O que será que aqueles idiotas estão fazendo agora? Se divertindo sem mim? Devem estar fazendo idiotices como sempre. Mas eu queria estar lá. Agora a Paku já deve estar vendo um filme com elas... Droga, por que eu tenho que ficar sozinha?!

Um gato preto passou correndo, voltando alguns passos até ficar de frente para a figura ajoelhada que escondia seu rosto. Mas Kuro reconheceu aquele cabelo.

–“Nee, Izumo, o que você está fazendo?” Miau?

A jovem levantou a cabeça levemente.

–Kuro-chan? - O gato olhou-a preocupado. O corpo da jovem ainda tremia e sua voz estava embargada. A face estava molhada, talvez pela chuva, mas os olhos vermelhos e os olhos molhados, juntamente com as lágrimas que ainda escorriam, provavam o contrário. Ela estendeu a mão, que tremia descontroladamente. - Vem... Eu não vou te machucar.

O gato olhou-a receoso. Não queria ficar na chuva, mas... Hesitou, dando um passo para trás. Estava molhado até os ossos. A mão estendida tremeu mais ainda, junto seu corpo que se balançava violentamente pelos soluços. Olhou para o rosto de Izumo, assustando-se ao ver que ela chorava ainda mais, as lágrimas castigavam sua pele. A mão caiu no chão, a palma voltada para cima.

–N-não me deixe sozinha você também!

–Miau! “Izumo...!

O gato se aproximou, ela fez carinho nele, o sorriso sofrido.

–Oeeee, Kuroooo! Cadê você? Esse gato estúpido já deve estar em ca... - Rin parou ao vê-la assim, frágil. - S-Sobrancelhas?

–“Chame-a pelo nome, idiota! É Izumo!!!” Miau!

–O que aconteceu, Izumo?

–N-não é n-na-nada. - soluçou alto.

–Me conte. - Os olhos penetrantes a fizeram levantar e correr na direção ao rapaz, mas sua fragilidade fez com que caísse. Os braços firmes a seguraram. Ela apenas agarrou a blusa dele e enfiou a cabeça em seu peitoral quente. As lágrimas escorriam pela blusa já encharcada do rapaz, ele apenas acariciava seus cabelos e suas costas.

O garoto carregou-a nas costas até chegar à sua casa, levando-a para o banheiro e trazendo uma blusa sua bem larga e um short pequeno.

–Tome um banho, depois nós conversamos.

45 minutos depois – a Izumo demora bastante no banho, pelo que eu vi – a garota saiu vestida, com os cabelos soltos, secando-os em uma toalha. Encontrou Rin já de banho tomado e vestido sentado na cama.

–E então, você quer falar?

–Eu... - Ela sentou, desconfortável, e ao perceber isso, Rin se aproximou.

[Leiam ouvindo]

–Eu tenho me sentido tão sozinha...

–Por quê?

Contou-lhe o motivo, entristecida. Por pouco se deixou levar pelas lágrimas, mas antes que isso acontecesse, Rin tomou-lhe nos braços e consolou-a. A jovem não sabia por que, mas se sentia tão segura quando estava perto do garoto. Era como se ele pudesse fazer com que todos os seus problemas se esvaíssem.

Não entendia esse sentimento, esse calor que brotava em seu peito ao vê-lo, só sabia que era bom. E que queria aproveitar cada segundo desse sentimento. Queria aproveitar cada minuto na companhia do Okumura.

–Muito obrigada... Rin. Você está sempre me protegendo...

–É porque você é muito frágil. - sorriu de canto, vendo-a arregalar os olhos.

–Eeeeh?! Eu? Frágil?! Pois você está muito enganado, eu sou muito forte!!! - estava irritada, ele percebeu.

–Eu não estou dizendo em força. Mas seus sentimentos. Você finge que não se importa, mas você se magoa muito fácil.

–C-como é? - Como ele podia lê-la tão fácil?

–Eu posso ver nos seus olhos.

–...

–Sobrancelhas, você pode dormir aqui hoje, se quiser. O Yukio está fora. - A garota corou violentamente.

–N-não precisa...!

–Você se sente sozinha. Eu não quero que fique assim, Sobrancelhas!

–Pare de me chamar assim, seu idiota problemático! - corou ao perceber que fora rude. Fez um bico. - Então eu aceito. Mas só porque insiste! - Mais uma vez o sorrisinho na boca máscula.

