O Surfista escrita por ChocolateBranco
Notas iniciais do capítulo
GASPARZINHOS, APAREÇAM :'(((((
Como já era noite fiquei no meu quarto depois de tomar banho, vesti novamente uma calça escura e um casaco preto, e fiquei observando os meninos nadarem fiquei mexendo em meu iPod procurando internet e quando finalmente achei percebi que estava ao lado de seu quarto, sentei na cadeira e fiquei esperando, essa recepção era onde ele dormia, estava apagada o que me acalmou. Sentei nos banquinhos de madeira e continuei conversando com meus amigos mandando a primeira frase que me veio a cabeça “Me tirem daqui!”. Passando o tempo continuava falando com eles e algumas vezes ria um pouco mais alto.
- Com licença... – assustei com a voz macia que surgiu ao meu lado.
- Ah, sim? – levantei da cadeira e sorri fingindo-me inocente.
- Não está com calor? – ele sorriu mostrando seu sorriso perfeito.
- Não. – falei mais seca.
Ele se aproximou e olhou em meus olhos profundamente, pareci ser engolida por aquele verde, uma cor que era apaixonada. Uma cor que me lembrava o mar.
- Tão linda, porque se esconder de baixo de toda essa roupa escura e esse silêncio?
- Não gosto de nada que me faça expressar muito.
- Deveria aproveitar seus olhos escuros e seus cabelos ondulados para mostrar seu amor por algo que te faça bem. E, aliás, o que te faz bem?
- Qual seu nome? – perguntei cruzando os braços e um pouco irritada.
- Alex, e o seu?
- Catarina.
- Belo nome...
Sorri e fui andando em direção ao meu quarto.
- Ei, já vai?
- Vou descansar um pouco.
- Se cuide, qualquer coisa: estarei aqui. – ele sorriu, me senti derreter.
- Ok – sorri saindo de perto de seu olhar que parecia me cercar.
A pedido da minha mãe, coloquei o iPod para tocar as 8 horas, que seria o horário que encontraríamos com meus primos para o café da manhã. Desliguei-o e levantei olhando pela janela: o clima continua o mesmo. Chuva.
Era decepcionante, o céu nessa cor cinza e o tempo todo chuviscando.
Levantei e troquei o short do pijama por um short jeans e continuei com a blusa de pijama de manga curta e preta. Olhei pela janela e vi Alex arrumando as mesas no pátio de madeira. Puxei um pouco mais a cortina e fiquei reparando em cada centímetro de seu corpo, tinha as costas largas, mais ou menos 1,90 de altura, cabelos em tons castanhos e a barba por fazer.
Seu olhar toca os meus enquanto o meu ainda o percorria.
Com um sorriso bobo acenou rapidamente, e a minha reação foi a pior de todas: fechar a janela sem nem disfarçar. Depois de alguns minutos me recompondo decidi abri a cortina novamente e não o vi mais.
Terminei de me trocar e fui tomar café com meus pais e meus primos, o procurando com o olhar e nada.
Passamos o dia na praia da Feiticeira, eu sentada embaixo da sombra, não queria pegar o “bronze” que todas as meninas amam pegar durante uma passagem na praia, vendo meus primos nadando com o meu irmão levando alguns tombos e levantando rindo. Nunca aceitei aqueles que desafiavam o mar.
- Não vai nadar? – perguntou minha mãe.
- Não.
- Você precisa parar de se sentir assim.
- Se pudesse voltar atrás... Talvez.
Ela ajeitou os óculos escuros e sentou na cadeira ignorando a minha presença. Talvez ela se sentisse bem fazendo isso, afinal, não tem como voltar no tempo.
Meu primo André – alto, magro, pálido e careca, porém bonito – seguiu com o olhar até as meninas que desfilavam naquela areia quente e rebolavam chamando a atenção de todos. A melhor parte foi quando elas os dispensaram, não me contive e ri sozinha.
Ele veio em minha direção com a cabeça baixa e eu segurando a risada, sentou-se ao meu lado.
- Vai ficar com uma marca linda dessa sua bermuda.
- Não quer que eu nade pelado, quer?
- Não, valeu. – ri sozinha. – Porém, poderia chamar atenção daquelas meninas...
- Cala a boca, Catarina.
Ri mais alto. Minha mãe continuou com seu olhar de desprezo enquanto nos observava.
- E você não vai atrás dos Salva Vidas?
- Não, to bem, valeu.
- Se quiser a gente simula algum afogamento... – ele sorriu e percebeu que minha cara fechou.
Levantei e fui andar pela praia, como ele poderia brincar com algo que me fazia tão mal? Deve ter esquecido o que aconteceu, acho que ninguém no mundo que ame alguém pode brincar com uma ferida desse jeito. Daquele dia pretendo esquecer, apaga-lo será impossível, então continuarei fingindo que nada aconteceu.
Continuei andando pela praia sentindo a areia queimando meus pés. Não quero tocar na água, mesmo sabendo que ela possa me refrescar.
Voltei para as cadeiras sentindo meus pés arderem, quase formando bolhas, e quando olhei em meus ombros, estavam dourados. “Só porque eu não queria” pensei sozinha.
- Ui, ficou douradinha! – Bruno brincou.
- Cala a boca, Bruno.
- Ei, Cati pegou mal por algo que te disse? – perguntou André.
- Por favor. – falei em tom sarcástico.
- Me explica!
- Sabe muito bem o que aconteceu comigo! E sabe muito bem que não se brinca com o mar.
- Desculpa, tinha me esquecido... Faz tanto tempo...
- Tanto faz.
Peguei a minha toalha e meu chinelo e procurei um lugar para tomar uma ducha.
- Já vamos embora, para onde está indo?
- Antes: ducha. Agora: carro.
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Conte o que acharam desse capítulo! Gostaram do Alex? Comentem, por favooor? *-*