Cartas De Um Fantasma: Alma Perdida escrita por Jaíne Bedin


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

(Volte, para publica o início de uma fic.)

Um fantasma sem memória, escreve suas angustias em cartas e um garoto acha, um romance começa sempre com uma amizade forte. Inimigos aparecem, revelações que iram mudar o destino dos dois.

o início de tudo, o começo do meu fim.

para quem quer ler com música recomendo. muito boa: http://www.youtube.com/watch?v=r2rIm_Td2Mk
the cinematic orcthestra = Arrival of the Birds



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Voando alto, as nuvens lá em baixo pareciam algodão doce. Senti o ar quente e aconchegante passar por mim e me esquentar. Olhei para trás e vi o caminho que havia percorrido para chegar até ali.

Doce sonho! Respirei fundo, coloquei os braços colados dos lados de meu corpo e me joguei no nada, com toda a velocidade.

Minha mente foi aos poucos perdendo a consciência. Eu senti frio. Senti as batidas, as últimas batidas. Logo em seguida fechei os olhos e deixei a escuridão me tomar como um manto grosso e pesado.

Tudo sumiu.

Meus sentidos extinguiram-se, cada desejo perdido. E meu último pensamento foi que eu jamais o encontraria, porque eu não segui as regras, fui pelo caminho errado. Eu sabia o que aconteceria comigo e não senti pena de mim mesma, tudo havia sido perdido por causa da escolha errada.

Deixei-me ser perdida no escuro. Todas as dores sumiram.

–Aaaaaaah...!- gritei desesperada.

Abri os olhos num rompante e me levantei. Imagens percorriam minha mente, o céu azul, as nuvens, um caminho e uma escolha nada mais, tudo se perdeu em um segundo, gritei de dor pela luz forte o barulho de explosões ensurdecedoras.

Acordei de repente no chão frio, as madeiras velhas, contra meu rosto, ásperas com cheiro pútrido. Olhei ao redor atordoada, não reconheci nada. Mas sabia que estava dentro de uma casa em uma parte vazia, o papel de parede rasgado, o teto com teias de aranha e todo o lugar com uma camada grossa de poeira. No chão algumas partes tinham as ripas para cima, fendas no chão escuro. O que me fez perceber que era noite. Observei que ao meu redor tinha círculos brilhantes.

Deitei a cabeça tentando entender, mas pareciam labirintos sem saída. Por uma fração de segundos pisquei e os círculos brilhantes sumiram.

A poeira no chão pareceu ganhar vida, num redemoinho de poeira se afastando de mim. Coloquei o braço na frente de meus olhos e deixei a lufada de poeira parar de se agitar. Logo após retirei de vagar o braço da minha frente. Toda a poeira ao meu redor fora parar nos cantos.

Levantei-me, meus cabelos se soltando ao redor de meu rosto e caíram sobre meus ombros. A cascata ruiva parecia brilhante minimamente no escuro, as ondas acentuadas e comportadas.

Levantei minhas mãos na frente dos olhos e vi as luvinhas de renda branca, vi os detalhes da renda e no braço marcas vermelhas de amarras.

Deu-me calafrio, mas não entendi aquilo. Não sei por que havia aquelas marcas em meus braços, não lembrava ter alguma vez colocado amarrasem mim, na verdade não lembro por que estava ali, não sei como vim parar aqui. Não lembro de algumas ter tido um passado.

Meu nome é... Meu nome é... É... Demorei, mas finalmente encontrei um nome. Kimberly. Kimberly do que? Eu não sabia.

Juntei minhas sobrancelhas em desespero mudo. Lentamente minhas mãos caíram do meu lado e senti meus olhos arderem, quis chorar, mas nenhuma lágrima veio. Solucei e fechei os olhos, apertando com força. Respirei fundo para ignorar o soluço que me atacava.

Assim que me acalmei tentei refazer os minutos, tentar lembrar de um passado. Olhei minhas roupas para ver se me davam pistas de algo. Mas o vestido branco com rendas e as sapatilhas transparentes e brilhantes não me davam pista alguma.

As marcas que antes estavam no chão eram estranhas. O lugar que eu estava... Onde estou?

Caminhei até a janela e olhei para fora, tinha um telhadoaminha frente e em baixo um gramado seco com uma estradinha de pedra no meio. A rua era larga e comprida para os dois lados. Vi que uma quadra dali tinha duas pessoas caminhando.

Assustei-me por ver tão longe e bem naquele escuro. Os postes de luz estavam espatifados, nem com o brilho mínimo da Lua eu poderia ver tão bem. Mas ao mesmo tempo achei normal, eu já sabia que podia ver daquele jeito.

Pisquei e voltei a ver a janela na minha frente, o vidro estava empoeirado, visibilidade zero. Balancei a cabeça ignorando. Todo mundo deve ver assim, pensei.

Suspirei desinteressada, afinal eu devia ter caído ali e com a batida perdi temporariamente minha memória, logo eu saberia onde estava e tudo o que havia de ser lembrado do meu passado e do meu presente. Voltei a olhar pela janela. Olhei a rua desejei estar lá fora para tentar reconhecer o lugar. Num piscar de olhos eu me vi na rua.

Ta legal! Pensei, isso deve ser normal. Eu acho.

Por que para mim aquilo não era assustador, deveria ser, mas não era. Mordi o lábio inferior em desconfiança de mim mesma.

Enquanto refletia sobre a estranheza de tudo percebi que não estava sentindo o vento ao redor de mim, nem meu vestido ondulava. Já as árvores se balançavam em uma dança agitada e turbulenta. A casa da qual eu havia saído, da qual sabia que era a da esquerda, tinha dois andares e realmente estava abandonada. A pintura estava descascando, algumas janelas quebradas e muito sujas.

O gramado da frente estava morto, uma árvore na frente parecia de muitos anos, mas ainda forte.

Fechei os olhos em desespero, eu não sabia de nada. Tudo o que eu sei é que realmente estou com medo. Deixei o medo e a dor tomarem conta de mim. Alguém me puxava.


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Notas finais do capítulo

(irei postar mais amanha.)

Como foi fácil esquecer de tudo o que passei para chegar ali, sempre tive certeza que jamais esqueceria o que tinha acontecido. Ou esquecer dele.



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