Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 42
Capítulo 42- ESTOU COM VOCÊ


Notas iniciais do capítulo

Com ou sem você

(With Or Without You U2)
Veja a pedra jogada em seus olhos
Veja o espinho cravado em seu lado
Eu espero por você
Num passe de mágica e num desvio de destino
Em uma cama de pregos ela me faz esperar
E eu espero... sem você...

Pela tempestade nós chegamos ao litoral
Você dá tudo mas eu quero mais
E eu estou esperando por você
Eu não posso viver
Com ou sem você
E você se entrega
E você se entrega
E você entrega...
Com ou sem você
Minhas mãos estão amarradas
Meu corpo ferido, ela me deixou com
Nada para ganhar
E nada mais para perder
E você se entrega...



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Renesmee desceu das costas de Edward. A certa altura da corrida até La Push, ele a tinha pego, colocando-a em suas costas, para que todos corressem juntos. Todos os Cullen pararam em frente a casa dos Black. Tinha alguém a mais dentro daquela casa, Renesmee constatou logo.





Jake, Sarah, Edmond. Renesmee conferia os batimentos do coração de cada um, como se fizesse um checklist. Tinha mais alguém ali…

– Quem está lá dentro, pai?

Nessie olhou os rostos de seus parentes. Todos formavam um semicírculo em volta dela, como um escudo.

– Vamos esperar aqui, Renesmee!

Bella falou, e Nessie pôde sentir o escudo de sua mãe a envolvendo. Não só a ela. Mas todos os Cullen.

– O que é isso? Por que precisamos do seu escudo, mãe?

Ninguém respondia as perguntas de Nessie. Parecia todos compenetrados, dentro daquela atmosfera de tensão, que pairava ali. Nessie olhou ao redor. Os lobos todos estavam ali, também, em volta de tudo. Da casa, do perímetro todo... Seth, praticamente guardava a porta, como um soldado na caserna, guardando a porta do castelo.

Leah estava lá também. Mas sua postura era diferente. A única em sua forma lupina, que não estava com os pelos eriçados, e não andava de um lado para o outro, demostrando impaciência. Estava estranhamente calma e compenetrada no que se passava no interior da casa dos Black. Renesmee tentava achar uma brecha naquela muralha intransponível, que sua família tinha formado em volta dela.

– Deixem-me passar!!! Quero ver meus filhos. O que está acontecendo aqui?!

Ela gritava de forma histérica, àquela altura.

Mas o som de algo explodindo foi ouvido, e a porta da frente da casa foi arrancada do lugar em um estrondo. Um homem saiu de lá em um salto, aterrizando em frente a muralha dos Cullen. Seu corpo inteiro tremia. Nessie socou as costas de Emmet, mas foi inútil. Ele nem se moveu de sua frente, para que ela pudesse ver seu filho. Sim, ela sentia que era ele. Dentro de si, desde o momento que saíra da casa dos Cullen, ela sentia que era ele.

Jason não conseguiu mais controlar sua transformação. Seu corpo se contorcia e queimava em agonia, para ser libertado. Ele deixou vir. Os Cullen deram um passo para trás, quase que de forma sincronizada.

O lobo à frente deles, era o maior. Jasper, Emmet, Rose e Alice já o conheciam na forma lupina. Mas ele estava diferente do primeiro encontro. Parecia furioso e descontrolado... Rugindo de forma tão potente, que parecia deslocar o ar.

– Jason...

Renesmee sentiu fraqueza em suas pernas. Teve que se escorar nos braços de Bella, para não cair. Aquele lobo furioso de pelos cor de bronze era seu filho…


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Lucian olhou à sua volta. Seus olhos se prenderam na figura pequena, que se esticava atrás da parede de vampiros. O rosnado furioso que saiu de seus pulmões, foi toda a sua raiva sendo posta pra fora. Sua vida inteira tinha sido uma mentira moldada e modificada pelos outros, sem poder ter controle de nada. Não queria ficar ali, encarando aquela mulher. Encarar ela, era encarar a mentira da sua vida. Ela agora, parecia se amparar em uma vampira, como se suas forças não fosse o suficiente para mantela de pé. Mesmo assim, ela ainda tentava se desvencilhar da muralha a sua frente.


