A Sereia De Córdoba escrita por FernandaCDZ


Capítulo 6
Guerreiro Ferido


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem?
Faz um tempo que não atualizo essa aqui... Bem, não deixarei isso acontecer novamente. Como estou avisano em todas as minhas fics, estou fazendo essa enxurrada de atualizações enquanto ainda tenho tempo. Em Abril começam minhas aulas na universidade...
Em breve, estrearei uma fic acerca de Schiller de Câncer, e (talvez) algumas em homenagem à casa de Áries (meu signo) e para demais persongens que me agradem...
Enfim, comentários são bem-vindos e apreciados. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/315823/chapter/6

- Guerreiro Ferido -

Um dia de cada vez... Essa frase ecoava nos ouvidos do inconsciente Camus, cuja mente já regressara ao mundo dos sonhos; deitado em sua cama, com a perna avariada sob duas almofadas, ele buscava ignorar a dor.

No mesmo andar, porém do lado de fora do quarto, Amélia falava ao telefone com seu mestre.

[Amélia]: Mas, Mestre... (Desapontada)

[MdM]: (Furioso) Basta! Sabe que eu não aprovo esse comportamento, Mia. Desça já para a Casa de Capricórnio!

[Amélia]: Não posso deixá-lo sozinho, Mestre... Ele precisa de ajuda! Prometo que não deixarei de treinar, treinarei todos os dias e tentarei sempre obter meu Cosmo...

[MdM]: (Mais calmo, triste) Não me conformo em não ter você em minha casa, Mia.

[Amélia]: Ora, Mestre, não vou abandoná-lo; é só uma mudança de ares, nada mais... Amanhã eu passo na sua casa...

[MdM]: Certo. Tem papel e caneta em mãos? Preciso que você anote seu programa de treinamento temporário enquanto você exerce essa função de enfermeira do gelinho. Anote aí, pois só falarei uma vez...

A moça pegou os itens pedidos e pôs-se a escrever. Era um programa bem mais leve, mas eficaz, que manteria a boa forma da menina e ainda daria oportunidades para ela despertar seu Cosmo. Assim que desligou o telefone, ouviu um barulho vindo do quarto de Camus. Rapidamente, ela escancarou a porta e deu de cara com o Cavaleiro de Aquário caído no chão.

Ela correu até ele, ajudando-o a subir na cama. Ela envolveu o torso de Camus com seus braços fortes o bastante para erguê-lo e delicados o suficiente para pousá-lo na cama com gentileza. Durante o momento em que o segurou junto a ela, Amélia sentiu a pulsação forte do coração do Cavaleiro Dourado, corando com vigor. Ele retribuíra o abraço, demorando a soltá-la mesmo após ela tê-lo posto de volta na cama.

[Camus]: Caí de propósito... (Sorri)

[Amélia, surpresa]: Por qué lo hiciste?! (Preocupada) Poderia ter piorado o estado da sua perna!

[Camus]: Porque você demorou para aparecer... (Pisca lentamente) Já te falei como sua voz é linda?

[Amélia]: (Enrubesce) É muita gentileza sua...

[Camus]: Aquela música... A galega... Que você cantou para mim... Eu nunca tinha ouvido uma tão triste quanto aquela... E ao mesmo tempo tão bonita.

[Amélia]: (Sorri) Essa música minha mãe costumava cantar antes de falecer... Meu irmão, na verdade, ensinou-a a meu Mestre, que a cantava quase todo o dia... (Mexe nos curtos cabelos) Você quer algo? Uma bebida, algo para comer...

[Camus]: Já que perguntou... (Pisca mais lentamente, quase fechando os olhos) Poderia cantar para mim? Pode ser a música galega mesmo... (Cerra os olhos)

[Amélia]: (Baixo tom de voz)

Lonxe da Terriña
Lonxe do Meu lar...
Que morriña tenho...
Que angústias...Me dan...

Non che nego a bonitura
Ceino desta terrina
Ceino de terra allea
Ai quen che no me dera na miña...

Ai meu alala,
Cando te oirei?
Chousas e searas,
Cando vos verei?

São as frores dises campos...
Froretentes e bonitiñas
Ai quen no lo che me dera
Entre pallas e entre ortigas...

Lonxe da terriña
Que angústias me dan...
Os que vais pra ella,
Com vos me levai (2x)

Os que vais pra ella...
Con vos me...levai...


O Cavaleiro logo adormeceu, e a espanhola sorriu para ele. Ela o beijou na testa e recostou-se sobre seu forte peitoral para dormir, ouvindo as batidas do coração de Camus...

***

A luz entrou gentilmente pelas cortinas alvas do quarto de Camus, que abriu os olhos e não viu Amélia ao seu lado. Ao constar sua ausência, ele levantou o torso bruscamente., buscando por ela. Ele ouve a porta se abrir, e Amélia entra no recinto com sua primeira refeição do dia.

[Amélia]: Buenos dias... (Aproxima-se da cama do rapaz, deixando a bandeja de prata sobre o colo de Camus) Como foi o sono?

[Camus]: Foi bom... (Esfrega os olhos com as mãos) Ah, que horas são? Minha nossa, não aguento essa perna aleijada...

Amélia rui discretamente, fazendo o francês corar.

[Amélia]: Bem, vejo que dormiu bem até... Olha, acordei mais cedo que você e tive que perguntar a Milo o que você gosta de comer... (Aponta o croissant, o suco de laranja, as torradas com mel e framboesas em calda e o chá de frutas vermelhas com favas de baunilha) Espero ter conseguido fazer do jeito que você gosta. (Sorri timidademente, olhando para os dedos, com os quais brincava nervosamente)

Camus respondeu com uma piscadela, um beijo no rosto da menina e uma fome impressionante, devorando as iguarias que a menina lhe trouxera com apetite e elegância. Enquanto ele comia, ela decidiu investigar as prateleiras acima da escrivaninha do rapaz, encontrando alguns livros que mais pareciam teses de mestrado ou doutorado.

