Meu Amor Imortal 2 - O Legado escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 13
Capítulo 13 - SEU LOBO, SARAH


Notas iniciais do capítulo

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova quando
chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de
grandes chuvas e das recordações da infância.
Preciso de um amigo para não enlouquecer, para contar o que vi de belo e triste
durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças d´água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Preciso de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já tenho um amigo.
Preciso de um amigo para parar de chorar. Para não viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.
Que bata nos ombros sorrindo e chorando, mas que me chame de amigo, para que eu tenha a consciência de que ainda vivo"
Vinícius de Moraes



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Sarah

Meu corpo já estava voltando a temperatura normal. Seth saiu, me deixando com minha mãe, sozinhas no quarto. Ela ligou do celular, para que vovô Carlisle viesse me ver. Explicou rapidamente o que tinha acontecido. Desligou e veio pra cama, comigo.
– Precisa de um banho, Sarah, para tirar essa água salgada e o maiô. Vem, amor! Mamãe leva você no colo.
Não protestei. Deixei ela me pegar no colo. Ela é forte. Fez isso, sem a menor dificuldade. Me colocou sentada na beirada da banheira e começou a enche-la com água morna. Colocou meus sais de banho e cheirinhos. Logo, uma espuma foi se formando. Tirei o maiô, entrando na água. Meu corpo parecia agradecido e já podia sentir meus músculos relaxando. Ela jogava água na minha cabeça. Fechei os olhos, e logo as lágrimas se misturaram a água do banho. Meu coração estava tão pequeno. Cada nervo do meu corpo parecia ter sofrido um choque elétrico e permanecido ligado na força por horas. Sentia tudo ao mesmo tempo. Sentia o mar, ainda me chamando para ele, querendo me abraçar com seus braços de ondas. Vi o quanto ficamos pequenos diante à uma força maio. Sem nada... desamparados. Sentindo tudo. Cada sentido me faltar, um por vez, quando sua mente ainda consegue trabalhar. É como ser mutilado aos poucos. Perde-se o ar, o tato, a voz , visão e depois é uma queda livre sem ter o chão para sentir o impacto do fim, Mas ainda ali, mergulhada, morrendo aos poucos. Minha mente parecia mostrar o que realmente eu estaria perdendo. Minha família. Meu irmão perdido.... Meu Seth! E foi em pensar e imaginar em que poderia perde-lo, meu corpo tentou brigar, mesmo inerte. Eu poderia nunca mais ouvir sua voz gentil, seu sorriso fácil, suas mãos firmes e carinhosas, que o desespero se fez tão presente. Não poderia perde-lo. Por mais que o mar me chamasse com seu canto sedutor, tinha algo mais urgente à minha espera. Algo que fazia meu coração bater mais rápido e mais devagar. Mais triste com a ausência. Mais morto com a falta total... Meus primeiros pensamentos foram para ele. …Os últimos também...
– Fale alguma coisa filha. Está me assustando, com seu silêncio. Fale na minha mente, mas fale comigo, Sarah.
A urgência nervosa da voz da minha mãe, me fez querer chorar mais ainda.
– Sinto muito.
Foi tudo que eu pude falar a ela. Mas era tão despropósito dizer isso. É como comer todos os biscoitos do pacote, dizendo sempre, que o próximo será o último. Era dizer nada! Sentir muito? Não! Eu sinto tudo. Sinto, em cada parte de meu corpo errado. O que estava pensando? O que eu ia fazer? Não foi proposital. Me vi só angustiada e nadei. Nadei, primeiro com raiva de Edmond, por sua piada ridícula. Mas depois, não era nele que pensava. Era em Seth! Em como teria que dizer adeus a ele. Me afastar, como se tivesse uma doença contagiosa. Simplesmente, não poderia mas ficar perto dele. O que ele iria pensar de mim? Que eu sou um tipo criança impertinente? E se ele se casasse? …Meu Deus, eu morreria...
Meus silêncios mental e verbal, realmente estavam deixando minha mãe quase louca. Ela começava a falar na minha cabeça, e percebi que já vinha fazendo isso há algum tempo.
Mas ela continuava a me dar banho, lavando meus cabelos com delicadeza, enquanto minha mente ainda era invadida por suas interpelações.
– Pare, mãe, por favor...
Pedi, e ela se calou na minha cabeça. Olhei para ela, que parecia, pela primeira vez, um pouco cansada. Mas ela não disse mais nada, e me enxaguava, me tirando da banheira. Enrolou-me em uma toalha fofa, e cheirando a lavanda.
A fraca luz que começava a sumir no horizonte, era o adeus que o sol dava àquele dia, que eu iria lembrar pra sempre. O dia em que Sarah, finalmente cometeu sua maior e mais incrível estupidez. Aquela que enfiava o dedo no bolo gigante de casamento e ele cai inteiro, no meio da festa. Mais silêncio, quando minha mãe trouxe roupas, para eu vestir. Eu não queria falar ainda, e minha mãe sabia. Parecia entender o que eu sentia. Fiquei um tempo ali, olhando o sol fraco dar seu adeus, sem falar nada. Mamãe, finalmente, resolveu cortar o silêncio, quando minha mente começava a retornar para a realidade.
