My Beating Heart Belongs To You escrita por MsTigerOwl


Capítulo 20
Daddys Little Girl




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Quando as meninas chegaram da escola, a casa estava vazia, Jade provavelmente teria arrastado Antonio para buscar Kay na escola, então Brittany estacionou o carro na frente da casa dos Lopez e olhou a morena ao seu lado, que parecia um pouco nervosa.


– Tem certeza que quer ir sozinha? - perguntou, segurando a mão da menina e apertando.


– Acho que sim, você tem que pedir pra sua mãe ainda, Britt. - a latina falou, suspirando e encarando as mãos entrelaçadas, ás vezes ela se pegava encarando detalhes assim, como as peles ficavam bonitas em contraste.


– Óbvio que ela vai deixar, por ela você morava lá, sabe disso... - a loira sorriu docemente, encostando a cabeça no banco.


– Eu amo você. - Santana declarou, acariciando a bochecha de Brittany com a mão livre, a loira fechou os olhos com o toque - obrigada por fazer isso por mim.


– Você sabe que eu faço qualquer coisa por você. - disse, encostando a testa na da latina.


– Tenho que ir, eu te amo. - a morena disse, dando um selinho na namorada.


Ela entrou na casa e foi até seu quarto para buscar suas coisas, pegou uma mala e começou a jogar as coisas dentro, foi até o banheiro para colocar seus xampus, mas quando passava pelo corredor viu que a porta do sótão estava aberta e a escada tocava o chão, se abaixou segurando uma caixa, pegou a parte de baixo para conseguir fechá-la, mas tinha algo na parte de cima que emperrava a porta, colocou a caixa no chão e subiu as escadas cuidadosamente, viu que tinha um brinquedo de quando era criança tampando a parte de metal da porta, quando puxou-o para o lado, caíram várias caixas no chão, mas então, ela viu uma caixa com um desenho familiar na tampa, ela era pequena e de madeira com a parte de cima de porcelana.


Na tampa tinha o desenho de um lírio, se ajoelhou e pegou a caixa nas mãos, levou a mão direita até o pescoço e pegou o pingente do colar, na parte de baixo tinha o desenho do mesmo lírio, tentou abrir a caixa mas estava trancada com um pequeno cadeado, então se lembrou de algo que tinha visto há algum tempo no escritório do pai, desceu as escadas levando a caixa e foi pelo corredor até o cômodo, entrou devagar e se abaixou para puxar a última gaveta da estante que tinha perto da mesa, tirou de lá uma pequena chave prateada que ficava em um colar, a tinha visto em um dia quando entrou no escritório e viu sua mãe escondendo aquilo ali, se sentou no chão e soltou o cadeado, abriu a caixa e se surpreendeu ao ver lá dentro um colar, que era igualzinho ao que ela usava, que sua mãe havia deixado, em cima de um papel amarelado pelo tempo, franziu o cenho e abriu o compartimento onde ficavam as fotos e viu lá dentro uma foto de sua mãe a segurando no colo logo depois dela nascer ao lado de um homem que não reconhecia, mas que estranhamente lhe parecia familiar, quase como uma lembrança muito antiga. Pegou o papel e percebeu que era uma carta, o abriu cuidadosamente e começou a ler, o que estava escrito ali, mudaria sua vida para sempre, era de sua mãe, destinada a um homem chamado Simon Torres.


Querido Simon,

Lhe destino essa carta hoje para agradecer que tenha estado aqui hoje, sei que é difícil para você, renunciar de Santana assim, e sinto muito que não tenha podido vê-la melhor, sofro todos os dias por ter de privá-lo de conhecê-la e privá-la de conhecer seu verdadeiro pai, mas sabe que já conversamos sobre isso várias vezes, Antonio tem poder aqui, ele me impediria de ver Jade e Nando em um piscar de olhos, quero que saiba que nunca vou deixar de te amar, mesmo sabendo que o que nós fizemos é errado, nunca me arrependi disso, porque toda vez que olho para Santana, me lembro de você e de como eu te amo até hoje, odeio que tenhamos nos envolvido em tantas mentiras, até falsificação de documentos! Mas foi preciso para que, algum dia, você tenha o direito de conhecê-la melhor, esse colar é para lembrá-lo dela, e espero que um dia possa tirar uma nova foto, com a pessoa maravilhosa que ela se tornou e se torna cada vez mais, a cada dia.


