Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 34
Discussão


Notas iniciais do capítulo

Olá bbs C: eu estou meio chateada porque Schyler está bem perto do fim, alguns leitores andam me perguntando se terá alguma continuação, mas acho que não... quando eu criei a fic por causa de um sonho meu, já tinha um final que não teria como continuar a partir daí. Então, infelizmente Schyler será só um livro ok? Mas eu espero de coração que vocês estejam gostando, viu? Saibam que são os melhores leitores do mundo



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Ficamos horas dentro de um carro, um avião e mais uma vez, um carro. Eu já me sentia exausta, não apenas por conta da viajem longa, mas também porque havia esgotado minhas forças com a luta contra Aliha e sua horda para salvar minha irmã, quem não parava nem sequer um minuto de falar o quão incrível fora ver o “anjo mau” (como dizia ela referindo-se a Aliha) sendo lançada no ar logo depois de tentar me matar.

Já eu, tentava ao máximo evitar qualquer assunto, pois preferi dormir no avião e inclusive no carro no caminho até a casa na China. A exaustão havia tomado conta de mim e tudo o que eu conseguia me concentrar era o sono e meus dedos entrelaçados ao de Gabriel, quem estava sentado ao meu lado parecendo absorto do que Carrie falava.

Por mais que isso não parecesse nada romântico, apenas permanecer ali com ele lado a lado sentindo sua respiração sobre meu cabelo e seus braços ao redor de meus ombros como se estivesse ainda me protegendo de algo. De certa forma, ele estava mesmo. Protegia-me de tudo o que havia em volta, tanto dos assuntos irritantes de Carrie como também o ciúme doentio que ele começara a sentir de Tristan quando me viu com ele logo após de vencer Aliha.

Eu não havia dado motivos para aquele ciúme todo, porém meu anjo sempre fora assim – possessivo boa parte do tempo, mas me protegia como ninguém mais seria capaz como ele. E por essa razão, tudo o que eu conseguia sentir era meu amor por ele, a vontade de passar minha vida inteira com aquele anjo que caiu do céu, o anjo que se revoltou e se apaixonou pelo motivo de sua revolta.

– Caramba, como conseguiu me esconder tudo isso por tanto tempo? – perguntou Carrie para mim, porém seu olhar estava sobre Tristan ao seu lado dirigindo o carro. – Quer dizer, eles são anjos! Como eu nunca soube de Caleb?

– Gabriel. – disse ele ao meu lado não evitando um sorriso. – Caleb era meu nome falso que eu usava como uma camuflagem para Aliha e nem demônios me encontrarem.

Ela o encarava completamente maravilhada com tudo isso.

– Ual! Minha irmã namora um anjo, que incrível! – eu sorri. – Mas, Schy, se o seu pai verdadeiro era um anjo caído, quer dizer que eu...

– Você é humana. – pronunciou-se Tristan pela primeira vez. – Seu pai era o padrasto de Schyler que a expulsou de casa.

Essa lembrança fez com que eu abaixasse os olhos para tentar esconder a tristeza repentina que me invadiu. Não havia coisa que eu odiasse mais do que lembrar-me do que meu padrasto havia feito comigo – chamou-me de monstro e abominação pouco antes de me expulsar de casa.

Tristan viu minha expressão pelo retrovisor, o que o fez parecer um pouco culpado por me fazer lembrar disso.

– Desculpe, Schy. – murmurou ele. – Eu não queria...

– Está tudo bem.

O clima no carro se tornou um pouco mais pesado do que estava antes, agora, parecia que a energia pesada daquela lembrança havia passado de mim para todos. Carrie sabia muito bem como era sentir isso, afinal, ela estava ao lado de meu padrasto tentando impedi-lo de me mandar embora. Por conta disso que eu sempre soube que poderia contar com ela sempre que algo ruim acontecesse, pois permaneceu do meu lado até mesmo quando isso aconteceu.

Agora, ela sabia o porquê de ele me chamar de monstro.

– Schy, você não é um monstro. – disse ela pegando minha mão livre por cima do banco. – Meu pai estava errado. Você é especial, apenas isso.

Eu deveria sorrir, sei disso. Porém, a lembrança de tudo o que acontecera me impediu de esboçar qualquer expressão que fosse, apenas permaneci séria a encarando esperando que alguém pudesse quebrara aquele clima pesado que havia tomado conta do carro.

