Shadows Of The Soul- Livro 1 escrita por Taty Kiss


Capítulo 6
Capítulo 6




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-Meninas, já está na hora...

Ambas me olharam com olhares de cumplicidade.

-Você tem certeza que quer fazer isso?

Respirei fundo e respondi:

-Sim Ju, eu preciso tirar algumas duvidas e tem que ser hoje.

Ela balançou a cabeça em concordância e me abraçou logo Janny se juntou a nos.

-Apenas tenha cuidado, seja lá no que for que esteja se metendo, e não se esqueça do celular.

Dei um meio sorriso e balancei o celular para que as duas pudessem vê-lo.

Jully foi ate a porta e abriu uma fresta para averiguar se o caminho estava limpo. Voltou-se para mim e assentiu.

Eu me retirei do quarto com passos silenciosos, o único som era o de meu coração martelando em meus ouvidos.

Nesse momento eu não saberia dizer o porquê deu estar fazendo aquilo, mas a força que me guiava era grande, era como se houvesse uma linha imaginaria me puxando para fora do prédio, desci pelas escadas de incêndio, chegando ao térreo olhei para todos os lados, não havia ninguém, corri o mais rápido possível em direção aos arbustos, uma vez lá eu não teria que me preocupar em ser vista.

Já nos arbustos enviei um torpedo para as garotas:

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Para: Juh ♥
16/10/2012 22:27
To fora do predio,ate agora td otimo, daq a pok mando otra msgn pra avisar a vcs como as coisas estão, n esquece d apaga a msgn, amuh vcs
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Esperei a resposta que já sabia que viria:

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Juh ♥
16/10/2012 22:30
Tomara q de td certo ou n sei o q farei comigo msma, onde eu tava c a cabeça qd aceitei essa lokura? no fim a culpa e da Jany q sempre consegue o que quer...
Por favor, tenha cuidado...
Ps: klaro q vo apaga as msgns...
Nos tb te amamus
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Para: Juh ♥
16/10/2012 22:32
Td vai da certo, mas agora chega de msgn ou vo passa a noite inteira aq, e acho q vc é a ultima a quere isso certo?
Bjsss!
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Fechei o celular e o guardei no bolso, retomei minha caminhada, a força oculta que antes me puxava parecia ter se intensificado, eu já não controlava meu corpo, a cada passo me sentia mais perto de algo parecido com felicidade. Respirando com dificuldade tentei controlar as batidas de meu coração, sem sucesso. Eu não tinha a mínima ideia de para onde estava indo. Já haviam se passado uns 50 minutos de caminhada, encostei-me a uma arvore para descansar. Começava a achar que minha busca foi em vão quando ouvi um barulho do farfalhar de folhas ao meu redor.

Caminhei em direção ao ruído, e lá estava ele parado do outro lado do pequeno riacho (que ate aquele momento eu desconhecia), o sonho da noite anterior e minhas lembranças do nosso encontro não faziam jus a sua beleza, ele olhava fixamente para mim, era como se ele pudesse ver através de minha alma. Minha respiração acelerou e eu desejei encurtar a distancia entre nos para que eu pudesse toca-lo.

Sem desviar meus olhos dele dei mais alguns passos pra frente, assim que fiz isso me arrependi, havia uma pequena ribanceira a frente, e como eu não olhava pro chão acabei escorregando, me puni mentalmente no mesmo instante, mas antes que eu chegasse ao chão mãos fortes me seguraram, ao olhar pra cima vi dois olhos verdes me encarando. Sua expressão era seria, o que me assustou. Ele me ajudou a levantar, mas não retirou as mãos de mim.

-O que você faz aqui?

Eu não tinha voz para responder, estava muda perante o deus grego a minha frente. Tentei retirar algumas palavras de minha inútil cabeça, mas era praticamente impossível.

Vendo minha reação ele suavizou um pouco a face, ainda me mantendo sobre suas mãos.

-Você se machucou?

Respirei mais algumas vezes antes de conseguir dizer algo. Soltei a pergunta antes que pudesse prendê-la em minha mente.

-Como você fez isso? Você estava do outro lado, como chegou aqui tão rápido?

Ele me soltou no mesmo instante, o que me incomodou, se virou de costas e se limitou a dizer:

-Você não respondeu minhas perguntas anteriores.

Aquilo me irritou, ele sem duvida estava tentando mudar o rumo da conversa, mas ele não iria escapar dessa tão facilmente. Resolvi que deveria responder suas perguntas e depois insistir nas minhas.

-Estou aqui porque precisava te ver, para agradecer o fez na noite anterior, e não, eu não estou machucada. Agora responda como você fez isso?
Nesse instante meu celular vibrou, me lembrei que já deviam ter se passado uma hora desde a ultima mensagem, saquei meu celular do bolso e olhei e já haviam três mensagens.

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Juh ♥
16/10/2012 23:35
Ally, ta td bem?????????
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Juh ♥
16/10/2012 23:39
ALLY, RESPONDE
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Juh ♥
16/10/2012 23:55
Ally pelo amor dos 7 infernos eu juro q se n responde a porra dessa mensagem eu vou ate a diretora conta td....
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Disquei rápido o numero já conhecido, rezando para que ela ainda não houvesse se dirigido ate a diretoria, Jully atendeu no primeiro toque.

