Seven o Calendário Oculto escrita por Insane


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Capitulo que mostra a 'maldade' do Calendário de Sete. Huhu.. *--*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/31592/chapter/5

 

  Todos pararam até de respirar e as batidas ficaram cada vez mais fortes, ouvia-se pessoas gritando do lado de fora, surrando a porta de ferro como se fossem derrubá-la. O primeiro a se mexer foi o padre Cathain, ele correu até o quarto na intenção de pegar o pé-de-cabra que tinha enfiado na cabeça do lobo, porem ao chegar no aposento nada mais havia lá, nem as crianças que minutos antes estavam agonizando de dor, tudo no quarto tinha sumido. O único vestígio de que elas estivessem lá foi a poça de sangue no meio do quarto e o lustre caído.

 

   - Eu não sei o que esta acontecendo aqui, mas estou começando a achar que não tem nada de bom atrás daquela porta. – O padre Cathain saiu para o corredor e foi em direção à porta em passos rápidos e ágeis. – Mas seja o que for, vamos descobrir...

 

    - Você vai abrir a porta?! – Agora quem falava era Meehan que já estava de pé e segurando a mão das duas ultimas crianças vivas. Os olhos do arcebispo estavam aflitos e quase em lagrimas.

     - Sim, temos que ver quem esta batendo, não é? – O padre arqueou uma das sobrancelhas e apontou para a porta atrás de si. – Ou eles vão entrar na força mesmo. Alias, onde estava a garotinha de olhos vermelhos?

 

   Meehan olhou para trás no momento exato que Cathain acabou de fazer a pergunta. Haniel não estava lá. Mas onde estaria ela? O que ela foi fazer longe deles? Ela não via o perigo em cada canto daquele lugar que antes poderia ser chamado de santo, mas agora... A Igreja se transformou no covil do demônio. Meehan gritou o nome de Haniel várias vezes e não obteve resposta. Ele previu que o pior iria acontecer.

 

 

 

  ---

 

 BIBLIOTECA

 

 -Engraçado, nunca percebi que se tirar o Otec de Biblioteca a palavra se transformava em Bíblia. Eu nunca... – Haniel ouviu o grito do arcebispo chamando por seu nome, mas ela não voltaria para perto dele e dos outros até conseguir ver o que queria.

 

    A menina abriu devagar a porta do cômodo, uma luz vinha de dentro, uma luz estranha, amarelada e que incomodava os olhos da menina. Ao abrir toda a porta ela viu que a luz intensa era a das lamparinas que o arcebispo colocou para iluminar melhor a biblioteca, que por ser nos fundos da igreja era bastante escura. Andando por entre as estantes de livros suas as perninhas finas e descobertas tremiam por causa do frio que aumentava a cada passo. Ela estava indo em direção a ultima estante da biblioteca.

 

   Ouviu o arcebispo a chamar mais uma vez e ignorou. Parou por um instante e abriu o livro. O Calendário de Sete era como ela tinha acabado de denominá-lo. Folheou-o todo até chegar a ultima página. Leu em voz alta três vezes o que lá estava escrito e olhou para frente, nada aconteceu, leu mais três vezes e nada, leu a sétima vez e ia passar para a oitava quando sentiu algo molhar sua camisola e seus pés. Ao olhar para baixo viu sangue, ela estava toda a suja de sangue da cintura para baixo, olhou para o livro e o largou no mesmo instante. Não era ela quem estava sangrando. Era o livro. O Calendário de Sete estava chorando sangue.

 

  ---

 

   O padre Cathain estava com uma das mãos em cima da maçaneta, girando-a devagar para a esquerda, quando abriu um pouco da porta foi derrubado para trás e viu três pessoas entrarem correndo e se encolhendo no final do corredor. Meehan se apressou a fechar a porta enquanto Cathain se levantava do chão sem parar de olhar as pessoas que acabaram de entrar. Duas mulheres e um homem, todos de cabelos castanhos e olhos pretos, o rosto de todos estavam entre assustados e receosos. Olhavam para o padre e o arcebispo como se eles fossem fantasmas, variando o olhar de um para o outro e se encolhendo ainda mais.

 

    - O que esta acontecendo aqui? – Cathain olhou para o arcebispo e logo depois para as três pessoas. Foi caminhando devagar até elas, que seguravam-se entre si. – Fiquem calmas, por favor. Sou o padre Cathain. Joseph Cathain. E este é o arcebispo Meehan. – O padre fez um gesto em direção a Meehan que ainda segurava a mão das duas crianças. – Entenderam? – Todos os três fizeram que sim com a cabeça, mas continuavam amedrontados. – E vocês? Posso saber quem são vocês?

 

   A primeira mulher levantou e foi em direção ao padre parando bem a frente dele. Seus lábios finos contrastavam com a pele branca e as roupas negras, assim como a dos outros dois. Calças e blusas pretas como carvão. O olhar da mulher ainda parecia assustado e ela respirava ofegante como se estivesse acabado de correr três vezes em volta da Basílica de São Pedro. E quando finalmente ela falou sua voz parecia um chiado agudo como aqueles que dão em interferência de rádio.

 

  - Me chamo Raquel, esses são Jack e Amanda. Somos irmãos. O senhor é humano?

 

  - E o que mais eu poderia ser? – Cathain olhava para as outras duas figuras atrás da mulher que se levantavam e se aproximavam aos poucos. Não pareciam perigosas e não tinham nada nas mãos.

 

   - Demônios! Eles nos perseguiram até aqui, mas graças a Deus foram embora! Amén! – Dessa fez quem falou foi o homem, Jack. Ele obtinha fundas olheiras negras, como se tivesse passado carvão embaixo dos olhos.

 

   - Demônios? – Cathain passou a mão pelos cabelos, se lembrou que tinha quase acabado de acordar e estava completamente despenteado. – E como eles eram?

 

    - Lobos, corvos e pessoas com garras grandes. Todos eles tinham olhos vermelho como sangue. Eles tinham sangue na boca e no corpo. Eles queriam nossas almas! – Disse Raquel em alto e bom som dando um passo para frente e ficando cara a cara com Cathain.

 

    O arcebispo Meehan não conseguiu entender o que eles falavam. Olhos vermelhos como sangue? Iguais ao de Haniel? Como?! Ele olhou para Cathain e esse retribuiu o olhar com preocupação evidente. Se aquelas pessoas já estavam nervosas ao serem perseguidas por ‘demônios’ de olhos vermelhos, imagine quando vissem Haniel? Iria ser um desastre! E outra coisa que preocupava Cathain era o desaparecimento da garotinha, alem de ser suspeito também seria frustrante ver outra criança morta.

 

    - Qual era mesmo a cor dos olhos desses... Demônios?

 

    - Vermelho como sangue! – Falaram os três em uníssono.

 

    - Assim como... – O arcebispo cochichou para si mesmo, mas as palavras saíram um pouco altas demais.

 

     - Assim como eu?! ...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!