Penny Jackson E O Resgate Do Tártaro escrita por Redbird


Capítulo 22
Entre fantasmas e assombrações... meus tios.


Notas iniciais do capítulo

OLá meu povo. Sim, aqui estou, com a habitual demora de sempre (a vida é dura gente, sejam compreensíveis e não me abandonem por isso)
Perdoem os erros de português, além de eu escrever de madrugada, ainda posto e reviso de madrugada ( Escritora vida loca uhuul)
Anyway... Aqui está o capitulo, espero que gostem.



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Caminhar pode ser um ato involuntário quando se está em uma situação de perigo, eu tinha que me focar nisso, seguir em frente. Era como se meu coração tivesse parado de bater, eu não conseguia pensar em nada, minhas pernas andavam por conta própria. Sem me dar conta, olhei para meus companheiros e percebi que eles estavam tendo a mesma sensação que eu.   Alex ainda estava tentando se recuperar de Cindy e Tales caminhava como se estivesse seguindo um guia invisível. 

O casebre, se era possível, era ainda mais escuro que o Tártaro. Milhares de almas ficavam vagando e gritando sem ter muito bem para onde ir. Estar ali já era desesperador por si só, mas eu percebi que as almas que estavam ali ouviam coisas que nós não podíamos. Elas estavam presas em suas próprias mentes. Se havia alguma forma pior de morrer, eu não sabia.

-Interessante não é?- perguntou Diocleciano- Como nossa mente pode ser nossa maior prisão ás vezes.

O jeito que ele falou fez com que minha espinha enrijecesse.  A medida que adentrávamos mais fundo no local, que não era nada mais que um cela cheia de almas, minha mente ficava mais nublada e eu podia perceber ecos  cada vez mais fortes dos meus próprios pensamentos.  Era uma voz chata, insistente, que teimava em trazer a tona todos os meus piores sentimentos. 

Era algo extremamente parecido com o que acontecera na mente de Alex.  Eu tentei ao máximo ignorar essa vozinha e me concentrar na nossa tarefa.  Olhei para os lados para ver se conseguia enxergar um sinal de Thalia e Nico, mas todas as almas me pareciam iguais. 

 Elas tinham olhos sem cor, peles pálidas e andavam de uma forma estranha, como se cada passo doesse. E os gritos, a maioria delas gritavam, alguns de forma histérica. Outros no entanto, simplesmente se continham em ficar em um canto, tentando se proteger da melhor forma que podiam contra sua própria mente.

-Isso é...

-Horrível- disse Tales lendo meus pensamentos.

-Vamos apenas achar eles e sair daqui- disse Alex.

-Fácil –disse ironicamente. Ele apenas ignorou meu comentário mordaz e caminhamos mais alguns metros.

 Eu percebi que seria muito difícil sair daquele lugar, não tinha menor ideia de como faríamos isso. Comecei a analisar atentamente tudo o que tinha a disposição.  Eu sempre fora louca por histórias de guerras, refugiados, e pessoas perdidas em perigo.   Então eu fiz o que todas pessoas devem fazer nesses casos, prestar atenção em todos os detalhes e procurar aquilo que pode ser usado como vantagem.  Novidade: Não havia absolutamente nada que pudesse ser usado em nosso favor (exceto se resolvermos que um fantasma cantando uma canção bem ruim poderia ser usado como arma)

De repente Tales segura meu braço de uma forma inesperada.

-Ali- sussurra ele- Eles estão ali.

Olho para frente e percebo que Tales tem toda a razão.  Ali estavam eles.  Tia Thalia parecia com todos os fantasmas que eu já vi. Sem vida. Era tão difícil perceber que era ela. Seus olhos azuis que sempre foram tão vivos agora estavam de uma maneira que me assustava.  O homem do lado dela, eu podia perceber, era um pouco diferente das almas que estavam sendo torturadas. Ele parecia mais... vivo do que os outros. Achei que fosse o seu poder de filho de Hades. Aquele homem só podia ser Nico.

Eu queria correr até eles, finalmente aqui estávamos, eu os achara. Mas Tales me segurou fazendo com que eu recuperasse meu bom senso.

-Calma, você não quer que Diocleciano perceba que estamos atrás deles quer?- Disse ele  sussurrando.

Olhei para onde o romano estava, logo um pouco a frente de nós, com um sorriso malvado nos lábios.

-Não definitivamente não quero- disse tentando acalmar meus nervos.

Alex parecia querer correr até lá também, mas dava para ver que ele estava embaraçado, como se ele não soubesse realmente como agir com a tia.

- O que nós vamos fazer? Como iremos tirar os dois daqui?- Perguntou ele ainda encarando fixamente os dois fantasmas.

Nota mental: Se você resolver, por um acaso, levar seus melhores amigos para uma viagem nas profundezas do Tártaro, tentando resgatar, por exemplo, dois tios que você achava que já tinham morrido mas que na verdade estavam apenas sendo torturados por contrariarem os deuses, é bom ter um plano para fazer isso. Só avisando.

Antes que eu pudesse responder alguma coisa inteligente como “Vamos apenas chamá-los pelos nomes e sair daqui correndo” ou “ Podíamos simplesmente voltar de onde viemos e fingir que isso nunca aconteceu”, Nico  percebe nossa presença. 

