Kuwabara E A Garota Fantasma escrita por Malk


Capítulo 8
No templo Ching Ling


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Kuwabara continuou andando pela caverna na total escuridão em meio a pedras e morcegos que voavam ao seu redor. Não sabia ao certo há quanto tempo caminhava, se havia se passado minutos ou horas, mas após algum tempo, viu que mais a frente havia um foco de luz, e ele apressado foi em direção a ele. Ao se aproximar daquela luz, começou a enxergar melhor a caverna e o que estava a frente de seu caminho: algo que parecia uma sala, e era bem iluminada, mas certamente não era luz elétrica, apesar de brilhar tanto quanto várias lâmpadas potentes.
Ele passou por um buraco parecido com o que havia no início da caverna, e ao colocar o primeiro pé dentro da sala, sentiu algum projétil vindo em sua direção. Kuwabara “mergulhou” para dentro da sala, realizando um rolamento e levantando em seguida, pronto para qualquer ataque. Olhando para a entrada, percebeu que ele desviou de uma lança de metal com cerca de dois metros de comprimento.
_Ufa, essa foi por pouco _ suspirou Kuwabara.
_AFASTE-SE INTRUSO, OU IRÁ MORRER!
Kuwabara olhou ao redor, procurando de onde vinha aquela voz. O local que estava não era muito grande, era apenas um salão retangular mais ou menos do tamanho de uma quadra de esportes, com paredes feitas de pedra, onde era possível ver algumas armas penduradas, desde simples bastões e nunchacos até outras muito estranhas que Kuwabara não conseguia identificar. No fundo, era possível ver uma pedra que, de alguma forma, emitia luz, iluminando todo o local.
_Não sou um inimigo, apenas quero a caveira de Baphomet emprestada para mandar um espírito para o outro mundo. Quando terminar, prometo que venho aqui e devolvo! _ Kuwabara falou em voz alta, mesmo sem saber para quem.
O silêncio reinou por alguns instantes. Uma das paredes começou a ranger e uma fenda se abriu nela, de onde saiu um homem idoso usando roupas laranja de monge muito parecidas com a do mestre Chung Tao, mas esse homem não tinha os cabelos raspados, ao contrário, exibia longos cabelos e barba branca. Ele olhou para Kuwabara e falou:
_Se você entrou aqui, com certeza é um humano, já que depois da última batalha eu coloquei uma barreira aqui no templo que não permite a entrada de espítitos nem de youkais. Mesmo humanos ficam com sua energia espiritual bloqueada, é o seu caso, estou certo?
_Verdade. _ respondeu Kuwabara.
_Então não traia sua própria raça, vá embora e esqueça que esteve aqui. É o meu último aviso. _ respondeu o homem, taxativo.
_Não posso, fiz uma promessa e não saio daqui sem a caveira!
_Então vou me apresentar, meu nome é Chuan Tzung, o ultimo monge Ching Ling, sobrevivente do último ataque que sofremos há mais de cem anos. E agora você vai morrer _ disse ele, tranquilamente apesar de se tratar de uma ameaça.
Ambos ficaram em posição de combate. As mãos de Tzung estavam abertas, da mesma forma que Makimono na batalha de dias atrás. Isso de certa forma tranquilizou Kuwabara, já que o inimigo utilizaria uma técnica que ele já conhecia.
Chuan começou atacando com sua palma direita, enquanto sua mão esquerda econtrava-se encolhida próxima ao seu rosto, certamente para evitar um eventual ataque. Kuwabara desviou o golpe e atacou o monge com um soco na altura do abdômem, mas seu soco foi desviado pela mão esquerda de Chung em um movimento circular. Os dois saltaram para trás, ficando a cerca de três metros um do outro.
_Você é bom garoto. Um jovem normal não teria desviado do meu ataque. _ disse Tzung.
_Entendo, mas eu já conheço as palmas de Buda _ respondeu Kuwabara,confiante.
_Você é japonês e conhece as palmas de Buda. Tenho certeza que isso é coisa daquele desgraçado do Chung Tao _ disse Chuan _ Mas mesmo que já tenha visto todas as técnicas do Ching Ling, duvido que saiba usá-las ou se defender delas plenamente.
Após essas palavras, Chuan curvou seu corpo e até sua expressão mudou de um sereno monge para algo mais irracional. Com um agudo grito, o velho pulou para cima de Kuwabara com a mão fechada, como se quisesse dar um “cascudo” em sua cabeça. o ataque foi muito rápido, mas Kuwabara conseguiu esquivar dele. Porém, logo que Kuwabara evitou esse golpe, o oponente pulou girando, acertando dois chutes em sequencia no rosto do Kuwabara, que caiu no chão totalmente tonto.
Tzung começou a andar em torno do Kuwabara, ainda com o corpo curvado, grunindo e coçando a cabeça. Logo Kuwabara percebeu que se tratava do estilo macaco, que infelizmente nenhum dos discípulos do mestre Chung usou quando batalharam com Kuwabara.
_Esse é o estilo macaco, mas me parece mais poderoso do que o que vemos em academias ou nas ruas _ disse Kuwabara.
O homem não respondeu, e continuou atacando. Dessa vez, Kuwabara conseguiu se defender de todos os golpes. Na verdade, ele conseguiu perceber que Chuan sempre visava seus chacras, e como kuwabara havia estudado muito o “mapa” com os chacras humanos, já tinha a noção de onde o inimigo iria golpeá-lo.
