Quando cheguei na estação Peeta não estava lá, um sentimento de preocupação me atingiu na hora, mesmo antes de descer do trem para ter certeza. Respirei e contei até 10, Não Katniss você mudou e nova Katniss não vai se preocupar por uma bobeira dessa, tudo pode ter acontecido..o trem chego mais cedo, ou ele se atrasado! Mesmo repetindo estas palavras o meu coração não diminui a velocidade, a minha vontade era de pegar meu arco e flecha e correr até ele. Mas isso era o passado, não estávamos mais nos jogos, não estávamos mais na Guerra. Não fazia o menor sentido se preocupar. Mesmo que se preocupar não fazia lógica as imagens de Peeta machucado nos jogos, na guerra, torturado e manipulado não eram imagens fáceis de serem esquecidas.

Tentei me concentrar em qualquer outra atividade ao máximo, como uma pessoa normal faria, esperei na fila dos passageiros para pegar minha bagagem, tentando controlar o tique da minha mão, e quando finalmente peguei, me segurei para não voar até a Vila dos Vitoriosos, onde ficava nossa casa. A sensação de morar com o Peeta era a única mudança drástica que não causava nenhum efeito de mudança para mim, mesmo que se aproximamos e estávamos sempre perto nossas casas ou até mesmo nossos quartos no distrito 13, eram sim perto, mas não juntos. Nunca juntos. Acordar e ir dormir com ele era a melhor coisa que tinha acontecido para mim no meio dessa bagunça toda. Peeta é um cavalheiro, ela nunca ficou uma noite sem seus abraços ou com seu conforto após diversos pesadelos. Ele nunca a deixava passar fome, e mesmo quando eu estava chata e rabugenta, como sempre, ele estava lá me fazendo companhia. E hoje eu sempre me pergunto como já tive duvidas se eu realmente o amava.

O caminho até casa não era longe, mas eu me esforçava para andar normalmente, principalmente graças aos olhares que eu recebia de toda população, eram todos agradáveis..simpáticos. Alguns até acenavam, mas centro das atenções não era bem o meu forte. Com alguns sorrisos tímidos que respondi abaixei a cabeça e segui o caminho.

– Ei Kat!!!! - finalmete eu ouço a voz de Peeta, distante eu o vejo correndo até mim ainda com seu avental de Padeiro que o deixava simplesmente maravilhoso. - Desculpe, não vi que horas eram. Eu estava correndo até lá para ver se ainda te encontrava lá..Estava um confusão lá na pad..

– Shiuu - eu o interrompi com um abraço e um beijo, percebi que os olhares se intensificaram mais ainda, então me separei envergonhada. - Não foi nada demais, eu sei o caminho de casa Peeta, você não precisa ser tão protetor. - antes que ele tentasse novamente se desculpar o entreguei minha mala - Leva para mim?

Andamos de mãos dadas até em casa, enquanto ele me fazia perguntas sobre como estava a Capital, a Prefeita e todo mundo.. não tão entusiasmada quanto ele eu contava enquanto ele pedia mais detalhes. A casa cheirava maravilhosamente os cheiros dos pães e bolos de Peeta, e toda a preocupação, o stress e o meu sentimento que eu estava deslocada sumiram. Pois ali era só eu e Peeta no nosso amável mundinho, e eu imaginava quanto tempo ainda me restava para ficar escondida ali até os problemas de Paylor explodirem..