-Que porra Ally, eu já estava apavorada, tá tudo bem?

-Sim, olha ta tudo Ok, eu ligo pra vocês mais tarde, mantenham a calma ta bom?

Amo as duas. Tenho que desligar.

Antes que ela pudesse responder fechei o celular e voltei minha atenção para Jon, para minha surpresa ele ainda estava lá olhando pra mim. Com um suspiro perguntei:

-Desculpe, onde paramos mesmo?

Acho que minha reação o havia assustado, pois ele me olhava como quem vê uma criança fazendo birra e não sabe o que fazer.

-Senhorita Lokwood, suas disfunções s de humor me intrigam muito.

Aquilo me pegou de surpresa. Eu não me lembrava de ter dito a ele meu sobrenome no dia em que nos conhecemos.

-Como você sabe meu sobrenome?

-Podemos dizer que sou um rapaz bem informado.

“Bem informado, bem bonito, bem misterioso, enfim, bem tudo” pensei com sarcasmo.

-Você vai ou não responder a minha pergunta?

-Eu apenas caminhei em sua direção.

-Não, eu vi você estava do outro lado e de repente apareceu aqui.

-Acho que a senhorita esta confundindo as coisas.

-Não, eu não estou. Tenho certeza do que vi.

Acredito que eu o tenha irritado com minha teimosia, pois ele se limitou a dizer:

-A senhorita estava distraída e não viu que eu me aproximava. Ponto final, será que é muito difícil apenas me agradecer?

Meu humor variava enquanto eu tentava decidir o que fazer. Finalmente respondi.

-Me desculpe, eu apenas queria entender. Obrigada, você me salvou, de novo.

-Não há de quer.

Estar perto dele era tão bom, seu perfume era inebriante, involuntariamente dei um passo em sua direção e ele imediatamente recuou.

-Você parece ter medo de mim.

-Eu não tenho, mas a senhorita deveria ter.

Seu olhar voltou a ter o tom assustador que eu havia visto antes, quando o avisei na beira do riacho.

-É impossível ter medo de você.

-Por favor, você não devia estar aqui, isso é errado e perigoso.

-Eu só quero saber mais sobre você, desde que te vi minha mente só gira em torno de você, é como se não houvesse mais mundo, pois meu universo é você, é por isso que estou aqui, pois preciso saber se você também se sente assim, eu sei que é loucura, mas...

Eu já não conseguia falar, lagrimas invadiam meu rosto, eu me sentia uma idiota, me declarando para um cara que eu havia acabado de conhecer e ainda mais chorando.

Ele me olhava sem reação alguma. Eu precisava sair dali pra pensar melhor. Colocar meus pensamentos em ordem, eu realmente não devia ter saído esta noite, dei alguns passos pra traz a fim de me distanciar e ele avançou para mais perto de mim, como se nossos corpos estivessem ligados por uma linha invisível, a mesma linha que me levou ate ali.

Em momento algum ele tirou os olhos de mim, seus olhos eram como dois grandes lagos prontos pra me afogar, me inundar, me satisfazer. Respirei profundamente antes de tomar minha decisão, eu podia fugir como uma criança assustada com meus próprios sentimentos ou ficar e agir como uma mulher que sabe o que fazer. Decidi ser a mulher, forte e destemida e sem pensar duas vezes me joguei em seus braços, no primeiro momento achei que ele rejeitaria minha insanidade, gritaria comigo ou algo parecido, mas não, ele me abraçou e começou a me beijar, senti seu halito doce em minha boca, era como um elixir dos Deuses, puro e delicioso, a necessidade dele por mim e minha por ele era visível a qualquer um, meu corpo implorava por mais, eu queria fundir cada parte do meu corpo ao dele, ate que fossemos uma só carne, um só espírito. Afastamos-nos respirando com dificuldade. Mas antes que eu pudesse me recompor ele se afastou de mim e disse:

-Isso não deveria ter acontecido, me desculpe. Acho melhor você ir embora.

Fiquei perplexa com aquela reação dele, primeiro mostra uma paixão tão grande quanto a minha e depois diz que é errado?

-O que?

-Você deve ir. AGORA.

-Tudo bem, eu realmente fui uma idiota, adeus.

Virei às costas e sai correndo, lagrimas de dor e ódio corriam por meu rosto. Não olhei para trás com medo que meu coração me traísse. O que foi tudo aquilo? Eu não saberia responder. Faltando alguns metros para entrar na escola lembrei-me que já devia ter passado da hora de mandar uma mensagem para as garotas. Mas eu queria mais que tudo se explodisse. A cada passo dado, uma pontada de dor atingia meu coração, era tão forte que eu só desejava poder me enrolar em mim mesma e chorar pela rejeição, humilhação, pelo amor que me foi negado, como ele podia ser tão lindo e insensível ao mesmo tempo?

Forcei minhas pernas ao Maximo e para meu alivio consegui entrar na escola sem que ninguém me visse.

Cheguei a meu quarto sem problemas, passei pela porta como um furacão, as garotas me olharam assustadas, eu apenas consegui balançar a cabeça antes de cair na inconsciência.

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