Hoje ela fez oito anos, não sei como pode se parecer tanto com você, ela adora ouvir jazz, e até já leu os livros que você deu, aqueles clássicos, da Branca de Neve e Alice no País das Maravilhas, sei que um dia vocês estarão juntos como uma família, nós estaremos juntos, só rezo todos os dias para que ela entenda nossos motivos.

para sempre sua,

Eleanor


Santana estava em choque, ela encarava a carta em mãos como se fosse seu atestado de óbito, como assim? Antonio não era seu pai? Quem era esse tal de Simon? Passou os dedos pela caixa á procura de mais alguma coisa e achou um envelope com o carimbo da constituição de Ohio, abriu-o delicadamente e lá dentro tinha uma certidão de nascimento, a sua certidão de nascimento, mas lá ela estava registrada como Santana Lopez Torres, e ao invés do nome de seu pai, constava o nome de Simon William Torres, então se lembrou que seu pai sempre guardava todos os documentos, levantou rápido e correu até a escrivaninha, abriu uma gaveta do estilo arquivo e vasculhou até achar sua suposta certidão de nascimento, colocou ao lado da que tinha na caixa e percebeu que o brasão do carimbo estava mais escuro no que estava no arquivo, quase como uma falha em uma falsificação, a assinatura de sua mãe também parecia diferente, ela tinha escrito "Eleanor Lopes", e não "Lopez", quase como um sinal mudo, seus joelhos pareciam de gelatina e os olhos lacrimejavam, ela sentiu uma tontura muito grande e sentia como se fosse desmaiar.


– Santana?! - era a voz de Brittany, ela chegava na porta no exato momento que os joelhos da namorada falharam, segurava nos braços a caixa que a latina tinha deixado no corredor, mas jogou no chão rápido quando percebeu que Santana ia desmaiar, correu até lá e a segurou rápido. - Santana?! O que aconteceu?! - perguntou, segurando a garota e a puxando até o sofá de veludo vermelho que tinha num canto ali, ela estava tonta e piscava fracamente, tentando focar nos olhos azuis da loira, mas logo apagou, caindo em um sonho que era uma lembrança antiga que nem sequer lembrava que tinha.


MODE FLASHBACK ON

"A pequena Santana estava sentada na bancada da cozinha, assistindo a mãe passar cobertura de chocolate no bolo, com a cabeça encostada no mármore escuro, ela adorava o dia de seu aniversário, sua mãe fazia o bolo de chocolate e glacê que ela tanto amava e o pai e os irmãos iam comprar um presente para ela, a campainha tocou e a mãe limpou a mão em um pano de prato.


– Espere aqui, Santie, quem será á essa hora? - perguntou-se, indo até o hall de entrada, Santana puxou sua revistinha de pintar e começou a usar o giz de cera para pintar um dinossauro, mas depois de alguns minutos a mãe não voltou, ela desceu do banquinho e andou devagar até o hall, pé ante pé ouviu a voz da mãe discutindo alguma coisa baixinho e conseguiu captar algumas palavras.


– Eu disse para vir amanhã! Você não entende? Antonio pode chegar a qualquer momento! - a mulher falou, e um homem respondeu tão baixo que a menina não ouviu. - Eu entendo que você queria vir hoje, Simon, a gente já conversou sobre isso... Por favor...


Mamãe? - Santana perguntou, aparecendo no corredor, estudando o homem ali parado, ele tinha os cabelos escuros penteados para trás, a pele cor de caramelo e usava uma roupa elegante. Lhe parecia assustadoramente familiar.


– Oi, querida, não pedi para me esperar na cozinha? - perguntou a mulher, pegando a filha no colo.


– Quem é ele? - perguntou a pequena, olhando o homem com curiosidade.


Tana, esse é o Simon, ele é um primo muito distante da mamãe, e viajou de muito longe para vir te ver hoje. Por que não diz oi? - perguntou Eleanor, colocando a garotinha no chão, o homem parecia emocionado ao vê-la, o que a menina achou estranho.


Oi, eu sou a Santana. - falou a menina, abraçando-o.


Muito prazer, Santana, olha só o presente que trouxe para você, soube que gostava muito de ler. - ele disse, dando uma caixa de presente que a menina pegou e colocou no chão para abrir, tirando de lá dois livros, "Alice no país das maravilhas" e "Branca de neve"


São muito legais! Obrigada! - ela agradeceu, sorrindo e abraçando o homem de novo.


Melhor ir tomar banho para a festa, Sant, pode subir e me esperar no seu quarto? - sugeriu Eleanor, quando Santana olhou para o rosto da mãe, percebeu que seus olhos estavam lacrimejados, a menina assentiu, correndo até a escada..."

MODE FLASHBACK OFF


Santana acordou em um solavanco, assustando Brittany, que a olhava, preocupada.


– O que aconteceu, San? - perguntou, acariciando o rosto da morena.


– Britt... Acho que meu pai não é quem eu pensava que era meu pai. - a latina choramingou e Brittany franziu o cenho, logo abraçando a namorada, que agora chorava ruidosamente.




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