Back To Your Heart escrita por Sora Takenouchi Ishida


Capítulo 26
InFeliz


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos os que leram e comentaram. Espero que gostem desse capítulo, ele é um pouco pesado emotivamente.



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Capítulo 26: (In) Feliz
Yamato e Sora saíram do hospital, cada um segurando um dos gêmeos e segurando a mão das crianças mais velhas. Eles não estavam exatamente felizes e isso estava evidente no rosto deles. Eles estavam deixando a filha recém-nascida deles para trás e não imaginavam quanto tempo eles teriam de esperar para levá-la para casa.
Aiko olhou para cima quando percebeu que sua mãe tinha soltado sua mão para limpar uma lágrima.
“Mamãe, você está bem?”
Yamato olhou para Sora enquanto ela piscava forte e tentava sorrir gentilmente para sua filha.
“Sim, estou bem, Aiko. Só estou chateada por não podermos levar sua irmã para casa. Eu não queria deixa-la para trás.”
“Não fique triste, mamãe.” Aiko colocou seus braços ao redor da cintura dela. “O papai me falou que ela precisa crescer um pouco mais antes de podermos levá-la.”
“Eu sei, querida. Mas…”
“Ela não ficará sozinha. Os outros bebês vão fazer companhia a ela.”
“Aiko.” Sora mal conseguiu se segurar.
Yamato soltou a mão do Kouji e colocou seu braço ao redor da sua esposa. A estilista ficou assustada com o gesto dele e o olhou com olhos cheios de lágrimas.
“Ela vai ficar bem.”
“Eu sei. Eu só…”
“Ei, Yamato. Sora.”
“Taichi?”
O casal se virou e viu seu amigo andando até eles. Takato estava com ele.
“O que está fazendo aqui?”
“Titia Sora! Titio Yamato!” A criança correu até eles e os abraçou. Taichi tinha um filho adorável.
“Akiko me pediu para ficar com o Takato hoje porque a Hikari a convidou para procurar vestidos de noiva.”
“O papai vai me levar ao parque.” Takato disse animadamente.
“Posso ir também, papai?” Kouji puxou a calça do Yamato.
Sora e Yamato trocaram olhares e então o astronauta se virou para o Taichi.
“Isso é um problema para você?”
“Não. De jeito nenhum.” O moreno respondeu com um sorriso. “Será como nos velhos tempos.”
“Você quer ir com eles, Aiko?”
“Não, obrigada.” Ela mordeu o lábio inferior, incerta se iria ou não, apesar de sua resposta.
Sora levantou uma sobrancelha. Aiko a pegou completamente de surpresa; era fato que ela gostava muito de ir à parques.
“Tudo bem. Eu deixo o Kouji perto da hora da janta.”
“Certo.”
“Divirta-se, querido.” A estilista se abaixou e beijou seu filho na bochecha.
“Obrigado, Taichi.” Yamato sorriu.
“Sem problemas.” Taichi retribuiu o gesto. “Como está o bebê, aliás?”
Sora sentiu seus olhos encherem de lágrimas de novo e olhou para baixo para escondê-los. O louro colocou uma mão no ombro dela e a puxou para perto.
“Ela está ótima. Mas ela precisa ficar aqui por um tempo porque ela nasceu muito antes da hora.”
“Motorista idiota.” O embaixador resmungou entre dentes. “Eu sinto muito. Mas fico feliz que ela esteja bem.”
“Obrigado.”
“Yama, podemos ir, por favor?”
“Sim, claro.” Ele olhou para seu melhor amigo. “Desculpe, Taichi. A Sor não está se sentindo muito bem, então nós vamos…”
“É, eu sei.” Taichi o cortou. “Isso não é fácil para vocês dois.”
“Definitivamente não. Então nos veremos depois.”
“Com certeza. Eu espero que se sinta melhor, Sora.”
“Não se preocupe. Eu ficarei bem.” Ela sorriu fracamente. “Obrigada por tudo o que fez por mim, Taichi.”
“Não precisa me agradecer, Sora. É o mínimo que eu poderia fazer.”
“Sor, vamos. Alguém está ficando com fome.” Yamato disse enquanto olhava para a Ayumi.
“Tá bom. Tchau, Taichi. Tome conta do meu filho, certo?”
“Pode deixar. Tchau.”