–Cadê aquela garota fofa de agora pouco?

–“Ehhhh?! Fofa? Eu?! Kyah!” Não sei do que está falando!

–Izumo-chan, eu estou te acolhendo por uma noite, seja gentil! - falou sarcástico. O rosto de Izumo entrou em erupção. Ela o surpreendeu fazendo uma reverência.

–M-me desculpe! Eu estou sendo tão inconveniente... - tocou a face, desanimada.

E então o garoto corou. Como ela conseguia ser tão fofa e madura ao mesmo tempo? Quem era aquela garota, afinal?

–N-não está!

–Hu? Se você diz. - deu de ombros. - Aliás, como é que esse short cabe em mim? - Ele deu um sorriso nostálgico.

–Quando eu tinha doze anos, eu disse que queria um short bonito, porque os meus eram sempre os velhos do Yukio. Eu enchia o saco do velhote, mas ele sempre dizia que não podíamos gastar e que eu não teria short nenhum. No meu aniversário de treze anos eu ganhei esse short, o velhote tinha feito à mão pra mim. Os outros tinham comprado o material e tudo. Eu fiquei tão feliz, que joguei na cara do Yukio que ele nunca ia ter um short tão legal quanto o meu. Eu abandonei esse short quando fui ficando mais velho, mas depois que... eles... hmmm... morreram, você sabe... - o rapaz desviou o olhar - eu guardei. É uma lembrança importante pra mim, então eu não deixo ninguém tocar nele.

–M-mas Rin, você me emprestou uma coisa tão importante! N-não precisa! Eu fico só com a blusa mesmo, ela é grande! - Nem percebeu o rapaz corando. - Aqui, toma. - tirou o short e ao entregar para o garoto viu o mesmo caído na cama, com hemorragia nasal. - S-seu idiota, nem deu para ver a minha... - ela se enrolou e caiu, de quatro de costas para o jovem. Corou e o mesmo também. - Seu hentai!!! - levantou e recolocou o short. - Eu te odeio, Okumura Rin.

–Sério? Não pareceu.

–Idiota! Eu vou comer alguma coisa e dormir!

–Ah, droga! Eu não preparei o jantar! - O garoto correu para a cozinha, enquanto o coração da garota continuava acelerado. Sorriu abobalhada e adormeceu. Um tempo depois... - Izum... Que gracinha... Acho que só eu e o Kuro vamos comer. - acariciou os cabelos longos e beijou a testa dela. Quando ia saindo, sentiu uma mão em seu pulso. Era tão pequena e delicada que nem se alarmou.

–E-eu vou também.

–Ok. - falou sem olhá-la, sabia que ela estava tímida.

Comeram em silêncio e ela lavou a louça.

–Eu não tenho escova de dentes, Rin.

–Use a minha.

–M-mas isso é algo que só um casal f-faz! - corou e ele riu, colocando a pasta e enfiando a escova na boca de Izumo.

–Pronto, agora não tem desculpas.

Na hora de deitar, ele ficou na cama de Yukio, com Kuro, e deixou ela dormir na sua. Mas ao fechar os olhos, a luz já apagada, ouviu um soluço.

–Izumo?

–S-sim? - controlou um soluço.

–Está se sentindo sozinha.

–Sim. “Por que não estou te sentindo ao meu lado.

O rapaz nada falou, ela apenas ouviu barulhos e, quando percebeu, um braço já rodeava sua cintura e um corpo quente estava colado ao seu.

–Melhor agora? - perguntou sem nenhuma malícia, sentindo o rosto de Kamiki esquentar.

–S-sim. - abraçou-o. E então sussurrou, bem baixinho, esquecendo-se da boa audição do jovem. - Eu acho que gosto de você...

–Eu sabia que você não resistia a mim. - falou convencido, ignorando a face em chamas.

–S-seu convencido idiota, e-eu n-não estava f-fa-falando sério!

–Não? Mas eu ia dizer que também acho.

–Que eu gosto de você?

–Não. Que eu gosto de você. - deu um selinho na jovem. - Boa noite, Izumo.

Ambos fizeram silêncio. Logo o rapaz adormeceu, o coração de Izumo a mil. Mas, segura em seus braços, ela também caiu em sono profundo.

Pois estava nos braços de seu anjo da guarda.


~ Owari ~



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado,

reviews são sempre bem-vindos!

Kuro kissus,

Kuro Heart ♥