Todos o encaravam. Olhou ao redor, e viu os olhos assustados de seus irmãos, que estavam na varanda agora.

É a expressão séria de Jacob Black que o encarava, com seus olhos escuros e alertas. Mas logo Jacob estava caminhando em sua direção. Lucian observou o andar obstinado daquele homem sem medo e sem receio algum, vindo até ele. Ele nem mesmo tinha se transformado para lutar com ele. Lucian se perguntava se isso seria possível. Lutar com seu pai. Poderia mata-lo? Jacob parou à sua frente e fechou os olhos, respirando profundamente. Quando abriu, ele fez um aceno com a cabeça, para Lucian, como se o entendesse e aceitasse sua decisão, seja ela qual fosse… E isso respondeu a pergunta. NÃO. Não podia nunca, matar aquele homem. Mesmo com a raiva e o ódio que sentia no momento, correndo pelo seu corpo, como um veneno destrutivo…

Jacob olhou a todos, e disse com voz firme.

– Não haverá uma luta aqui!

Os olhos de Jacob procuraram os de Nessie, e ele pôde sentir sua aflição.

– Esse é meu filho. Não nosso inimigo.

Jacob finalizou, se voltando para todos os Cullen.

Lucian bufou com essa afirmação. Jacob voltou a olha-lo. Se aproximou mais dele.

Lucian queria sustentar aquele olhar. Queria olhar com raiva para Jacob. Mas era estranho enfrentar aquele homem. Era como enfrentar ondas de um mar furioso, o qual você não pode. Por mais forte que seja, não pode lutar contra a força da natureza. Não pode lutar com o alpha. Não pode lutar com seu pai.

 Lucian sentiu seus músculos retraindo, como se o lobo enfim, encontrasse seu eixo. Seu lugar. Seu lar…

Renesmee, mais uma vez, tentava se desvencilhar de sua mãe, que a mantinha, tentando se recuperar. Tentando deixar seu corpo forte, para alcançar seu filho.

– Deixe ela passar. Soute-a Bells.

Jacob pediu, e os braços de Bella foram se libertando de Nessie.

Os Cullen se afastaram, deixando um corredor para Nessie se aproximar de seu filho, ainda na forma de lobo.

Nessie queria abraça-lo. Mas ele é grande demais. No máximo, abraçaria uma de suas pernas. Mas mesmo assim o tocou, sentindo o calor de seu filho, depois de tantos anos. Vendo ele em toda sua grandeza e forma. Seus pelos de bronze. Seus olhos escuros e cheios de uma sombra, que parecia uma tempestade. Não lembrava deles assim. Não eram assim antes. Tentou limpar as lágrimas, que caiam, deixando sua visão turva e embargada. Seu toque se aprofundou nos pelos de Lucian. Ela olhou pra cima, como tentando vê- lo. Fazer com que ele a olha-se. Mas ele não a olhava. Ele tinha os olhos voltados para a floresta.

Nessie afundou seu rosto em seus pelos lupinos, cheirando o perfume de almíscar de seu filho. Mas assim que tentou fazer com que ele a olhasse, Lucian saiu da posição, a deixando quase cair. Mas Jacob logo a pegou nos braços, impedindo que caísse.

– Jason…

Nessie chamou, de forma vacilante, esticando os braços para alcança-lo. Mas o lobo não parou. Apenas soutou um grunhido, como de desgosto.

Luciam saiu em disparada para a floresta, sem olhar pra trás, grunhindo e rosnando, sem deixar que todos vissem que a sua forma lupina estava tentando sair e fugir de seu corpo. Ficar ali, exposto perante todos aqueles estranhos, seria demais. Já bastava estar exposto em alma. Não precisava estar mais exposto que isso. Correu com toda a sua velocidade para a floresta. A adrenalina já pulsava de novo em seu corpo, mantendo o calor do lobo. Mantendo o fogo da transformação. Correu por um tempo, mais, esperando ouvir várias patas seguindo ele. Mas não ouviu. Não estava sendo seguido. Não da maneira que esperava que fosse. Ao invés de vários, só havia um. Parou a corrida, só para ter certeza do que seu corpo já sabia. Porque ele sentia de novo o mesmo imã, que o prendia a ela. Esperou sua companhia, que parou de correr, caminhando lentamente até ele, saindo de dentro da floresta.

