Ela era linda, seus olhos eram de um azul esverdeado que hipnotizava, sua pele era branca com traços perfeitos. Era como uma Deusa entre os mortais. Pisquei tentando clarear minha mente, olhei em volta e vi a diretora em sua mesa habitual. Essa interação durou apenas alguns segundos, a diretora fez as apresentações.
-Ally, está é a nova psicóloga de nossa instituição, a senhorita Maison.
Me aproximei da mulher com curiosidade, seus traços me lembravam de muito Jon, mas ela era tão Jovem, seria possível que ela fosse a mãe dele?
-É realmente um prazer enfim conhece - la Allyce.
Ela estendeu sua mão pra mim e eu retribui com um aperto um tanto desajeitado.A diretora continuou em seu discurso enquanto eu continuava a fitar a mulher a minha frente.
-Eu estava mostrando para a Senhorita Maison os registros e...
A mulher se virou para um canto da sala e assentiu, foi quando notei outro membro que ate então eu não sabia estar presente na sala, o reconheci como o irmão de Jon, o mesmo que conheci na festa.
Ele se dirigiu a diretora.
-Eu tenho certeza que Katy ficara muito feliz em conversar a sos com a aluna, o que acha de darmos um passeio senhora diretora?
A diretora se levantou imediatamente, lembrei me que Evans tinha o dom de persuadir as pessoas, mas não imaginava que fosse assim tão fácil.
Ele acrescentou em uma voz suave, o que fez meus pelos da nuca eriçarem.
-E não se esqueça de garantir que ninguém ira incomoda-las.
Evans abriu a porta para que a diretora passasse e se dirigiu a mim.
-Ally, é bom vê-la de novo! Mamãe, por favor, cuide bem dela.
A mulher, que agora eu sabia ser Katerine Maison, mãe dos vampiros e bruxa, assentiu.
Pude ouvir quando a diretora dava ordens a sua secretaria de que ninguém deveria adentrar a sala enquanto ela não desse ordens contrarias, ou enquanto eu e Katerine estivéssemos ali.
Logo depois o silencio tomou conta de tudo e eu fiquei encarado a bruxa em minha frente.
Ela foi a primeira a quebrar o silencio. 
-Bem, vamos nos sentar.
Eu a acompanhei ate um sofá no canto da sala, sentamos uma em cada extremidade.Minha mente girava tentando entender o porquê de me chamarem ali, porque me deixar a sos com ela. O que ela poderia querer de mim? Estranhamente eu não a temia. Algo me dizia que ela não era o tipo “cuca”, talvez ela fosse um pouco “Sabrina” e um pouco "Samantha".
Ela respirou fundo e começou a falar.
-Sei que você deve ter muitas perguntas. Por onde deseja começar?
Fui o mais direta possível em minha resposta:
-Porque mandou que me chamassem?
-Curiosidade, eu queria conhecer a garota que conquistou o coração de Jon.
-Mas Jon disse que a senhora...
Antes que eu pudesse terminar minha frase ela me interrompeu...
-Por favor me trate apenas por “você”.
-Tudo bem, desculpe, como eu ia dizendo Jon disse que você havia me convidado para um jantar hoje. Não era isso?
-Sim.
-Mas então porque estou aqui agora se o jantar seria em menos de cinco horas?
-Pra ser sincera eu precisava ter a chance de conversar com você longe dos ouvidos atentos de Jon, e qual lugar melhor que o próprio colégio?
Aquilo estava começando a ficar estranho, respirei fundo a fim de tentar absorver suas palavras, o que estava acontecendo? O que poderia ser tão confidencial que não poderia ser discutido perto de Jon? Continuei a encara-la e ela continuou.
-Serei mais clara ainda: O que Jon contou a você sobre meu mundo?
Contei a ela a mesma historia que Jon havia me contado noite anterior, ela ouviu sem me interromper. Quando terminei meus relatos ela perguntou:
-Seja sincera, o que você pensa sobre tudo isso?
Avaliei sua pergunta tentando formular uma resposta coerente, quando respondi me surpreendi ao perceber que a sinceridade estava presente em cada palavra que saia de meus lábios.
-Num primeiro momento eu tive medo, mas não do Jon ou da sua família, mas sim do mundo que eu estava conhecendo, trevas, demônios, vampiros, bruxas, é tudo novo, eu pensava que eram lendas, coisas inventadas para assustar as crianças. Em momento algum eu duvidei das palavras de Jon, algo me dizia que ele jamais mentiria pra mim. Eu tive pena das escolhas que você teve que fazer, sei que não deve ter sido fácil abandonar sua única filha nas mãos de um demônio, sei que você deve se arrepender ate hoje de suas escolhas, principalmente pelo fato de que Jon a culpou por tantos anos e ate se afastou. E foi sem duvida um alivio pra você ter seu filho de volta.
Respirei aliviada, eu não sabia que pensava assim ate ser questionada sobre o assunto por Katy.
Ela me jogou outra pergunta.
-Você o ama?
Aquilo me pegou de surpresa, mas respondi ainda com sinceridade:
-Sim, eu o amo desde a primeira troca de olhares, desde o primeiro minuto eu sabia que ele era o mais certo pra mim. Meu mundo se tornou mais vivo, mais feliz desde que ele apareceu, meu coração bate a cada minuto com a esperança de poder ver seu rosto mais uma vez. Eu não posso me imaginar sem ele, é como se antes eu não fosse nada, eu não tinha motivos, viva por viver. Ele é minha vida, minha razão, meu tudo.
Olhei pra ela pensando que seria repreendida, que ela diria que eu era louca e que recitaria os motivos das minhas palavras serem tão absurdas, mas me surpreendi quando ela sorriu se levantou e me abraçou.
-Seja bem vinda à família.