Após uma nova sequencia de golpes, todos desviados por Kuwabara, foi a hora do contra ataque. Kuwabara deu um chute com a sola do pé no joelho do inimigo, e em seguida, um soco no meio do seu rosto, arremessando-o longe, e fazendo o seu nariz sangrar. Mas o velho monge não caiu no chão, apenas pulou como um macaco em uma das paredes, pegou um bastão que estava pendurado nela e voltou a atacar Kuwabara, desta vez com golpes de bastão.
_Ah, assim não vale, você está armado _ reclamou Kuwabara.
Chuan parou por um momento, olhou serenamente e disse:
_Quer lutar em igualdade? Escolha alguma arma, qualquer uma.
Kuwabara não sabia se encarava aquilo como uma oferta de um adversário honrado ou como deboche, mas resolveu aceitar. Ele não tinha o costume de lutar com armas, com excessão de sua espada espiritual, então foi até a parede e retirou uma espada reta, que julgou ser a mais próxima da sua, apesar de ser mais pesada.
_Venha, estou pronto pra você _ disse Kuwabara, com a espada empunhada.
Chuan pulou para cima do Kuwabara girando o bastão na frente do seu corpo, confundindo sua visão. Ele golpeou a cabeça do rapaz, deixando novamente atordoado e sangrando, abaixado próximo ao chão. Tzung se preparou para o golpe de misericórdia, mas ao atacar, Kuwabara se defendeu usando a espada, bloqueando o ataque do inimigo. O bastão de Chuan partiu-se ao meio, e essa foi a chance de que Kuwabara precisava: ele fincou a espada na barriga do velho monge, que caiu no chão sangrando muito e sem qualquer condição de continuar a luta.
Kuwabara se levantou ainda tonto, mas logo recuperou o equilíbrio e começou a vasculhar o local, tentando descobrir aonde poderia estar o crânio que procurava. Olhou o ambiente e lembrou que Chuan saiu de uma fenda na parede, e então dirigiu-se a ela. Abaixou um pouco para entrar, passou através da espessa parede de pedra, e ao fim, chegou a um lugar que parecia um dormitório, com algumas esteiras no chão e um pequeno armário, com utensílios de cozinha em cima dele. Havia uma outra porta e, ao passar por ela, chegou a uma espécie de altar, todo feito de pedra, nada luxuoso, mas com um crânio em seu centro.
_Com certeza é a caveira que tô procurando _ Kuwabara falou sozinho.
Era um crânio com formato humano, mesmo tamanho e estruturas, exceto pelo fato de possuir um par de chifres. Kuwabara pegou o crânio e saiu da sala, querendo logo voltar para casa. Porém, ao passar pelo velho monge agonizando, ele não pôde simplesmente ir embora e deixá-lo morrer, afinal, ele não era um cara mal, apenas estava protegendo um artefato importante para a segurança de todos os humanos. Kuwabara então se abaixou perto de Chuan e disse:
_Fica calmo, isso vai doer.
Kuwabara nesse momento arrancou a espada da barriga do velho. Em seguida, para parar o sangramento, tirou o seu casaco e amarrou ao ferimento.
_O que está fazendo? Me deixa morrer logo. _ disse Chuan.
_Não posso. Espere aqui que vou procurar algo.
Kuwabara voltou ao quarto do monge e abriu o armário, encontrando o que procurava: agulhas para acumpultura. Ele lembrou que o mestre Chung Tao o curou com essas agulhas, e pareceu que os pontos que ele o furou anteriormente eram os mesmos ponto energéticos que o guia que o mestre lhe deu se referia. Seria arriscado, mas era a chance de salvar Chuan Tzu. Kuwabara foi até ele e começou a furar com as agulhas os pontos energéticos. Após terminar, o velho dormiu, então Kuwabara saiu da caverna, sabendo que o monge ficaria bem.
Ao sair da caverna já estava de dia. Mayumi estava sentada em uma pedra roendo as unhas, quando Kuwabara apareceu e, sem dizer nada, mostrou a caveira para ela.
_Essa é a..._perguntou Mayumi, parecendo não acreditar no que via.
_O crânio de Baphomet. _completou Kuwabara.
_Que bom! Agora é só voltar pro Japão, levar isso pro velho tarado e acabou.
_Isso mesmo. Agora temos uma longa viajem de volta _ disse Kuwabara.
Os dois desceram a montanha mais rápido do que a subiram. De começo, sua intensão era voltar para o Japão de navio, tanto por razões financeiras quanto por dificuldade de levar um crânio em um avião, mas resolveram tentar a sorte. Conseguiram uma passagem a um bom preço em um vôo de madrugada e colocou o crânio em sua mala. Quando a mala passou pela vistoria, o guarda chinês mandou que a abrisse. Ao ver o artefato, perguntou, intrigado:
_Mas o que é isso?
_Artesanato. Tô levando pra um amigo gótico _ respondeu Kuwabara.
Como o crânio possuia chifres, a história se tornou convincente. No horário marcado entraram no avião, chegando ao Japão horas depois.


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Notas finais do capítulo

A luta desse capítulo foi mais curta do que as outras, mas a meu ver, mais intensa.Obrigado e até a próxima!



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