Memórias escrita por Arthur C


Capítulo 15
Um Pesadelo Aventuroso


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora :X



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MEMÓRIAS

CAPÍTULO QUINZE:


Ninguém mais poderia mudar o que havia acontecido. Agora tudo o que restava, eram apenas migalhas. Migalhas de uma vida esperançosa, porém totalmente trágica e amorosa. Migalhas de um bem unido ao mal. Pode-se dizer que após tudo o que Julia tinha passado com Dave, ela mudou mais, muito mais. Era uma mulher. Forte e bonita... Alcóolatra e insegura. Sim, ela estava no meio termo... De tudo.

Voltou-se. Encontrava-se em um congestionamento terrível e bem distante da casa dos Burton, porém decidiu atravessar a avenida – Por mais que impossível pode ter sido – e seguir em um atalho. Entre pensamentos, sonhos, tristezas e incertezas, acabou distraindo-se novamente, foi difícil não errar um pequeno detalhe sobre a curva. Virava de segundo em segundo, enquanto a fumaça subia e cobria o azul do céu. Chamas se espalharam para todos os lugares e carbonizaram tudo o que havia por perto. O carro enfim, parou de capotar, foi então que a agonia sonora zumbia em seus delicados ouvidos. Quando encontrou-se estava em uma maca. Saindo do bloco cirúrgico.


– Julia... Julia? – Era sua mãe. – Filha você está bem?

– Mãe... – Foi tudo o que pôde dizer ao longo que fechava os olhos.

– Julia, me escute. Você precisa parar com essas bebidas definitivamente. O estrago que elas te fizeram foi enorme meu bem. Está irreconhecível. – Confirmava a Sra. Salvatore.

– Mas... Como irreconhecível?! – Perguntava Julia, aos gaguejos.

– Filha, o acidente desfigurou o seu rosto completamente.

Julia choramingava. Porém sua mãe sabia bem o que poderia fazer.

– Aqui. Pegue isto, é para você.

– Mas o que é isso? – Perguntava.

– É uma carta. – Dizia Charlotte. Interrompendo. – Do capitão.

Charlotte era uma amiga de longa data da família Salvatore. Primeiramente de David, o pai de Julia. E depois foi se tornando de toda a gente.

– Pegue. – Continuava ela.

Julia sorriu, pegou, abriu e então começou a ler...

“Querida Julia, quem escreve é o seu amigo Jack, o capitão. Diga-me, como vão as coisas? Espero que esteja tudo bem. Mas caso não esteja, logo estará. Descobri que estão chegando novas relíquias aqui na biblioteca de Collinsport, coisas sobre a história da cidade e os mais importantes cidadãos que nela viveram. Sem levar em conta que também chegaram algumas cartas, para ser sincero, inúmeras delas. Acho que deve haver algumas de Barnabas. Caso você se interesse (o que é totalmente obvio) eu posso ver se consigo enviar algumas. Saudades, tomara que você volte logo para cá”.

Julia sorriu e segurou um pouco mais a carta. Queria aproveitar a boa sensação que a correspondência lhe dava. Não era só por as cartas de Barnabas terem chegado, mas também pelo capitão ter lembrado dela.


– E então Julia, o que diz a carta? – Perguntava Charlotte.

– O capitão Jack está vendo se pode mandar-me mais algumas cartas de Barnabas... – Respondeu.

– Barnabas? – Encolheu-se. – Quem é este? – Charlotte continuava com o questionamento...

– É... Barnabas Collins. Um homem morto e não reconhecido que tem como admiradora, a Julia. – Intrometeu-se a Sra. Salvatore.

Charlotte afastou-se.

– Mas como assim... Morto? – Perguntava ela.

– Na realidade acredita-se que ele é um vampiro. – Continuava Julia.

Charlotte olhou para Beatrice bem nos olhos com uma cara preocupada, porém distante, virou para Julia e então disse:

– Olha, não é por mal, mas eu preciso ir.

Levantou-se e fechou a porta, enquanto Julia continuava a conversar com a mãe.

– E então filha, como vai toda essa sua descoberta? – Perguntava a Sra. Salvatore.

– Como sempre... – Respondeu.

Suspirou como se estivesse pouco entediada. Preferia dormir, mas os efeitos dos remédios e injeções que havia tomado não permitiam esse tipo de estripulia. Após algumas horas pôde fazer o que desejava... E dormiu.

– Julia! Julia! Precisamos sair daqui! – Uma voz ecoava em sua mente. Era Barnabas. – Julia! – Lhe incomodava, estava agora se segurando na cama para aguentar a pressão.

– Barnabas! – Gritava. – Barnabas! A saída é por lá! Vamos! – As palavras e até as letras invadiam suas lembranças. Eram vozes tristes, e a situação piorava quando Julia tinha um choque com a realidade.

Via uma casa, uma mansão, em chamas. Tudo era tão perigoso e insano ali. Mas não havia o que fazer. Era escapar ou morrer. Toda aquela velha tapeçaria estava agora carbonizada. As riquezas que ali se escondiam. Tudo fora perdido. Tudo fora destruído. Só restavam agora o porão e a sala acima. A entrada da casa com sua porta abundante e algum tipo de gramado, cheio de abóboras que eram visíveis por causa de uma brecha que tinha no piso. Foi mais além e tão percebeu, estava na Collinwood. Mas com Barnabas?

A cada segundo o fogo chegava mais perto e a herança de Barnabas era destruída. Tudo o que o seu pai havia batalhado para ter, agora, nada mais era do que uma espécie de matéria derretida que apoiava a escuridão do lugar. Julia levantou seus olhos, entre a brecha e as chamas, viu. Uma mulher loira. Ela fazia um gesto com dois dedos de sua mão esquerda, podia-se ver apenas suas unhas vermelhas subindo e descendo. Barnabas não parava de lutar contra o piso, estava dando uma de maníaco, porém não, a base era verdadeira. Ao longo que a mulher puxava os dedos contra o vento, o piso do porão se levantava, voando.

Quando pôde observar direito, enquanto “voava”, Julia viu que o gesto ao qual a mulher fazia consistia em um tipo de bruxaria em que os dedos dela simbolizavam o chão. Ao qual Barnabas encontrava-se apoiado. Fechou os olhos. Abriu. Gritava agora, enquanto o piso se chocava com o outro da sala acima, causando um impacto meio que inacreditável. Logo após, a casa ia partindo-se ao meio, as rachaduras se espalhavam pelas paredes de madeira, enquanto os quadros dos antepassados familiares caiam e quebravam. A mulher que já não era possível distinguir quem era agora se virava e acenava com a mão. Ainda com os dois dedos, dando um gesto de “tchau”. Foi então que as postas fecharam-se sozinhas, e o teto caia sobre Barnabas. Escuro. Escuro. Claro. Voltou-se a si mesma.


– Filha? Você está bem? – Perguntava a Sra. Salvatore.

– Claro. Foi tudo uma pequena “experiência”. – Respondeu.

– Com certeza... E então o que se passava?

Julia sorriu de forma honesta e respondeu:

– Nada. Apenas mais uma das aventuras do Collins. Do amado Collins.

ARTHUR C.


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Notas finais do capítulo

A história continua...



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