- Vamos lá, só uma voltinha! – pediu.

- Você é tão irritante. – E essa foi a resposta. Sabia traduzir seus gestos, e pulou já para dentro do carro. Percebeu um leve sorriso no rosto do ‘motorista’.

Era bom ficar a sós com ele, mesmo conformando-se cada dia que não ficariam juntos, mesmo que os olhos dele negassem, era bom ter uma ilusão. Pensar que era por mais que amizade que ele estava com ela.

- Você tá me ouvido Sakura ? – Perguntou-lhe.

- Ah, desculpa eu viajei um pouco. – e novamente ela deu aquele sorriso.

- Bem, eu estava falando que ... Você sabe que me chamaram para trabalhar numa empresa na capital. – divulgou enquanto ultrapassava o sinal. – E eu estou indo para lá, mas ainda queria uma coisa.

- Perai ,quando você vai pra lá ? Quando decidiu isso ? – perguntou a moça com verdes molhados.

- Foi numa tarde na sua casa ...- e começou a lembrar. – Eu lembro que era o aniversário de falecimento da sua mãe, e você estava mais que deprimida naquele dia. Agente tinha tido uma conversa sobre as nossas famílias, e você disse que eu era como um irmão pra ela, as vezes até mais que isso, que eu era sua família, tudo o que você poderia considerar de feliz que ainda restava em ti. Ai você foi à cozinha e eu perguntei onde estava o controle da tv. Você me respondeu que estava de baixo da cama. Então eu fui lá e achei-o, mas quando fui pegar eu vi uma espécie de fundo falso na sua cama, então abri e um livro caiu em minhas mãos. – Subitamente ela ficou corada. – Reconhece ?

- Fala logo Sasuke uchiha ! – disse tentando ser forte.

Ele parou o carro perto de um parque, o sol ainda estava a cair lentamente. Ele saiu do carro e pegou o violão e a chamou para uma macieira.

Sem pensar duas vezes ela o seguiu, como sempre fizera em sua vida.

Se sentou ao seu lado, e tornara à observá-lo.

- Era seu diário, e eu não pude deixar de não ler, e vi tudo que você tinha escrito ali, da época que eu fuji daqui, e da época que eu voltei. Você disse cada coisa que eu não podia imaginar nem nos sonhos mais loucos. Você falava ali pro seu outro amigo,tudo que na contava pra mim. Ai eu comecei a entender tudo o que você me considerava, tudo que eu era pra você. – Nessa hora ele começou a afinar o violão, esperando a coragem para continuar. Não foi preciso esperar muito para que ela se manifestasse.

- Então, eu queria saber, ainda está apaixonada por mim ? – perguntou-lhe sem cerimônias.

- Quando você fugiu eu te falei coisas, depois desmenti minhas mais puras verdades. Mas eu continuo falando : eu te amo, sempre vou te amar, mais que um amigo, mais que um irmão, e eu vou tentar de tudo pra te fazer sorrir. – E lá lagrimas caíram, qual tamanha foi sua surpresa ao sentir fortes braços em volta de si. E foi com um soco que lhe retribuiu o carinho.

- Qual o seu problema ? Quer dizer qual o meu problema ? Eu sinceramente não quero perder sua amizade, eu não quero compaixão, eu , eu acho melhor agente se falar pro cartas ou alguma coisa assim quando você for pra capital. – Mas as lagrimas continuavam a cair.

- Sakura, deixa eu continuar. – disse ele com um grande sorriso no rosto.

- Sim – e tentou se acalmar.

- Você não deve lembrar o nome da musica que estava tocando na primeira vez que agente se viu, mas você disse que amaria se alguém um dia cantasse ela pra você, enfim, espero que ainda goste. – ele pegou o violão e começou a tocar.

Preciso da sua amizade
Da sinceridade, do teu carinho
Você pode não parecer com meu jeito de ser
Mas você é muito especial.

Neste momento a menina de cabelos rosados já estava em prantos, lembrava-se que uma vez havia falado com uma prima, que era a musica dele para ela, é claro que nunca pensara nisso como uma verdade, só um sonho.

- Eu lembro sim – disse ela sacando lagrimas. – Mas o que você quer com tudo isso afinal ?

- Quero você comigo em Tókio. Não como minha amiga, mas como minha namorada. – Disse-lhe com um sorriso. – Há muito tempo perdi a coragem de dizer que te amava, que sentia atração por você, então desde o dia que li o diário resolvi esperar a hora certa pra fazer as coisas certas.

E chorando ela se atirou naqueles braços, desejando não acordar nunca mais. E ele confortavelmente aninhou-a nos braços. Deu-lhe beijos na cabeça.

- Eu vou sim, nada me prende aqui, eu não quero mais ficar um segundo longe de você Sasuke. – disse ela colocando suas mãos na linda cara do jovem. Se aproximaram e selaram seus lábios com carinho. Ainda provaram várias vezes o gosto da boca de quem tanto amou, e ainda amava.

- Eu te amo Sakura. – disse por fim.

- Eu te amo Sasuke. – sorriu-lhe.

- Aceita ser minha namorada pra sempre ? – disse ele tirando uma caixinha vermelha do bolso.

Sem pensar duas vezes ela o aceitou, como sempre fizera em sua vida.