– Sabe, filha... Eu não tinha sua idade, quando percebi que seu pai era o amor da minha vida. Eu era mais velha. Tinha uns sete anos, mas já era uma moça com dezessete. Mas foi angustiante pra mim, pensar que poderia perder meu amigo. Meu irmão. Mas o amor me encheu de coragem, querida, e eu confiei na força desse amor. Tenha paciência Sarah. Sei que está triste, com medo de perder seu amigo. Mas eu sei, que isso não vai acontecer. É impossível.
Olhei pra minha mãe, e seu rosto era tranquilo e terno. Minha mãe sempre sabia o que dizer. Ou quando não dizer. É como, vindo de algum lugar, dentro de mim. Eu sabia que ela estava certa. Ela sempre está certa.
– Acha que eu posso ficar com, Seth, quando eu crescer, mãe? Ele me esperaria?
Ela sorriu, mas não me respondeu. Se aproximou de mim, pegando o pente da penteadeira, para desembaraçar meus cabelos. Me fez sentar de costas para ela, e começou a desembaraça-los tão delicadamente, que já estava me dando soninho.
– Tente não pensar nisso agora, Sarah. Você é muito nova para sofrer de amor, assim.
–Sou uma esquisita. Isso sim!
Minha mãe me fez virar pra ela, me olhou severamente, segurando meu queixo com suas mãos.
– Não diga isso! Nunca mais, Sarah!
Ela fechou os olhos, respirando devagar, como se tentando acalmar. Por fim, abriu os olhos, me encarando de novo. Sua voz saiu firme e com dor.
– Não me dê outro susto desse, ouviu...? Podia ter morrido, meu anjo. Nadando para o fundo, daquele jeito. Não ouviu, te chamar?
Abaixei a cabeça, envergonhada.
– Desculpa, mãe. Eu me irritei com Edmond. Só queria ir o mais longe possível.
– Não pode cometer atos assim, toda vez que alguém disser bobagens pra você, amor. Edmond foi cruel, mas ele é seu irmão, e está muito triste com o que fez. Quase se afogou indo atrás de você. Pense em Seth. Em mim. Seu pai. O que seria de nós, meu anjo, se algo acontecesse a você? Seu irmão nunca se perdoaria por isso. Não pode agir assim, amor. Sei que está tudo uma loucura pra você, mas pense em nós, que te amamos tanto. E nunca mais coloque sua vida em risco dessa maneira, esta bem?
Fiz que sim, com a cabeça, e nos abraçamos fortemente. Nos soltamos, e ela me disse, ainda de forma carinhosa.
– Ah! Está de castigo! Nada de praia, ou passeios pela floresta por duas semanas. Você e seu irmão estão quase conseguindo me fazer acreditar, que posso ter um enfarto. Os dois estão de castigo. Vou trancar a garagem com o skate, a bike e a prancha. Mas os livros estarão disponíveis. Internet, só para os estudos. Conversinhas até tarde com Alice, ou seus tios, nem pensar. Toque de recolher às 20 horas. Converse com eles, pelas horas do dia. Esqueci alguma coisa? ...Não... Acho que não! Mas posso me lembrar de algo mais, se ouvir reclamação.
É! Isso, era de fato, algo novo. Nunca tinha-mos ficado de castigo. E minha mãe, disse isso com a cara mais doce do mundo. Ou seja, não adianta questionar. Sua decisão estava tomada. Ela sempre consegue dizer o que quer que façamos, com sua cara de anjo. Minha mãe... Suspirei resignada, e alisei seu rosto perfeito.
– Me perdoa, mãe?
– Claro que sim. Sempre, querida! Mas por favor, nunca mais faça isso, ou diga que é uma esquisita. Eu costumava dizer coisas assim sobre mim, à minha mãe. Mas agora, eu sei o quanto elas magoam. Você e seus irmãos são presentes muito preciosos que ganhamos, sem mesmo saber se merecemos. Entende como e difícil puni-los, mesmo amando-os tanto?
– Sim! Claro que sim, mãe. Mereço o castigo. Não vou reclamar.
Ela me deu um beijo na testa, terminando de escovar meus cabelos.