Como se ouvisse meus pensamentos, Gabriel apertou o braço que estava sobre meu ombro de uma forma como se fosse um abraço. Aquilo fez-me sentir um pouco mais reconfortada e fora o suficiente para que eu murmurasse um “obrigada” silencioso para minha irmã.

Depois de uma longa viajem, finalmente chegamos na casa na China, onde Gail, Dorian e Alek. Os três estavam parados bem em frente da porta da casa, como se soubessem que já estávamos chegando. De uma forma estranha, eu achava que eles realmente sabiam, principalmente Gail, quem sempre pareceu ter um quinto sentido e descobrir o que iria acontecer.

Alek e Dorian possuíam expressões um pouco preocupadas, ainda mais que Gabriel, quem ainda permanecia um pouco tenso desde que chegara onde derrotamos Aliha e alguns dos anjos negros. Havia acontecido algo, estava mais do que óbvio, mas nenhum deles diriam se eu não os forçasse.

– Finalmente chegaram, Gabriel. – disse Alek enquanto ajudava a mim a tirar as malas do carro. – Precisamos ter uma conversa séria.

– O que aconteceu? – perguntei tentando arrancar algo de Alek, quem sempre pareceu mais gentil e fácil de conversar do que Dorian.

Ele e Dorian se entreolharam.

– Não é nada. – interrompeu Gabriel tirando as malas de minhas mãos e as de Alek. – Schyler não precisa se preocupar com isso.

Isso me irritava. Gabriel achava que me escondendo coisas, iria evitar que eu me metesse em problemas, mas estava mais do que na cara que eu me meteria de qualquer forma. Ele precisava parar com aquela mania ou eu mesma iria acabar com a graça dele.

Irritada, segui-o até a entrada da casa e arranquei as malas de suas mãos impedindo-o de entrar.

– Vai me contar o que está acontecendo. Agora. – mandei tentando soar de uma forma firme. – O que aconteceu?

Gabriel bufou ao perceber que nada que falasse mudaria minha opinião. Estava na hora de começar a falar e já havia passado da hora. Se algo ruim tivesse acontecido, tudo o que eu desejava era ser a primeira a saber e fim.

– Você não deveria saber disso agora e...

– Gabriel, não é seguro contar. – interrompeu Dorian.

– Ela teria que saber de qualquer jeito! – Gabriel havia alterado o tom de voz. Agora, seu tom havia saído alto mostrando o quão irritado ele estava. – Dorian, não poderíamos esconder por muito tempo.

– Mas seria mais seguro. – disse Gail.

Gabriel suspirou.

– Gail, ela precisa saber do que fomos avisados. – disse ele. Respirou fundo e finalmente se voltou para mim. – Recebemos um aviso pouco antes de você viajar para Nova York. Miguel sabe de nossas intenções na guerra e que haverá três lados e bom...

– Ele quer que você e Gabriel o encontrem no Salão negro em dois dias antes da guerra acontecer. – terminou Gail de uma forma impaciente. – É óbvio que Miguel não iria deixar de se intrometer nisso. Ele sempre quis se livrar de Aliha, pode ser que quer ficar do nosso lado.

Gabriel assentiu negativamente.

– Miguel não ficará do nosso lado. – disse como se fosse óbvio. – Será que vocês não entendem? Isso é uma armadilha de Miguel! Ele quer atrair a mim e Schyler para o Salão Negro e depois mata-la! É esse o propósito dele!

Gabriel estava furioso, eu nunca o havia visto daquela forma, tanto que ele jogou a jaqueta que segurava – a qual eu nem havia percebido – com toda a força no chão e, sem aviso algum, abriu suas enormes asas cinzentas e abriu voo por cima da casa desaparecendo no ar.

Eu não poderia saber onde ele estava e por isso, não poderia ajuda-lo. Fora de propósito, estava mais do que óbvio. Ele precisava de um tempo para pensar, andava estressado demais nos últimos dias, então eu daria um tempo a ele.

Por mais que eu quisesse estar agora ao seu lado tentando acalmá-lo...

[...]

