OPERA Survivors escrita por Matheus HQD


Capítulo 12
Tempos de silencio - Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Fazia tempo que o grupo não tinha um momento de real descanso, um lugar onde pudessem dormir com os olhos fechados, o medo esta sempre dentro deles, mas neste momento, eles só querem repousar em silencio.



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17 dias após o Dia-Z, no Brasil os primeiros raios de sol no horizonte silencioso trazia a sensação de um mundo comum, enquanto do lado de fora do local onde estão os sobreviventes o som dos mortos-vivos trazia a realidade do mundo apocalíptico.

Na noite anterior, depois de inspecionarem o local que estavam, concluíram que era algum tipo de escola de informática ou algo do gênero, devido ao número de computadores em salas de aula, salas essas divididas por meia parede e grandes vidros, o lugar não tinha nenhum zumbi, e o grupo se espalhou ainda como se fossem dois, cada um indo para uma sala, e Júlia que não entendeu como automaticamente eles se separaram, resolveu dormir sozinha em uma das salas.

Quando todos despertaram, imaginaram já ser de manhã, mas o local escuro e fechado não os fazia ter certeza, Dark na ansiedade de saber como estava o tempo lé fora, disparou com sua AK-47 contra a parte superior da porta de ferro que os separavam dos mortos-vivos. Todos arregalaram os olhos, Larry cerrou os punhos, mas o portão parecia resistente aos zumbis que voltaram a bater ali com força, es os pequenos buracos das balas fizeram filetes de luz cruzarem para o lado de dentro atingindo o chão. Depois disso Dark caminhou até sua mochila, tirou um pacote de salgados que encontrara no shopping e tranquilamente começou a comer, quase dizendo em gestos que era hora do café.

Gohu foi procurar formas alternativas de sair daquele lugar, estranhamente ele parecia se envolver nas sombras, vez ou outra alguém se assustava com seu vulto passando, ele se movia em silencio e seus olhos analisavam cada detalhe daquele lugar tão rápido quanto as facas que ele atirava nos errantes. Pensou até estar de volta à seus dias de gatuno “esse não é um bom lugar pra roubar, se o alarme dispara não tenho rota de fuga, as janelas além de fechadas como ‘mini portas’ com aquele ferro, ainda tem grades que não dá pra passar nem minha cabeça”, ele pensou, e depois desse curto devaneio ele sorriu.

A pequena e ruiva Júlia só saiu de sua sala quando acordou, e depois de comer alguns biscoitos que pegara com Matt, ela voltou para a sala e lá ficou. Se passaram minutos, talvez horas, aquele lugar lhe era familiar, embora nunca tivesse ido ali, já havia feito curso de informática e Web em outro lugar, similar aquele, ela se lembrava das amigas, dos garotos bonitos, dos professores legais, ela se perguntava por que tudo tinha de mudar, em meio as lembranças as lagrimas começavam a escorrer pelo rosto.

Yan foi para o banheiro, não precisava, apenas queria ficar sozinho, abaixou a tampa da privada e se sentou, aparentemente sem motivo ele começou a respirar mais forte e mais rápido, seu coração acelerou, as mãos suaram, as pernas tremeram. Depois de uns minutos ele se jogou de quatro no chão. Levou uma das mãos a boca, com a outra rapidamente levantou a tampa do vaso e ali dentro vomitou tudo que havia comido antes. Ele se deixou cair no chão e ali ficou por muito tempo, desejava não sair dali, não voltar ao pesadelo, quando foi que ele começou a dar a palavra final? Não importava quando, mas desde o começo, desde que tiveram de resgatar Roger, foi ele que “bateu o pé no chão” e abriu a porta para resgatar o jovem. Uma lagrima saiu pelo olho direito e desceu pela orelha, desviando-a e caindo no chão, “era pra ele estar conosco” ele pensava. As coisas nunca estiveram tão difíceis em sua vida, ele não queria aquele fardo, e era muita pressão, mas parecia que Matheus o compreendia, estava lá para ajudar nas decisões, quem sabe até para carregar esse fardo daqui para frente.

Matheus estava sentado em uma cadeira da recepção da escola, os pés em cima da mesa e a cabeça inclinada para traz parecia mais um estagiário preguiçoso, ele tentava relaxar, mas toda vez que fechava os olhos via as imagens de seus amigos sendo mordidos dentro daquele ônibus, tudo ficou uma loucura em tão pouco tempo, mal conseguiram descer dali, e tudo para dois deles se transformarem e mordem o outro, que entregou a pistola a Matheus e pediu para ele atirar, o colete a prova de balas protegeu dos bandidos muitas vezes, mas contra um bando de desmortos e com membros desprotegidos, se mostrou inútil, o som do disparo da arma e o buraco feito na cabeça do amigo fizeram o rapaz negro abrir os olhos novamente. Olhou para o lado e viu Laís tomando água em sua garrafa. Desde aquela encenação feita na casa do Yan e dos outros ambos se olharam de maneira diferente. Ele saiu da cadeira e andou até ela que guardava sua garrafa, percebendo-o olhou com uma expressão de questionamento. Sem dizer nada, ele apenas pegou sua mão de leve e a foi conduzindo junto dele para dentro de uma das salas que estavam vazias, os vidros nada esconderiam, mas aquela sala era mais distante dos feixes de luz, a mais escura, e depois da porta fechada o beijo veio à tona.

Raquel estava muito calada desde que eles saíram do shopping, ela parecia não querer falar com ninguém, e quando alguém falava com ela, dava respostas curtas, um grande parceiro havia caído, todos ali se conheciam a pouco tempo, mas qualquer um daria a vida pelo outro, pelo menos era isso que a jovem sempre sentia, e agora um deles não estava mais lá, e nunca mais estaria. Agora era importante tentar manter todos a salvo até chegarem ao lugar em que estarão em fim seguros.

Matt não dormiu bem durante a noite, mas ele já estava acostumado com isso, fazia dias que não conseguia dormir tranquilamente uma noite inteira, e no lugar em que estavam, ele até chegou a dormir mais. E depois de levar um baita susto com o Dark atirando contra a porta, comeu alguns cereais que estavam dentro da mochila. Tirou um tempo para ler um livro que tinha guardado, sempre que podia ele continuava sua leitura, havia pegado esse livro na biblioteca antes de tudo começar, não pode entregar, já estava lendo pela terceira vez e torcia para encontrar outro pelo caminho para ter outra coisa para ler, gostava de autores nacionais, mas esse já começava a ficar enjoativo. E quando as vistas cansaram mais rápido que de costume, pela pouca iluminação que entrava pelos buracos no alto da porta, Matt viu Raquel sentada em um canto abraçando as próprias pernas, ele foi até a garota, se sentou ao lado dela e abriu os braços, ela o encarou por alguns segundos e o agarrou enquanto começava a chorar, ele a envolveu em seus braços dando tudo que a garota precisava naquele momento, um ombro amigo.

O dia pareceu mais longo do que os outros para alguns, e rápido demais para outros, mas tudo é uma questão de ponto de vista, mas todos tem uma coisa em mente, o pior ainda pode vir, as mortes e a dor, então devem aproveitar, tomar um folego e descansar, pois amanhã, será um novo dia, e os mortos podem esperar por eles, pois tem todo o tempo desse novo mundo.


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo enfim saiu, eu já desisti de cumprir prazos XD, mas não vou deixar a história sem um fim, seja como for tudo ainda vai acabar =}
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