Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 28
Falso futuro


Notas iniciais do capítulo

Haaaallo meu povo! Se quiserem ler alguns capítulos a mais do que aqui de Schyler, curtam a página https://www.facebook.com/pages/Stories-for-fun/515063535219961
Lá vocês vão encontrar também muitas outras fics minhas!
Boa leitura, nos vemos lá embaixo ;)



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De acordo com Gail, o fato de eu manejar o fogo poderia ser crucial durante a guerra contra os anjos negros, porém, não poderia usá-lo em hipótese nenhuma contra os demônios, quem ficavam mais fortes perto desse elemento. Nossa chance contra os demônios era a água do mar, a qual os deixava fracos e confusos e só assim nossas chances aumentavam.

Gabriel, Alek e Dorian entraram em contato duas vezes em alguns dias, porém, fora enquanto eu estava treinando e por isso não conseguia ouvir a voz de Gabriel. Gail me certificou que eles estavam bem e que só haviam arrumado briga com dois anjos caídos que achavam que a presença do ex-arcanjo era ameaçadora.

Durante esses dias, treinei muito tentando controlar o fogo usando o autocontrole sobre minha raiva interior para usá-lo de forma certa. O fogo poderia ser poderoso, tanto que por pouco não coloquei fogo no mesmo campo em que destruí alguns dias atrás após uma explosão de raiva.

E Gail dizia que esse, era só uma parte do que eu poderia fazer.

– Não tem um dia especifico que irá acontecer a guerra. – disse Gail colocando um grande mapa sobre a mesa de madeira. – Quando eles voltarem, teremos que seguir em direção ao mar, nos colocando em posição. Aliha tem um plano em mente, vai atacar no dia em que estaremos mais distraídos, por isso, pode ser que os anjos negros ataquem antes. Mas, os demônios são muito burros e pode ser que tentem nos atacar quando já estivermos prontos.

– Eles não têm ninguém no comando?

– Não. É uma briga por poder constante no inferno, mesmo que Lúcifer ache que manda algo, os demônios lutam para serem lideres todos os dias. Por isso, não há quem mande eles atacarem em certa data.

Pensei por algum tempo observando o ponto marcado por Gail no centro do mapa, perto de onde estávamos, só que no mar. Voltaríamos para os Estados Unidos, porém não em Nova York, pois demônios estavam em todos os cantos, esperando a oportunidade para me matar.

– Aliha vai atacar pelo céu, certo? – perguntei, Gail assentiu franzindo o cenho enquanto observava eu pensando. – Estaremos em um barco, bem aqui. – apontei para o ponto marcado no mapa. – E os demônios, provavelmente pela água ou pelo ar, já que a água vai deixa-los muito fracos.

– O que está tentando dizer, Schyler?

– Um barco pode ser um pouco chamativo demais, eles atacariam de uma vez, nos deixando vulneráveis. Se Gabriel, Alek e Dorian trazerem muitos anjos caídos, podemos montar uma espécie de... armadilha.

Os olhos de Gail praticamente brilharam, pela primeira vez, ela não me encarou como se eu tivesse dito a maior asneira. Pelo visto, eu havia falado algo certo dessa vez.

– Alek vai ficar enciumado. – disse ela de repente com um meio sorriso nos lábios. – Geralmente ele é o gênio das armadilhas. Parece que alguém conseguiu vencê-lo.

Sorri vitoriosa, parece que me divertir na infância jogando jogos de estratégia com Carrie haviam me ajudado à manter o pensamento estratégico. Gail pareceu bem impressionada com minha ideia, exceto pela parte em que teríamos que achar uma forma de nos escondermos. Para ela, seria uma parte arriscada, já que Aliha é tremendamente esperta.

Observei o mapa da baía por algum tempo, procurando algum local que poderia ser usado como esconderijo para antes de ataque. Muito próximo à ilha de Manhattan, havia um conjunto rochoso muito alto, uma espécie de montanha marinha. Como a guerra se iniciaria no mar e todos os demônios estavam em Nova York, por que não ali?

– Porque ficaria muito óbvio. – Gail pegou o mapa de minhas mãos e verificou o conjunto rochoso.

– Mas essa é a questão, certo? Ficar óbvio. – peguei novamente os mapas, recebendo um olhar mortal da parte dela. – Eles vão atacar o barco, porém não vão nos encontrar. Aliha vai ficar furiosa ao perceber que fora enganada e aproveitando a ira dela, atacamos de surpresa.

Gail ficou em silêncio pensando enquanto verificava algo no mapa.

– Ok, seu plano não é tão inútil. – fiz uma careta ao ouvir isso. – Quando eles chegarem com os anjos caídos que encontrarem, contamos seu plano. Alek é ótimo para estratégias, se quer uma opinião de mestre, temos que saber a dele.

Depois de traçar a estratégia, mais uma vez sai da casa para treinar por mais algumas horas no campo. Eu ainda não conseguia controlar totalmente minha raiva interior e transformá-la em um ataque certeiro, era como se houvesse alguma coisa dentro de mim impedindo-me de acertar o alvo.

Durante horas, tentei acertar o alvo que Gail colocara no centro do campo, mas de resultado, só consegui algumas cerejeiras que sobraram do último treino totalmente queimadas. Torci os lábios e desabei na grama que crescia, apoiando minha cabeça em meus braços dobrados sobre os joelhos.

