What If? escrita por ABNiterói


Capítulo 4
Verdades


Notas iniciais do capítulo

Lembrando: o que está em negrito é POV Autora, e com a letra normal, POV Mia.



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Verdades


Depois de um longo tempo conversando com o médico de Mia, Draco e Hermione voltavam para o quarto onde seus filhos estavam. Ambos estavam desolados. Não existia nenhuma magia capaz de curar câncer, então a única saída seria um tratamento trouxa: quimioterapia. Isso não salvaria Mia, talvez apenas proporcionasse a ela mais alguns meses de vida, mas há consequências e Hermione sabia que em muitos casos o paciente morre por não aguentar o tratamento.

Pouco antes de chagarem ao quarto, Hermione trava no lugar e Draco para ao seu lado querendo saber o que aconteceu.

– Hermione?

Como resposta ela se joga em seus braços, não aguentando mais manter a pose séria.

– Eu não quero que ela morra Draco. Eu a quero do meu lado. Eu quero que ela cresça feliz e tenha sua família e seus filhos. A nossa Mia não pode morrer.

– Calma Mione. – foi a única coisa que ele pode dizer. Draco também estava acabado com a notícia que sua filha logo morreria. Ele a levou até um sofá que tinha lá perto sem a soltar por nenhum segundo. – Eu também não quero que minha princesa morra e eu não pararei de lutar pela vida dela enquanto seu coração bater, mas agora nós temos que ser fortes.

– Você está certo. – disse ela quando conseguiu se controlar.

Ainda sem saírem dos braços do outro, eles voltaram a caminhar até o quarto. Ah! Como eles sentiam falta de ficarem assim, juntos. Como as coisas haviam mudado. Em Hogwarts eram “os nossos sonhos, a nossa vida, o nosso futuro” e assim por diante, mas agora a única coisa que eles podiam chamar de ‘nosso’ era Mia, e eles estavam prestes a perdê-la. Que eles nunca deixaram de se amar, não há duvida, mas todo o orgulho que eles tinham não permitia que os dois esquecessem e perdoassem opequeno desentendimento de anos atrás.

Draco impediu a mulher de entrar no quarto e disse:

– Sem brigas. Pela Mia.

–Sim.

Ao abrirem a porta depararam-se com seus filhos rindo e se divertindo. Todos pareciam estar verdadeiramente felizes, e essa visão fez com que os dois adultos sorrissem.

– Até que enfim vocês voltaram! – disse Rose.

– Nós estávamos falando com o médico. Desculpem por interrompermos a diversão de vocês, mas temos um assunto sério para resolver.

– Tudo bem. – disse Mia. Ela parecia estar conformada com a situação.

– O médico disse que apesar de não existir nenhum tratamento bruxo para câncer, você pode tentar o tratamento trouxa, apesar de não termos certeza de quais são as chances de recuperação. Cabe a você decidir o que quer fazer. – disse Draco tentando manter a calma.

– Eu já sabia disso pai, e eu não quero passar por todo o processo de quimioterapia. A única coisa que eu quero e ficar ao lado de vocês.

– O que você quiser filha. – diz Hermione. – Já que você não quer tentar o tratamento, você está de alta.

Ela assentiu e então exibiu um sorriso.

– Mãe, pai, será que nós podemos ir viajar? Sabe,ao menos uma vez na vida eu queria passar um tempo com a minha família.

Os dois adultos se entreolharam. Era o mínimo que ela podia pedir.

– O que você tem em mente princesa?

– Os pais do Jean tem uma casa perto de Porto-Vecchio, na França. É um lugar meio isolado, fica a alguns quilômetros da vila bruxa que tem lá, mas é lindo.

– Você pode falar com seus pais garoto?

– Sim Sr. Malfoy. Enviarei uma carta a eles.

A primeira parte do plano havia sido fácil. Meus pais concordaram com a viagem. Meu pai pediu que Narcisa e Astória fossem até a Toca, que era para onde nós íamos agora, em um carro que papai tinha alugado já que eu não poderia aparatar ou usar pó de flu. Como Draco e Hermione haviam dito, estava na hora das mascaras caírem e da verdade ser dita.

Os Weasley ‘s que já estavam confusos desde a aparição de Draco e Scorpius Malfoy durante seu precioso almoço de domingo, ficaram ainda mais surpresos quando receberam um patrono de Hermione dizendo que Narcisa e Astória Malfoy estavam se dirigindo para a Toca, e que em breve ela voltaria com as crianças.

Molly Weasley recebeu as convidadas como a boa educação manda. Nenhuma das duas sabia o que faziam naquela casa, apenas estavam lá, pois Draco pediu. Estavam todos em silencio na sala magicamente ampliada, por isso não foi difícil ouvirem o barulho do carro trouxa que se aproximava. Lily Potter foi a única a se levantar e correr para fora da casa. Ela estava preocupada com os primos, principalmente com Hugo.

A família que saiu do carro era para qualquer um, uma típica família feliz. Todos riam de alguma piada que havia sido contada, e nem mesmo a visão da menina debilitada que era amparada pelo namorado podia estragar a felicidade que emanava dos sete.

Hugo que estava distraído quase caiu quando sua prima mais nova se jogou em seus braços.

– Esta tudo bem Guinho? Eu fiquei tão preocupada quando você e a Rose saíram com a tia Hermione. O que aconteceu? Quem são eles? – perguntou a menina tão rápido que o primo mal pode entender.

