Capitulo 30
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As mesas estavam recheadas de pratos super decorados e garrafões de bebidas (que de algum modo ao fim da noite seriam "batizados" por alunos inconseqüentes). Assim que os 3 alunos se retiraram eu entrei na sala.

-Bom dia! Levantaram cedo não?

-Ola Ally, pois é, tinha muito trabalho a ser feito...

-Vocês não haviam sido dispensadas do castigo?

-Sim, mas achamos que seria bem justo dar uma força pro pessoal do comitê, eles estão perdidinhos, acredita que a Charlot estava tão concentrada na arrumação dos enfeites que se esqueceu de comprar o próprio vestido?

Disso eu não duvidava, quando o comitê se unia para preparar uma festa, tudo tinha de ser perfeito.

-E a que horas vocês pretendem ir se arrumar?

-Só temos que terminar de mandar esses últimos doces pro local da festa, e depois vamos nos trocar, o ônibus sai daqui as 17:00...

-E não tínhamos combinado de alugar um carro?

-Sim, mas acontece que teremos que ir um pouco mais cedo... Você se importa de ir sozinha?

Suspirei, sabia que não adiantaria tentar persuadi-las então apenas balancei a cabeça em afirmativo.

-Sem problemas. O que posso fazer para ajudá-las?

Não tivemos nem tempo de sair para almoçar, por isso pedimos a Andrew (um aluno da 7ª que estava ajudando a carregar o restante das coisas)  que fosse buscar algo pra comermos. Almoçamos ali mesmo enquanto distribuíamos ordens...

Ao fim faltavam apenas algumas coisa então decidimos deixar por conta dos outros e partimos pro quarto a fim de nos arrumar.

Nos arrumamos lentamente, ajudei as duas deixando a minha arrumação por ultimo, no fim as duas estavam lindas! Suas mascaras eram idênticas a única diferença eram as cores, a de Janny era de um rosa bebe e a de Jully um azul céu. Jully me mostrou onde estavam guardados seus braceletes e pulseira para que eu escolhe um deles. As duas saíram saltitando do quarto as 17:00 e fiquei sozinha.

Janny já havia arrumado meu cabelo antes de sair então só faltava me trocar e encontrar os apetrechos perfeitos.

O vestido ainda estava embrulhado como a vendedora havia me entregado, eu havia decidido fazer suspense quanto a que roupa eu usaria no baile, as garotas quiseram me esganar, mas aceitaram minha decisão.

Desfiz os laços do embrulho lentamente sobre minha cama, ele era realmente perfeito. Assim que terminei de me vestir encarei o espelho, ele conseguia me realçar de um maneira tão mágica, era como se eu pudesse realmente brilhar. Eu sem duvidas teria que comprar mais roupas naquela loja.

Peguei os brincos, a pulseira, a mascara e o relicário e me dirigi ao banheiro a fim de terminar a maquiagem lá.

Realmente tudo estava perfeito.

Sai do banheiro e já ia pegando a bolsa que continha meu celular e algumas outras coisinhas quando me deparei com um envelope dourado sobre meu travesseiro. Meu nome estava escrito em letras perfeitamente escritas. Meu primeiro pensamento "Jon".

Abri o envelope curiosa, mas assim que li as primeiras palavras me arrependi, meu corpo tremia, isso não podia estar acontecendo...

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Allice,
Eu estou partindo, desde o inicio você deveria saber que éramos incompatíveis, não podemos ficar juntos, a vida é assim...
Você é nova, sei que um dia vai entender, talvez agora doa um pouco, mas no fim veras que foi por uma boa causa.
Adeus, é a única palavra que posso te dizer, pois um eu te amo só alimentaria suas esperanças e não quero que as tenha.
Seja livre para amar e ensinar ao mundo coisas boas, procure alguém que te ame e que cuide de você, e isso é a única coisa que te peço.
Se cuida!
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Aquelas palavras cortavam meu peito, o que significavam? Que ele não me amava? Que estava simplesmente partindo? Eu não iria deixar ele fazer isso comigo... Não sem olhar em seus olhos primeiro.

Sai do quarto determinada, desci o elevador e sai em direção a floresta, lagrimas de dor e ódio me segavam, a noite estaria perfeita se não fosse o simples detalhe de que meu namorado era um idiota e estava terminando comigo na noite do baile, não que eu me importasse realmente com aquela porcaria, mas mesmo assim, ele deveria ter tido a dignidade de ao menos falar na minha cara.  Caminhei sem parar, e mesmo com salto não perdi a elegância.

Por incrível que pareça eu caminhei em direção a festa, era no mesmo galpão da primeira festa a que fui convidada, o local que os alunos usavam as escondidas...

Mas por que eu fui parar ali? Eu deveria estar indo encontrar com Jon na casa dele a menos que... Eu sabia que de alguma forma estranha eu sempre sabia quando estávamos perto, era como uma ligação meio maluca, talvez ele não estivesse na mansão, o que significa que ele só podia estar nas criptas...

Passei pelos arbustos mas não sem antes dar uma olhada na decoração da festa, realmente perfeita, todos fizeram um magnífico trabalho e agora desfrutavam das maravilhas da noite.

Deixei meus devaneios para trás e voltei a caminhar, se me lembrava bem a entrada ficava próxima ao lado sul da festa, as lagrimas ainda estavam em minha face, me fazendo caminhar mais rápido, fui deixando o som da musica para trás, a cada passo sentia um pontada ferir meu coração. O que eu diria a ele? Bem isso eu só saberia estando frente a frente. A caminhada estava mais longa do que deveria, dei mais algumas voltas e Quando já estava prestes a me dar por vencida e apenas me jogar no chão deixando a maldita dor me consumir eu vi a entrada, estava lá como sempre esteve, linda e perfeita.