Vovô Carlisle chegou algumas horas depois. Mas eu já estava bem. Todos os meus avôs vieram, preocupados comigo. Até mesmo biso Charlie. Ficamos brincando juntos, com o carro da polícia. Ele sabia o quanto eu gostava de colocar as sirenes para tocar, e brincávamos de estarmos fazendo patrulha. Edmond estava estranho. Foi para o quarto, sem nem mesmo falar comigo ou minha mãe. Meu pai pediu para que não fossemos atrás dele. Então o deixamos em paz. Seth ficou até o jantar, mas eu me afastei um pouco dele, brincando com minha mãe, de gamão. Ele percebeu, e parecia distraído com meu pai, vendo futebol na TV. Mas por vezes, eu percebia ele me olhar pelo canto dos olhos. Mas eu o ignorei completamente. Não confiava em mim, nem mesmo para encara-lo. Não mais. Fui para o quarto. Meu pai se ofereceu para me contar uma estória. Eu agradeci e recusei, subindo rápido. Dei só um tchau distante, para Seth, indo me deitar. Era quase oito, e tinha que obedecer o castigo. Foi a primeira noite que tranquei a porta do meu quarto. Não queria beijos de boa noite, nem nada disso. Mas assim que eu tranquei, o meu peito se apertou. Eu sabia o que era. Por vezes, essa pequena dor me vinha. Abri a porta, indo até o quarto de Edmond. Não bati. Entrei devagar. Ele estava de costas para a parede, deitado na cama. Mas eu sabia que não estava dormindo. Fechei a porta, me deitando ao seu lado, olhando o teto, sem falar nada. Ele estranhou meu silêncio, como eu previ, e se virou pra mim.
– Pesadelos de novo, Sarah?
– Não. Ainda não. Mas eu os terei. Eu sei! Por isso não quero dormir agora.
– Como sabe que terá pesadelos?
– Sinto uma dorzinha no peito. Mas hoje não é por Jason.
– NÃO?
– Não… É por você, Ed.
Ele ficou em silêncio por um tempo. Respirou fundo e disse, com voz meio embargada por um choro, que ele com muito esforço, tentava segurar.
– Sah… eu sinto muito. Eu estou muito envergonhado. Nem sei o que dizer à você.
– Você não precisa me dizer nada. Só me diga como foi.
Ele se levantou da cama, confuso. Eu sorri, pela sua expressão de confusão momentânea.
– Como foi, o que?
– Ora! A sua transformação, Edmond.
Disse da forma mais natural possível, como se tivesse perguntando de um passeio no parque, ou compras no shopping. Eu sabia o quanto ele esperava por isso, e ansiava por fazer parte da matilha de La Push. Sei que estaria vibrando e falando disso o tempo todo, se não fosse pela minha estupidez de ter feito ele se sentir mal. Os seus olhos brilharam de repente e as lágrimas que tinham ameaçado cair, pareciam que tinham finalmente sido reprimidas.
– Eu pensei que estava chateada comigo, por tê-la feito se afogar, Sarah.
– Ora! Fui eu, quem correu como uma louca pro mar, por causa de uma besteira. Como se você não dissesse besteira a todo tempo.
– Então, não está chateada comigo?
– Claro que não, Einstein! Para alguém inteligente, você até que demora pra entender, hem.
Ele alisou com carinho, meu rosto e depois me fez uma careta de desgosto. Apertando meu queixo.
– Já tá boa, né, me enchendo de novo?
– Vamos! Fale como foi.
– Foi ruim no início. Eu não fui muito legal com seu amigo Seth. Fiz ele falar coisas que ele não queria. Meu pai me deu uma bronca e foi isso. Fiquei quente e o lobo veio acinzentado, com umas rajadas cobre. Enorme, maior que o lobo do papai.
Ele sorriu, orgulhoso de si, mas com uma sombra ainda de tristeza, provavelmente por ter sido chamado à atenção por meu pai, a quem ele considera seu próprio herói. Decepciona-lo, era como esbofetear a cara de Edmond. Tinha razão em ter vindo falar com ele. Ed estava péssimo com sigo mesmo.
– Deixa eu ver depois?
– Claro, pirralha! O Maki também estava lá. Ele também é um lobo, agora.
– Eu sei!
– E vocês são amiguinhos agora. Tô sabendo!
– Como sabe?
– Coisa de lobo, sabe? Pudemos ver o seu encontro, com seu amiguinho na floresta. Todos vimos. Eu acho que o Seth ficou meio com ciúmes. Quase arrancou o pêlo do Maki.
Edmond disse de forma divertida, mas eu fiquei confusa sobre o que achar disso.
– CIÚMES? Mas por que ele teria ciúmes de mim?
– Não sei. Vai ter que perguntar pra ele.
Edmond bocejou, esticando os braços, se deitando ao meu lado. Parecia mesmo cansado.
– Agora, sai.Vai pro seu quarto, Sarah. Eu quero dormir e sonhar que estou correndo em forma de lobo pela floresta.
Edmond falava todo cheio de si, tentando me deixar com ciúmes de sua nova condição lupina.
Saí da cama, mas voltei, falando para Edmond, mesmo ele já estando de olhos fechados.
– Acho que Jason também já deve ter se transformado. Acho que ele é um lobo lindo. Bem maior que o seu.
Saí, rindo e ele tacou almofadas em mim, pela provocação. Ria divertida da cara de fúria fingida que ele fazia, tentando me golpear.
– Não acertou nenhuma, Einstein!!!
