Quatro Bruxos - Hogwarts, Uma História escrita por Shanda Cavich


Capítulo 5
Capítulo 4 - Destino Inicial


Notas iniciais do capítulo

Gente, em primeiro lugar, desculpem a demora desse capítulo. Normalmente, escrevo um pouco todos os dias, mas meu notebook ficou estragado por três dias, o que acabou me atrasando.
Em segundo lugar, a partir deste capítulo, não haverá mais divisões. Os capítulos terão uma única parte, e as histórias dos personagens irão se intercalando aos poucos.
Boa leitura!!



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A juventude passou muito mais rápido para ele. Com apenas dezessete anos, sem família e quase sem amigos, lutava bravamente a comando do rei, que lhe concedeu moradia, o cargo de soldado e, principalmente, confiança. Godric foi criado pela dona de uma mercearia no centro da cidade, e a partir dos treze anos, iniciou seu treinamento militar, então passou a morar sozinho. Muito disciplinado, conquistou o respeito de todos a sua volta, sendo possível destacar-se dentre os milhares de guerreiros que a coroa formava. Só não lhe era concedido um cargo mais alto por se tratar de um adolescente, e o caso poderia ser mal visto.

A maturidade chegou cedo. E a responsabilidade se tornou a própria sobrevivência desde o momento em que seus pais foram levados pelo Tribunal do Santo Ofício. Motivos para odiar a coroa, Godric tinha sobrando. Motivos para desejar a morte do rei, que era um dos comandantes de todo aquele homicídio em massa, ele tinha também. Mas se havia uma coisa de que ele era certo, é de que sozinho ele não conseguiria mudar. Os bruxos sozinhos eram indefesos. Mas unidos, protegiam uns aos outros. E Godric Gryffindor fazia tudo o que podia para ajudá-los.

– Soldado Gryffindor! Venha a cá um momento. – disse um homem de vestes onerosas e elegantes. O ruivo já o tinha visto algumas vezes, pertencia à nobreza.

Godric andou até ele, ao centro do saguão do castelo.

– Edgard, o Rei, me contou sobre suas extraordinárias habilidades de caça. – o homem alto e elegante continuou. – Sou Lord Vincent Lovat, primo do rei em segundo grau, subconselheiro na suprema corte e comandante da milícia particular da nobreza. Vim até aqui sob indicação de seus colegas. Sabe, soldado Gryffindor, o senhor será convocado a guiar uma missão particular de um dos Condes do reinado.

Godric sorriu animado. Não que ele tivesse gostado da ideia em si, mas sabia que a partir dela ganharia ainda mais confiança do rei, podendo assim, acobertar mais bruxos.

– C-claro. Farei tudo o que puder para ajudar. Estarei a serviço de quem exatamente?

– O senhor estará a serviço do Conde Dietrich, do feudo germânico a Oeste do reino. Parece que uma de suas servas fugiu, levando consigo uma égua valiosa. Venha comigo até meu gabinete, e lhe darei a descrição da garota, e dos demais detalhes.

Godric assentiu em concordância. Depois de ficar sabendo de toda a história, chegou a sentir pena da tal menina Helga, que era quem devia ser encontrada. Tinha apenas quatorze anos, e pelo visto não tinha nada do que agradecer por ter vivido naquele feudo. Mas o Conde Dietrich queria sua serva e sua égua de volta, por simples querer, e talvez por orgulho. Godric detestava ser obrigado a suportar certas coisas que os não mágicos consideravam importantes. Eles davam excessivo valor ao bem material, e tinham extrema facilidade em desprezar pessoas.

A manhã seguinte estava gelada. Era possível ver o sol, porém frouxo e ocultado pelas nuvens. Era uma manhã na qual nem os pássaros cantaram. Era como se o vento forte quisesse avisar para não continuar o caminho, pois encontrariam perigo ali. Godric Gryffindor, acompanhado do Lord e de mais dois soldados, seguiam em direção oeste, depois de encontrarem um pedaço de vestido na floresta, que provavelmente pertencia a fugitiva.

– Lord Lovat, espere um momento. – Godric parou seu cavalo. – Ouço o som de um moinho vindo daquele lado.

Os dois soldados e o Lord expressaram a mesma coisa: desentendimento. Pareciam não ter ouvido nada de diferente.

– Para qual lado, soldado Gryffindor? – perguntou o Lord, arrogantemente.

– Aquele. – ele apontou. – Se há um moinho aqui perto, a menina deve ter ido onde ele está. Não deve estar longe, sigam-me.

Lord Lovat revirou os olhos. Desde o amanhecer estavam a procura da tal Helga, sob liderança de Godric, e até agora nada. Lovat já estava começando a se arrepender de ter vindo junto na busca. Mas pelo fato de ele ser um nobre de nome quase extinto, tinha que fazer todo o possível para agradar o restante da nobreza, e assim continuar com seu alto posto no Reino da Bretanha.

Passados menos de dez minutos, o grupo avista um pequeno moinho e, ao lado dele, uma casa simples, feita com madeira bruta. O leve cinza no céu estava começando a escurecer, indicando chuva. Os dois soldados montados em seus cavalos logo atrás do Lord, cujos nomes Godric desconhecia, pareciam cansados, e loucos para terminarem a missão.

– Vamos dar uma olhada. – disse Godric. – Me parece apenas uma casa camponesa, não sei se seria um lugar apropriado para a menina se esconder. A não ser talvez...

