A Última Filha escrita por Ariane Rosa


Capítulo 14
Capítulo Quatorze


Notas iniciais do capítulo

Bom, é o fim. Leiam as notas finais.



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Jean nos acompanhou até a casa de Noah. Foi um silêncio o caminho inteiro.

Quando chegamos Jean parou na escada e nos olhou a subir. Eu e Noah paramos em frente à porta e nos viramos um para o outro. Havia uma luz lá, onde eu podia ver bem seu rosto branco.

– Bom, que noite. – Ele disse hesitante.

Eu dei um meio sorriso.

– É, que noite. – Eu concordei.

– Com certeza estarei de castigo quando entrar aí dentro.

– Por quê?

– Três horas atrasado para o jantar. – Ele disse com uma careta. – E, ainda, vou ter que explicar toda essa poeira, machucados, hematomas e sangue em mim.

– É, eu também. – Eu disse imaginando o desespero de Olga quando me visse assim.

– Mas até que foi uma noite bem agitada.

Eu fiz uma careta e Jean disse:

– É, agitada até demais.

Nós o olhamos, mas o ignoramos e eu disse:

– Olha, eu posso entrar com você e te ajudar com alguma história.

Ele me olhou docemente e então disse:

– Obrigado, mas não. Deixa que eu me vire com eles.

– Tem certeza? – Perguntei com uma careta.

– Tenho. – Ele disse com um sorriso. – Bom, melhor eu entrar.

Eu simplesmente balancei a cabeça.

Ele me olhou nos olhos por alguns segundos e disse:

– Tchau.

– Tchau. – Eu geralmente desviaria o olhar do dele, mas naquele momento estava pouco me linchando com isso. Os olhei mais profundamente possível. Olhei para seus lábios e os meus formigaram.

Ele sorriu então se virou e deu mais alguns passos até a porta, e quando estava com a mão na maçaneta, ele não a abriu, ele hesitou. Isso me fez juntas as sobrancelhas de confusão. Ele levantou um pouco a cabeça e então se virou.

– Haide? – Ele disse meu nome intensamente.

– Sim? – Respondi hesitante.

– Devia ter feito isso há muito tempo. – E então ele veio até mim, colocou uma de suas mãos em meu rosto e me beijou.

Pela primeira vez me senti mais feliz do que nunca. A sensação de seus lábios no meu era ótima, mais do que ótima, fantástico. Acho que não tem uma palavra certa para descrever isso.

Noah me puxou mais pelo rosto, fazendo com que nós ficássemos bem juntos. Passei meus braços ao seu redor e me entreguei por completo no beijo. E então escutei uma tosse falsa de Jean. De primeira a ignorei, mas ele tossiu com mais força e mais alto. Então cortei o beijo e disse:

– Já vou.

– Não. Agora. – Jean disse com um tom duro.

Eu o olhei irritada e vi que ele me olhava sério. Eu revirei os olhos e olhei Noah.

– Preciso ir.

– É, eu também.

Ele voltou a me beijar e Jean interferiu novamente:

– Já chega.

– Que droga, Jean. – Eu disse irritada.

– Vamos logo. – Ele usou o mesmo tom de voz.

– Idiota. – Sussurrei.

– Eu ouvi essa.

Eu o ignorei e soltei Noah do meu abraço.

– Te vejo depois.

– Com certeza. – Ele disse com um sorriso enorme. Ele se virou e entrou. Eu fiquei ali ainda parada olhando para a porta antes de ir.

Jean me acompanhou até o meu apartamento. Quando chegamos ele parou atrás de mim, eu fiquei de costas pra ele por alguns segundo, então me virei e disse:

– Obrigada por me defender hoje. – Eu disse hesitante.

– De nada. – Ele disse balançando a cabeça.

Eu suspirei e disse:

– Olha, Jean. Fui uma péssima irmã todos esses anos. Dizendo que você era um idiota, um babaca, um otário, um tampinha... – É, fui eu que inventei esse apelido pra ele. Ele me fez uma careta engraçada, mas continuei. – Mas, enfim, você provou hoje ser o melhor irmão que eu podia ter. Que você é diferente deles. É o irmão do qual eu possa confiar.

Ele suspirou e disse:

– Haide, eu só te protegi hoje porque você é minha irmã, nunca teria enfrentado o Ross daquele sem um motivo.

– Ao menos que ele te chamasse de tampinha. – Eu lhe disse.

Ele riu.

– É, isso é um motivo.

Eu desviei o olhar e ele perguntou:

– Você, por acaso, vai perdoar ele?

Eu o olhei séria, suspirei e disse:

– Ele é meu irmão. Tenho que perdoá-lo. Porque não importa as escolhas que ele faça, ele ainda vai continuar sendo meu irmão. E também mesmo que ele seja um pouco burro...

Jean me interrompeu com um riso histérico.

– Você é sincera demais.

Eu simplesmente sorri.

– Bom, tenho que ir. Quero ver o que vai acontecer com eles. – Jean me disse depois de alguns segundos.

– É, eu tenho que entrar também. – Eu disse apontando o dedo para a porta atrás de mim.

– Então...

– Tchau, Jean.

Jean me olhou e então me puxou para um abraço. Nunca havia o abraçado antes, talvez tudo isso que tenha acontecido tivesse nos aproximados mais.

Quando entrei, Olga e John saíram da sala e foram até a porta de entrada, com certeza, pra brigarem comigo, mas quando viram o estado que eu estava às palavras de Olga se engasgaram e então ela arfou:

– Mas o que houve com você?

Eu sorri forçadamente e disse:

– Oi. E houve tudo. – Eu passei por eles e tirei a minha mochila das costas, poeira caiu no chão e John disse:

– Noite em tanto, não é?

Eu o olhei ainda com o sorriso forçado e disse:

– É. Se vocês me dão licença, preciso de um banho. – Eu disse me esquivando de uma briga.

Olga cruzou os braços e me olhou furiosa, então eu disse:

– Eu juro que depois explico tudo, está bem?

Olga estreitou os olhos e caminhei para meu quarto.

Bem, o dia foi uma coisa. Ross tentou me matar e meus irmãos ajudaram, bom, menos o Jean. Noah me beijou. E acho que Ross, Gareth e Nero deveriam estar tomando uma bela de uma bronca ou talvez algo pior, pois quando fui embora papai estava com um olhar assassino por causa de Ross ter o desobedecido. Ainda, ele estava louco para matar Ross por ter quase destruído a cidade e ter nos exposto. Tenho uma mera certeza de que amanhã eu aparecia em matérias de jornais e na televisão, seria um longo dia amanhã.

A última filha, e a mais burra de todas. Mas vale a pena ser tão burra assim.


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Notas finais do capítulo

Bom, deixem suas Reviews do que acharam da história. E também comentem sobre o que acham de uma continuação.



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