Fui para meu quarto, trancando a porta de novo. Ouvi a moto de Seth. Ele estava indo embora. Lutei contra a vontade de espiar pela janela. Troquei de roupa e fui deitar. Estava muito inquieta. O sono não me vinha. Ouvi os passos do meu pai no corredor. Percebeu a porta trancada e não insistiu. Saiu para o quarto de Edmond. Ouvi seu boa noite rouco a ele, e depois quando saiu, ouvi seus passos com o de minha mãe, indo para seu quarto. Levantei, liguei o computador na esperança de não ser flagrada pela minha mãe, saltando de qualquer parte, para me pegar furando o castigo. Só mandei algumas fotos minhas e de minha nova aparência para tia Alice, por e-mail. Ia deitar, mas ouvi som de pedrinhas batendo na janela. Eu já sabia quem era. Seu cheiro de amêndoa era reconhecível em qualquer lugar. Quando abri a janela, quase levei uma pedrada. Desviei e ele já pedia desculpas, colocando a mão na boca. Eu ri, pulando pra fora do quarto. A altura era considerável, mas eu já começava a ficar boa nesse negócio de pular e saltar. Maki sorriu com meu pulo, quando eu fiz uma reverência, como se fosse uma apresentação. Fiz sinal para que ele falasse baixo. Ele concordou com a cabeça, se comunicando quase em sussurros. Ri da cara de conspiração que fazíamos.
– Impressionante!
– Viu? Mais um pouco, estarei fazendo todo tipo de acrobacia.
– Já pode fugir com o circo.
– E você vem comigo. Eu serei Sarah, a acrobata e você Makilan, o menino lobo.
– Vamos ser a sensação do circo.
Rimos. Ele me olhava com semblante preocupado. Sabia que ele não estava ali à toa. Queria falar alguma coisa. Fui andando até meu balanço. Ele se sentou na grama, me olhando pelo canto dos olhos.
– Fale logo, Maki. O que foi?
– Nada! Eu só queria saber como você está. Eu não pude vê-la depois do acidente.
– Bem, já estou dando meus pulos. Eu tenho que te agradecer, Maki. Você tentou me salvar, também.
Ele abaixou a cabeça com a testa franzida em uma expressão de pesar .
– É! Mas eu não consegui. A correnteza era muito forte, te puxava pra dentro. Fiquei desesperado, Sarah. Não sei o que teria acontecido, se Seth não tivesse lá.
Seth! Só de ouvir o nome dele, meu coração já dava pulos, como se esperando Seth surgir a qualquer momento. Balancei a cabeça, para me desconectar de Seth. Mas as palavras de Maki, me fizeram lembrar que eu não tinha agradecido a ele, por ter me tirado do mar.
– Seu pai não brigou com você, por causa de mim, espero...
Maki continuava falar, sem ter percebido meu minuto de devaneio mental. Não entendi direito o que ele quis dizer. Ele parecia envergonhado.
– Por que ele brigaria comigo, Maki?
– O nosso encontro na floresta, quando a gente se conheceu. Ele viu na minha mente.
– Há! Isso? Não! Claro que não.
– Nem o Seth?
Mas que meleca! Por que ninguém me ajuda? Não quero ficar pensando nele!!!
– Por que essa mania de ficar falando do Seth, Maki, todo o tempo??? Ele é amigo do meu pai, e só!
Ele estranhou o meu tom rude. Eu revirei os olhos, cansada de mim mesma e de bancar a estúpida com ele.
– Desculpe, Maki.
– Não! Eu é que sou um idiota. Mas chega de falar disso. Amanhã nós vamos sair. Quero te levar num lugar. Leve Edmond também.
– Aonde vamos?
Disse me empolgando, mas logo caí na real.
– Não vou contar. Esteja pronta depois do café. Leve roupas de banho.
– Uma aventura? É uma pena, Maki, mas não posso. Eu e Edmond estamos de castigo por duas semanas .
Maki se entristeceu, em um “ahm...” mudo, que não chegou a sair.
– Que pena! Fica pra depois do castigo, então. Eu não vou desistir de levar minha amiga para fazer tudo que ela quer. Lembra? Cachoeira, penhasco, aulas de surf e tudo mais.
Sorri, do jeito que ele falava, como se tivesse feito até uma lista.
– Eu quero muito fazer isso tudo, mesmo. Obrigada, Maki.
Ele me olhou surpreso, sem entender.
– Por querer ser meu amigo. Sei que sou uma criança estranha. Deveria estar andando com garotos da sua idade, e não arrastando uma garota por aí à tira colo.
Não tive como encara-lo nessa hora, porque lágrimas vergonhosas ameaçavam a cair pelos meus olhos. Mas senti quando se aproximava.
– Eu não escolheria estar com ninguém mais, Sarah. Amigos pra sempre.
Ele tocou o coração, com o punho fechado, como se fizesse uma promessa. Fiz como ele, imitando seu gesto.
– Amigos pra sempre.