[Camus]: (Olhando para Amélia) Esses são meus livros de Física... Estou preparando minha tese de mestrado em Termodinâmica, na área da Lei dos Gases*; também sou mestre em Química, na área de Radioatividade.

A espanhola olhou para ele, incrédula. Como um intelectual como Camus estava confinado no Santuário?

[Amélia]: É impressionante! (Tímida) Nunca fui muito boa nessas matérias, tenho que admitir...

[Camus]: (Sorriso) Nunca é tarde para tentar. Posso te ensinar, se quiser...

A garota assentiu afirmativamente, tirando os restos da refeição de Camus de cima da cama. Sentada ao lado do Cavaleiro, entregou-lhe os livros, e o francês iniciou seu discurso. Explicou-lhe a Calorimetria, a Termodinâmica e as funções Químicas com maestria, sempre indagando se ela compreendia ou não. A cada resposta afirmativa, o aquariano prolongava-se nas teses, digladiando-se sobre os cientistas que haviam construído tudo aquilo que ele aprendera a amar. Camus era casado com seu trabalho, que fora a única coisa capaz de preencher o vazio de seu coração...

***

Enquanto isso, no Templo de Atena, a Deusa da sabedoria e da estratégia recebia em seus aposentos uma visita inesperada - Sorento de Sirene, o General Marina do Atlântico Sul, estava de passagem. Com uma reverência, Atena deu-lhe a palavra.

(Sorento): Soube do ataque sofrido e vim o mais rápido possível.

(Atena): Obrigada, Sorento. Será que eu causei tudo isso? Poseidon era o encarregado de vigiar Oceano... Estando ele selado... Terá Oceano também se libertado?

(Sorento): Temo que sim, deusa. (Levanta-se) Não só ele como também suas sereias... Ouvi dizer que ele está juntando uma armada para atacar-lhe...

(Atena): Isso é algo que eu não compreendo... Desde minha disputa pela Acrópole* de Atenas com Poseidon, nunca mais meti-me nos assuntos do mar...

(Sorento): Contudo, ele ainda está fraco... (Olha para o céu) Falta-lhe seu Sistro... Sua arma, a fonte de seu poder... Se ele conseguir por as mãos nele... Será o fim do Santuário.

(Atena): Estou ciente disso. Agora, por que veio até aqui?

(Sorento, sorriso melindroso): Quem melhor que uma Sirene para identificar uma sereia? O som de minha flauta não perturba apenas aos humanos, mas também às sereias. Se houver alguma no Santuário, ela se enraivecerá com o som, e decerto me atacará.

(Atena, preocupada): Mas e você, Sorento? Não acha muito arriscado?

(Sorento): Não se preocupe, senhora. (Curva-se e beija a mão de Atena) Sei me cuidar. Onde posso me hospedar?

(Atena): Bem, acho que você pode ficar no Salão do Grande Mestre com Shion... Além disso, dou-lhe salvo-conduto para passar livremente pelas 12 Casas... Avisarei aos demais Cavaleiros de sua presença... Qualquer ajuda é bem-vinda para combater Oceano...

O Marina de Sirene fez outra reverência e despediu-se de Atena, descendo a escadaria até o Salão do Grande Mestre. Com essa nova sombra pairando sobre o Santuário, o que seria dos Cavaleiros recém-afetados pelo impacto de uma Guerra Santa?

***
Da casa de Câncer, espreitava Máscara da Morte com desconfiança. Não estava nem um pouco confortável com a ideia de sua discípula estar longe de suas vistas, com um Cavaleiro com que muito pouco trocava alguma ideia.

Do telhado de sua casa guardiã, o emissário da Morte fitava a Casa de Aquário. Sua visão era muito mais detalhada e aprimorada que a de um mortal comum, permitindo-lhe ver mais e melhor. Forçou um pouco a vista, focando nas janelas do andar superior. Viu Amélia e Camus rindo, com semblantes alegres.  A alegria do aquariano irritava Câncer, que mordia o lábio com o sangue em chamas de puro ódio.

[MdM]: Seu conquistadorzinho de araque... Logo me paga, francês zé ruela!

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*Lei dos Gases: Relacionam volume, pressão e temperatura para definir o comportamento dos gases quando há a modificação de alguma delas. As mais conhecidas são as leis de Boyle, Charles e Avogadro, que define a Lei dos gases Perfeitos ou Ideais. Em sua, a junção dessas leis define a seguinte fórmula: PV = nRT, em que P é a pressão do gás (em atm - atmosferas ou Pa - Pascal), V é o volume por ele ocupado (em L - litros), n é o número de mol do gás (em mol), R é a constante dos Gases Perfeitos (0,08206 (atm*L)/(mol*K) - há o valor no SI, mas não me recordo dele...) e T é a temperatura absoluta do gás (em K - Kelvin)
**Disputa pela Acrópole de Atenas: Reza a lenda que Atenas não tinha deus protetor. Poseidon, que almejava ter uma cidade para si, ofereceu aos atenienses um poço de águas salobras. Atena, contudo, ofereceu-lhes a oliva, que trazia madeira, comida e as folhas de valor ornamental e gastronômico, conferindo-lhe a vitória.
A partir do próximo capítulo, modificarei a forma como escrevo essa fic. Vamos ver o que vocês acharão da mudança...
Até a próxima! Beijosss!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Sereia De Córdoba" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.