Lucian a olhou em sua forma lupina. Tão linda, com seus pelos cinzas e seu corpo leve, que não era estranho. Que ela tinha conseguido, sem dificuldades alcança-lo tão rápido.

A loba cinza o encarava de forma estranha. Ela se aproximou de Lucian, que estava a encarando de forma meio abobada. Leah deu um tranco nele com o focinho, fazendo ele sair do seu estado de veneração. Era quase um empurrão, mesmo ele nem se movendo. Lucian não sabia o que ela queria, e logo a viu apontando para a própria perna. Tinha roupas ali. Amarradas em uma tira de elástico. Ela queria que ele as pegasse. Ele virou e pegou a bermuda com os dentes e saiu dali, para voltar a forma humana. Vestiu a bermuda que ela trouxe, e percebeu que era a sua própria roupa que estava usando. Voltou para onde Leah estava, e ela também tinha voltado para sua forma humana, vestida em um short e uma blusa. Descalça, com seus cabelos presos no mesmo rabo de cavalo que conhecera. Ela o olhava fixamente. Lucian se sentiu mal, por ela estar vendo-o assim, naquele drama de sua recente descoberta vida nova. Por que ela tinha que ter visto aquilo?

– Tem que deixar sua mente livre…

Leah disse.

– O quê?

Lucian franziu o rosto, sem entender do que se tratava, deixar a mente livre?

– Quando se transformar, precisa liberar sua mente. É assim que nos comunicamos, quando estamos na forma do lobo.

– Não posso ouvil-os.

– Não. Deve ser o seu escudo . Ele impede de ouvir nossas mentes. Deve retira-lo quando estiver aqui.

– Não sei se posso fazer isso. Nunca tentei retirar o escudo. Eu acho que não posso.

Leah olhou para ele, franzindo os olhos , em uma expressão de incredulidade.

– Claro que pode. Podemos tentar agora, se quiser.

Lucian não queria se transformar agora. Não queria que ela visse a bagunça, que estava sua mente. Se isso de ler pensamentos fosse possível.

–Não!!

Disse de forma brusca, se arrependendo no mesmo instante.

Leah levantou as sobrancelhas.

– Desculpe. Não! Agora não. Depois tentamos, tudo bem?

Leah sorriu, concordando e olhou em volta, tentando parecer distraída. Porque encarar aquele homem sem camisa, estava ficando difícil.

– O que quer fazer, então?

Leah perguntou.

Lucian olhou para ela, que caminhava tão displicentemente, sem olhar para ele. Aquilo o incomodava muito. Ele queria que ela olhasse para ele. Talvez ela tivesse aqui, obrigada pelo alpha. - Mandaram você vir atrás de mim?

Leah franziu os olhos, com um certo descontentamento.

– Não! Claro que não... Posso ir embora se quiser... Quer que eu vá?

Lucian sorriu com isso.

– Veio porque quis, então.

Leah não respondeu. Mas não tinha sido uma pergunta afinal. E Leah ficou aliviada por isso. Não ia saber responder a isso.

Lucian ainda a olhava, com um sorriso quase malicioso no lábios, a observando dos pés a cabeça … Depois de alguns segundos suportando isso, esse olhar quase torturante, Leah pediu.

– Não... Não me olhe assim, está bem?

Lucian desviou os olhos no mesmo instante.

– Desculpe... Eu não me comporto assim normalmente, acredite.

– Não, tudo bem! Só pare. Não sei como me comportar com você me olhando desse jeito.

– Não precisa fazer nada...

– Sei que não!

– Por que está irritada?

– NÃO ESTOU!

Lucian ergueu uma das sobrancelhas, e de novo sorria.

Leah abaixou os ombros, desistindo.

