Break Even escrita por Simjangeum, Shiro


Capítulo 4
Aqui estamos nós, então o que você vai fazer?


Notas iniciais do capítulo

Heey babys!
Achei que ia demorar mais, sério. Agradeçam por eu ter faltado aula hoje, se não eu não teria tempo para postar, mas enfim...
Tem personagem nova nesse capítulo! Eu inventei ela, ela nunca apareceu de verdade na série, e tem um caráter bem duvidoso...
Era só isso mesmo. Ah, capítulo dedicado pra linda da Éwilla Santana. Muito obrigado pela recomendação, baby -*
É isso aí, boa leitura!



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   CAPÍTULO 4

─ AQUI ESTAMOS NÓS, ENTÃO O QUE VOCÊ VAI FAZER? ─

   O voo sem escalas para a Itália foi calmo e silencioso. Eu tinha embarcado as onze da noite, o último horário, por isso o avião estava praticamente vazio. Fiquei com toda a parte de trás do avião para mim, pois os outros cinco passageiros ou estavam na parte da frente ou na primeira classe. 

   Passei a viagem toda pensando no que devia falar, no que devia fazer, mas tudo parecia tão forçado que desisti de tudo. É isso mesmo, decidi que assim que desembarcasse no aeroporto iria pegar o primeiro avião de volta à Califórnia.

   Afinal, onde eu estava com a cabeça? Como eu podia cogitar a hipótese de ver todos eles novamente? Não, não, eu era do tipo que prefiria fugir do problema a enfrentá-lo, e se fosse preciso fugir de Carly, Freddie, Spencer e Gibby para sempre, eu o faria. Não, não, eu tinha sido tão idiota...

   Algumas horas depois a aeromoça avisou que o iríamos pousar em alguns minutos, nós devíamos aguardar no aeroporto até nossas malas serem devolvidas naquelas esteiras que sempre me aterrorizam.

   Eram seis e meia da manhã. Então eu tinha tempo de sobra de pegar minha mala, comprar outra passagem e me mandar.

─ Passageiros do voo 1407 Boss Airlines, dos Estados Unidos com destino à Itália, suas malas serão entregues na esteira 09, obrigado ─ anunciou a voz no alto falante.

   Corri desajeitadamente até a esteira 09, para poder pegar minhas malas o mais rápido possível. Porém, houve uma confusão e parecia que nossas malas não estavam ali, e sim na esteira 10, e eles tinham anunciado errado.

   Já um pouco irritada, fui até a esteira 10 e lá eu vi, minhas duas malas cinzas vindo em minha direção. Estava tão ansiosa, que não esperei elas virem e corri em torno da esteira e as alcancei um pouco depois delas terem saído.

   Malas em mão, rodinhas no chão, tudo pronto para a minha maratona “De Volta Aos EUA”, que constitua em eu correndo loucamente para comprar um voo para Los Angeles e embarcando em tempo recorde.

   Sai correndo com as duas malas atrás de mim, quase escorregando no chão bem encerado, mas minhas botas não ajudavam muito de qualquer forma. Porém, quando fiz uma virada, que pareceu uma manobra, em direção a bilheteria...

─ Sam! Sam, aqui! ─ exclamou a voz de Freddie, atrás de mim.

   Gelei no exato segundo. Como, diabos, eu me deixei ser vista? A culpa foi das malas? A culpa foi minha em correr tão lentamente que uma tartaruga me ultrapassaria?

   Lentamente, sentindo meu coração bater também acelerado, eu me virei e fiquei muito surpresa com o que vi.

   Na entrada do aeroporto, estava Freddie, parado e me observando. Mas ele, sem dúvida, não parecia mais o Freddie que eu conhecia. Digo, ele estava com o cabelo um pouco mais comprido do que da última vez que eu o vi e ele parecia estar bem, ênfase no bem, hm... Em dia com o seu corpo, se é que você pode entender isso.

   Sem outra escolha a não ser encarar a situação, caminhei até ele, esperando que algo nos separasse, tipo uma cratera se abrindo no chão naquele momento. Mas, infelizmente, não aconteceu, então parei a alguns centímetros dele.

─ Oi, Freddie ─ falei baixinho, com um sorriso mínimo no rosto.

─ Pensei que não viesse ─ admitiu, com um sorriso enorme.

   Antes mesmo que eu pudesse assimilar tudo, Freddie me envolveu em seus braços fortes e me abraçou. Entendam, isso não é algo que devia acontecer, nos odiávamos, então abraçar era uma daquelas coisas que eu jurava que nunca iriam acontecer com a gente... novamente. Mas, Freddie, aparentemente, havia esquecido aquilo, pois havia muitos sinais naquele abraço apertado, muitos sinais que nem eu mesmo entendi.

