Scorpius POV:

Ao fisgar os lábios de Rose pude novamente me desligar de tudo que acontecia no mundo ao nosso redor. Começamos no mesmo ritmo que havíamos terminado, dessa vez Rose tinha suas mãos pressionando meu pescoço enquanto dava leves arranhões no mesmo. Já eu, tinha meus braços envolta de seu corpo, posicionados em suas costas, por onde eu ia alisando toda a extensão dela com minhas mãos. Dessa vez além do beijo tínhamos contato através de nossos corpos também, e isso fazia com que a intensidade aumentasse. Logo a velocidade de nossos lábios foram aumentando, não como se estivéssemos desesperados por aquilo, mas sim ainda curiosos, querendo explorar e descobrir qualquer canto que ainda restasse dentro de nossas bocas e ainda, ao mesmo tempo, ter certeza de que estávamos nos mantendo o mais próximo possível.

Rose POV:

Era assim que eu sempre havia imaginado meu primeiro beijo com Scorpius, com uma vontade infinita e um ritmo que só acelerava. As mãos dele causavam arrepios em meu corpo e eu segurava forte em seu pescoço com as minhas, executando leves arranhões quase que inevitáveis. Não tinha nenhuma noção do tempo ao nosso redor ou de qualquer coisa que estivesse acontecendo, não me importava se pessoas passavam por ali ou se algum maluco pudesse estar nos observando, enquanto meus lábios estivessem roçados nos de Scorpius nada mais importava.

Mantivemos o mesmo ritmo acelerado e curioso por algum tempo, dando pequenas pausas de poucos segundos onde podíamos sentir nossas respirações ofegantes, talvez aquele fosse o beijo mais longo do mundo.

– Assim talvez iremos morrer sem ar. – eu disse ao desgrudar de sua boca.

– Não me importo de morrer com você. – Scorpius disse. Eu sorri.

– Mas se morrermos não teremos como fazer isso outra vez. – eu disse selando nossos lábios por um breve momento.

– Aposto que após a morte existe algum tipo de paraíso onde você pode beijar a garota mais bonita que você conhece pelo tempo que quiser. – Scorpius falou sorrindo. Eu ri e provavelmente corei, mas nunca terei como ter certeza sobre isso.

Scorpius POV:

– Já são quase seis horas, quer voltar para a escola? – perguntei.

– Não quero, mas precisamos. – Rose disse saindo de cima de mim e ficando de pé em frente ao banco. Levantei-me e fui até ela, segurando sua mão esquerda com a minha direita, ela entrelaçou nossos dedos. Começamos a andar em direção à Hogwarts.

– Gosto dessa sensação. – eu disse enquanto caminhávamos em uma velocidade consideravelmente lenta.

– Qual sensação? – Rose perguntou.

– De ter você comigo.

– Isso é bom, porque gosto de estar com você. – ela disse. Seguimos o resto do caminho conversando sobre coisas aleatórias, o fato de eu conseguir conversar com ela normalmente me deixava mais do que feliz.

Ao chegarmos a Hogwarts senti como se estivesse chegando de férias novamente, parecia que havia passado muito mais de um dia fora. O movimento nos corredores era forte, já que faltava provavelmente menos de uma hora para o jantar ser servido.

– Acho que é aqui que nos separamos. – Rose disse ao adentrarmos os corredores.

– Ou você pode me deixar te levar até a torre da Grifinória. – sugeri.

– Tem certeza que quer fazer isso? – Rose perguntou.

– Absoluta. – respondi recebendo um sorriso de aprovação dela. Então seguimos caminho, até chegarmos ao ponto aonde escadas iam diretamente até o quadro de entrada do Salão Comunal da Grifinória, Rose subiu um degrau, eu parei.

– Achei que ia me levar até a porta. – Rose disse fazendo uma expressão de tristeza irônica.

– Acho que é aqui que temos que nos separar. – eu falei.

– Acho que você está com preguiça de subir as escadas. – Rose disse.