Fiquei pelo menos duas horas rolando na cama improvisada no último quarto da casa. A exaustão que eu sentia no carro a caminho dali simplesmente desaparecera depois da revelação confusa que ouvi de Gabriel e Gail sobre Miguel e o tal Salão negro. Agora, eu não conseguia dormir de maneira alguma e por isso, permaneci por várias horas acordada enquanto estava deitada.

Meus pensamentos voavam em todas as coisas que aconteceram nos últimos meses desde que conheci Gabriel – desde quando ele me salvou de ser estuprada, quando vi Aliha e os outros anjos pela primeira vez na boate e até mesmo quando descobri quem ele era. Tudo isso acontecera em tão poucos dias que nem eu mesma conseguia acreditar. Minha vida mudara completamente e tudo isso graças a algo que aconteceu anos atrás, a segunda guerra mundial, que fora causada por Gabriel e os demônios.

Era incrível me lembrar de cada detalhe e perceber que eu passara por mais coisas do que qualquer pessoa normal nesse mundo. E além disso, descobrir quem era meu pai de verdade e o fato de eu ser uma Neflin.

– Você sabia que costuma pensar demais?

A voz de Gabriel me tirara do transe, fazendo com que eu o visse parado sobre o parapeito da janela de meu quarto com as enormes asas cinzentas ainda abertas.

– Gabriel, você me assustou. – murmurei sentando-me na cama bem a frente dele. – Por onde esteve?

Ele suspirou lentamente enquanto se sentava sobre o parapeito.

– Por ai. – resmungou. – Tentei extravasar a raiva longe de alguém que eu pudesse machucar e me arrepender depois.

– Você precisa se acalmar, anda muito estressado com tudo o que acontece...

– É claro, eu preciso fazer isso. – interrompeu. – Não entende que eu posso perde-la a qualquer momento?

– Sim. Mas nem por isso você deve enlouquecer. – eu disse enquanto tirava o cabelo de meu rosto. – Eu estou bem.

– Por enquanto. – seus olhos focaram em mim. – E depois quando estiver na guerra? Eu não vou poder protege-la a todo momento, você pode ser atacada e... morrer.

Todas as vezes que Gabriel dizia algo sobre eu morrer, sua expressão mostrava o quão desesperado ele ficava. De uma forma quase que perdida, ele se desesperava logo ao pensar naquela possibilidade.

Tentei acalmá-lo levantando e indo até ele no parapeito da janela. Ao sentir minhas mãos sobre seu braço, Gabriel finalmente desviou o olhar para mim. Seus olhos violeta refletiam o quão cansado ele estava e até mesmo o desespero de não saber o que esperar para nosso futuro.

– Venha. – sussurrei próxima ao seu ouvido. Meus dedos se entrelaçaram ao seus e o puxei levemente para dentro do quarto. – Você precisa descansar.

Entendendo o recado, Gabriel recolheu as asas deixando-as escondidas logo atrás de suas costas e me seguiu até a cama, onde ele se deitou ao meu lado sem reclamar nem ao menos uma vez. Entregando-se daquela forma mostrava mesmo o quão cansado ele estava.

– Nós vamos ao Salão Negro e vamos encontrar Miguel. – sussurrei novamente em seu ouvido. – Não tente me impedir ou irei sozinha.

Gabriel estudou meu rosto por alguns segundos e ao ver que eu não mudaria meu objetivo, soltou um longo suspiro.

– Tudo bem. Não serei eu que a impedirei de ir até lá. – seus dedos tocaram meu rosto levemente. – Mas entenda que será ainda mais perigoso do que quando você e Tristan enfrentaram Aliha.

– Já estou acostumada a viver perigosamente. – brinquei vendo-o finalmente sorrir.

Como se lesse meus pensamentos, Gabriel se aproximou até que senti seus lábios sobre os meus. Faziam dias desde que nos beijamos pela última vez e por esse motivo, eu sentia uma saudade quase que doentia por ele.

Quando terminou o beijo, ele me puxou para que eu me deitasse sobre seu peito. E daquela forma, não demorei muito para adormecer em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Schyel é tão meigo *---* então gente, talvez eu vá publicar meu livro (que tem a fic aqui no nayh) OGC9 na Amazon! Quem quiser saber mais me mande uma MP ou ask.fm/GiovanaCarlesso
Beijoos ;) x



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