Vampire escrita por ladyvalo


Capítulo 1
Vampire


Notas iniciais do capítulo

A fic é baseada no clipe Vampire, do cantor Kazuki Kato. Créditos da capa para Miss_Bizarre, minha anja salvadora!



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Em uma pequena e pacata cidade, há rumores de que um vampiro vive nas redondezas. Um novo morador, que vive escondido em sua mansão. Não sai, não vai à igreja nem partilha dos costumes da região. Na verdade, pouco se sabe sobre ele, já que ninguém nunca o viu.

- Senhor, já viu os camponeses lá fora? - disse o velho mordomo, espiando pela janela.

- Sim, Friedrich, eu já vi. Curiosos, sempre querendo saber o que não lhes é de direito. - respondeu o patrão, folheando um livro.

- Pretende fazer alguma coisa? Deseja que eu vá lá e os retire daqui?

- Não é necessário, uma hora eles vão se cansar e irão embora.

- Aquela garota não parece que vai se cansar.

- Que garota? - curioso, foi até a janela.

- Aquela de vestido branco e um terço nas mãos.

Kazuki observava atentamente a garota, uma menina, de rosto jovem e corpo imaturo. De algum modo lhe chamou a atenção, pois apesar da sua juventude, era bonita, mas de um jeito diferente. Era como um botão de rosa, que ainda sendo rosa, não é tão bonito quanto a flor adulta, mas ainda assim é belo.

Ela estava rezando, ajoelhada sobre a grama, segurando firme o terço em suas mãos. Embora seu rosto estivesse um pouco inclinado para baixo, dava para ver uma ou duas lágrimas escorrendo-lhe pela face rosada.

- Ela está rezando, por que? E por que chora enquanto reza? Sua oração é tão forte, tem tanto sentimento que a faz derramar lágrimas? E em prol de que? Do meu mal, ou do meu bem?

- Não sei, meu senhor. Creio que só ela poderá responder.

- Não faltará a oportunidade. - finalizou, fechando as cortinas.

Daquele momento em diante, a imagem da garota não saiu de seus pensamentos. Enquanto comia, enquanto dormia, a todo instante, lá estava ela, agarrada em sua mente como raízes na terra.

- Tenho que me livrar disso! - disse Kazuki ao mordomo na terceira vez que acordou - Senão não vou mais conseguir dormir. Dias e noites se passam e eu ainda penso nela, por que Friedrich?

- Mais uma vez não sei, meu senhor. - respondeu melancólico - Volte para o seu quarto, vou levar uma xícara de chá para que consiga dormir.

- Então leve uma jarra inteira! - disse em tom irônico e o empregado sorriu.

Mais alguns dias se passaram até que, finalmente, Kazuki tomou a decisão de acabar com a sua obsessão.

- Friedrich, esta noite vou sair. Prepare um jantar especial, pois teremos uma convidada.

- Está certo disso, meu senhor? - o velho perguntou preocupado.

- Nunca estive mais certo. Talvez eu demore, pois não sei bem aonde procurá-la.

- Os outros empregados a veem muito na igreja.

- Então é para lá que eu vou!

Chegada a noite, Kazuki vestiu-se o mais sobriamente possível e saiu pela porta dos fundos, que os empregados usam. Ao sair, cobriu-se com a capa para que pudesse passar despercebido na escuridão.

Encaminhou-se em direção à igreja, despertando alguns olhares curiosos pelo caminho. Ao chegar ao seu destino viu, de imediato, a garota de seus pensamentos. Esperou ela entrar e em seguida a seguiu, entrando também.

Sentou-se em um dos últimos bancos e desceu a capa. De longe ficou observando, detalhadamente, cada movimento da menina, que estava mais à frente, ajoelhada no primeiro banco. Como da outra vez, ela estava vestida de branco, parecia o mesmo vestido, e também como da outra vez, rezava fervorosamente.

De repente um padre entrou, parou em frente a ela e postou uma das mãos sobre a cabeça da garota. Rezavam juntos.

Terminada a oração, o padre entregou-lhe um frasco de vidro contendo um líquido muito claro, que Kazuki supôs que fosse, talvez, água benta.

A menina se levantou e se virou para ir embora. Pela primeira vez Kazuki pode ver melhor as feições dela. Como imaginava, era de alguém bem jovem e sobre seu colo havia uma cruz presa a uma corrente que pendia de seu delicado pescoço.

Bolou um plano, sairia logo após a garota, mas tomaria outro caminho, para interceptá-la em outro lugar. E assim fez.

Enquanto andava em direção a seu próximo destino, a menina sentiu-se estranhamente com medo, olhava para os lados e para trás, pensou se estava sendo seguida, vigiada ou se isso era apenas fruto de sua imaginação.

Imaginação ou não, fato é que viu um vulto se mexer em cima de um prédio, um vulto negro. Apressou os passos, aquilo estava ficando perigoso demais. O vulto a perseguia.

Pobre menina, começou a correr abraçada ao vidro de água benta, sem saber bem para onde ia. "Meu Deus, ajude-me", pedia. Mas, inesperadamente, foi surpreendida pelo rapaz que a acuou em um beco sem saída. Ela tremeu, e desmaiou.

Ao acordar, ela se viu presa pelas mãos e deitada em uma banheira de louça branca, que tinha algumas velas acesas em suas bordas. A primeira reação depois dessa foi tocar em seu peito, que estava vazio de qualquer adorno.

- Procurando por isso? - Kazuki havia chegado sustentando a cruz com a corrente em uma das mãos.