– Legal, agora eu tenho que ir. Mas volto, quando acabar o seu castigo. Vamos à nossa aventura. Leve Edmond também. Ele vai gostar.
– Tá bem!
Ele foi embora, com seu sorriso de sempre, acenando quando já estava longe, em um adeus.

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Na manhã do dia seguinte

Estávamos tomando café na cozinha. Meus pais se entreolhavam, e eu percebi isso. Edmond estava concentrado em uma revista da National Geographic, que ele foleava, enfiando o pedaço de bolo na boca. Meu pai pigarreou e minha mãe fez um gesto discreto com as mãos, mas eu não aguentei e comecei a rir, divertida com isso. Meu pai me olhou contrariado, e minha mãe resolveu se intervir.
– Seu pai não gosta que receba visitas noturnas, Sarah. Da próxima vez, diga a seu amigo para vir em um horário mais adequado e não faça você pular da janela.
Neste instante, Edmond baixou a revista, já muito interessado na conversa e se perguntando o que ele tinha perdido, afinal de contas. Bufei, tentando me mostrar indiferente. Eu já sabia que eles tinham percebido minha pequena visita noturna. Só esperava que isso não fosse me impedir de sair com meu amigo, quando o castigo acabasse. Olhei de forma muito meiga para meu pai, e seu semblante aborrecido, foi logo se desfazendo e um sorriso lindo já se projetava em seus lábios.
– Desculpe, pai. Maki está com problemas com a sua transformação. Ele brigou com o pai e veio me ver. Não vi nenhum problema quanto à isso, mas falarei com ele de nossos horários e usarei a porta da próxima vez.
Caramba eu tava mentindo. Mas por que? Devia ter falado a verdade, mas me pareceu estranho dizer que ele veio porque estava preocupado comigo. Mastigava um pãozinho, pensando nisso. Será que virei uma criança mentirosa compulsiva?? Mas ninguém parecia ter notado minha pequena infração.
– Acho bom, Sarah! Diga a Makilam, que ele é muito bem vindo em nossa casa. Mas que entre pela porta e venha em horários que crianças não tenham que estar na cama.
Meu pai disse as últimas palavras, apertando minha bochecha, e eu ri divertida. Edmond já revirava os olhos, se enterrando em sua revista.
– Aproveitando, eu quero pedir para sair com ele. Quando acabar o castigo, é claro! Vamos passear pela reserva.
Meu pai franziu as sobrancelhas, olhando minha mãe.
– Edmond irá com vocês.
Fiz que sim com a cabeça, e Edmond fazia um bico de desgosto.
– Por que tenho que ir? Deixe a pirralha ir sozinha. Maki é maior que eu.
– Mas ela é sua irmã, Edmond. E é seu dever protege-la.
Meu pai olhava firme para Edmond, que se encolheu levemente na cadeira, sem dizer mais nada.
As duas semanas realmente se arrastavam. A palavra castigo tinha sido bem definida. Eu e Edmond estávamos tão entediados, que até uma disputa de palitinhos começava se mostrar interessante. Mas meus pais foram inflexíveis. Não cederam, nem quando eu e Edmond parecíamos virar vegetais na frente da TV. Assistíamos à todas as porcarias que tinha lá. Mas até que nos divertíamos com os programas de reality. Fazíamos apostas e tínhamos os nossos favoritos. E quando o apresentador anunciava o início do programa, já sabíamos a fala e ficávamos repetindo junto com ele. Tudo para matar o tédio. Estudar começava até parecer interessante. Eu não sou nerd como o Edmond, que se enfiava em sites de química e física na internet, como se estivesse jogando uma partida muito emocionante de play station. Estudo e aprendo rápido, com as aulas que recebemos de minha mãe e de vovô Edward, todos os dias da semana. Exceto domingo. Ele vem, e nós ficamos entretidos nisso, por oito ou seis horas. Quando ele não pode vir, vovó Bella vem. E tenho que confessar, que são minhas aulas favoritas. Literatura! Já li seus livros favoritos, e ela sempre marca pra mim as frases deles que mais gosta. É claro, acabam sendo as minhas favoritas também. Por vezes, nos traz filmes com a versão adaptada da obra. Mas não tem como comparar a riqueza dos detalhes, que só a literatura pode dar pra gente. Já tinha meus escritores favoritos. Shakespeare, é claro, era um deles. Como não amar Romeu e sua trágica Julieta. Mas Heathcliff é o meu anti-herói obscuro. Não sei por que, mas sempre que penso nele, a imagem de Jason vinha. Seus olhos de tempestade obscuros e misteriosos, são como devem ser os de Heathcliff. Mas sempre me derreto em lágrimas, com Jane Austen e seu amores antigos e delicados. Edmond lia os livros com cara de entendiado, e eu com os olhos cheios de lágrimas. Mamãe, por vezes ria da nossas expressões diferenciadas.
Enfim, aquela tortura tinha acabado. Duas semanas se foram. Desci as escadas, sentindo como se as grades da prisão fossem abertas, e eu tinha mais era que sair correndo de lá!