Mimi estava se olhando no espelho depois de ser aprontar para sair. Palmon parou na porta.
“O que está fazendo, Mimi?”
“Vou sair, o que mais?” Ela respondeu como se isso não fosse claro o bastante.
“Aonde?”
“Eu preciso ir à estação de TV. Vou ter uma conversa com a nova namorada do Koushiro.”
“Isso não está soando bom para mim. Por que você iria falar com ela?”
“Porque ela roubou tudo de mim! Meu namorado, meu programa… isso não é justo.”
“Mimi, eu tenho medo que você faça algo estúpido. Eu não gosto quando você diz essas coisas. Você bateu muito na sua prima quando descobriu que ela ficou com o Taichi.”
“Isso foi há oito anos. Sou uma pessoa diferente agora.”
“Mas ainda me assusta. Tenho certeza que as coisas vão se ajeitar daqui em diante.”
“Estou cansada de ficar sentada e esperando, Palmon. Eu preciso fazer alguma coisa. Eu posso não ter o Koushiro de volta se não fizer nada.”
A Digimon ficou alarmada quando viu sua parceira pegando a bolsa.
“Mimi, espera. Por favor.”
“Não posso. Eu preciso dizer a Naru para ficar fora do meu caminho.”
“Isso só vai estragar tudo o que conquistou até agora. Você voltará onde estava quando começou. Você pode dizer adeus ao Koushiro. Por favor, pense nisso direito.”
“Eu já pensei, Palmon. Eu preciso agir nesse momento.”
“Mimi, por favor, espere.” Palmon correu e bloqueou o caminho dela. “Eu tenho uma boa sensação sobre sua situação. O Koushiro vai te procurar logo. Apenas seja paciente. Por favor.”
“Não me faça te machucar, Palmon. Não posso perder o Koushiro. Por favor, me entenda.”
Mimi empurrou sua parceira e correu para fora. Palmon levantou muito alarmada e correu até o telefone. Ela apertou o número 5 na discagem rápida e colocou o fone próximo de sua bochecha.
“Alô?”
“Jyou?”
“Palmon? Está tudo bem?”
“Não.” Ela disse rapidamente. “Um desastre está prestes a acontecer.”
“Do que está falando? O que aconteceu?”
“A Mimi foi atrás da nova namorada do Koushiro.”
“O que?! Você não tentou impedi-la?”
“Tentei. Mas ela me empurrou e saiu. Eu acho que ela foi à estação de TV.”
“Certo, Estou a caminho, talvez eu consiga pará-la.”
“Obrigada, Jyou.”
“Por nada. Tchau.”
“Tchau.”

Hikari, sua mãe e Akiko foram à loja para ajudar a noiva a escolher seu vestido de noiva.
“Não consigo acreditar que vai se casar com o Takeru, Hikari. Eu sempre soube que tinha algo entre vocês dois.”
“É.” Ela suspirou. “Eu acho que não tinha motivo para negar isso.”
“Por que negou, aliás? Ele é uma graça. Você é muito sortuda.”
“Eu não sei. Acho que não queria que todo mundo estivesse certo.”
“Isso é ridículo, Hikari.” Yuuko disse. “Não deveria se importar com o que os outros pensam.”
“Exatamente.” Akiko assentiu. “Vocês dois poderiam ter tido uma linda estória, assim como a da Sora e do Yamato.”
“Nós meio que temos, eu acho.” Ela deu de ombros. “Exceto que nós não estávamos juntos. Eu não mudaria o jeito que a nossa estória é. E quanto a você, afinal?” Ela se virou para sua cunhada. “Você também tem uma estória bonita com o Taichi. Takato está aqui para provar.”
“O Taichi e eu terminamos. Sou totalmente contra traição.”
“Akiko, eu não quero soar cruel, mas não pode esquecer que você e o Taichi traíram a Mimi. Eu não quero justificar meu irmão, o que ele fez foi horrível. Mas o que vocês dois fizeram foi igualmente. Eu fiquei tão envergonhada que não consegui ver a Mimi por meses.”
“Aquilo foi diferente, Hikari. Nós éramos jovens, não tínhamos idéia do que estávamos fazendo.”
“Vocês não eram mais crianças. Vocês sabiam exatamente o que estavam fazendo. Não use a idade como desculpa.”
“Você está mesmo ainda ressentida com o Taichi?”
“Não, não estou. Mas se você for usar o fator idade para justificar isso, não deveria ser tão baixa.”
“Certo. Já chega, vocês duas.” Yuuko se intrometeu. “Estamos aqui para ajudar a Hikari a escolher um vestido e não brigar uma com a outra.”
“Sinto muito, mãe.”
“Tem razão. Eu peço desculpas, Sra. Kamiya.”
“Desculpa, Aiko. Não deveria ter jogado na sua cara algo que aconteceu anos atrás.”
“Desculpe também, Hikari. Hoje deveria ser um dia especial para você e eu estraguei isso.”
“Está tudo bem.” Ela sorriu. “Eu só queria que você e meu irmão simplesmente se acertassem de uma vez, pelo bem do meu sobrinho. E também porque vocês dois serão um par no meu casamento. Eu realmente não quero que vocês continuem separados até lá. Você está tentando bancar a difícil, mas está claro que ainda o ama.”
“Talvez o ame. Tá bom, eu amo. Mas e se eu o perdoar e ele fizer isso de novo?”
“Taichi não é o tipo de homem que faz isso. Tenho certeza de que já sabe disso.”
“Você pode dar ao meu filho o benefício da dúvida. Eu sei que o que ele fez foi imperdoável, mas ele está tentando tanto ter você de volta. Ele ama muito você, Akiko.”
“Talvez eu esteja sendo muito dura com ele.” Ela suspirou. “Eu vou falar com o Taichi e ver como será.”
“Isso é um começo.” Yuuko sorriu. “Agora vamos voltar ao trabalho.”

