Shadows Of The Soul- Livro 1 escrita por Taty Kiss


Capítulo 8
Capítulo 8




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Capitulo 08

Abri o pequeno papel com as mãos tremulas, para minha sorte as meninas já estavam na pista curtindo ao Maximo, o bilhete era curto e com palavras diretas:

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"Va para os fundos, agora"
*************************

Como ele podia ser tão mandão ate por um simples bilhete? Dobrei a folha cuidadosamente e enfiei em minha bolsa. Procurei por Janny e logo a avistei conversando com um garoto do 9º ano. Fui ate eles pedi licença e a puxei pra um canto.

-Eu vou me encontrar com uma pessoa agora, e não queria sair sem avisar pra não preocupar vocês.

-Tá ok, apenas tome cuidado.

Sorri com a boa vontade dela.

-Prometo que sim!

Abracei-a. Separamos-nos e eu fui em direção à porta dos fundos. Assim que pisei meus pés fora do salão um garoto veio em minha direção, o cheiro do álcool me atingiu em cheio.

-Nossa que gata, que tal você me dar um beijo?

Ele me prensou na parede tentando me beijar, reconheci como sendo um dos garotos do time de futebol da escola, sua força era bem maior que a minha, o que me impediu de afasta-lo.

-Vamos lá gatinha, é apenas um beijo, tu é muito gostozinha.

-Me solta, eu não quero.

Vendo que eu não cederia a seu “encanto” ele me puxou pra mais perto, segurando meus braços junto a meu corpo, a raiva que eu sentia era enorme, mas eu sabia que aquilo era culpa do álcool, eu não queria machuca-lo. Fechei meus olhos com força desistindo, eu não tinha a mínima chance contra ele. Talvez assim percebesse que eu não iria cooperar ele desistisse e fosse em busca de alguém mais afim.
De repente o peso dele sobre mim sumiu, me surpreendi ao abri meus olhos, Jon estava apertando o garoto contra uma arvore, seu corpo tremia o ódio era visível.

-Ally, saia já daqui, eu te encontro em um minuto.

Eu não podia deixar que ele ferisse o garoto.

-Jon por favor, pare já com isso, você vai machuca-lo.

-Ele queria te machucar...

-Sim, mas é apenas o álcool que ele consumiu, por favor, eu to implorando.

Ouvindo a suplica em minha voz Jon soltou o garoto, que caiu como uma pluma no chão.

Jon se virou em minha direção, sua face tinha um misto de dor e culpa. O garoto aproveitou a distração e saiu correndo dali.

-Me desculpe, eu não queria te assustar, é que não posso imaginar o que teria acontecido se eu não tivesse chegado, Ally, você não tem noção da força que exerce em mim.

Fiquei ali, parada, maravilhada com sua beleza, sua simples presença me acalmava.

Com alguns passos ele encurtou a distancia entre nos.

-Ally, por favor respire.

Foi só ai que percebi que eu estava prendendo minha respiração. Soltei o ar devagar tentando controlar as batidas de meu coração.

Ele não tocou em mim, o que causou um protesto em meu interior. Eu ansiava por aquele contato, era crucial pra que eu tivesse certeza de sua presença a meu lado.

Num impulso estendi minhas mãos e toquei em seu braço. Uma carga elétrica passou pelo meu corpo, como um fio desencapado. Ele era tão lindo.

Ele sorriu, o que despertou minha curiosidade, eu já tinha uma noção básica de qual seria a resposta mas perguntei mesmo assim perguntei.

-Por que ta rindo?

-Pra ser sincero, de sua reação, você devia estar apavorada e ao invés disso esta ai toda boba olhando pra mim.

Aquilo me incomodou, mas vendo que ele já havia recuperado o humor tentei relevar seu comentário.

-Bem, acho que você tem algo a me contar não é?

O sorriso que habitava seu rosto sumiu, e uma mascara de dor tomou seu lugar.

-Você tá realmente disposta a ouvir tudo o que tenho a te contar?
Respondi com o Maximo de convicção que havia em mim.

-Mais do que pronta.

-Tudo bem, vamos sair daqui. Me prometa que vai tentar entender tudo o que tenho a falar... Eu não quero te perder, eu sinto uma necessidade enorme de te proteger.

-Eu só pedi que você me contasse sobre você porque preciso saber no que estou me metendo, mas acredite, o que sinto por você é mais forte que tudo.

Minhas palavras pareciam ter acalmado seus medos, ele ergueu sua mão e perguntou.

-Poderia ter a honra?

De primeiro momento olhei sem entender, mas aos poucos a compreensão tomou conta de mim. Com um movimento de cabeça confirmei. Ele pegou minha mão, me olhou e se virou em direção as arvores, me levando para a escuridão. Mas o que vi em seus olhos me alegrou, eram um espelho do que eu sentia dentro de mim, amor, desejo, felicidade, tantos sentimentos puros e sinceros, e se ainda havia medo naquele momento foi dissipado. Eu sabia que aquela era a ultima barreira que devíamos ultrapassar antes de nos entregarmos aos sentimentos mais puros e verdadeiros. Aquele era o passo para felicidade, e estávamos caminhando em direção a ela.

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