Minha mãe me parou, exigindo que eu me alimentasse. Tomei meu suco, em um gole rápido e enfiei algumas coisas dentro da minha boca. Só o que coube, saindo da mesa, procurando meus chinelos.
Minha mãe me olhava horrorizada.
Calma, Sarah! Espere. Vou fazer um lanche para vocês levarem.
Minha mãe falava, mas eu já saia pela porta, apressada. Edmond vinha de forma lenta, só pra me provocar.
– Não precisa, mãe. Mas pode fazer um mega super lanche, quando a gente voltar. Já corria a toda, em direção a casa de Makilam. Não quis esperá-lo em casa, mesmo ele tendo dito que viria nos buscar. Queria surpreende-lo, indo a sua casa. Nunca tinha estado lá. As poucas vezes que eu vi a casa de Emily e Sam, eu estava de carro com meus pais, e só passávamos rapidamente, sem nunca ter entrado. Parei na entrada. Edmond vinha como uma lesma doente atrás de mim. Fiquei uns instantes parada, meio envergonhada de bater na porta. Edmond parou ao meu lado, me olhando sem entender, enquanto eu juntava as mãos apreensiva.
– Quer que eu chame ele?
– Não! Vamos os dois.
Nos encaminhamos para a porta, mas antes de batermos ou falarmos qualquer coisa, a porta foi aberta em um soco, fazendo ela quase virar poeira. Maki saltou na nossa frente, sem nem mesmo nos ver. Correu, e nós seguimos com os olhos, e vimos ele se transformar em seu lobo negro. Sam saia de dentro da casa, com uma Emily chorosa. Ficamos os quatro parados ali, sem saber o que fazer, nos olhando confusos.
– Eu vou atrás dele, tio Sam.
Edmond falou de forma firme, já correndo para a floresta.
– Eu também vou.
Não esperei Edmond responder, nem começar com a reclamação.
Tia Emily fez um sinal para que esperasse, saindo e voltando em seguida com uma bermuda, me entregando.
– Leve para ele, Sarah.
Pequei, e corri para alcançar Edmond. Enviei para sua mente, uma mensagem para que me esperasse. Ele parou mais à frente, me aguardando. Corremos, mas ele parou, se esquivando em outra direção. Parei atordoada, sem entender. Fiquei esperando ele voltar, quando um enorme lobo saiu da direção que ele tinha ido, vindo até mim. Sorri encantada. O lobo de Edmond é realmente, muito maior que papai e Seth. Tem um pêlo acinzentado com rajas avermelhadas, que lembrava os pêlos de meu pai. Ele se abaixou, e eu o montei sem nenhuma dificuldade, passando para mente dele o quanto eu tinha achado ele lindo como lobo. Ele ia ficar se gabando depois, mas eu não tinha como negar o quanto era fascinante sua forma lupina. Corremos, seguindo o rastro de Maki. Não demorou para encontrarmos. Ele estava deitado com a cabeça sobre as patas, olhando a cachoeira. Desci das costas de Edmond, deixando a bermuda próxima de Makilan, que levantou a cabeça me olhando. Afaguei seus pêlos, e ele grunhiu triste. Saí, para que ele voltasse a sua forma humana. Edmond já estava se aproximando de nós, e eu os deixei indo para o outro lado da cachoeira. Era um dia fresco. Não tinha sol, mas graças à nossas temperaturas não precisávamos usar casacos. Brinquei com a água, colocando meus pés destro da cachoeira. O frescor do vento que batia na água, trouxe o aroma gostoso da floresta. Enchi meu peito daquele cheiro de floresta molhada, e não resisti mais ao chamado da mãe natureza. Tirei minha roupa. Eu estava com meu maiô por baixo. Dei um mergulho naquelas águas cristalinas, que me chamavam. Já ouvia Maki e Edmond se aproximarem. E eles me olhavam confusos, enquanto eu nadava, me divertindo.
– Venham logo, meninos. Ou estão com medo de se molharem? Aposto como chego primeiro até as pedras.
Eles se olharam sorrindo e pularam dentro da água. Eu nadei o mais rápido que pude, aproveitando minha vantagem de estar na frente deles. Mesmo assim, foi ridículo como eles facilmente me passaram, sem nem mesmo se esforçarem muito. Minha cara de frustração foi motivo de deboche. Ficamos brincando na cachoeira um tempão. Saímos, só quando eu já reclamava que estava sem digitais. Deitamos na grama, com nossos corpos paralelos. Eu estava no meio deles, aproveitando o calor que neles são mais intensos, pela transformação. Estávamos felizes de estamos juntos. Dávamos pequenas gargalhadas infantis e bobas por qualquer coisa que dizíamos. Mas logo um silêncio tranquilo perpetuou, e eu me senti à vontade de fazer uma pergunta.
– Por que brigou com seu pai esta manhã, Maki?
Ele demorou a responder. Já começava a achar que tinha sido uma péssima ideia, fazer essa pergunta a ele.
