Pura Indecisão escrita por Liz


Capítulo 10
Capítulo 10 - Acho que não posso viver sem você...


Notas iniciais do capítulo

Oi!!!
Os próximos ou talvez apenas o próximo será meio dramático. Vamos esperar para ver o que vai acontecer, rs.
Espero que gostem!
Boa leitura...



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No capítulo anterior...

Sentei na última cadeira e não prestei atenção em aula alguma. No intervalo, fui à biblioteca. Evitei encontrar com Eduarda. Eu precisava arranjar as palavras certas.

POV Thales

O sinal da saída já havia batido.

- Por que me deixou sozinha no intervalo? - Eduarda disse, sem ao menos me cumprimentar.

Eu estava no mesmo local de sempre: encostado na parede da lanchonete que sempre ficava encostado.

- Eu fui à biblioteca procurar um livro. - Vi Yuri, por trás de Eduarda, conversando com Fernanda.

- Um livro é mais importante do que ficar comigo? - Ela disse, com aquele olhar irresistível de sempre.

- Precisamos conversar.

- Não... - Ela me olhou, com mágoa. - Não diga essas palavras... - Ela se afastou de mim.

- Eduarda, por favor...

- Você quer... - Ela não conseguia terminar a frase. Seus olhos brilharam, prestes a derrubar lágrimas.

- Precisamos terminar.

- Precisamos? - Ela disse, nervosa. - Você precisa!

- Eduarda, entenda que...

- Entender o quê? Que é como imaginei?

- Como imaginou? - A desafiei.

- Você quis me conhecer só pra... - As lágrimas caíram do rosto dela. Aquilo me doía demais. - Só pra fazer sexo comigo!

- Fiquei duas semanas com você!

- E terminou comigo logo depois do que conseguiu. Agora, te pergunto: o que eu fiz de errado? - Ela se aproximou de mim.

- Não é você. Um dia você vai me entender.

- Espero que algum dia isso aconteça. E pensar que quase desafiei meu pai por você. - Ela foi embora, chorando. 

Fui até Yuri, que sorria vitorioso. Ele deixou Fernanda falando sozinha.

- Bom trabalho. - Ele gargalhou. - Onde ela mora?

- O pai dela não gosta que garotos vão até a casa dela, Yuri.

- Obrigado pela dica. Meu trabalho com aquela mocinha - Ele disse, apontando para Eduarda - começa amanhã. - Ele riu, novamente.

Uma lágrima escorreu de meu olho esquerdo. Era uma lágrima de raiva.

POV Eduarda

Cheguei em casa e me joguei em minha cama. Eu apenas me alimentei no café da manhã. Eu sentia fome antes de encontrar com Thales, mas, agora, sequer sinto meu corpo. Thales se aproveitou de mim. Só de lembrar disso, eu chorava. 

***

- Filha, chegamos! - Ouvi meu pai dizer.

Levantei da cama e percebi que dormi a tarde inteira. Não sei como consegui fazer isso depois do que houve. Me olhei no espelho e vi meus olhos inchados e com enormes olheiras. Meus pais não podiam ver isso!

- Eduarda! - Minha mãe disse. - O que aconteceu?

- Não aconteceu nada!

- Por que seu rosto está desse jeito, minha filha? 

- Mãe, não foi nada! - Eu gritei. Não queria desabafar. Não com eles.

- Deixe Eduarda quieta. Acho que ela viu a verdade naquele rapaz. - Só faltava meu pai sorrir por ver minha desgraça.

- Não diga isso! - Minha mãe disse.

- Mas é verdade... Não é, Eduarda?

- Saiam do meu quarto! 

- Filha, vem jantar...

- Por favor, mãe. - Falei, chorando de novo.

Ela saiu do meu quarto, com o coração apertadíssimo, aparentemente. Quando me dei conta, já estava chorando, novamente. Eu não conseguia dormir. Não sentia fome. Me sentia deprimida. Comecei a namorar com alguém que só queria se aproveitar de mim. Eu virava de um lado para o outro e não conseguia esquecer disso. Pedia à Deus para que fizesse o melhor para mim, para que Ele me ajudasse a entender o porquê de Thales ter feito isso. Eu chorava. Eu tentava dormir, mas não conseguia e acabava chorando de novo.

Quando percebi, eram 6h. Meus pais acordavam 6h30. Já que seis horas passaram num piscar de olhos, logo eles estariam acordados. Eu ainda não sentia nem fome, nem vontade de sair do quarto, nem vontade para ir pra escola, nem forças para levantar da cama, nem nada.