– Calma Lily, está tudo bem. Vamos entrar. Minha mãe e Draco vão explicar o que aconteceu.

E assim eles fizeram. Os Weasley ‘s e os Malfoy ‘s apenas permaneciam em silencio enquanto Draco e Hermione se revezavam para contar mais uma vez a história deles e de Mia. Todos os Weasley ‘s e Potter ‘spodiam estar em silencio, mas em seu interior estavam indignados com Hermione pela traição.

Um Ronald completamente vermelho de raiva levantou ao final do relato, mas antes que esse pudesse dizer qualquer coisa, Hermione falou com calma.

– Não me venha com ataque de ciúmes Ronald. Já que estamos sendo sinceros, vamos fazer isso completamente. Nós dois sabemos que este sempre foi um casamento de aparências, e que as melhores coisas que aconteceram nele foram Rose e Hugo. O amor que sinto por você é o mesmo que sinto por Harry: amor de irmão; e você sempre soube disso. Não me venha falar de traição, – ela continuou quando ele fez menção de falar algo – porque eu sempre soube que você sempre se encontra com Parvati depois do trabalho.

Com essa ultima afirmação, Ronald voltou a sentar sem ousar dizer alguma coisa. Era verdade que ele se encontrava sempre que podia com Parvati.Depois de anos descobriu que a amava, mas nunca teve coragem de dizer a Hermione.


Against the grain should be a way of life/ Ajudar os outros deveria ser um modo de vida

What's worth the price is always worth the fight/ O que vale o preço sempre se vale brigar

Every second counts 'cause/ Cada segundo conta porque

There's no second try/ Não há segunda tentativa

So live like you're never livin twice/ Então viva, porque você nunca viverá duas vezes

Don't take the free ride in your own life/ Não pegue o caminho fácil por toda a sua vida

Admito, eu sempre gostei de um barraco. Enquanto meus pais discutiam com seus respectivos conjugues, eu me segurava para não explodir em risos.

Ronald trair minha mãe com Parvati me pegou de surpresa, mas como minha mãe não se importava – mais um sinal de que ela ainda ama meu pai – eu não fiquei muito brava com ele.

Outra coisa que me fez prender o riso foi quandoAstória disse: “Draco, nem pense que nós vamos nos separar, eu não sei viver sem você.” E minha avó Narcisa respondeu “Não sabe viver sem meu filho ou sem o dinheiro dele?” Na verdade eu fui a única educada o suficiente para não rir, pois todos,todos mesmo riram.

Depois de quase a tarde toda ouvindo os mais velhos discutirem, minha mãe e Ron decidiram que iriam se separar. Ambos concordavam que aquele casamento nunca devia ter acontecido, e Ronald já queria há algum tempo assumir seu amor por Parvati a todo o mundo.

Quando meu querido paizinho tentou tocar no assunto de separação com Astória, ela disse “Você não acha mesmo que eu vou aceitar isso só para você poder correr para os braços da sangue-ruim, acha?” É o que eu acho, e espero que seja isso que aconteça. Mais um pouco de discussões para cá, gritos para lá e meu pai prometendo uma gorda pensão para Astória, resultou na separação dos dois.

As coisas estavam sendo mais fáceis do que eu imaginava. A parte que eu achei que seria mais difícil, fazer meus pais desistirem de seus respectivos casamentos, acabou acontecendo sem que eu precisasse mover um único palitinho. Agora só falta os pais de Jean deixarem nós usarmos a casa. Tenho certeza que Draco e Hermione não resistirão a si mesmos.

Já era tarde quando cada um foi para sua respectiva casa. No fim, todos haviam aceitado o fato de uma Granger e um Malfoy juntos. Talvez se essa conversa tivesse acontecido mais cedo hoje esses dois não teriam tantos problemas, mas o passado não pode ser mudado.

Aquela família estranha, composta por loiros e ruivos passou a noite na Toca, sendo muito bem cuidados por Molly, que nem por um instante deixou de considerar Hermione como uma filha. Não havia duvidas que a matriarca estava contente, afinal, ela sempre soube que seu filho não era verdadeiramente feliz com a esposa. Intuição de mãe nunca falha.

Na manha seguinte, enquanto o café da manha era servido, uma coruja completamente negra entrou na casa deixando uma carta para a única pessoa de cabelos negro presente.

A casa está à disposição pelo tempo que vocês quiserem – disse Jean quando terminou de ler a carta de seus pais.

Logo depois do café da manha mamãe mandou uma carta para a diretora de Hogwarts que também é sua amiga, avisando que Rose, Hugo e Scorpius não iriam para a escola no mês seguinte. Depois fomos até a casa da minha mãe enquanto meu pai e Scorpius foram para sua casa. Cada um fez sua mala e depois nos encontramos na casa dos Granger. Eu arrumei minha mala com a ajuda de Rose e despedi-me de meus avós.

Como eu não podia usar dos meios de transportes bruxos, pegamos um trem que nos levaria até Marseille, no sul da França e depois um Ferry que é tipo um barco que nos transportou junto com o carro que meu pai alugou. O Ferry nos deixou em um dos portos de Porto-Vecchio, e de lá seguimos de carro por mais uma hora até a casa dosLacroix.

A viagem estava só começando, e como ficaríamos um mês neste paraíso, muita coisa iria acontecer.



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