– Não estou brigando. Não estou irritada. É só o meu jeito.

– Porque esse é o seu jeito, Leah?

“Droga! Por que ele faz isso? Fazia perguntas assim, que não tinham como responder simplesmente.”

Leah balançou a cabeça, tentando se organizar com isso.

– Eu não vim aqui pra isso… Não vim para dizer como eu falo, ou como eu deixo de falar. Se estou irritada ou não…

Lucian se aproximou dela. Leah sentiu como se uma montanha se movesse em sua direção. Ele tinha os olhos escuros e um sorriso meio cafajeste, que tinha covas dos lados. O que era estranho, porque não combinava com o conjunto da obra…

– Pra que veio, então? Achou que eu ia destruir sua floresta? Não sou uma besta...

Leah notou, que por mais que ele dissesse isso, com um certo ar de desprezo e sarcasmo até, ele estava avaliando as reações dela. Leah soube nessa hora, que o homem a sua frente, realmente se via assim. Como uma fera besta.

– Sei que não é… Posso ir embora. Quer que eu vá?

– Não, não! Claro que não. Eu só não queria que me visse assim...

Lucian passou a mão no rosto, envergonhado consigo mesmo, e de estar se comportando como um ogro com ela.

– Quer correr?

Lucian tirou a mão do rosto, com medo de ter entendido errado.

– Correr?

Leah afirmou com a cabeça.

– Não, acho que não…

– O quê? Está com medo de perder para uma garota?

Leah olhava pra ele, com um olhar provocativo agora, e Lucian se viu como um bobo de novo, a encarando. Mesmo ela tendo pedido para não fazer isso. Se consertou imediatamente.

Lucian entendeu o que ela queria. Queria tira-lo dali. Queria faze-lo pensar em outras coisas, ou em nada, por alguns instantes.

– Não, não! Isso seria covardia, lobinha. Eu sou mais rápido que você. Isso é meio óbvio…

– Lobinha? Me chamou de lobinha? Já que é assim...Coma poeira então, lobão…

Leah deu uma leve piscada para Lucian. Não de flerte, mas como desafiando . Foi um gesto tão rápido, que ela no mesmo instante, já estava de costas pra ele, se posicionando. E a cada passo que dava, ganhando distância em velocidade, uma peça de roupa, ela tirava, amarrando de volta a perna. Logo, não era mais Leah que corria, e sim sua loba…

Lucian só pôde apreciar aquela imagem, em flashes rápidos demais. Mesmo para seus olhos, era impossível. Mas só ver isso, já tinha deixado ele meio nervoso. Leah simplesmente sumiu do seu campo de visão. Mas ele logo estava seguindo seu rastro. Ele tirou a bermuda e viu que ela tinha deixado o elástico pra ele também amarrar na perna, como ela fazia. Enquanto seguia ela, se perguntou por que nunca tinha pensado nisso, e de como isso ia poupar Alec de ter levado roupas e mais roupas para ele, até os portões do castelo. Deve ser a vantagem de ter outros lobos por perto. Eles se ajudam. Buscam sempre alternativas.

Leah corria com toda a sua velocidade, mas já estava achando que ele não viria, porque ele estava demorando para alcança-la. Sabia que ela era rápida, mas tinha visto ele correr. Não seria tão difícil alcança-la. Mas logo que pensava em diminuir a corrida, pôde ouvir as patas do lobo batendo no chão. Eram pesadas, e sua corrida fazia vibrações no chão.

– Caramba! Mas vai precisar mais que isso…

Leah não sabia se ele tinha conseguido desbloquear sua mente e ter ouvido isso, mas achou que não. Porque ele ainda estava silencioso pra ela. Leah sempre foi a mais rápida, e isso era uma coisa que ela sempre se orgulhou. Mas tinha enfim, encontrado seu oponente, porque Jason já estava ao seu lado.

“A mais rápida?”