Vi minha mãe abrindo a porta, lentamente.

- Duda? - Ela se assustou. - Já acordou?

- Na verdade, nem dormi. - Limpei minhas lágrimas.

Ela se sentou na ponta da minha cama.

- Você comeu algo?

- Sim, comi.

- Seja sincera. 

- Eu já disse que comi. - Virei para o outro lado.

- Filha, - Ela respirou fundo. - eu só quero te ajudar. Nunca vou desejar seu mal ou que você fique doente.

- Não vou adoecer. 

- Vou preparar o café da manhã. Eu vou arrumar seu uniforme.

- Não vou a escola.

- E por que não?

- Porque... - Pensei em alguma boa desculpa. Meu pai só me deixava faltar quando... - Estou com muita dor de cabeça.

- Deve ser porque você ficou sem comer.

- Eu já disse que comi, mãe.

- Está bem, filha. Vou perguntar ao seu pai se ele deixa você faltar.

- Eu não vou a escola. - Eu disse, com firmeza.

- Vou perguntar a ele.

- Se você deixar, está tudo bem, mãe.

- Sabe como seu pai é, Eduarda.

- Tem medo dele? - A desafiei.

- Não, mas ele também tem que aprovar isso. - Silenciei. 

Ela saiu do meu quarto. Depois de alguns minutos, meu pai entrou no quarto.

- Você tá com dor de cabeça? - Meu pai disse, cético.

- Muita. - Assenti e deitei na cama.

- Pode faltar hoje, mas, amanhã, irá. Trate de repousar o dia inteiro para que isso sare.

- Obrigada, pai. - Eu disse, indiferente.

- Sei bem a causa dessa dor de cabeça. Isso é bom para que você veja quem é quem. - Ele fechou a porta do meu quarto e saiu.

Levantei da minha cama e me olhei no espelho. Passei a mão pelos locais que estavam os furos dos piercings que eu tinha. Eu havia tirado estes quando entrei nesta escola porque meu pai pediu/mandou. Logo depois eu os colocaria de novo. Eu fazia isso como forma de protestar contra o modo que meu pai me educava. Até que conheci Thales e não me importava mais o que meu pai dizia. Eu não tive vontade mais de "protestar". Mas, hoje, resolvi colocá-los. Coloquei o piercing na cartilagem da orelha e coloquei o outro de argola no lábio inferior. Me sentia a mesma menina perdida e indecisa de antes. 

POV Thales

Eu não consegui dormir a noite inteira. Pedi ao meu pai para que me deixasse faltar na escola, mas não deixou. Nem a minha mãe deixou. Não estava com vontade nenhuma de me arrumar. Lavei o rosto, rapidamente, coloquei meus óculos e me vesti. Então, tive que ir. Cheguei lá e me apoiei no mesmo lugar de sempre. Fiquei esperando o sinal bater.

- Cadê a Eduarda? - Yuri disse, sorrindo. - Ela deve estar com muita raiva de você, não é? - Eu estava prestes a chorar. - Deixa eu pensar... Não conseguiu dormir a noite inteira não é? Chorou a noite inteira, não parou de pensar nela... A vida é cheia de altos e baixos, não é?

- E você está no alto agora. Uma hora ela vê quem você é de verdade. - Sorri, muito forçado. Não sei como foi possível sorrir com tanta dor dentro de mim.

- Espero que isso não aconteça. - Ele foi em direção a Fernanda.

Eu o segurei pela blusa.

- Se você for até ela, estará descumprindo o trato e, então, terei que ir até a casa da Eduarda. - Ele voltou.

- Mas você disse que o pai dela não gosta que meninos vão até lá. - Ele disse, sem graça.

- Eu não me importo com o que o pai dela pensa ou diz, mas você, covarde como é, deveria se importar.

- Covarde? Eu? Você pretende proteger sua irmã de mim deixando outra pessoa de lado e eu sou covarde?

- Você me obrigou a fazer isso. Deveria sentir nojo de você mesmo.

- Nunca sentirei isso. Fiz isso por Eduarda.

- Fez isso para me ver mal e eu te pergunto: por quê?

- Não importa mais. Agora quem vai ficar com ela sou eu.

Eu tive vontade de socá-lo, mas estava preocupado com Eduarda que ainda não havia chegado.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido!
Fique com Deus...
Beeeeeeijos :*