– Que ela esteja sendo acobertada. – concluiu o Lord, com um terrível sorriso. – Vamos prosseguir com o procedimento, soldado, e acredito que o senhor saiba qual é.

– Sim, senhor. – Godric seguiu na frente. Desceu do cavalo e bateu na porta.

A princípio ninguém abriu. O soldado ruivo bateu pela segunda vez, e um garoto de aparentemente doze anos abriu a porta. Vestia trajes simples, e pareceu assustado pela visita inesperada.

– Em que posso ajudar? – disse o menino, parando para olhar Lord Lovat de cima abaixo.

O Lord desceu do cavalo. Rapidamente se colocou a frente de Godric.

– Sou Lord Lovat, e estou aqui a serviço do Conde Dietrich. Viemos aqui a procura de uma garota. Ela é uma ladra, e está com uma égua roupada do feudo.

– N-não vi nenhuma garota, senhor.

Lovat suspirou entediado.

– Tem certeza? Um pouco mais alta que você, cabelos loiros?

O garoto negou com a cabeça. Godric percebeu que ele mentia. Mas ao mesmo tempo sentia que não deveria insistir, pelo menos, não na presença do Lord. Na verdade, estava nessa busca de má vontade, pois achava absurda a ideia do tal conde dar tanta importância a uma fugitiva, sendo que devia ter tantas outras em seu feudo. Havia coisas muito mais importantes para se preocupar naquele reino, como miséria em boa parte do subúrbio, a invasão dos vikings, e também a violência.

Um arrepio passou pela espinha de Godric ao notar os galhos da árvore mais próxima da casa se moverem de modo anormal. “Não, não pode ser.”, pensou. “Seria esta uma casa de bruxos?

– Permissão para irmos embora, milorde? – perguntou Godric, apressado, tentando evitar que os demais percebessem algum sinal de magia no lugar.

Lord Lovat olhou bem para o garoto que abrira a porta. Virou-se desconfiado para Godric, então fez um sinal com as mãos para os outros dois soldados.

– Entrem na casa. Vamos fazer uma vistoria. – ele ordenou.

Os soldados, jovens assim como Godric, obedeceram. Empurraram o garoto para o lado e invadiram a casa. Atrás de uma cortina estava uma velha senhora. A expressão em seu rosto demonstrava pavor.

– O que é que está acontecendo? – disse a mulher idosa. Levantou-se da cadeira de balanço e abraçou o garoto, que parecia ser seu neto. – Saiam da minha casa!

– Não ouse falar nesse tom, plebeia! – Lord Lovat empurrou a idosa, fazendo-a bater contra a parede. – Sei que a garota está aqui! Alguém tão miserável como a senhora não teria uma sela de cavalo tão valiosa quanto aquela! Helga está aqui, eu sei disso!

O Lord apontou para a sela no canto da casa, muito semelhante às pertencentes ao feudo do Conde. Aquela só podia ser a da égua Charlotte. Os outros soldados continuaram revirando tudo. Godric segurou o ombro do Lord.

– Não precisamos machucar essa gente! Helga pode ter passado aqui. Mas já deve ter ido embora. Se seguirmos em frente agora, podemos encontrá-la ainda hoje.

O Lord sacou a espada e a apontou para o queixo do ruivo, lhe causando um pequeno arranhão.

– Não me diga o que fazer, soldado! Não voltarei ao conde sem a garota, e não deixarei que você estrague tudo. De agora em diante, permaneça calado! Eu decidirei como proceder.

Um barulho fez os dois soldados que procuravam atrás da casa darem um grito. O Lord correu para fora e viu Helga, com uma espécie de vento circulando apenas ela. A mesma árvore que Godric vira se mexer antes de entrar na casa, agora se mexia com vontade, e seus galhos seguravam os braços e pernas dos dois soldados.

– Vá embora, Lovat! Deixe essa senhora e esse garoto em paz! – disse Helga, com uma fúria no olhar.

– Bruxa maldita! Amante de Satã! – Lovat gritou, apavorado. – Gryffindor, faça alguma coisa!

O soldado ruivo, apesar de não estar surpreendido de haver alguém mágico no lugar, deu um sorriso frustrado. Helga não deveria revelar sua identidade daquela forma. Se antes a perseguiam por ladra, agora a perseguiriam por ser bruxa.

– O que posso fazer, mi-lor-de? O senhor disse que de agora em diante é o senhor quem decide como proceder.

Um galho da árvore, fino com um chicote, de repente bate no rosto do Lord, causando um terrível corte na bochecha. Helga, que visivelmente controlava os movimentos da planta, não teve a intenção de ferir gravemente, mas a fúria agiu por si só. Lovat gritou desesperado. Godric não conseguiu esconder o riso. Mas assim que viu que Helga logo o atacaria também, com um gesto nos dedos, fez ela paralisar, e a magia que ela criava se desfez. A árvore parou de se mover, e os dois soldados caíram ao chão desacordados. Lord Lovat subiu no cavalo e correu, sem olhar para trás. Estava assustado demais para saber como a bruxa mataria os soldados e como ele, “heroicamente”, seria o único a sobreviver para contar a história a seu modo.

– Helga é o seu nome, não é? – Godric se aproximou da menina, que estava prestes a desabar em lágrimas. – Não se preocupe. Também sou bruxo e não lhe farei mal.


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Notas finais do capítulo

Espero reviews =D beijooos