– Meu pai não queria que eu fosse até sua casa, Sarah.
Levantei, me sentando. Edmond fez o mesmo, me acompanhando. Maki não se moveu. Ficou deitado, fitando o céu, sem nos olhar.
– Ele não quer que sejamos amigos?
Edmond perguntou, de forma inocente, e Makilam fez que não com a cabeça.
– Não é com você, Edmond... Ele não quer que eu seja amigo da Sarah.
Abri a boca para falar algo, mas de repente meus olhos já se enchiam de água, e eu sabia que logo estaria aos prantos de maneira ridícula. Levantei antes que eles percebessem, e dei um mergulho nas águas, mas para meu desespero, eles já estavam ao meu lado. Mas era mas fácil assim. As gotas do meu rosto molhado disfarçariam melhor meu pranto, quando ficassem muito insuportável, eu mergulharia.
Paramos, nos olhando em um circulo de três. Maki buscava meus olhos, mas eu não o encarava.
– Sinto muito, Sarah.
Maki disse, de forma triste.
– É por que eu não sou uma loba?
–Não! Claro que não.
– Então, qual o problema? É por que sou menina... por que então?
Maki olhava para Edmond, num pedido silencioso de ajuda. Mas Edmond estava tão confuso quanto eu. Maki percebeu e bateu com os braços na água, impaciente.
– Não posso ser seu amigo, Sarah, por causa do Seth!
– Seth?
– Ele é o seu lobo, Sarah.
Ele saiu da água. Eu queria segui-lo. Interpela-lo. Mas meu corpo ficou imóvel. Edmond me estudava, como se esperasse eu sair de meu transe. Olhei na direção que Maki tinha ido, mas ele sumira completamente do nosso campo de visão. Me virei para Edmond, e ele parecia perdido em pensamentos.
– O que ele quis dizer com isso, Edmond?
Eu conheço muito bem meu irmão, para saber que ele tinha tido um entendimento melhor que eu, das palavras de Makilam. Mas ele não parecia querer demostrar isso. Não me encarava por muito tempo. Mas eu podia torturá-lo com meu dom. E foi o que eu fiz, até voltarmos pra casa, projetando em sua mente. ( Você sabe. Me conte agora!! )
– Pare com isso, Sarah.
Ele tocou a cabeça contrariado, quando faltava pouco para entramos em casa. Minha mãe e meu pai riam na varanda de nossa briguinha. Mas logo já nos olhavam preocupados.
– O que aconteceu, gente? Que caras são essas?
Minha mãe perguntou, ainda abraçada a meu pai. Edmond apertava as pálpebras, e ela já me lançava seu olhar reprovador.
– Mãe, Makilam não quer ser meu amigo. Disse que tio Sam não quer que ele seja meu amigo, por casa de Seth. Perguntei a Edmond, que obviamente sabe o que isso significa, mas ele não quer me falar. Eu mereço saber por quer não posso ter um amigo!
Defendi-me, calorosamente. Minha voz saiu em um rompante, cheia de indignação. Meus pais se entreolharam e olhavam para Edmond. Ótimo! Todos sabiam o que estava acontecendo, menos eu.
– Filha! Eu vou falar com Sam. Isso tudo deve ser um mal entendido.
Meu pai falou calmamente, saindo. Deu um beijo em minha mãe e afagou meu cabelo. Puxou Edmond, para que fosse com ele.
– Posso ir também?
Perguntei esperançosa, mesmo achando pouco provável, que ele concordasse.
– Não, amor! Fique e faça companhia a sua mãe!
Fiquei olhando até eles sumirem da minha visão. Minha mãe entrou, deixando a porta aberta para que eu a seguisse. Mas eu tinha outro planos. Teria minha resposta, de um jeito ou de outro. (( Mãe estou indo ver Seth ))
Passei a mensagem para ela mentalmente. Ela veio até a porta, mas eu já corria pela praia, na direção da casa do Clearwater.
Bati na porta, sentindo o cheiro de comida. Era peixe! Eu não sou fã, mas estava com um cheiro muito bom. Pensei se era Sue que cozinhava, mas o cheiro que vinha de dentro da casa não era dela. A porta foi aberta e era Leah, que olhava com curiosidade, mas sorriu me mandando entrar.
– Como vai, Sarah? Nossa, você cresceu! Está uma mocinha.
Sorri, meio sem graça. Era difícil encontrar com Leah. Ela geralmente estava no hospital ou no trabalho. E em feriados e finais de semana, ela sempre escapava para fora da reserva.
– Seth está? Preciso falar com ele, Leah.
Disse meio vacilante, já com medo de ter perdido a viagem, porque o cheiro dele estava fraco. Era provável que ele não estivesse em casa.
– Ele esta lá no quintal, Sarah, cortando a grama. Pode ir até lá.