O que eu estava fazendo?

Saber o que eu era capaz só crescia minhas lembranças de quando meu pai/padrasto humano dizia que eu era uma aberração. Eu me perguntava como ele descobrira isso, como ele soube que eu era filha de um anjo caído.

Mas quem era meu pai de verdade?

Por que minha mãe sempre escondera isso?

“Eu sempre soube quem é você...” disse-me Gabriel uma vez. E se ele soubesse quem era meu pai? Eu teria que pergunta-lo quando voltasse, ainda haviam muitas perguntas a serem respondidas até a guerra contra anjos negros e demônios.

– Você quer respostas, Schyler Jackson, e eu posso dá-las a você.

A voz grave e profunda chamou-me a atenção, me tirando do transe. Como ainda estava sentada na grama, levantei-me rapidamente de uma forma quase que por reflexo para ver quem dissera aquilo. Atrás de mim, estava um homem grande, músculos definidos, cabelos tão escuros quanto a noite e olhos avermelhados assustadores. Em suas costas, duas asas tão negras quanto os fios de seu cabelo, bem abertas para minha visão completa, quase que de forma ameaçadora. Usava roupas também negras, porém, pareciam uma espécie de armadura.

Pensei a única palavra que me vinha a mente: Perigo.

Ele era perigoso e sua presença, ameaçadora.

– Quem é você?! – falei dando um passo para trás, mas ainda mantendo a posição segura.

– Como disse, você quer respostas. – voltou ele a dizer. – Posso dar a você todas as respostas que precisa.

– Responda! – berrei tentando mostrar a ele que eu não sentia medo. Ele era um anjo negro, pude perceber isso pela cor negra de suas asas, ainda mais porque anjos negros possuem olhos vermelhos.

O anjo riu, pareceu achar graça de minha reação.

– Schyler, sua impertinência sempre foi esperada. Eu disse que daria respostas, mas se continuar interrompendo-me, sou obrigado a ser mais... direto. – ele disse isso com a voz carregada de sarcasmo e ódio, como se já me conhecesse.

– Então diga, o que você quer?

– O que você quer? – interrompeu. – Diga-me, nefilin, quais são suas perguntas. Apenas sei duas delas: quem é seu pai verdadeiro e... – ele me olhou com um sorriso ameaçador estampado nos lábios. – Se o homem que ama é confiável.

Um grande ponto de interrogação cresceu em minha mente. A primeira estava certa, eu queria saber quem era meu pai e porquê me abandonou com dois mundanos, mas.... se Gabriel era confiável? Jamais tive dúvida nisso.

– Eu confio nele. – murmurei com o cenho franzido.

– Será? – o anjo arqueou as sobrancelhas andando em círculos em torno de mim. Meu alarme interior apitou, havia alguma coisa errada ali. – Será mesmo que confia no seu adorado, ex-arcanjo? Pense comigo, Schyler, Gabriel tinha um dos maiores postos no céu. Era um dos mais importantes anjos, praticamente o segundo no comando. De repente, sente ódio dos humanos e resolve liberar todos os demônios para acabar com a raça mundana? E ao se apaixonar... decide parar tudo?

Respirei fundo. Onde aquele anjo estava querendo chegar?

– Gabriel achou que os humanos tinham muitas chances, muitos privilégios. Por isso se revoltou contra o céu.

– E para o que? – o anjo parou a poucos metros de mim. – Acha mesmo que um arcanjo desistiria de seu posto no céu por causa de inveja? E desistiria de tudo, até mesmo para ser expulso do céu por causa de uma garota?

– Onde quer chegar? E minhas respostas?

– Uma coisa de cada vez. – disse, eu sentia seu sorriso de longe. – Diga-me, Schyler, acha que tudo isso tem algum sentido?

E se... e se aquele anjo negro tivesse razão? E se tudo que Gabriel me dissera não passasse de mentiras?

– Não. – sussurrei. – Não tem sentido algum.

– Exatamente o que quero dizer. – o anjo sorriu mais abertamente. – É uma pena que seu pai esteja morto para avisá-la de tudo isso. O anjo faria de tudo para tirá-la de perto do ex-arcanjo e...

– Schy, cuidado! – a voz familiar de Gabriel me alertou no mesmo instante que me virei para encarar o anjo negro tentando me acertar pelas costas.

Num ato de puro reflexo, desviei de seu primeiro ataque e joguei meu corpo na direção do chão, para que o ataque do anjo acertasse um ponto na grama bem longe de minha cabeça. Gabriel estava a poucos metros, encarando o anjo negro de forma furiosa, quase que fatal. Por um momento senti medo dele, mas esse medo desapareceu no instante que Gabriel abriu suas asas cinzentas e voou na direção do anjo negro.

Era a primeira vez que eu via suas asas, pois ele sempre tentara escondê-las de mim. O primeiro ataque dele fora fatal, acertando o peito do anjo negro tão fortemente, que senti o estrondo de onde eu estava.

Talvez aquele fosse o momento de eu finalmente ver os resultados de meu treino.

Estava na hora de agir.


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Notas finais do capítulo

Capítulo pequenininho, né? :/ vou postar uns maiores daqui pra frente, só preciso da minha criatividade de vooolta! uhsushushush
Beijocas :) xx



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