POV’ Josh

Por que as coisas ruins só aconteciam comigo? Eu tinha tudo para ser feliz: uma namorada maravilhosa, tinha amigos legais, tirava boas notas, e tudo mais que uma pessoa precise para der feliz. E a culpa de tudo evaporar na minha frente foi minha.

Ficava pensando e tentando lembrar das coisas daquela noite enquanto caminhava com a turma em direção à cachoeira. Alguns flashes daquela festa vieram para meu pensamento: meus amigos praticamente me escoltando meia hora antes para o salão, eu tomando um refrigerante, Ally chegando, e só.

Quando chegamos na cachoeira, eu sentei em uma pedra e fiquei observando o pessoal se divertindo. Sophie e Leo começaram a brincar de guerra de água, e no final, ele pegou ela no colo e deu vários beijos. Aquilo doía muito no fundo da minha alma, a garota que eu amava nas mãos de outro cara? Ninguém aguenta uma tortura dessas.

Resolvi que ficar sentado com cara de paisagem não ajudava em nada, então tirei meu short e minha camiseta e pulei na água. Fiquei nadando um pouco, mas pensar que minha pequena não seria mais minha me deixava desconsolado. Fui até uma parte meio afastada e encostei minha cabeça na pedra. Cara, você não pode chorar. Isso não é coisa que um homem faria. SE CONTROLE!, eu pensava enquanto tentava segurar as lágrimas.

Ouvi barulho de alguém se aproximando e lavei meu rosto. Olhei para frente e vi Sophie. Minha feição mudou de triste e solitária para tensa.

- Josh, tenho que falar com você.

- Tudo bem.

- Eu... eu acho melhor pararmos de ter contato agora.

- Como assim?

- Estou muito feliz com o Leo. E você ficar por perto... – ela parou nesse momento.

- Atrapalha o amor de vocês? É isso que você iria falar?

- Não Josh! Eu não ia falar isso!

- É claro que ia.

- Josh!

- Eu também acho melhor pararmos de ter contato. Quer saber? Vou parar de olhar pra cara de vocês. Mas saiba de uma coisa: eu estou muito machucado, de verdade. Ficar vendo a garota que eu amo nas mãos de outro cara... isso dói muito no fundo da alma.

- Josh, eu... eu não queria te magoar. Mas você fez isso primeiro.

- Tchau! – eu saí da água e caminhei até a trilha.

Voltei para o acampamento e entrei na minha barraca. Dormi a tarde e a noite inteira, sonhei com a festa, e as peças estavam começando a se encaixar na minha cabeça.

Porque aquele pessoal me escoltou até a festa bem quando sabiam que Ally estaria lá? Porque Leo não foi para a festa, se ele é o cara mais baladeiro que eu conheço? Me lembrei também, que quando fui pegar meu refrigerante, Simon se ofereceu para “completar” o copo e sumiu com ele, voltando logo depois. Aqueles filhos de porcas desumanas me drogaram! Sophie precisa saber disso!, eu pensei saindo correndo até a barraca dela, de pijama e tudo.

Ela estava lá dentro lendo um livro, mas não estava sozinha. Sophie estava deitada com a cabeça na barriga dele, e Leo parecia estar dormindo. Ela dormiu com esse desgraçado?! Fodeu tudo!

Ela nem me percebeu ali, então eu saí e me juntei ao grupo que fariam a caminhada. Preciso sair dessa fossa. Vou fazer alguma coisa de útil. Tocaram o corneta da chamada final e logo ela apareceu, mas Leo não.

- Cadê o seu namoradinho?

- Ele não é meu namoradinho. Ele está muito cansado e não vai caminhar.

- Hum... bom saber.

Depois de uma hora caminhando, Sophie recebeu uma mensagem. Ela olhou incrédula, depois começou a chorar e saiu correndo para o meio da mata. Não perdi tempo e corri atrás dela.