– Na verdade... – eu disse, colocando as mãos na cintura dela. – Prefiro te deixar aqui porque lá em cima não teremos como nos despedir da forma que eu quero com um quadro nos observando. – Rose sorriu e passou seus braços envolta de meu pescoço, já se inclinando para baixo, roçando nossos lábios.

– Está perdoado. – ela disse ao se separar de mim, dando um último beijo em meu rosto. – Te vejo no jantar, Malfoy. – Rose se virou e subiu as escadas, esperei ela sumir de vista para só então seguir meu caminho.

Rose POV:

Ao subir até meu dormitório o encontrei vazio, nenhuma das meninas estava ali, eu torci para que estivessem no jantar já que a outra hipótese era elas não terem chegado a tempo em Hogwarts. Como o relógio na parede do quarto indicava que era um pouco mais de sete horas, conclui que a primeira opção era possivelmente possível. Troquei meu traje de festa pelas vestes da escola, optei por uma saia e um suéter, o clima estava divido e eu não queria passar frio e nem sentir calor, como estava bem de vestido e casaco aquela provavelmente era a melhor opção. Fiquei rapidamente pronta e sai em direção ao Salão Principal, precisava falar urgentemente com Domi sobre tudo o que tinha acontecido, por isso andava com largos passos que me ajudaram a chegar até meu destino o mais rápido possível.

Ao entrar no Salão Principal já cheio, dirigi meu olhar até a mesa da Sonserina, Scorpius já estava lá, ele me encarava nada discretamente, sorri para ele e ele retribuiu meu sorriso, voltando a comer enquanto eu caminhava em direção a mesa da Grifinória, Domi estava no lugar em que geralmente sentávamos e ao seu lado esquerdo se encontrava um lugar disponível para onde eu me dirigi.

– Domi, finalmente consegui te achar. – eu disse enquanto ia sentando. – Você não tem noção de quanta coisa aconteceu nas últimas horas. – falei empolgada. Dominique, porém, agiu como se eu nem estivesse ali, revirou os olhos e não disse uma palavra. – Essa birra de novo Dominique? Estou cansada disso, se quer ficar braba comigo ao menos me explica o motivo. – falei aumentando um pouco o tom de voz, séria. Ela continuou me ignorando. – Vai ser assim então, vou continuar com a criancice. – eu disse estressada, me levantando e batendo meu prato fortemente na mesa, todos no Salão se viraram para mim, inclusive Domi. – Se não vai me contar o motivo de toda essa ignorância então pode contar para todo mundo. – eu disse aumentando meu tom de voz. Domi se levantou.

– É isso que você quer que eu faça então? – ela disse, em tom de desafio, com a voz na mesma altura. – Estou ignorando você porque você é uma vadia, você beijou Roy e nem ao menos me contou, aposto que também não mencionou isso enquanto agarrava seu novo namoradinho em Hogsmeade, não é? – ela disse como se me acusasse, eu arregalei os olhos e todos no Salão continuaram em silêncio.

– Eu realmente não acredito que você está fazendo isso Dominique. – eu falei pasma, encarando ela. – Por acaso você tem algum problema com tudo isso? Você também nunca mencionou que tinha qualquer interesse por ele, essa deve ser a única razão pra ficar com essa birrinha sem noção. – falei entrando no jogo dela.

– Única razão? – ela disse com uma risada sarcástica. – Talvez o motivo de eu pensar que você era minha melhor amiga e que me contava tudo também sirva, tudo bem não querer que ninguém soubesse disso, mas eu achava que eu não era todo mundo pra você, só que agora todo mundo sabe por culpa da sua falsidade. – ela continuou como se tentasse jogar as palavras na minha cara. – Nem o loirinho babaca ia ficar sabendo disso tudo, espero que pelo menos ele se alerte sobre quem ele está beijando por ai... – ela disse soltando outra risada.

– Scorpius não tem nada a ver com isso, você mal o conhece e não tem direito de desrespeitar ele desse jeito. – falei já mais do que estressada, ao ter o nome de Scorpius mencionado na discussão não pude evitar revirar meu olhar para a mesa da Sonserina, olhei para o exato lugar em que havia visto ele antes, mas ele não estava mais lá.