Ele estava de bermuda e sem camisa, e por alguns instantes, tinha esquecido o que tinha ido fazer ali. Ele estava tão distraído, que ainda não tinha me percebido. Fiquei parada ali, babando por meu amigo. Aquela paixonite juvenil tinha que ter um fim, ou eu estaria perdida para sempre. O que eu faria se ele descobrisse? Ia me achar a criança mais esquisita do mundo... Finalmente ele desligou o cortador de gramas, farejando o ar. Me olhou, abrindo um sorriso lindo, de derreter até um iceberg. Meu coração já dava piruetas, e senti minhas pernas ficarem moles. Ele veio até mim, com os braços abertos, esperando um abraço que eu não poderia dar de jeito nenhum. Cruzei os braços, dando um sorriso fraco pra ele, o que fez o dele cair junto com os braços abertos.
– O que foi, Sarah? Esta brava comigo, princesa?
– Depende.
Falei, secamente. Ele sentou no degrau da varanda, me pegando pela mão, para que eu sentasse ao seu lado.
– Diga, Sarah. Fiz algo que te deixou triste?
Fitei seus olhos e vi tristeza neles. Desviei, não encarando.
– Você disse para tio Sam, que Maki não pode ser meu amigo?
Vi suas sobrancelhas se arquearem em sinal de surpresa.
– Claro que não, Sarah.
– Então, por que tio Sam não quer que ele seja meu amigo, e disse que é por sua causa?
– Eu acho que isso deve ser alguma confusão, Sah. Mas eu falo com Sam agora, se você quiser.
– Não precisa. Meu pai já foi até lá com Edmond.
Falei, rabugenta, cruzando os braços.
– Venha! Vou leva-la pra casa.
Seth se levantou, esticando a mão para que eu a pegasse. Coisa que eu não fiz. Vi novamente a sombra de tristeza em seu olhos.
– Não precisa, Seth. Eu vim sozinha. Posso voltar sozinha!
Ele ficou mudo. Abaixou a cabeça, voltando ao cortador de gramas. Eu me virei, não aguentando mais estar ali. Mas algo estava me segurando. Não consegui sair dali. Estava de costas, encarando a porta de saída. Mas minha pernas não davam nenhum passo. Ouvi o cortador ser desligado de novo. Me virei, olhando Seth, que me olhava com olhar escurecido e ainda mais triste. Meu peito estava cada vez mas angustiado. Corri para ele, que me recebeu em seus braços quentes e acolhedores. Deixei que uma lágrima caísse de meus olhos, e ele mesmo me abraçando, percebeu meu choro. Se afastou dos meus braços, segurando meu rosto em suas mãos gigantes.
– O que foi, bebê? Você tá me matando assim, Sarah. O que está acontecendo com você, minha linda?
Fechei os olhos, fugindo da profundidade de seu olhar. Respirei fundo seu cheiro . Abri os olhos, e me vi tão ingênua e perdida. Uma criança tola e apaixonada. Fiz um carinho em seu rosto, com a ponta dos meus dedos.
– Desculpe, Seth.
Disse, dando um beijo demorado em sua bochecha. Saí de seus braços, caminhando calmamente até a porta, mas sentia o peso de seus olhos confusos sobre mim. Passei pela cozinha, e Leah sorriu pra mim. Eu apenas fiz um sinal de adeus com a mão, saindo pela porta.
Cheguei em casa, e minha mãe preparava a mesa para nosso almoço. Meu pai e Edmond ainda não tinham voltado. Minha mãe me olhou, mas não disse nada. Fui ajuda-la com a mesa.
– Isso é tão injusto, mãe...
Ela parou, me olhando com seu olhar compreensível, estendendo os braços. Eu fui até ela, me deixando cair neles.
– Preciso de Maki. Preciso de sua amizade, para esquecer essa paixonite infantil por Seth. Mas Maki não quer, ou sei lá o que, ser meu amigo, por causa do Seth. Por que é tudo tão complicado assim, mãe?
Minha mãe me segurou pelos ombros, ficando de joelhos, para me encarar nos olhos. Nessa altura, ela ficava um pouco menor que eu. É engraçado.
– ...Sabe? Isso, talvez esteja confuso agora. Mas dê tempo ao tempo, e tudo ficará mais claro para você, meu amor. Mas não tente usar Makilam para esquecer o que sente por Seth. Isso pode magoar seu amigo. Seja sincera com ele, e com você mesma.
Concordei com a cabeça e nos abraçamos. Já ouvia meu pai chegar com Edmond e... Maki. Me desvencilhei dos braços de minha mãe, indo abraçar Maki, que me deu um sorriso iluminador, me abraçando também.
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Notas finais do capítulo

ENTÃO !!! VOU POSTAR MAIS UM CAPITULO HOJE MAS TARDE ...E MEIO A CONTINUAÇÃO DESSE MAS SOBRE OUTROS ASPECTOS SEPAREI PARA NÃO FICAR MUITO CONFUSO . E MAIS UM BONUS !!!! EU SEI EU SEI ESTOU MIMANDO VOCÊS ... RSRSRS ;D
bjs



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