Leah ouviu isso na sua mente, e quase perdeu o ritmo da corrida nessa hora. Era a voz dos pensamentos de Jason direto na sua cabeça. Leah tentou manter o ritmo, mas foi impossível. Ela se desconcentrou totalmente. A voz dele em sua mente. Os pensamentos de Jason invadiram sua cabeça. Ele era uma presença tão poderosa, que ela pensou que ia ter um colapso no cérebro, tão conturbado que estava os pensamentos daquele lobo. Ela parou, e Lucian parou em seguida, pouco mais a frente…



(Lucian )






Ela não me fez perguntas. Minha mente ficou livre, de uma maneira que eu nunca tinha permitido ficar. Ouvi outros pensamentos, que Leah me explicou, que eram de outros lobos, mas conseguiu bloqueá-los. Me concentrei somente em Leah. Somente nossas mentes estavam ligadas. Não queria dividir com mais ninguém, aquilo que estava sentindo. Tudo que estava se passando dentro de mim. Dividir com Leah era bom. Me fazia sentir mais leve. A raiva inicial tinha se abrandado, e um sentimento estranho de quietude me invadia. Ela ficou parada por um tempo, me olhando. Minha mente estava conectada a sua. Mas ela não pensava em nada com clareza. Apenas me deixava livre, como se absorvesse a minha mente bagunçada, do momento.





“Desculpe... Se for demais, posso parar.”


Eu não queria que ela ficasse confusa com a minha vida, ou se sentindo tão louca, quanto eu me sentia naquele momento.

“Não, tudo bem! Pode continuar… Não pare, eu estou com você.”

Fechei os olhos, porque aquele “Estou com você.” veio tão verdadeiro e corajoso, que eu não tinha palavras para agradecer a ela no momento.

“Não precisa.”

Eu sorri. Era estranho pensar, e não precisar de nada para explicar uma frase ou outra. Ela via. Ela estava ligada a mim.

“Vamos correr. Ainda não me ganhou. Foi só uma parada estratégica.”

Ela saiu em disparada, e eu a segui.

Corremos por Vancouver, até a península de Olympic. As paisagem iam se modificando. Paramos em certos momentos. Bebemos água no labo Goose. Leah ia me mostrando os lugares. O nome de cada paisagem. Eu parei para caçar, e ela se recusou totalmente. Disse que não comia carne crua. Nem mesmo se eu a obrigasse. Eu nunca a obrigaria a nada, e ela ficou me olhando, com a mente voltada para caminhões na estrada. Quando eu pensei nisso, fiquei meio confuso com a imagens de caminhões. Mas logo, ela emendou com uma musica do U2, e eu sabia que ela não queria que eu realmente visse o que ela estava pensando. Deixei ela ficar à vontade. Eu não queria ser evasivo com ela.

“Eu nunca tinha ficado tanto tempo em forma lupina.”

“Por que?”

Leah me perguntou. Mas não precisei responder. Deixei ela ver minhas lembranças, da minha primeira transformação, e ela a dela, junto com seu irmão Seth.

“Gosto disso, de ter irmãos.”

“Eu também gosto. Mas não deixo ele saber, se não, ele fica se achando.”

O sol foi caindo àquela h ora do crepúsculo, onde tudo parece estar acabando, mas não é o fim ainda. É apenas o princípio da noite chegando. Olhávamos isso do alto da montanha, entre os vales. O sol indo embora, naquele dia estranho, que tinha mudado minha vida para sempre…

“Temos que voltar.”

Leah disse. Sua voz em minha mente, era como um afago. Mesmo ela, não sendo doce, nem uma voz de sino, nem de anjo. Era como uma voz de força, tipo aquelas que te sacodem inteiro e te impulsionam a fazer coisas incríveis.

"Pare de me adular, lobo. Isso está me deixando enjoada.”

Era isso! Essas coisas dela me deixavam com vontade de… Não resisti. Eu precisava fazer isso, e ela estava perto o suficiente. Baixei meu focinho e lambi seu rosto.

Ela ficou parada, como se em choque, e isso me fez me afastar. Ela estava tensa. Pude sentir cada fibra de seu corpo se contrair. Seu coração, parecia ter entrado em um ritmo quase de taquicardia…

“Leah!”

“Vamos! Precisamos ir.”