Caminhei lentamente ate ela e entrei no pequeno portal que levava ao interior da caverna, o cheiro dele estava em toda parte, o local parecia o mesmo que eu havia percorrido messes atrás. Caminhei por muito tempo, da outra vez eu nem havia notado a quantidade de corredores que existiam naquele lugar, talvez fosse por que a única coisa que eu queria ver estava em minha frente me mostrando o caminho, agora eu não tinha ele, e se eu demorasse muito sabia que seria definitivo. Parei e decidi tentar me acalmar, agucei meus sentidos e deixei meu coração me guiar, isso foi o mais certo a se fazer pois adentrei em mais uma câmara e o vi parado encostado a uma pilastra, garrafas de whisky importadas estavam espalhadas por todo canto, era uma cena deprimente. Estranhamente ele não pareceu notar minha presença.

-Jon.

Ele não se virou quando chamei por seu nome. Pude ouvir uma espécie de gargalhada sair de seus lábios, era algo que eu nunca havia ouvido. Quando falou sua voz era tão fria quanto o gelo.

-Saia de minha cabeça, não é o suficiente o que tem feito comigo?

Olhei descrente para ele, do que estava falando?

-Olhe para mim Jon, do que esta falando?

-Já disse suma.

-Você acha que é assim, simplesmente deixar uma carta dizendo que não me ama mais e partir? Estou aqui por que quero que diga olhando nos meus olhos que não me ama mais.

Ele se virou de frente para mim e quando me olhou era como se estivesse me vendo pela primeira vez, o que estava acontecendo?

-É você mesma?

-Claro que sim, quem mais queria que fosse?

-Você não devia estar aqui.

-Meu lugar é onde você estiver.

-Não é mais...

-Pare de tentar me tirar da sua vida.

-Não estou tentando, estou tirando.

Caminhei dois passos em direção a ele que recuou.

-Por que? Me explique ao menos. Você não me ama?

Eu pude ver a dor em seus olhos, a angustia, o medo,
desespero, eram sentimentos horríveis, não pensei em mais nada, ele precisava de mim, não importa o que falasse, e eu estava lá por ele como sempre estaria, cada passo em sua direção era como a libertação de meu corpo e minha alma, ele não recuou dessa vez, ele sabia que precisava de mim tanto quanto eu precisava dele. O abracei, tentando reconfortá-lo, protegê-lo, quando nossos lábios se tocaram senti tudo sumir, o chão, o céu, as pessoas, os medos as inseguranças, em fim, tudo, éramos apenas eu e ele. Mas eu precisava de mais, e sabia o que significava. Desgrudei nossos lábios com um pouco de relutância e olhei em seus olhos, estavam tão verdes quanto possível. Respirei lentamente a fim de não gaguejar quando falasse.

-Jon, eu te amo mais do que a mim mesma, preciso de você, e hoje eu me entrego de corpo e alma, pra que sejamos um pra sempre.

-Ally, e não sei se...

Eu o calei com mais um beijo, eu sabia o que queria, o que precisava, e nada do que ele falasse me faria mudar de opinião.

Um breve sorriso tomou conta de seus lábios e eu sabia que a batalha havia sido ganha e eu era a vencedora. Uma leve chuva começou a cair do lado de fora, era como se os ceus estivessem tão emocionados quanto eu...

 Gentilmente ele me tomou em seus braços, me levou para um quarto magnífico, mas o lugar pouco me importava.

Ele foi depositando suaves beijos em meu corpo, onde seus lábios tocavam labaredas de fogo me incendiavam, era uma sensação magnífica, e eu queria mais e mais, lentamente me ajudou a retirar a sandália e a mascara. Meu corpo tremia de desejo a cada toque. Ele retirou meu vestido e fiquei ali perante ele com apenas minha lingerie, ele me olhava admirado e por um segundo corei, ele se curvou sobre mim e me beijou delicadamente me fazendo esquecer meu próprio nome. Eu o puxei pra mais perto mas suas roupas atrapalhavam o contato de nossa pelo, eu teria de fazer algo quanto a isso...

Sem toda delicadeza dele fui desabotoando sua camisa lentamente enquanto ele ainda me beijava, ele parou de me beijar assim que terminei de desabotoar o ultimo botão, me olhou mais uma vez e perguntou:

-Você tem certeza? Isso não é algo que possa ter volta...

Balancei a cabeça em afirmativa, não haviam duvidas dentro de mim, era isso que eu queria.

-Peço que se eu te machucar você me diga, tudo bem?

-Sim.

Ele terminou de retirar sua camisa e pude ver cada pedaço de seu corpo, ele era como um Deus, era meu e de mais ninguém, e eu sabia que daquele momento em diante eu seria dele para sempre.

Não havia mais tempo, horas ou pessoas, apenas ele me amando de corpo e alma. Deixei que ele me guiasse pelos prazeres do corpo, a cada toque me sentia maias e mais livre.

E quando ele enfim me penetrou me perdi em meio ao desejo, sem volta, era o que ele havia dito. No inicio foi meio desconfortante, mas ele ajeitou seu corpo para que pudéssemos nos encaixar com perfeição.

As horas passaram e quanto mais eu tinha dele mais eu queria, mais eu precisava, de alguma forma eu sabia que ele também havia se completado em mim.

Depois de horas nos amando adormeci em lençóis de seda e seus braços para me reconfortar.

Eu estava onde deveria estar e seria assim pelo resto de minha vida.



Fim do 1º livro