- Sim, me dê! - pediu esticando as mãos ainda presas.

- Devolverei, mas não agora.

- Quem é você? Onde estou? Você vai me machucar? - perguntou aflita.

- Todas as suas perguntas serão respondidas depois do jantar. Alguém virá buscá-la assim que estiver pronto. A propósito, desculpe-me por deixá-la em uma banheira. Os quartos estão em reforma.

O rapaz saiu do cômodo levando consigo não só o objeto da menina, como também suas dúvidas e esperanças. O banheiro era escuro e frio, ela abaixou a cabeça e chorou amargamente, sentindo-se totalmente perdida.

- O jantar está pronto, senhor. Já pode ser servido? - Friedrich perguntou.

- Sim, pode. A garota está acordada.

- Até quando a manterá presa? Ela deve estar assustada.

- Só até ela e eu podermos nos conhecer melhor. Agora vá chamá-la.

- Sim, senhor.

Seguindo as ordens do patrão o velho foi até a menina, tirou-lhe as algemas e ajudou-a a se levantar. No caminho para a sala de jantar ela perguntou:

- O que ele vai fazer comigo?

- Nada de mais, quer apenas conversar, acalme-se.

Ao chegarem, ela viu uma longa mesa posta para dois. Havia velas no centro e um ansioso Kazuki em uma das extremidades, aguardando a convidada.

- Sente-se. - ele disse apontando para a outra extremidade.

O mordomo a levou até o outro assento e ela se sentou. Novamente abaixou a cabeça.

- Está com medo de mim? - o rapaz indagou, mas ela não respondeu - Deixe-me ouvir sua voz, responda. Está com medo?

- Si-sim. - respondeu tensa, olhando para as próprias mãos no colo.

- Bom, pois está aqui para tirar todas as suas dúvidas, mas como eu já disse antes, só depois do jantar. Friedrich, o primeiro prato e também a bebida. - pediu ao mordomo.

- Eu não bebo. - disse baixinho.

- Como? Não ouvi.

- Eu não bebo, senhor. - falou um pouco mais alto.

- Não é nada alcoólico, não se preocupe. - sorriu gentilmente.

O empregado voltou com uma bandeja em mãos, que continha duas taças cheias de um líquido vermelho e viscoso. Ao ver, os olhos da garota arregalaram.

- Isso é sangue? - perguntou assustada.

- Acha que somos vampiros, não é? - Kazuki riu - Isso é suco de tomate, tão doce quanto o de qualquer outra fruta.

Friedrich serviu aos dois e voltou à cozinha para buscar as comidas. Kazuki já havia tomado o primeiro gole, mas a menina ainda estava receosa se devia ou não beber, esticando a mão e logo após recolhendo.

- Pode tomar. Se eu que bebo todo dia não morri, você também não irá.

Um pouco encorajada, ela tornou a estender a mão para a taça e cuidadosamente levou o líquido até a boca.

- É bom.

- Eu disse. E acho que aqui está quieto demais, concorda? - com um estalar de dedos, uma bailarina apareceu rodopiando pela sala ao som de um violino.

A música e a dança deixaram a menina deslumbrada e, pela primeira vez naquela noite, ela sorriu.

- Seu sorriso é bonito, devia sorrir mais.

Ela corou e um frio passou pela sua espinha.

- Desculpe, não posso mais ficar. - disse se levantando rápido. - Por favor, me deixe ir!

- Está bem, não vou obrigá-la a ficar. - Kazuki também se levantou e foi até ela - Se quer ir, vá, mas diga que vai voltar, gostaria muito de conhecê-la melhor. - nesse momento ele a envolveu com seus braços, surpreendendo-a.

Apesar do choque, a garota sentiu carinho naquele abraço e retribuiu o gesto, abraçando-o de volta, mas ao sentir o hálito quente dele em seu pescoço, quis se soltar.

- Não, por favor, pare! - tentando sem sucesso se desprender dos braços fortes do rapaz, cujos dentes estavam quase cravados no pescoço dela - Prometo não contar a ninguém e vir quantas vezes você quiser.

- Está bem. - concordou, soltando-a - Mas se não vier, eu vou atrás de você.

- Não será necessário, eu virei, todas as noites. - tremia.

Kazuki tirou do bolso do paletó a cruz com a corrente e devolveu à dona.

- Obrigada.

- Como se chama, criança?

- Aiko, e você?

- Kazuki. Sabe qual é o significado do seu nome?

- Não.

- Menina pura e amorosa.

Segurou o queixo dela e aproximou as faces, mas ao vê-la fechando os olhos e comprimindo os lábios, afastou-se. Então, deu apenas um leve beijo na bochecha.

- Friedrich. - chamou o velho mordomo.

- Sim, meu senhor?

- Leve-a para a casa em segurança e anote o endereço para mim. Até amanhã, Aiko. E já sabe, se não vier...

- Irá atrás de mim, entendi.

Depois de ver partir a sua nova companhia, Kazuki dirigiu-se até uma confortável poltrona, onde sentou imaginando como seriam as próximas noites e planejando mentalmente cada uma delas. Olhou para o relógio, marcava quase meia noite, mas ainda era cedo para dormir.


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Notas finais do capítulo

É isso aí, gostaram? Deixem um review pra tia saber a opinião de vocês, tá? Mesmo se não tiverem gostado. E pra quem ficou curioso, esse é o clipe:
http://www.youtube.com/watch?v=_lC_Nffl2gU
Beijinhos e até uma próxima!



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