Ela disse. Parei, olhando o sol de novo, quando ela começava novamente com a música do U2, na cabeça.

“Não posso voltar pra lá.”

Eu disse, sem saber o que fazer exatamente.

“Pode ficar na floresta, ou.. Na minha casa, se quiser…”

Leah disse, e começava a aparecer imagens de Tom e Jerry correndo de um lado para outro, na minha cabeça.

“Prefiro a música do U2.”

Deixei ela saber, só pra constar. E novamente a voz do Bono veio em With Or Whithout You.

Ela saiu de perto de mim, entrando na floresta. Fui em direção oposta, para voltar a minha forma humana, também.

“Fique na sua casa. Deveria ficar lá, com seus pais e irmãos. Eles esperaram muito tempo por você, Jason.”

Leah voltou à forma humana, mas antes deixou esse ultimo pensamento sair para minha mente.

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Lucian notou que ela disse seu nome com cuidado. SEU NOME. Aquele nome que seus pais lhe deram, dito por ela, soou certo, pela primeira vez que ouvira.

Quando Leah voltou, percebeu o ponto de interrogação que dançava na cabeça de Jason.

–O quê? Não vou chama-lo de Lucian. Não é o seu nome.

– Mas foi por muito tempo.

– O tempo passa, até mesmo para nós. E o tempo de Lucian acabou.

Lucian sorriu, ouvindo isso. Alec costumava dizer isso. “Somos imutáveis. O tempo, não.”

– Tenho que partir, Leah.

– Para onde vai? Voltar para o castelo dos vampiros? Já sabe a verdade toda. Acredite, não pode mais voltar para aquilo. Não pode querer voltar para eles. Eu não acredito!

– Não! Não vou voltar para lá. Há algum tempo, aquilo não é mais meu lugar. Só tem mentiras lá. Mas preciso tirar Alec daquele lugar.

– Uma coisa de cada vez, lobão. Voltemos para casa, agora.

– Preferia ficar com você!

Leah abriu e fechou a boca algumas vezes, com as palavras que queria usar. Mas nenhuma delas pareciam boas...

– Estarei por perto. Mas seus irmãos e pais precisam de você...

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Renesmee andava de um lado para o outro. Toda a sua família estava ali, menos ele. Todos aguardavam, em uma espera angustiante e silenciosa.

Sarah estalava os dedos das mãos, de forma nervosa. Seth estava ao seu lado, e segurou suas mãos, sobre as dele. Sarah entendeu que ele tentava tranquiliza-la e deitou com a cabeça em seu colo, se encolhendo no sofá onde estavam. Seus olhos, cheios de lágrimas, molhavam a perna da calça de Seth, mas ele não se importa com isso, e alisava os cabelos de Sarah, em um carinho.

– Ele vai voltar, Sarah.

Seth dizia baixinho, só para Sarah ouvir.

Nessie olhava para seus filhos e depois para Edward, que estava sentando na escada com Emmet e Jass. Edward sorriu para a filha, confirmando o que ela perguntava mentalmente para ele.

– Sim! Ela teve um imprinting com ele, Renesmee.

Nessie sorriu, mesmo sendo um sorriso um pouco triste. Pois apesar de saber que Leah tinha sofrido um impriting por seu filho, isso não dava certeza de nada. Isso não estava implícito, que viria também um perdão materno, ou uma aceitação de uma família nova. Enquanto Jason sumia floresta à dentro, Nessie queria ir junto. Correr até ele. Mas Jake tinha convencido que não. Era o momento dele colocar as coisas no lugar. Absorver o que tinha vindo para ele e fazer suas escolhas.

Jacob a abraçou de lado, enquanto Nessie olhava pela janela, aguardando ver, ou ouvir seu filho vindo de volta.

– Leah vai trazê-lo de volta, não vai Jake?

– Claro que vai. E você vai poder conversar com ele com mais calma agora, amor.

– Vamos ficar lá fora esperando por eles.

Nessie pegou Jacob pela mão, e os dois ficaram ali, olhando a floresta com olhos e ouvidos atentos…



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