─ Eu não venho ─ sussurrei em seu ouvido, deixando meus braços penderem moles junto ao meu corpo.

   Freddie me soltou, me encarando com um misto de confusão alívio. Ele não tinha entendido bem.

─ An, Sam, você está aqui ─ falou, como se eu fosse uma louca e não soubesse daquele fato ─ Você, hm, já veio.

─ Eu sei, não sou tão idiota. Mas eu vou voltar pra Los Angeles, agora mesmo... ─ murmurei, retomando minhas malas que eu havia deixado cair ─ Vou voltar, não posso ficar aqui.

   Fiz menção de me virar e sair, mas Freddie foi mais rápido e me manteve ali segurando meus braços.

─ Conheço você, Sam. Tão bem quanto qualquer outra pessoa, até mesmo Carly. Você não sabe disfarçar, sabia disso? Você está se sentindo culpada por alguma coisa que eu não sei bem o que, mas quero que você saiba que você não deve se sentir assim.

   Wow, como assim eu não sabia... Que droga! Se eu era uma péssima mentirosa, então só tinha que jogar as mãos pra cima e agradecer a Deus por Freddie ser tão lerdo e não se dar conta de que eu estou culpada por causa dele.

─ Você acha? ─ indaguei, fazendo um charme ─ Não sei bem se foi uma boa ideia vir.

   Freddie riu, não de achar que eu estava fazendo uma tempestade em copo d’água, mas sim porque devia achar aquilo tudo muito improvável. Era muito fácil ler as emoções dele em seu rosto, ele era bem evidente para mim.

─ Foi uma ótimo ideia ─ assegurou, então me soltando ─ Estamos completos com você aqui.

   E ele nem ao menos usou um tom romântico quando disse aquilo. Droga...

                                            .

   O caminho até o hotel onde eu iria me hospedar foi tranqüilo. Freddie me levou de carro até lá, e durante o trajeto me deu todas as notícias que eu precisava saber.

   O reencontro iCarly aconteceria na webicon que havia sido marcada pra dali a uma semana ali em Roma, a cidade capital e com mais habitantes da Itália. Eu, ele, Carly, Spencer e Gibby iríamos ficar hospedados no mesmo hotel, o Agriturimos San Mattia, em Verona, que ficava a quatro horas dali.

─ Por que não vamos para o apartamento onde Carly está morando? ─ perguntei, enquanto Freddie dirigia.

─ Hm, ela não te contou? Ela vai voltar para Seattle, agora que já terminou a faculdade dela aqui ─ respondeu ele, mas notei um tom estranho em sua voz.

─ Você vai junto com ela? ─ perguntei desconfortavelmente. Algo me dizia que tinha alguma coisa de errada aí.

─ Não, eu não terminei minha faculdade ainda ─ murmurou, como quem quer trocar de assunto ─ Enfim, só conseguimos vaga em Verona porque em Roma está muito lotado e porque Carly exigiu que fossemos pra lá. 

─ Aposto que é porque Verona é a cidade dos namorados ─ comento com uma risada. Freddie me lança um olhar confuso ─ Ah, você sabe, é a cidade onde Julieta morava, e Carly é apaixonada por Romeu e Julieta.

─ Você não? ─ pergunta ele, tentando puxar assunto.

   Dei alguns créditos a ele, mentalmente, por querer conversar comigo, mas sem tocar em alguns assuntos delicados.

─ Não leio muito, você sabe disso. Mas, há muito tempo atrás, eu vi uma peça, Muito Barulho Por Nada, que também é do Shakespeare. Eu achei bem melhor que Romeu e Julieta ─ respondi, me lembrando do dia em que vi a peça.

   Eu ainda morava em Seattle, e tinha dezesseis anos. Já fazia umas duas semanas que eu e Freddie tínhamos terminado quando Carly decidiu que iríamos ver Romeu e Julieta. Briguei, gritei e praticamente quase matei ela, alegando que não veria aquele filme nem que ela me amarrasse no sofá. Digamos que eu ainda estava muito abalada pelo fim do namoro e tinha certeza que iria chorar muito vendo Romeu e Julieta, e eu não tinha fama de chorar vendo filmes e sabia que se fizesse isso, Carly iria notar que havia algo de errado. Então, ela disse que iríamos ver Muito Barulho Por Nada, uma peça que estava em cartaz e também era do Shakespeare.