Mimi estava quase dentro da estação de TV quando Jyou gritou seu nome.
“Jyou, o que está fazendo aqui?”
“Eu vim te impedir de fazer algo estúpido.”
“O que? Como você…? Palmon te contou, não foi?”
“Contou, sim.” Ele admitiu. “No que está pensando? Não pode simplesmente bater na namorada do Koushiro.”
“Por que não? Ela o roubou de mim!”
“Não estou tão por dentro do que aconteceu, mas isso não é totalmente verdade. Você o traiu com o Taichi. No que estava pensando?”
“Não estava!” Ela estava prestes a chorar. “Eu tinha acabado de perder meu bebê e não sabia o que fazer. Eu estava fraca e vulnerável. Eu amo o Koushiro, Jyou. Não posso perdê-lo. Por favor, me ajude.”
“Mimi.” Ele ficou tocado por um momento. “Eu não sei como te ajudar.”
“Você pode falar com ele.” Ela implorou. “Você é minha última esperança. Eu já tentei tudo o que pude e nada funcionou.”
“Eu… eu acho que posso ajudar.”
“Você é o melhor, Jyou.” Ela pulou no pescoço dele. “Muito obrigada.”
“Mas você tem de me prometer que não fará nada sem pensar primeiro.”
“Eu prometo.”
“Mimi, Jyou? O que estão fazendo aqui?”
Os dois amigos viraram a cabeça na direção de onde a voz estava vindo e viram o Koushiro com um olhar confuso em seu rosto.

Yamato deu uma olhada no quarto dele e da Sora enquanto ele passava pelo corredor e a viu deitada na cama, de costas para a porta. Ele suspirou e continuou seu caminho. Ele percebeu que Aiko estava vendo TV na sala de estar e se juntou a ela.
“O que está assistindo?” Ele perguntou enquanto sentava perto dela.
“Algum desenho bobo.” Ela deu de ombros. “Não estou prestando muita atenção.”
“Está pensando em alguma coisa?”
“Só estou pensando em como é injusto que a minha irmã fique sozinha no hospital. Eu sei que você disse que ela não vai estar sozinha, mas todos nós estamos juntos e ninguém está com ela. Nenhum de nós, quero dizer.”
Yamato sentiu um nó na garganta. Sua filha tinha apenas oito anos, mas às vezes ela parecia mais madura do que era. Ele também se sentia mal por deixar a bebê lá, mas não havia nada que ele pudesse fazer. Era para o próprio bem dela.
“Eu queria que a mamãe não estivesse tão triste com isso.”
“Não está sendo fácil para ela. Dê um tempo a sua mãe, ela vai se sentir melhor em alguns dias.”
“Você vai nos deixar de novo, pai?”
“O que?” Yamato ficou surpreso com a pergunta inesperada da sua filha.
“E só que… eu ouvi você falando com alguém sobre uma missão.”
“Aiko.”
“Eu não quero que você vá, papai.” Ela pulou nos braços dele e o abraçou.
“Eu não vou, querida.” Ele colocou seus braços ao redor dela.
“Você promete?” Ela o olhou com olhos suplicantes.
“Eu prometo.”

