Chegando lá, me senti como se estivesse em outro mundo. O transito era moderado e a paisagem era, com certeza, bem diferente do Rio de Janeiro! Eu olhava as pessoas com curiosidade. Acostumada com a capital, não conseguia entender como uma cidade podia ser tão calma.

Após rodar um pouco a cidade, avistamos nossa nova casa: cor salmão, com muros brancos não tão altos.

– É aqui minha prisão?- perguntei de cabeça quente.

– Sofia, não fale assim! Cansei do seu negativismo. Querendo ou não já nos mudamos. E acha melhor começar a arrumar suas coisas, tem quatro dias. Já te matriculei na nova escola e segunda-feira de manhã você já irá!

Me calei.

Com passos lentos e tímidos fui conhecendo a casa, não era muito grande, mas um pouco maior e mais aconchegante que nosso apartamento no Rio.

O ex-dono nos esperava ansiosamente:

– Oi, me chamo Astolfo. Você que é a Sra. Helena?

– Sou sim, e esta é minha filha Sofia... - disse dando-me um leve beliscão.

– Prazer Sr. Astolfo!

– Mocinha, não precisa dessas formalidades! Bom, vocês devem estar mortas de cansaço! Naquele corredor terá três quartos, o da direita é seu, Helena, e o da esquerda seu, Sofia, entre eles, a direita a um banheiro e a esquerda o último quarto. A cidade é meio calma, mas não se esqueçam de trancar as portas a noite. Se precisarem de algo me liguem a qualquer momento. Boa noite!

Fui ao cômodo que o simpático senhor havia me indicado. Ao entrar a primeira vez não tive muita noção do tamanho por estar lotado de caixas. Mas depois de, com muito sacrifício, arrumado, pude ver que era um quarto até grande e muito bonito.

De certa forma, já estava começando a simpatizar com a nova casa.