Primeiramente, ele apenas dá sinais de que percebeu algo diferente, então assim que seus olhos encontram os nossos sua face se enche de surpresa.  Ele vem em direção a nós, murmurando coisas.  Diocleciano não dá importância e parece acreditar que Nico é apenas mais um fantasma comum.

- Vocês...- ele diz com alguma dificuldade- São.. vivos.

-Tio- diz Tales- Sou eu, Tales, o filho de Hazel lembra?

Nico olha para Tales, seus olhos parecem distraídos, como se ele tivesse tentando se lembrar de alguma coisa.  Então de repente ele sorri, não um sorriso comum, mas eu suspeitava que era o máximo de sorriso que alguém seria capaz de dar naquele lugar.

-Tales, você cresceu- diz ele, as palavras soando mais facilmente dessa vez- Hazel... você é a cara dela.

Tales sorri.  Dava para ver que Nico queria continuar conversando com a gente, mas era difícil. E ele não tirava os olhos de Thalia.  Caminhamos até onde a semideusa estava.

-Tia Thalia  - começo sem saber. Eu queria tanto falar com ela, queria fazer com que ela  levantasse os olhos um pouco e saísse daquele abismo em que se encontrava.

-Você- disse Nico me olhando pela primeira vez- Quem é?

-Eu sou Penny, hum, Penny Jackson.

Ele me olha intensamente, do mesmo jeito que fizera com Tales.

-Você é filha de Percy?- Perguntou ele surpreendido- Claro que você é.  Você é a cara dele e é a cara da Annabeth também.

Era a primeira vez que eu  sorria com esse pensamento. Não sei por que, mas ali no Tártaro, aquilo me confortou, por mais que eu ainda não entendesse meus pais.

-Thalia...- perguntei- você acha que ela ficará bem?- perguntei

-Não sei... eu...tente chamá-la.

Eu ia começar a fazer o que ele sugerira quando a voz de Diocleciano me interrompe.

- Ah ela não pode ouvir- disse Diocleciano feliz, pela primeira vez prestando atenção na gente desde que entráramos no local.  Assim que ele disso senti como se minha espinha tivesse virado gelo

- Ela está aqui há algum tempo, pouco se comparado aos outros, mas o suficiente para deixar sua mente em cacos.

Era como se eu tivesse carregando um peso enorme em cima de mim, por mais que eu odiasse admitir eu sabia que o imperador romano estava certo.  Eu tinha que arranjar alguma forma de tirá-los dali, rápido.  Mas como eu iria fazer isso?  Talvez pudesse derrotar Diocleciano, mas o que mais estaria esperando por mim nessa casa dos horrores?

-Você- disse Nico, a raiva clara em cada tom de suas palavras.

-Exatamente. Fico surpreso que ainda não tenha sucumbido a loucura, filho de Hades. 

- Se algum dia sucumbir a essas torturas, pode apostar que só o pensamento de socar sua cara vai me fazer voltar.

Eu olhei surpresa para Nico.

-Gostei de você- disse sorrindo.  Nico dá um meio sorriso.

Diocleciano nos olha com desprezo.

-Pode dizer o que você quiser neta de Atena, mas duvido que você consiga tirar seus amigos com vida daqui- diz ele da maneira mais malvada possível.

Thalia faz sons indescritíveis, ela parece estar sendo torturada em sua mente, eu não posso dizer o que ela está vendo, mas tenho certeza de que não é nada bom.

-Thalia- diz Nico numa voz  baixa, quase num murmúrio. 

- Penny- diz Alex do meu lado olhando intensamente para Thalia- Temos que tirá-los daqui.

Assenti fracamente. Ali,  observando Thalia e os outros,  eu tive uma ideia.

-Eu sei, e acho que tive uma ideia.

-Oh, ho. Eu vou adorar ver isso- diz Diocleciano aparentemente deleitado-  Vai ser interessante.

- O que ele quis dizer com isso Peeny? O que temos que fazer- pergunta Alex. Percebi que aquele olhar preocupado dele toda vez que eu tinha uma ideia já estava se tornando um hábito. 

-Você já ouviu falar sobre os doze trabalhos de Hércules pequeno mestiço?- perguntou Diocleciano feliz.

- Doze... Penny, eu não estou entendendo.

- Temos que encontrar com Euristeu, conhecido por ser o rei que deu a Hércules seus doze trabalhos.  Ele é o responsável por esse... palácio da danação- disse. 

Agora, como eu sabia disso... Anos de  tempo livre sem amigos na escola. 

Os olhos de Nico se abrem de surpresa.

- Isso não vai  ser fácil.  

Diocleciano soltou uma leve gargalhada.   Eu tinha certeza de que os dois estavam certos.  Tentei  me apegar ao pensamento de que eu precisava tirá-los dali vivos, mas a única coisa que eu conseguia ouvir no funda da minha mente era a voz de Eris.  “Ah Penny. Não dê sua resposta, não ainda. Eu posso ajudá-los nessa missão no mundo inferior, seja leal a mim”.   Ainda não deusa, ainda não. 


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Notas finais do capítulo

Olá semideuses, se vocês chegaram até aqui agradeço, significa que leram o capitulo todo (avá) Muito obrigada. Por favor, não esqueçam de me dizer o que acham da fic. Sabe, muitas tragédias podem ser evitadas se soubermos o que você, nosso amado leitor, acha da fic então... só diga.... tá ruim, apaga esse troço, vá vender picolé na esquina, ou sei lá!!!

Beijoos até o próximo se Zeus permitir e a medusa não me achar.



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