Hikari, Akiko e Yuuko decidiram comer em um restaurante depois de escolherem o vestido de noiva perfeito. Elas estavam animadamente sobre o grande dia da Hikari, entre outras coisas.
“Obrigada por me convidar para participar de um dia tão importante para você, Hikari.” Akiko disse sinceramente. “Significa muito para mim.”
“O prazer é meu. Eu gosto muito de você, apesar de tudo o que aconteceu. Você é parte da minha família, Akiko. Você me deu a benção que é ser tia.”
As duas cunhadas sorriram gentilmente uma para a outra. Yuuko sorriu também; as coisas estavam começando a voltar ao normal.
“Falando nisso, eu quero perguntar se você deixa o Takato carregar as alianças até o altar.”
“É claro!” Akiko disse apressadamente. “Eu adoraria ver isso. Eu acho que ficaria tão emocionada que começaria a chorar.”
“Ele é uma criança adorável.”
“É, sim. Com que você vai colocá-lo?”
“Vou perguntar a Sora e o Yamato se eles concordam em deixar a Aiko ser a menina que carrega as alianças.”
“Essa é uma grande idéia.” A Sra. Kamiya disse. “Eu acredito que eles não vão se importar.”
“Como eles estão, aliás? Eu não os vejo há um tempo.”
“Eles estão… bem, eu acho. Eles passaram por uma situação bem inesperada há alguns dias e ainda estão assimilando tudo.”
“Sério?” Akiko perguntou. “Nada grave, eu espero.”
“Bem, foi bem sério. Mas eles estão se recuperando disso.” Hikari não quis contar a situação toda para sua cunhada.
“Ah, eu só posso torcer para que eles melhorem logo.”
“Eles acabaram de ter o quinto filho.”
“Outro filho?” A mãe de Takato disse surpresa. “Eles gostam mesmo de conceber.”
“Acho que pode dizer isso, sim.” Ela não pôde evitar rir. “Mas eles conseguiram criá-los muito bem. Eles são crianças adoráveis.”
“São mesmo.”

“Koushiro?”
“Eu não sabia que você tinha voltado ao seu programa, Mimi.”
“Não voltei.” Ela disse rapidamente. “Estou aqui para falar da minha situação. Eu preciso voltar a trabalhar.”
“Entendi. Que bom que te encontrei aqui. Estava mesmo querendo falar com você.”
“Sério?” Mimi estava chocada. “Eu achei que você tinha dito que queria ficar longe de mim.”
“Verdade. Mas eu percebi que havia algo que eu precisava falar com você.”
“Oh. O que é?” A mulher está ansiosa para saber o que ele tinha para dizer.
“Jyou, você se importaria em deixar-nos sozinhos?” Koushiro se virou para o seu amigo. “Isso é meio particular.”
“Oh, claro.” Jyou foi pego de surpresa. “Eu creio que minha ajuda aqui não será mais necessária. Vejo vocês depois.”
“Você está aqui para discutir comigo, não está?” Mimi perguntou com um pouco de pânico.
“O que?”
“Você descobriu que eu ia falar com a Naru e está tentando me impedir.”
“Você o que?!” Ele perguntou com descrença.
“Você não sabia?” Ela gritou. “Meu Deus! Não posso acreditar! Eu estraguei minhas chances com você de novo.”
“Do que está falando, Mimi?”
“Apenas faça isso! Diga o que tiver de dizer.”
“Que tal se eu te mostrasse, em vez disso?”
“Koushiro, o que está…?”
Mimi foi abruptamente interrompida pelos lábios dele nos dela. Ela jogou seus braços ao redor da cabeça dele sem que percebesse. Sua boca prazerosamente se abriu quando a língua dele implorou para entrar e o beijo deles ficou mais profundo. Eles se afastaram após vários minutos. Mimi estava pasma; nem em um milhão de anos ela esperaria tal gesto do Koushiro. Ela tocou seus lábios com os dedos enquanto entendia o que tinha acontecido.
“O que foi isso?”
“Não é óbvio?” O especialista em computadores mal podia controlar seu sorriso. “Eu quero nos dar outra chance. Não estava esperando te encontrar, mas fico feliz por ter. Eu ia falar para a Naru que isso não ia dar certo.”
“O que? Está falando sério?”
“Estou, sim.” Seu sorriso ficou maior.
“Ah meu Deus, Koushiro!” Ela colocou seus braços ao redor dele. “Esse é o melhor dia da minha vida!”

