Argonautas I escrita por Argonautas


Capítulo 11
Gustavo Bossolan




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...Eu apenas corria.Aqueles corredores escuros me agoniavam,mas eu continuava correndo . Não lembrava como fora parar ali,aquela ilha-prisão assombrada.Apenas continuava a correr.Ouvi os protestos daqueles Lestrigões horríveis,e ainda tinha que aguentar aqueles humanóides prisioneiros.
Lá estava eu,correndo como uma vovó que esqueceu o bolo no forno.Tinha conseguido recuperar meu arco,algumas flechas,não muitas. Eles haviam feito uma coisa em minha mão,ela estava mais pesada,mas eu não atrevi-me a olhar.Não queria descobrir o que era aquela hora.Desviei de alguns monstros gigantes,que por sorte minha,não eram lá aquela esperteza.
Finalmente,após alguns minutos procurando,eu finalmente encontrei a porta de saída do edifício,pelo menos uma tonelada de puro ferro.Usei a minha flecha mais importante. Defronte a madeira de meu arco,eu tinha amarrado um isqueiro,a qual eu acendi a ponta e atirei.Quando ela atingiu a porta,causou uma explosão que foi suficientemente grande para fazer um furo no qual eu podia passar.
Comecei a correr.Um terreno plano de areia se alargava em minha frente.Um alarme tocava.Foi quando eu ouvi o que eu menos queria:
–Fiquem longe,seus brutamontes,só irão atrapalhar. –Aquele Clop-clop me agoniava.Atirei umas flechas na direção daquele maldito centauro que me perseguia,mas nenhuma realmente acertou.Ele também atirava algumas,eu pegava as que podia.
Até que uma hora eu parei,me virei e mirei no peito dele.Não acertou no alvo,mas foi perto. A flecha cravou em seu braço,coisa suficientemente grande para ele gritar de dor.Quando cheguei ao limite,vi que estava sem saída.
Uma grande porta,bem maior que aquela que eu explodi se alargava diante a mim.Dos dois lados dela,grandes paredes de tijolo grosso.Quando pensei que não tinha mais escolha,um daqueles malditos gigantes veio e quase me matou com sua clava.Por muita sorte,a mesma passou por cima da minha cabeça e atingiu a parede com tudo.
Quilos e mais quilos de pedra caíram. Eu simplesmente aproveitei a brecha e a confusão para sair de fininho. Comecei a correr,na minha frente só via árvores. Corria como um condenado. Cheguei finalmente até a encosta de um morro.Me escondi atrás de umas pedras.
Ouvia apenas os gigantes quebrando árvores, mas nenhum dos sons estava perto.Finalmente suspirei e relaxei,até eu ver a minha mão. Eu quase tive um múltiplo ataque cardíaco,no lugar aonde devia estar realmente a minha mão,estava uma ... mão,mas não uma normal,uma de bronze. Logo em baixo da mão havia uma cicatriz no meu pulso.
Eles tinham cortado minha mão direita e colocado uma réplica. Mas..eu conseguia mover ela normalmente,ela girava 360°,e na palma havia 3 botões da cor de um azul brilhoso,com pequenos desenhos.O do meio era uma espada,o da esquerda era uma lança,e a da direita um escudo.
Ainda quando eu analisava aquilo,um homem apareceu do meu lado. Logo eu coloquei uma flecha na linha do arco e apontei para ele.
Cabelos loiros, óculos escuros,aparentava ter uns dezoito anos,devia ter um sorriso certinho e brilhante,mas eu não podia saber,pois ele tinha uma expressão séria em seu rosto.
–Ei,tenho que falar rápido porque esse é o turno da minha irmã.Meu nome é Apolo,conhecido por você como “papai”.
Tudo me veio a cabeça,quando estavam queimando a minha vila,minha mãe disse que um Apolo viria. Antes dela ser levada por aqueles bichos. Não ! Tenho que afastar este pensamento da cabeça.
–Papai ?-Digo,em um tom de ironia – Minha mãe dizia algo sobre Deuses Gregos e Romanos, que eles ainda existiam,mas eu nunca acreditei ..
Ele me olhou com sarcasmo, e deu um sorriso de leve.
–Sua mãe,uma grande mulher ! Sim,você está certo . Sou o deus do Sol,das profecias,da musica,da poesia,essas coisas e tudo.
Não demorei muito a acreditar depois que vi aqueles monstros. Mas eu queria saber de umas coisas.
–Onde está minha mãe ? e o que diabos aconteceu com minha mão ? – Eu perguntei,meio eufórico.
–Bem,durma um pouco,assim,as coisas ficarã claras. Ele falou, tocando com seu dedo indicador em minha testa,no mesmo momento eu desmaiei.
Em meu sonho eu via apenas vislumbres,um acampamento de verão ensolarado,logo após uma placa de Long Island,um grande barco com uma cabeça de dragão na frente navegando em uma tempestade,e algumas vozes. Também relembrei da minha mãe,nossa vila sendo incendiada. Depois disto,tudo preto. Não me lembro de mais nada.
Acordo com um susto.Estou no mesmo lugar,deitado,só tenho certeza de três coisas. Primeiro eu tenho que chegar naquele tal de Acampamento Meio Sangue,e segundo que,após eu chegar em uma pequena cidade nas redondezas,constatei que estou no Texas.
Também descobri o que minha mão metálica fazia,quando apertei o botão do meio,que era uma espada,meus dedos se juntaram,e foram se transformando em uma espada de 1,50 metros. Eu não lutava muito bem com espadas,sempre pratiquei com meu arco e flecha,mas aquilo poderia vir a calhar.
Um único espaço que havia era o botão da espada,que havia sido “tingido” de vermelho sangue,quando eu apertava,minha mão voltava ao normal,bem, o mais normal que uma mão de bronze pode ser.
–Bem,tenho um longo caminho pela frente.-Digo.
*
Dois anos depois
*
Dois anos roubando lojas de conveniência,dois anos caminhando,2 anos sendo parados por monstros. Como isso foi bom. Cheguei no topo da colina, e olhei para baixo. Com toda certeza era o Acampamento Meio Sangue.
Peguei o meu arco do ombro e olhei para ele. Depois olhei para aquela maldita mão de bronze,a qual eu me acostumei.
Vou ver quem me espera lá em baixo !
Meu nome é Gustavo Bossolan,mas todos me tratam como Bossolan,tenho 12 anos e sou filho de Apolo.


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