   Aquele dia foi legal, mas ainda lembro que Carly ficou comparando eu e Freddie com Beatriz e Benedito por algum tempo depois. Traumatizante.

─ Carly me contou desse dia ─ revelou Freddie, sorrindo ─ Ela disse que seria a Hero.

   Fiquei calada diante daquilo. Se Carly contou aquilo a ele, contou também da sua teoria de que eu ele éramos Beatriz e Benedito. Maravilhoso! Realmente...

   Passamos um bom tempo em silêncio, logo após aquilo. Freddie ficava batucando no volante e eu ficava admirando a bela paisagem pela janela.

─ Então, você nunca disse nada sobre a sua vida na Califórnia ─ comentou ele, quebrando o silêncio.

─ A última vez que nos falamos foi no começo do ano retrasado e eu ainda estava a caminho da Califórnia ─ respondi.

   E isso era bem verdade. E foi através do twitter ainda, quando ele me mandou uma mention perguntando como andava a vida e eu falei “a caminho do seu destino”. Depois daquilo, mais nenhum contato.

─ Você tem razão ─ concordou ─ Mas, então como anda ela agora?

─ Hm, ok, eu estou dividindo um apartamento com uma amiga minha em um hotel luxuoso de Malibu, onde a gente trabalha como babá. É isso aí ─ falei, levantando meus pés e encostando-os no pára-brisa. Freddie não falou nada.

─ Você, cuidando de crianças? Tá aí, uma coisa improvável.

─ É a dura realidade.

   E paramos a conversa por aí. Freddie parecia muito irritado, mas não ousei perguntar sobre o que. Já era difícil esse clima esquisito, eu não precisava agravar ele mais ainda.

   Alguns minutos depois, Freddie parou o carro em um posto de gasolina, para abastecer. Ele perguntou se eu queria algo da loja de conveniências e eu pedi que trouxesse comida. Depois do carro abastecido, ele me trouxe salgadinhos, chocolates e refrigerantes, e eu o agradeci com um sorriso tão mínimo que parecia inexistente.

─ Sei que logo você ia reclamar que estava com fome ─ disse ele, mas sem sorrir ─ Falta só mais 46 quilômetros, ou seja, acho que em uma hora e meia a gente chega. 

   Limitei-me a um aceno de cabeça e peguei as coisas que ele trouxe. Comi em silêncio e ofereci a ele um pouco usando gestos ao invés de falar algo, mas ele recusou e continuou a dirigir.

   O tempo que restava de viagem se passou em silêncio, completo silêncio, sem nem mesmo suspiros, bufadas, bocejos, tosses, espirros, enfim, nada mesmo. Só me dei conta de que já tínhamos chego quando Freddie parou o carro e anunciou:

─ É aqui.

   O San Mattia era um belo hotel. Ele tinha um ar meio rústico de fazenda, mas era só na fachada mesmo. Por dentro ele era elegante e sofisticado, mesmo que de uma forma simples, mas não era igual a imagem da fachada.

   Enquanto Freddie estava falando com a recepcionista, descobri que eles tinham feito reserva em um apartamento do hotel, com três quartos. Fiquei confusa com aquilo.

─ Por que vocês não alugaram um com apenas dois quartos? ─ perguntei, apontando para a imagem do folheto que eu estava segurando que mostrava apartamentos com dois quartos e bem mais baratos que o da reserva ─ Você, Gibby e Spencer podem dividir um só.

─ Os quartos não são muito grandes ─ respondeu ele, e notei um leve tremor em sua voz ─ E além disso...

   Mas o que quer que ele fosse falar, nunca cheguei a saber, porque naquele momento, sabe-se lá de onde, apareceu uma garota dando um gritinho.

─ Vocês já chegaram! ─ exclamou ela, animada.

   A garota tinha o cabelo longo moreno, que estava amarrado em um rabo de cavalo meio solto, vestia uma blusa azul, jeans e um par de tênis branco. A julgar pelo gritinho que ela deu e o sorriso irritante em seu rosto, saquei logo de cara que não iria gostar nada dela.

─ Hm, Sam, esse é a Emily ─ respondeu ele ao meu olhar confuso ─ Emily Sanders. Ela é amiga da Carly e vai ficar hospedada com a gente.

   E pelo olhar que ela lançou a Freddie, eu sabia muito bem com quem ela iria dividir o quarto.

    

   


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Notas finais do capítulo

Não tenho uma data específica para a próxima postagem, mas ando muito ocupada mesmo. Porém, vou tentar postar o próximo ainda nesse mês. Até a próxima!