Yamato cuidadosamente fechou a porta do quarto da Aiko e se dirigiu ao seu. A porta estava levemente fechada, então ele lentamente a abriu e entrou. Ele então olhou para Sora, que estava de costas para ele. Ele respirou fundo e deitou ao lado dela, gentilmente colocando seus braços ao redor dela.
“Sor.” Ele sussurrou seu nome suavemente e deu um beijo delicado nas costas dela. “Podemos conversar”
“Não temos nada para conversar.” Ela respondeu amargamente.
“Claro que temos. Eu entendo que é difícil para você. Não está sendo fácil para mim também. Mas eu queria que você se abrisse comigo. Estamos dividindo a mesma dor.”
“Eu sei.” Ela fechou os olhos, ainda sem encará-lo. “Eu não queria deixá-la para trás.”
“Nem eu. Mas foi pelo próprio bem dela.”
“Isso é tão injusto, Yama.” Ela finalmente rolou na cama e o olhou com lágrimas nos olhos.
“Sim, é. Mas nem tudo é justo, não há nada que podemos fazer quanto a isso.”
“Tem razão.” Ela estremeceu quando ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e acariciou sua bochecha com as costas de sua mão. “Eu não deveria estar exagerando desse jeito.”
“Você não está exagerando, Sor.” Yamato disse suavemente. “Você é uma mãe que teve de deixar seu filho no hospital por sabe-se quanto tempo.”
Sora o olhou com simpatia. “Você sempre acha um jeito de me animar. Obrigada. E desculpe por te magoar a alguns dias.”
“Shhh, está tudo bem.” Ele a silenciou. “Já passou. Eu não te amo menos por causa disso.”
“Yama.” Sua expressão mudou de solidária para carinhosa. “Eu nunca te agradeci por não ter desistido de mim. De nós.”
“Isso é um evento de agradecimento?” O astronauta provocou com um sorriso e depois ficou sério. “Como eu poderia desistir de você? Ou de nós? Eu sabia desde o começo que ficaríamos juntos até o resto de nossas vidas. Você sabe que eu não desisto fácil. Mas, de nada. Obrigado por ser meu porto seguro, por manter meus pés no chão quando eu sonho mais do que deveria.”
Sora quebrou o contato ocular com ele por um momento e sorriu. Yamato segurou o queixo dela para que ela o olhasse novamente.
“Eu amo você, Sor. Sei que tivemos momentos difíceis depois que eu voltei, mas isso nunca foi uma dúvida para mim. Não completamente, afinal.” Ele continuou depois que percebeu que ela não ia falar nada. “Eu entendo o quão difícil é deixar alguém entrar. Mas eu sou seu marido. Eu sei que não é justo te pedir para se abrir comigo quando eu mesmo não o fiz no passado, mas estamos juntos nisso. Eu quero que você confie em mim. Eu quero ser tão importante para você quanto você é para mim. Ser a pessoa que você pode procurar sempre que precisar.”
“Você já é.” Ela respondeu calmamente enquanto removia uma mecha de cabelo de seu rosto. “Você sempre foi. Desculpe se estou te afastando. Só posso prometer me controlar para não fazer isso.” Sora respirou fundo. “Não saber como nossas vidas serão daqui para frente me assusta.”
“Sor.” A expressão de Yamato suavizou. “Isso me assusta também. Mas nós vamos conseguir. Ela estará em casa com a gente muito em breve.”
Ele a trouxe para perto dele e a abraçou apertado no momento em que a porta se abriu. Eles olharam e viram Aiko parada timidamente perto do batente.
“Está tudo bem, querida?”
“Sim.” Ela respondeu enquanto olhava para o chão. “Não consegui dormir, mãe.”
“Você teve um pesadelo?”
“Algo assim.” Ela levantou a cabeça, mostrando seus olhos vermelhos.
“Aiko, você estava…” A voz de Sora sumiu quando ela sentiu um nó na garganta.
“Você estava chorando?” Yamato terminou o pensamento dela e depois bateu a mão levemente no espaço vazio da cama, para ela sentar.
A menina cuidadosamente o fez e cruzou as pernas, dando seu melhor para não ver o olhar questionador de seu pai. Ele então percebeu que as duas mãos dela estavam escondidas atrás das costas.
“O que você tem nas mãos?”
“Apenas algo que acabei de desenhar.” Aiko revelou suas mãos e entregou o desenho para ele.
Sora se aproximou enquanto Yamato desdobrava o papel e olhava o desenho. Sua visão rapidamente embaçou por causa das lágrimas nos olhos dela.
“Você… esses somos nós?”
“Sim.” Aiko assentiu afirmativamente. “Você, o papai, eu, Kouji, os gêmeos e minha nova irmã.”
O astronauta e a estilista trocaram olhares de choque e surpresa antes de voltarem suas atenções para sua filha novamente.
“Mãe, posso ficar aqui esta noite?”
“Acho que sim. Se seu pai concordar.”
“Por mim tudo bem.”
A menina sentou entre seus pais e respirou fundo. Sora e Yamato seguraram uma das mãos dela cada um.
“Aiko, seu pai e eu decidimos deixar você escolher o nome da bebê.”
“Você tem algo em mente?”
“Sim. Yukino.”


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